O viés esportista, competitivo e de disputa permaneceu no time corinthiano, ao mesmo tempo que eles sabiam da importância de retomar a democracia. Independentemente da vitória ou derrota, o Corinthians queria poder para o povo Isso foi um movimento único e revolucionário da política no esporte mais popular do Brasil. Ao ser perguntado sobre qual o gatilho para a atual geração de jogadores se posicionarem desta forma, Celso Unzelte foi enfático ao afirmar que o país teria que chegar ao “fundo do poço” para que estes atletas atuais entendessem a sua importância no momento político. Mesmo quase 40 anos depois, a democracia corinthiana merece ser destacada e faz parte da história do Brasil. O futebol esteve junto à luta contra a ditadura militar. Mesmo após o seu falecimento, Sócrates segue sendo um dos personagens mais marcantes contra governos extremistas do Brasil. Casagrande segue como articulador contra este extremismo, pois, após deixar o campo de jogo, se tornou comentarista da TV Globo e não hesita ao fazer comentários políticos. São vozes eternas de uma revolução marcante do Corinthians!
1.16 Atos políticos, partidários ou não, atuais Entendemos como política a arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados. Sendo assim, política diz respeito à participação na comunidade, e não se restringe ao partidarismo e ao ato de trabalhar com política.
O futebol é político por ser usado como cenário para qualquer manifestação, partidária ou não, ou por refletir o que acontece fora dos gramados. Foram mencionadas ao longo do texto participações políticas no futebol. Para alguns, o gramado é o local perfeito para se ter visibilidade em certas questões. Para outros, o tema não é tão interessante. De acordo com Celso Unzelte, os jogadores que temos como referência hoje não têm essa preocupação e dão prioridade para outros assuntos, como a rede social e as brincadeiras. Ele completa dizendo que “o atleta que faz do futebol um meio e não um fim ganha muitos pontos como cidadão. Não é uma obrigação [se manifestar]. Não vejo a obrigação de todo mundo ter que fazer isso. Mas fico chateado quando vejo que poucos ou quase ninguém faz isso”. Além disso, ele destaca que os jogadores que se ascenderam socialmente pelo futebol não veem motivos para ir contra aquilo que os fez conseguir conquistar algo.
Ato político é toda manifestação de vontade do poder público que, por sua condição toda especial, escapa à revisão do Poder Judiciário, constituindo esse tipo de ação não uma exceção ao princípio da legalidade, mas à competência do juíz, o qual não tem possibilidades de fiscalizá-lo, se a isso for provocado. - J. Cretella Júnior