Campo & Negócios Florestas - Maio/2020

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CAPA

Produto de sementes de guanandi Calophyllum brasiliense

IBF

José Geraldo Mageste jgmageste@ufu.br

Antônio Cola Zanúncio ajvzanuncio@yahoo.com Engenheiros florestais, PhD e professores – Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

maio/junho 2020

Emmerson Rodrigues de Morais Professor - Instituto Federal Goiano (IFGoiano), Morrinhos (GO) emmerson.moraes@ifgoiano.edu.br

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U

ma das primeiras “madeiras de lei” do Brasil, o guanandi possui características específicas que o tornam um ótimo empreendimento comercial, principalmente para o aproveitamento de áreas de aptidões agrícolas limitadas. Com a mudança do código florestal, é possível o seu cultivo em áreas de APP (Áreas de Preservação Permanente), que apesar de muitas das vezes possuir limitações de deslocamentos, possui o ambiente ideal para o crescimento das árvores de guanandi, mandi, pau-de-mastro e peroba vermelha (como é chamado no Triângulo Mineiro). Aos dois anos de idade, se manejado adequadamente, o guanandi já pode oferecer renda pela comercialização dos frutos para a indústria de cosméticos. Somado a isto, a espécie já tem linhas próprias de financiamento, proporcionando uma sustentabilidade econômica própria, oferecendo segurança para quem quer aprender e ser um silvicultor de verdade.

Em destaque Por incrível que pareça, os Estados da Bahia e Rio de Janeiro são os maiores produtores brasileiros de madeira desta espécie. O segundo, com algumas poucas áreas de plantio, principalmente do século passado, para recuperação de nascentes. Em Minas Gerais, o Triângulo Mineiro, principalmente a região de Uberaba, vem se destacando. Existe, ainda, grande concentração de plantio de guanandi em Goiás e Norte de São Paulo, onde os povoamentos chegam a mais de 70 mil hectares, com idades variáveis. O tamanho dos povoamentos também varia muito, de 10 a 50 hectares, em média. Somente nestes três Estados estão mais de 50% da área plantada no Brasil. Mas, existe potencial para aumento considerável na Bahia e Sul de São Paulo. Trata-se de uma madeira com muito boa aceitação.

Produção anual O volume de produção anual varia muito, tendo em vista as finalidades de demandas. Estima-se que a demanda para regiões moveleiras esteja em torno de 40 a 50 mil metros cúbicos anuais. O incremento médio anual desta espécie está em torno de 55 m3/ha/ano. As previsões otimistas dão conta de 400 a 450 m3/ha. Ainda se sabe pouco sobre as técnicas silviculturais mais adequadas para esta espécie. Grande quantidade de esforço científico é dedicado a espécies como pinus, eucalipto, seringueira e mogno.


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