FESTIVAL
Rio das Ostras
FESTIVAL LUDMILA CURI E YARA COSTA FOTOS: DIVULGAÇÃO
Mesmo sem o seu líder Proveta, que não pode comparecer por questões de agenda, a banda Mantiqueira foi um dos pontos altos do festival e apresentou um repertório bem brasileiro, de Pixinguinha a Luiz Gonzaga
A FESTA DO JAZZ E DO BLUES O tempo ajudou e o Festival de Jazz e Blues de Rio das Ostras foi um grande sucesso. A quarta edição do evento aconteceu entre os dias 14 e 18 de junho, no balneário fluminense (a 3 horas da capital Rio de Janeiro). Consagrados músicos nacionais e internacionais se apresentaram em três palcos montados na Praia da Tartaruga, na Lagoa de Iriry e em Costazul, o principal. Cerca de 40 mil pessoas ouviram, dançaram e aplaudiram nomes como James Carter, Charlie Musselwhite, Richard Bona, T.S. Monk, Wallace Roney, Banda Mantiqueira e Leo Gandelman, entre outros.
O
agito começou já na noite de abertura, com a apresentação da Banda Mantiqueira e o seu admirável naipe de metais. Quem compareceu, teve a incrível oportunidade de ver de perto Vinicius Dorin (sax e flauta), Carlos Malaquias (sax), Vitor Alcântara (sax e flauta) e Mauro Caselatto (sax e flauta). Mais atrás estavam ainda João Lenhari (trompete), Odésio Jericó (trompete e flugelhorn), Valdir Ferreira (trombone de vara), Walmir Gil (trompete) e François Lima, com o seu trombone de válvulas. “Comecei a tocar com 10 anos
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e me apaixonei à primeira vista. Sinto-o como uma extensão do meu corpo, por causa da adaptação anatômica perfeita. Ele me dá uma maior facilidade para executar os arranjos do Proveta (saxofonista e arranjador do grupo), que exigem muita rapidez e articulação”, explica François. Na banda brasileira estão quatro saxofonistas, que também tocam flauta, flautim e clarinete; dois trombonistas e três trompetistas. Como tem uma identidade muito vinculada à música nacional, com Pixinguinha, Chiquinha Gonzaga, Humberto Teixeira e
Luiz Gonzaga, a turma da Mantiqueira apresentou um repertório brasileiríssimo. De O Samba da Minha Terra (Caymmi) a Linha de Passe (João Bosco, padrinho da banda), passou pelos forrós Eu só Quero um Xodó (Dominguinhos) e Último Pau-de-arara (Venâncio, Corumbá, José Guimarães). Para quem esteve no Festival, foi a oportunidade de ver também músicos como o saxofonista AC, que já tocou com o baixista Arthur Maia, o tecladista Kiko Continentino e o baterista Cláudio Infante. “O blues tem um universo específico, então as
SAX & METAIS JULHO / 2006
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