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6 - A Esquadrilha Busca o Domínio Aéreo Paulista

Ao iniciar-se o ano de 1927 ,a Esquadrilha estava equipada com os seguintes' aparelhos:

Instrução: Curtiss JN-4D, de 90 HP (n.o 107 a 114) - 8; Bombardeio: Huff-Daland-Petrel 5, de 200 HP (Raposo) 1: Sikorsky, de 200 HP (Anhanguera) - 1; Caça: Farman 301 (Ten. Chantre) - 1.

OS JN 112 a 114 tinham, respectivamente, os nomes dos Bandeirantes Manoel Preto, Paes Leme e Borba Gato.

Durante o ano, o bombardeiro Raposo foi descarregado, já imprestável pelo número de horas voadas, bem como o Curtis JN 107, destruído por incêndio quando era transportado de Goiás, onde sofrera acidente, para São Paulo.

Oito pára-quedas, três aparelhos Reid Control e algum outro material de aviação foram adquiridos, enquanto que as oficinas, embora com muita dificuldade, correspondiam às expectativas, no tocante à manutenção.

Continuando sua atividade ligada ao armamento da Esquadrilha, o Capitão Nathanael inventou, ainda neste ano de 1927, um tipo de granada de funcionamento automático simples, seguro e eficaz, que veio substituir as que até então eram ::ttiradas manualmente pelos pilotos e observadores, de bordo dos aviões.

Também o Major José Garrido, Comandante da esquadrilha, inventou um aparelho de sinalização, a que chamou "Painel Anfíbio", que veio a ser aprovado como de utilidade.

6 - A Esquadrilha Busca o Domínio Aéreo Paulista

Ao final de 1927, surgem novos campos de aviação, abertos pela Esquadrilha no interior de São Paulo: Sorocaba e Itapetininga, ao mesmo tempo que, em Bauru, o Exército dava como pronto outro campo, pondo-o à disposição da Esquadrilha para a competente inspeção técnica. Inúmeros campos já haviam sido preparados anteriormente, quando das missões em Goiás.

O esforço de penetração para o interior do Estado erà incessante, a exemplo dos antepassados bandeirantes paulistas, visando ao controle de todo o território. Contudo, era inevitável o çlesgaste dos aviões, motivo por que tiveram de ser descarregados, ao final do ano, por indisponibilidade total, o JN 107 e o Huft-Daland Raposo (o JN 108 seria herdeiro desse nome), enquanto os demais aparelhos em breve careceriam de imediata substituição.

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Em 1928, as atividades de rotina continuam em ritmo normal, com novos campos sendo abertos: Mogi das Cruzes, Ipauçu, Campo Largo. Dois eventos, porém, ficaram em evidência: em setembro, o grave acidente aéreo com o Tenente Roldão, que sofreu fratura craniana, vindo a tornar-se inválido para o serviço militar; e a cessão de parte do Campo de Marte para utilização pela de Transportes Aéreos ETA, o que dava à Força Pública a oportunidade de colaborar com o desenvolvimento da aviação civil brasileira. Mais dois aparelhos se tornaram então inoperantes: o IN 112 (Manoel Preto) e o Farman 301, que perdeu seu nome 'de batismo Tenente Chantre para o IN 111. Em de 1929, um inusitado e triste acontecimento: quando deixava seu avião, após regressar de exercícios aéreos, o Tenente Cyro faleceu subitamente. A partir daí, temendo pela segurança do vôo, foram de imediato tomadas as providências para que os demais aviadores Esquadrilha fossem submetidos a uma rigorosa inspeção de· saúde, a exemplo do que já se fazia nas Escolas de Aviação Naval e Militar, em face do desenvolvimento da medicina especializada em aviação. Em julho, uma curiosidade: a instituição, na Força Pública de São Paulo, de toques de corneta para a aviação (de Comandante da Aviação .. . de Aviador e de Aviação). Ainda neste mês de julho, o Capitão Messias é obrigado a pouso de emergência, com o IN 113, o Paes Leme, em Guapira; embora saindo ileso, bem como um seu passageiro, o aeroplano sofreu avarias sérias, tendo de ser excluído da carga da Esquadrilha. Os remanescentes IN foram todos também descarregados, em face do grande desgaste que apresentavam. Contudo novos aviões vieram a substituí-los: eram seis Curtiss Fledgling de 170 HP, adquiridos nos Estados Unidos da América, e um· Avro (que recebeu o nome de Itararé, comprado do aviador Vasco Cinquinipor trinta contos de réis). Com os Curtiss formaram-se duas esquadrilhas: Azul, com os aviões batizados de Santos, Avaré e Atibaia; Vermelha, com o Campinas, São Manoel e Itapetininga. Em fins de agosto, nova tragédia.: o Capitão Messias cai com o Anhanguera sobre as matas de Guapira, em trecho de mau tempo na rota Itatinga-São Paulo. No acidente também perdeu a vida o Deputado estadual Manoel Lacerda Franco, então presidente do Aero Club de São Paulo. Este ano de 1929, que contou com dois eventos fatais, encerrouse, felizmente, sem outras más notícias. Em que pese o risco a que se expunham os aviadores, a Esquadrilha ainda recebeu resposta satisfatória, ao oferecer matrículas no seu

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