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3 - A Viação Aérea São Paulo (V ASP
Inicialmente a empresa teve o apoio financeiro da fábrica do Mate Leão, o que autoriza a supor também houvesse o objetivo de atender os interesses dos ervateiros locais. Não seria, pois, como no aparecimento das outras empresas: um grupo visando a criar um negócio; era um negócio criando uma empresa.
A Lei n.o 468, de 31 de julho de 1937, autorizou o Poder Executivo a contratar as linhas de Curitiba para São Paulo e de Curitiba para Florianópolis, mediante subvenção de dois mil-réis por quilômetro. É interessante aqui observar que, pela primeira vez na história da aviação brasileira, o Congresso autorizava, sem concorrência, a execução de linhas aéreas subvencionadas.
O Aerolloyd adquiriu dois pequenos aviões, absolutamente inadequados ao tipo de serviço naquela região montanhosa e de aeródromos praticamente inadequados, quer por condições de precária construção, quer pelas circunstâncias meteorológicas.
A igual das demais empresas brasileiras, o Aerolloyd aparecera sob o signo das dificuldades, e assim foi até onde a exaustão financeira lhe permitiu.
A subvenção foi aumentada; mesmo assim, dois anos depois, a empresa ainda se defrontava com o insucesso e teve de transferir Suas linhas para uma outra, a VASP, encerrando as atividades aéreas (Decreto n.o 4.812, de 28 de outubro de 1939).
3 - A Viação Aérea São Paulo (V ASP)
Em 4 de novembro de 1933, na capital paulista, um grupo cidadãos fundou uma empresa regional que recebeu o nome de Viação Aérea São Paulo S/A - V ASP. O capital inicial, totalmente subscrito, foi de quatrocentos contos de réis, divididos em duas mil ações de duzentos mil-réis. Elegeuse a diretoria: Heribaldo Siciliano, presidente; Antônio Carlos Couto de Barros, vice-presidente; José Mariano Camargo Aranha, secretário; ·e Fernando Guedes Galvão, tesoureiro. A festa de inauguração da empresa ocorreu uma semana depois, no Campo de Marte, ocasião em que foram apresentados ao público o Bartholomeu de Gusmão e o Edu Chaves, dois aviões tipo Monospar, de fabricação inglesa, que já haviam sido comprados antes da constituição da Sociedade. Logo em seguida à cerimônia de batismo, esses aviões decolaram para Ribeirão Preto e para Uberaba. As duas aeronaves receberam as marcas PP-SPA e PP-SPB no Registro Aeronáutico. Somen te em 31 de março de 1934 o Governo Provisório veio a expedir o Decreto n.o 24.070, que autorizou o funcionamento da VASP. Assim, portanto, a Viação Aérea estivera irregularmente em atividade desde novembro do ano anterior.
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Durante este ano, a VASP funcionou operando apenas os dois aviões Monospar, cuja capacidade era pequena (só levavam três passageiros). No fim do ano de 1934, a frota da empresa cresceu com a compra de um bimotor biplano De Havilland-Dragon, com oito lugares, também de fabricação inglesa.
Ao contrário do que se pode supor, não foi a linha São PauloRio de Janeiro a primeira ligação da VASP: ela começou ligando São Paulo a Uberaba, via Ribeirão Preto, e São Paulo a São José do Rio Preto, via São Carlos. Somente em 1936 é que a empresa iniciou a ligação das duas capitais, operando com dois aviões de fabricação alemã, Junkers 52, que, aliás, se acidentaram justamente na inauguração oficial da linha.
Como aconteceu com as outras três empresas constituídas com capital brasileiro, VARIG, ETA e Aerolloyd Iguassu, dentro em pouco a VASP se viu em dificuldades financeiras. Mesmo com todo o apoio dos seus organizadores e acionistas principais, ela esteve ameaçada de colapso. Nessa altura, o dirigente do Estado de . São Paulo, Armando Salles de Oliveira, emprestou ajuda financeira à empresa, passando porém a ser seu acionista majoritário, saindo a VASP da condição de empresa privada para a de sociedade de economia mista. Elevado o capital social de mil para três mil contos de réis, aumento que foi dividido proporcionalmente entre o Estado e a Prefeitura da cidade, a VASP pôde outra vez fazer face aos seus compromissos.
Da parte do Governo Federal, de quem já recebia. isenções de direitos para compra de combustível e importação de equipamento, recebeu outras ajudas suplementares, como o subvencionamento da linha Uberaba-Goiânia, e a autorização para ficar com as linhas da Aerolloyd Iguassu, que também eram subvencionadas. A V ASP cresceu muito nos anos seguintes e conseguiu aprumarse, apesar das dificuldades. Entretanto, mais do que as dificuldades,
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Fig .. 144 - Monospar da VASP.