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5.5. Psicologia Ambiental

plano horizontal que ele está apoiado. Além do equilíbrio, segundo NEVES (2017), esse sistema está relacionado com o entendimento da escala, das proporções do ambiente com base nas medidas do próprio corpo, podendo haver a sensação de um espaço amplo ou comprimido. Também envolve outras percepções gerais do lugar, como o sentido de direção ao se locomover por um edifício e encontrar sua entrada e saída. Junto ao sistema háptico e visual, ele atribui às pessoas a percepção sobre a tridimensionalidade do ambiente, suas angulações, inclinações e irregularidades.

Como observado, os sistemas sensoriais aqui abordados funcionam em conjunto, no qual um depende do outro para uma experiência mais completa. No ambiente podem ser utilizados diversos artifícios para provocar os estímulos e fazer com que sua atmosfera se conecte com as pessoas e elas se sintam em sintonia com o lugar. Alguns desses artifícios foram abordados na arquitetura biofílica e mostra a conexão que há entre ela e a arquitetura sensorial.

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5.5. Psicologia Ambiental

A psicologia ambiental é o campo da psicologia que estuda as interrelações entre o ser humano e o meio. Dentro desse contexto é analisada a percepção, comportamento e a avaliação das pessoas em relação ao ambiente, que são fatores pessoais, e ao mesmo tempo estão sendo observados os aspectos desse ambiente que modificam a conduta humana. Sendo assim é estudado uma reciprocidade entre pessoa e ambiente, conforme explicado pelo professor doutor em psicologia Gabriel Moser (1998).

Uma das vertentes de formação da Psicologia Ambiental na Europa foi a Arquitetura e não por acaso foi estabelecida uma relação multidisciplinar entre os dois campos, visto que os ambientes são desenvolvidos por arquitetos e influenciam o comportamento humano. A área de psicologia ambiental é complexa, pois envolve múltiplos fatores nessa relação entre o homem e o meio, inclusive dimensões sociais, culturais e temporais.

A psicologia ambiental aplicada à arquitetura é capaz de quantificar fatores subjetivos que fazem as pessoas interpretarem um ambiente como agradável ou desconfortável. A psicóloga ambiental Stephani Robson realizou um estudo

denominado Scenes from a restaurant: Privacy regulation in stressful situations no qual ela observou como o ambiente de um restaurante afeta o sentimento e o comportamento das pessoas. Robson percebeu que as pessoas mais ansiosas se sentaram ao lado de paredes, cantos ou divisórias do restaurante. Isso se justifica pelo fato de que as pessoas sofrem um estresse quando estão expostas a uma situação em que elas perdem o controle sobre o espaço, e as áreas próximas a paredes, cantos e divisórias trazem essa sensação de controle sobre o espaço.

A jornalista Audrey Gray relatou ao portal de notícias Metropolis que com base no estudo de Robson foi até a Walnut Street Café, na Filadélfia com uma lista de avaliação fornecida por Robson, cujos elementos que um lugar aconchegante deveria ter foram: “iluminação natural e janelas do piso ao teto, espaços aconchegantes e pareces curvas, plantas, paleta de cores suave, tratamento acústico, tranquilidade, ventilação natural” (STOUHI, 2020). Esses elementos foram abordados anteriormente sobre a arquitetura biofílica como essenciais para a promoção do bem estar. Gray confirmou com sua própria experiência que a cafeteria era de fato tranquila, aconchegante e que reduzia os níveis de estresse porque possuía as características da lista. A jornalista também constatou a importância do design para as pessoas que sofrem de transtornos mentais como a ansiedade (um problema que afeta também os americanos) e a necessidade dos psicólogos ambientais para que a arquitetura de interiores promova o bem estar através do que ela denominou de “hospitality spaces”. Ela cita o psicólogo clínico Michael Stein ao argumentar que as pessoas buscam conforto em espaços menores por serem considerados mais aconchegantes.

One thing environmental psychologists can offer designers is an ability to quantify what “feels good” so that acoustics, lighting, shapes, and materials— aesthetics—can be employed intentionally. Hospitality spaces, meanwhile, with their high turnover and detailed point-of-sale data, provide researchers with a constantly evolving testing ground for observation, tracking societal trends. Effects on human well-being may be more important than ever now that anxiety disorders afflict 18 percent of Americans and millions more suffer from what clinical psychologist Michael Stein calls “subclinical generalized anxiety.” He cites the recent popularity of weighted blankets as a perfect example of how humans seek comfort in smaller spaces. “We’re wired for coziness,” Stein says.

(GRAY, 2019)

O quadro QDP-Design

O QDP-Design significa Quadro de Diretrizes para o Projeto de Design e foi elaborado pela professora Samantha Moreira (Figura 22). É uma metodologia que auxilia no processo criativo de um projeto e na justificativa das propostas projetuais. Esta ferramenta também contribui para a transformação do conceito em soluções assertivas, e subjetividades em informações objetivas de projeto. Isso porque ele facilita “coordenar, integrar e articular fatores simbólicos, visuais, sensoriais, organizacionais, funcionais para o projeto” (MOREIRA, 2010). Por meio de uma sistematização de informações obtidas com o brifing, o quadro reúne cinco aspectos projetuais que permitem resumir os dados coletados. De acordo com MOREIRA (2010), os aspectos são definidos como:

• Objeto síntese – consiste em definir um artefato que auxiliará na orientação do projeto, podendo contribuir com a significação e ambiência do espaço. • Característica –“designa intenção para a aparência do lugar, a ser percebida pelo usuário. Deve determinar o atributo que caracterize qualitativamente o ambiente em questão, suscitando-lhe identidade e garantindo uma coerência visual.” (MOREIRA, 2010) • Caráter –“propriedade intencional atribuída ao ambiente no que se refere às reações emocionais e estados de humor do usuário na experiência de uso de determinado lugar. Denomina as sensações e sentimentos que o lugar deve provocar no usuário, em concordância com o conceito de projeto.” (MOREIRA, 2010)

• Princípios da ordem e organização – influenciada pelas teorias da Gestalt, consiste em distribuir os objetos pelo ambiente de maneira harmoniosa e equilibrada, cuja composição do conjunto seja coesa e agradável, levando em consideração as necessidades funcionais e emocionais das pessoas.

Esse fator compreende a escala, proporção, equilíbrio, ritmo, ênfase e unidade-variedade. • Elementos de composição do ambiente – contemplam os itens, peças ou partes atribuídas ao ambiente para que ele alcance a ambiência desejada e proporcione sensações intencionadas na experiência com o ambiente, considerando os aspectos simbólicos, culturais, psicológicos e subjetivos

junto aos aspectos físicos, que envolvem o conforto térmico, acústico e lumínico. Os elementos de composição do ambiente são: linha, forma, volume, textura, cor, luz, cheiro e som.

Como visto, o QDP-Design tem uma grande familiaridade com a arquitetura sensorial, pois se preocupa em definir os elementos que irão compor o ambiente, de acordo com as dimensões sensoriais e emocionais. Também se relaciona com a psicologia ambiental porque considera os efeitos psicológicos que a composição do ambiente provocará nos usuários. Esses aspectos atribuem identidade e personalidade aos espaços projetados, o que consequentemente agrega um valor significativo ao resultado final.

Objeto síntese Característica Caráter Princípios da ordem e organização

Elementos da composição Linhas Formas Volumes Texturas Cores Luzes

Figura 22: Modelo do Quadro de Diretrizes para o Projeto de Design (QDP-Design)

Aplicações da psicologia ambiental na arquitetura

Acessos e circulação em edifícios

O livro Lições de Arquitetura de Herman Hertzberger (2015) aborda questões interessantes a respeito da psicologia ambiental. O autor explica que os acessos quando públicos ou privados precisam ser dotados de pistas que intuitivamente façam as pessoas perceberem que se trata de um espaço cujo acesso é livre ou restrito. O mesmo acontece com a articulação de elementos como forma, material, cor e luz que indiquem os graus de acesso em um edifício. Sendo assim, “a escolha de motivos arquitetônicos, sua articulação, forma e material são determinados, em parte, pelo grau de acesso exigido por um edifício” (HERTZBERGER, 2015, p. 19).

NEVES (2017) menciona que a luz é um artifício que direciona as pessoas, pois as pessoas tendem a se locomover na direção da luz. Essa noção espacial que é atribuída ao grau de acesso, também é válida para indicar o caminho, auxiliando o sistema básico de orientação junto à visão, a encontrar as entradas e saídas, bem como as circulações verticais e horizontais. Como afirmado por PAIVA e GONÇALVES (2018):

Ao projetar edifícios complexos, os arquitetos devem se preocupar com a locomoção dos usuários. Os ambientes devem ser bem conectados, e o layout deve ser lógico e de fácil compreensão para todo tipo de pessoa. As conexões entre ambientes devem ter pistas visuais para auxiliar o reconhecimento do pedestre e ajudar os circulantes a entender o que está por vir. Investigações na área de cognição espacial mostram que rotas com menos mudanças de direção tendem a passar a sensação de serem mais curtas. Além disso, são bem mais fáceis de serem memorizadas. Linhas de visão desimpedidas são muito importantes para a formação de um mapa mental de reconhecimento espacial. Sejam elas na vertical (mostrando escadas e elevadores dos vários pavimentos) ou na horizontal. (PAIVA e GONÇAVES, 2018, p. 431)

Territorialidade

No que se refere à territorialidade, HERTZBERGER (2015) sugere que os ambientes precisam oferecer oportunidades de apropriação. Em se tratando de ambientes corporativos, deve haver essa liberdade para que os usuários ornamentem os espaços de acordo com sua vontade e assim se sintam pertencentes àquele lugar. PAIVA e GONÇALVES (2018) corroboram com essa questão de pertencimento ao afirmar que se o cérebro percebe a empresa como o próprio território, isso promoverá um relaxamento, facilitando funções cerebrais como a cognição e criatividade:

Nos locais de trabalho isso [a territorialidade] muitas vezes acaba influenciando até no rendimento profissional. Se o seu cérebro percebe sua empresa como seu território, ele permite que você relaxe, abrindo espaço e liberando energia para outras funções cerebrais, tais como a cognição e a criatividade. Ao contrário, se o seu reptiliano não perceber aquele como seu território, ele vai ficar mais tenso. Se não é seu, significa que é um possível território inimigo e, por isso, seu instinto tem que ficar alerta para detectar qualquer tipo de ameaça. Dessa forma vai ser muito mais difícil se concentrar para executar qualquer tarefa ou usar sua criatividade. (PAIVA e GONÇAVES, 2018, p. 440)

Formas

Estudos apontam que as pessoas têm preferência pelas formas curvas. Segundo PAIVA e GONÇALVES (2018), ambientes que possuem pontas ou quinas causam certo estresse e dificuldade de concentração, pois o cérebro instintivamente entende que as arestas representam um perigo a integridade física, focando em proteger o corpo de um possível acidente e desviando a atenção da pessoa. Já as formas arredondas e curvas incitam a despreocupação, o cérebro relaxa e isso facilita a execução de tarefas.

As pessoas se sentem fisicamente e psicologicamente conectadas com formas simétricas, fractais e que envolvam a proporção áurea. Essa atração e afeição que é sentida, ocorre de maneira inconsciente. “A neuroarquitetura afirma, em linha com a Gestalt, que nossos sentidos percebem de forma não cognitiva essa harmonia arquitetônica derivada do uso da simetria, da proporção áurea e do fractal”. (PAIVA e GONÇALVES, 2018, p. 420). O que significa que as formas, suas proporções e complexidade podem ser utilizadas para causar um efeito positivo nas pessoas.

O volume

Ao projetar espaços, uma questão que se coloca é referente à altura do pé direito. Existem as normas que estabelecem a altura mínima para cada tipo de ambiente, mas há um outro critério que precisa ser levado em consideração que é o comportamento das pessoas com relação a esse pé direito. PAIVA e GONÇALVES (2018) relatam que a altura de um ambiente não afeta somente o comportamento das pessoas, mas também sua criatividade e concentração:

Estudos recentes realizados em universidades do Canadá e Estados Unidos sugerem que a altura do teto afeta não só o comportamento, mas também a habilidade de solução de problemas. Um ambiente com pé-direito alto provoca em nosso cérebro maior sensação de liberdade, estimulando um estado mental mais criativo. Por outro lado, ambientes com baixo pé direito estimulam maior concentração. Estruturas horizontais dão a sensação de movimento, de deslocamento ao longo do espaço e do tempo e, portanto, estão mais associadas ao córtex, área do cérebro responsável por nossas habilidades motoras. (PAIVA e GONÇAVES, 2018, p. 442)

Assim como os ambientes mais horizontalizados transpassam a sensação de liberdade para se movimentar, pois desta forma as pessoas ficam mais dispersas, ao contrário, ambientes menores fazem com que as pessoas contenham sua movimentação, porém esses são mais propícios as pessoas se aproximarem.

Teoria da cor

A mera cor, intocada pelo significado e não aliada à forma definida, pode falar à alma de mil maneiras diferentes. Oscar Wilde

A cor é a percepção visual acerca da luz que é refletida ou absorvida pelos objetos. Cada cor é capaz de provocar sensações e afetar psicologicamente as pessoas, “é uma onda luminosa, um raio de luz branca que atravessa nossos olhos. É ainda uma produção de nosso cérebro, uma sensação visual como se nós estivéssemos assistindo a uma gama de cores que se apresentasse aos nossos olhos, a todo instante, esculpida na natureza à nossa frente”, (FARINA, PEREZ e BASTOS, 2011, p. 7). Essa profundidade de interpretação da cor também é percebida pelo escritor Oscar Wilde (1854 – 1900), ao descrever com intensidade e em poucas palavras a sua visão de cor que pode tocar a alma das pessoas.

A cor pode ser usada para transmitir mensagens, incitar sensações, instigar comportamentos, ajudar na tomada de decisão, chamar a atenção, identificar objetos, empresas e até times de futebol. Há cores que são padrões e expressam um significado simbólico como as que estão presentes na Bandeira do Brasil. O verde que representa as matas e florestas, o amarelo que significa o ouro, grande riqueza do país, o azul que simboliza o céu estrelado, cujas estrelas representam os estados e o Distrito Federal, e o branco que remete ao desejo pela paz.

Para a psicologia, cada cor pode despertar um sentimento nas pessoas. Esse sentimento é singular, pois não envolve a cor isolada em si, mas envolve a interpretação que cada pessoa constrói acerca das cores, conforme a sua vivência e experiências pessoais, positivas ou negativas, mas que são associadas a determinada cor. A figura 23 foi elaborada com base na aula ministrada pela professora Angélica Santana ao curso de Pós Graduação em Arquitetura de Interiores e Paisagismo do

Centro Universitário UNA, na qual apresenta as cores principais e seus efeitos nas pessoas:

COR EFEITO

Vermelho

Laranja

Amarelo

Verde

Azul

Índigo

Violeta

Branco

Preto Impacto visual, alerta, aquece, estimula a circulação sanguínea, paixão, estimula o apetite Socialização, descontração, estimula a digestão, vitalidade, senso de humor, energia Sabedoria, criatividade, prosperidade, estimula a memória e o raciocínio Dualidade entre o impulso ativo e a tendência ao descanso, natureza, equilíbrio, relaxamento, reduz a pressão sanguínea, frescor Simpatia, amizade, harmonia, sedativa, calmante, favorece a comunicação, sonolência Idealismo, percepção, consciência, estimula a visão clara e a percepção realista, a reflexão, profundidade de pensamento Inspiração, lucidez, espiritualidade, ligação entre o amor e a sabedoria, enxergar soluções, estimula a leitura, é meditativa e contemplativa Altruísmo, paz, limpeza, dignidade, reflete as cores, sua intensidade nos ambientes pode gerar a sensação de frieza e estresse Elegância, poder, mistério, luto, renúncia, absorve todas as cores

Cinza

Marrom Neutralidade, maturidade, seriedade, invisibilidade, destaca outras cores Resistência, segurança, ancoramento, se manter na realidade

Rosa Gentileza, suavidade, afetividade, aconchego, bons pensamentos

Figura 23: Tabela de cores e efeitos nas pessoas Fonte: professora Angélica Santana (2020)

A cor também influencia a percepção sobre o espaço no sentido de que a aplicação de cores escuras causa a impressão de que o espaço está comprimido, enquanto cores claras provocam a sensação de um espaço amplo. Esse fenômeno pode ser observado através da figura 24, no qual um ambiente com as mesmas dimensões de largura, altura e comprimento parece ter suas proporções alteradas apenas pelo uso da cor.

Figura 24: Efeito das cores claras e escuras no ambiente Fonte: projetobatente.com.br

Iluminação

A iluminação é um aspecto versátil no ambiente. É utilizada para causar efeitos visuais interessantes e diversificados, pode ser cenográfica, suscitar um clima misterioso, atrair o olhar para alguma parte do ambiente, ressaltar um objeto por meio da claridade ou por meio da sombra gerada pela sua silhueta, ou seja, mais que um caráter funcional, ela pode ser explorada para melhorar a atmosfera de um lugar e gerar efeitos psicológicos e comportamentais desejáveis nos usuários. Um ambiente que possui a iluminação difusa, por exemplo, causa nas pessoas uma sensação enérgica, um estado de alerta e agitação, os shoppings são um exemplo desse tipo de iluminação que vem por todos os lados e faz parecer que o dia está sempre claro,

pois só há a referência dessa iluminação. Enquanto que um ambiente com iluminação mais focada ou indireta provoca uma sensação inversa, de aconchego, acolhimento, serenidade e chega a ser calmante, como é o caso de restaurantes que adotam um conceito intimista. Para cada ambiente é possível transformar a experiência de uso a partir da iluminação artificial e estimular efeitos que sejam coerentes com as atividades do local.

Ciclo circadiano, relógio biológico, sono e vigília

Não apenas os ambientes construídos afetam o comportamento das pessoas. No ambiente natural a variação de luz influencia o ritmo das pessoas ao longo do dia. As células que compõem o núcleo supraquiasmático, conhecido como o relógio biológico, tem relação com o sistema visual e está sincronizada com o ritmo circadiano ou ciclo de um dia do ser humano, no qual são ativados no corpo os mecanismos de vigília ao nascer do sol e de sono ao sol se pôr. É preciso se atentar à essa questão ao propor a iluminação artificial para os ambientes, pois este é um dos fatores que pode interferir na regulação normal do organismo. E qualquer interferência nesse funcionamento pode afetar a cognição e a memória, além de acarretar problemas de saúde como depressão, doenças neurodegenerativas, distúrbios metabólicos e inflamações.

6. ESTUDO DE CASO

Figura 25: Adesivo de mosca no mictório Fonte: www.arquiteturarh.com.br

A seguir serão apresentados estudos de caso sobre como mudanças simples em elementos que compõem os espaços transformam o comportamento das pessoas, o que é conhecido pelo termo nudge, como é o caso do mictório com o desenho de uma mosca e a escada-piano, além de espaços corporativos do CitiBank, Nubank e Letras que se apresentam como exemplos práticos de como a arquitetura pode melhorar a experiência de interação dos usuários com o ambiente de trabalho.

A mosca no mictório

O Aeroporto de Schiphol apresentava um problema com os banheiros masculinos, pelo fato de que os usuários miravam de forma incorreta ao realizarem suas necessidades fisiológicas nos mictórios. Uma solução que envolve a psicologia comportamental foi adotada para solucionar esse problema, o adesivo de uma mosca na parte interna do mictório. A escolha da mosca serve como um alvo que instintivamente os homens queiram atingir. A localização da mosca também não foi aleatória, visto que a maioria dos homens é destro e o órgão genital se inclina um pouco para a esquerda ao urinar. Foi considerada também uma posição em que o líquido ao ser expelido no mictório não gerasse mais respingos. Sendo assim, a mosca foi descentralizada para a esquerda no mictório (Figura 25). Essa solução melhorou a usabilidade da peça sanitária e reduziu gastos com a limpeza que passou a ser menos frequente, como apontado por David Halpern, diretor da Behavioral Insights Team no Reino Unido. Esse artifício por se mostrar eficaz foi adotado em banheiros masculinos de outros espaços públicos situados em diversas localidades do mundo todo.

A escada piano

Outra intervenção que foi capaz de mudar o comportamento das pessoas é a escada-piano, ideia implantada na saída do metrô de Hangzhou na China. Essa ideia surgiu do projeto The Fun Theory, cuja iniciativa é da empresa sueca DDB Stockholm em parceria com a Volkswagen. Nesse experimento social, o propósito era desenvolver uma solução que fizesse as pessoas usarem mais a escada convencional do que a escada rolante, incentivando a prática de exercício físico. Esse projeto foi utilizado como exemplo por NEVES (2017) para ilustrar uma experiência musical que estimula o sistema auditivo. Segundo a autora, “dois terços a mais das pessoas optaram por subir a escada piano, em vez de usar a escada rolante.” (NEVES, 2017,

p. 87). Essa iniciativa foi adotada na estação de trem de Osasco, em São Paulo, no ano de 2013, como é possível visualizar na figura 26, surpreendendo os usuários ao transformar o simples ato de subir e descer uma escada em algo divertido e atrativo.

Figura 261: Escada Piano em Osasco, São Paulo Fonte: fallecriativo.wordpress.com

O edifício do CitiBank

O edifício do CitiBank (Figura 27) localizado na Av. Paulista teve o projeto desenvolvido pelo arquiteto Gian Carlo Gasperini, Escritório Croce e Aflalo & Gasperini Arquitetos. Nesse edifício é utilizado um sistema acústico sofisticado, as janelas são de vidro com tratamento que evita o ruído externo, biombos de madeira com espuma são usados como divisórias e isolam o barulho interno entre os ambientes, o forro é de chapa metálica perfurada que ajuda a absorver o som (Figura 28). No entanto, esse sistema de isolamento acústico poderia tornar os ambientes muito silenciosos e interferir na privacidade dos usuários ao dialogarem, pois as conversas poderiam ser ouvidas por outras pessoas no mesmo espaço. Sendo assim, foi pensado em utilizar o ruído que é emitido pelo ar condicionado para imitar o barulho de chuva, através de um sistema de mascaramento eletrônico por alto falante que foi

colocado sobre o forro na saída do ar condicionado, conforme mencionado por Raissa Neves na dissertação de mestrado em arquitetura e urbanismo (2002). Este é um exemplo do uso de tecnologia para transformar algo inconveniente em um estímulo sensorial agradável aos ouvidos, além de o ruído se fundir com as vozes do ambiente, garantindo a privacidade dos usuários.

Figura 27: Edifício Citibank na Av. Paulista Fonte: aflalogasperini.com.br

Figura 28: Vista do pavimento tipo Fonte: FASANELLA, 2015.

Figura 29: Pavimento tipo do edifício Citibank Fonte: FASANELLA, 2015.

Os pavimentos do edifício seguem um dos princípios modernistas que é o da planta livre, na qual as circulações verticais se concentram em um dos lados longitudinais do edifício, flexibilizando as possibilidades de layout sem interferência da estrutura, na qual há apenas quatro pilares internos e o restante foi distribuído ao longo da silhueta do edifício e da caixa de circulação vertical (Figura 29). Desta forma, foi adotado o conceito de landscape office, ou escritório de plano aberto, geometria irregular e circulação orgânica por meio do mobiliário e arranjo interno. Os ambientes possuem ilhas que seccionam os departamentos e permitem que os usuários se apropriem de um espaço entendido como seu na empresa.

Sede do Nubank

A sede do Nubank é um edifício de oito pavimentos em São Paulo. No pavimento térreo há um café, um auditório para reuniões internas e eventos externos, e uma piscina de bolinhas roxas, que é a cor que representa a empresa. Este é um espaço aberto para a visitação de clientes e a piscina é utilizada tanto pelos funcionários quanto pelos clientes (Figura 30). Esta é uma ideia lúdica, que lembra a infância, é relaxante e auxilia nos momentos de descontração.

Figura 30: Piscina de bolinhas do Nubank Fonte: blog.nubank.com.br

Há na empresa um ambiente denominado day one, que é uma cozinha e espaço para relaxar com mesa de sinuca, ping pong, vídeo game. Por ser um espaço compartilhado, todos os usuários são responsáveis por manter a sua limpeza e conservação, conforme informação do blog da Nubank. (Figura 31)

Figura 31: Day One da sede da Nubank em São Paulo Fonte: blog.nubank.com.br

As áreas de trabalho são confortáveis e acolhedoras, pois há plantas, cores calmantes, sofás e poltronas, e ampla abertura para iluminação natural (Figuras 32 e 33). Assim como as estações de trabalho são livres para uso e personalização, trazendo o sentimento de pertencimento ao espaço de trabalho (Figura 34). O ambiente também favorece a criatividade, a interatividade e a dinâmica entre as equipes devido à adoção do conceito open office, no qual não há barreiras físicas que separem os espaços, conforme o blog da Nubank nem o CEO da empresa tem uma sala fechada. Além disso, o pé direito alto atribui a sensação de amplitude ao lugar. Considerando a necessidade de exercer a criatividade nos funcionários, o espaço atende ao que é requisitado com essa amplitude, conforme afirmado por PAIVA e GONÇALVES (2018):

Em ambientes corporativos, equipes que tenham seu trabalho voltado para alguma área criativa não devem ficar confinadas em salas pequenas. Já pessoas de áreas mais técnicas, estas sim, estariam bem locadas em ambientes mais restritos, onde poderiam se concentrar melhor.

(PAIVA e GONÇAVES, 2018, p. 442)

Figura 32: Ambiente aconchegante de trabalho do Nubank Fonte: blog.nubank.com.br

Figura 33: Área de trabalho do Nubank Fonte: blog.nubank.com.br

Figura 34: Estação de trabalho da Nubank Fonte: blog.nubank.com.br

Figura 35: Quadra esportiva na cobertura da sede do Nubank Fonte: blog.nubank.com.br

As instalações do Nubank também contam com área de amamentação para as funcionárias que são mães ao levarem seus filhos pequenos no local de trabalho tenham onde amamenta-lo, espaço zen para momentos de tranquilidade, biblioteca para estimular a leitura e na cobertura do edifício há uma quadra para a prática de esportes (Figura 35). A empresa segue uma tendência nova de espaços corporativos como a Google, que preza pela humanização dos ambientes e inclusão de áreas voltadas para o relaxamento, descompressão e divertimento, pois isso contribui para a melhoria da produtividade e criatividade dos funcionários, além de reduzir o estresse no local de trabalho. Sede do Letras

A sede do Letras, o site de busca de músicas, fica inserido em Belo Horizonte, ocupando uma área de 500 m² e possui espaços abertos e compartimentados (Figura 36). A paleta de cores tem tonalidades vibrantes de verde, laranja e roxo, que representam a empresa. Suas instalações contemplam uma estação de trabalho com um forro em mangueirinhas de PVC na cor verde que remetem à natureza e deixam o espaço mais dinâmico (Figura 37). Na área de trabalho há um espaço de descanso integrado e próximo das janelas (Figura 38). Nas circulações há um jogo de luzes que transformam uma simples área de transição em uma experiência visual dinâmica junto ao painel de mangueiras que pelo toque causam uma sensação agradável e maleável (Figura 39). A cozinha tem janela em fita

Figura 36: Planta baixa da sede do Letras em BH Fonte: www.archdaily.com.br

ao longo de seu comprimento que permite a visão para o exterior, e possui assentos individuais e bancos coletivos com almofadas que trazem um aconchego ao espaço juntamente com a madeira que é um dos materiais predominantes de todos os ambientes (Figura 40). Na sala de reuniões por haverem materiais que refletem as ondas sonoras como o vidro e própria madeira, o forro e a parede da TV se unem em um só material perfurado para absorver o ruído e tornar mais confortável o uso do espaço (Figura 41). Nota-se pela planta que há salas de reuniões que se separam da área de trabalho para garantir um nível de privacidade a depender do uso.

Figura 37: Estação de trabalho aberta Fonte: www.archdaily.com.br

Para conectar as pessoas com a natureza, há um amplo jardim na parte externa da edificação que serve para o relaxamento, a contemplação e a descompressão, um momento em que os funcionários podem deixar a área de trabalho e entrarem em uma outra atmosfera cercada por plantas e sombreamento, além disso essa área garante uma visão para a cidade. (Figura 42)

Figura 40: Área de refeições Fonte: www.archdaily.com.br

Figura 40: Sala de reuniões Fonte: www.archdaily.com.br

Figura 38: Área de descanso na estação de trabalho Fonte: www.archdaily.com.br

Figura 39: Circulação da sede do Letras Fonte: www.archdaily.com.br

Figura 42: Jardim externo da sede do Letras Fonte: www.archdaily.com.br

Como visto, na contemporaneidade tem sido adotada uma nova postura para os ambientes corporativos e institucionais. As estações de trabalho seguem um conceito aberto com flexibilização de usos. Há instalações que vão além do trabalho e visam o relaxamento, a descontração, a reposição de energias. Os espaços têm se tornado mais humanizados com o uso de elementos naturais como a iluminação, a vegetação e a madeira. O efeito sonoro que remete a natureza também traz um conforto auditivo e a tranquilidade. Todos esses aspectos visam a qualidade de vida no ambiente de trabalho que consequentemente melhora o desempenho das pessoas e contribui para o crescimento das empresas.

No cenário atual que envolve a pandemia ocasionada pelo coronavírus, tem se tornado frequente a realização do trabalho em home office, medida adotada para evitar a disseminação do vírus no local de trabalho. No entanto, alternativas que visem o retorno dos funcionários a esses ambientes estão sendo pensadas por arquitetos e designers, como o uso de divisórias acrílicas nas estações de trabalho, definição de rotas de circulação, disposição dos assentos de forma alternada, para que haja um distanciamento entre as pessoas. Nesse sentido, os projetos voltados para esse setor

precisam ser pensados em prol de soluções que visem a segurança das pessoas e a prevenção ao contágio, mas sem enfatizar essa sensação de vazio e isolamento.

7. O FUTURO DA NEUROARQUITETURA

Diante de toda a pesquisa realizada, o futuro da neuroarquitetura parece promissor. Ao imaginar as possibilidades, Lent (2010) se adianta:

Imagine se você pudesse tomar um comprimido um pouco antes de uma prova, que a fizesse lembrar todo o conteúdo da matéria com a rapidez de um raio. Imagine se fosse possível controlar o comportamento de um psicopata, colocando em seu cérebro um chip capaz de inibir suas manifestações de extrema agressividade. Imagine se uma pessoa paraplégica, cadeirante, pudesse utilizar o próprio pensamento, através de um computador, para direcionar a cadeira de rodas e locomover-se livremente pela casa ou pela rua. Imagine se fosse possível prognosticar ao nascimento, pela análise do seu genoma, se você seria propensa a desenvolver grave doença neurodegenerativa quando se aproximasse dos 50 anos.

(LENT, 2010)

Com o aperfeiçoamento das neurotecnologias, conhecidas como tecnologias convergentes NBIC (nano-bio-info-cogno), a união entre a tecnologia da informação, a biotecnologia e as ciências que influenciam nos processos cognitivos, será possível interferir nas atividades cerebrais para conter comportamentos psicopáticos, evitar doenças mentais, melhorar a memória e permitir o controle de equipamentos à distância através do próprio cérebro.

Estreitar a interação entre o homem e o ambiente, no qual o ambiente se torne a extensão do corpo humano pode ser uma especulação a longo prazo. O que permite explorar a possibilidade de haver uma simbiose entre o organismo e a tecnologia, o natural e o artificial, o espontâneo e o programado.

Na era das grandes inovações tecnológicas como das casas inteligentes, dos animais robóticos, da inteligência artificial, da cibernética, da nanotecnologia, da realidade aumentada, dos carros autônomos, entre outras, é possível imaginar que daqui há décadas os ambientes poderão ser automatizados e controlados através de um sistema de interação humano-ambiente responsivo.

Esse sistema poderia consistir em leitores cerebrais dos níveis conscientes e inconscientes da mente coletando informações sobre a percepção do organismo humano acerca do espaço em que ocupa para enviar à uma central de comando e controle implantada no ambiente que, por sua vez, distribuiria as funções para os componentes automatizados do espaço, e estes realizariam alterações como na temperatura, iluminação, som, e outros fatores ambientais, enquanto sensores presentes no espaço confirmariam as ações e retornariam o feedback para a central. Todo esse processo teria o propósito de tornar a interação do homem com o espaço mais estreita, a qual ambos estariam conectados e o espaço seria visto como uma continuidade do corpo.

Considerando que o sistema sensorial humano é apenas receptivo, a exceção dos ouvidos que podem emitir algum ruído, essa tecnologia seria capaz de estar em sintonia com as informações que os órgãos sensoriais enviam à mente, podendo intervir no espaço por meio de um processo sistematizado como o que foi explorado, proporcionando uma experiência sensorial significativamente sublime.

Esse é um ensaio do que poderia vir a ser o futuramente a neuroarquitetura, no entanto, na atualidade já é explorado o futuro da arquitetura com revestimentos e mobiliário tecnológicos e inteligentes.

Ao visitar o imaginário de possibilidades, a arquitetura de interiores tem um caminho de grandes avanços pela frente e os usuários poderão se beneficiar desses avanços nas próximas décadas. Entretanto, é necessário ter cautela para não extrapolar os limites da neuroética.

8. CONCLUSÃO

A neuroarquitetura, embora seja um termo recente, já era experimentada antes de forma empírica, por profissionais da arquitetura e do designer na tentativa de definir as escolhas projetuais com base em como as pessoas reagiram às decisões em um momento similar ou por observações no dia a dia da profissão. No entanto, com o surgimento da neurociência, esse processo está sendo melhor explorado, por envolver estudos científicos fundamentados em análise da atividade cerebral frente aos estímulos percebidos, o que transpassa maior confiabilidade nas informações que são apresentadas.

Com tudo o que foi exposto, é evidente que o que torna cada pessoa única para além de suas características físicas é a mente. Por isso, a tarefa de desenvolver projetos de arquitetura e design deve incluir um olhar singular para cada pessoa, considerando suas especificidades, sua vivência, seu repertório de vida.

Em um ambiente corporativo ou institucional a tarefa se torna mais desafiadora, pois várias pessoas estão envolvidas na utilização desses espaços. Além do cliente que contrata o arquiteto ou designer, tem os funcionários que trabalham na empresa e geralmente são os que permanecem mais tempo no local de trabalho, tem os clientes desse cliente e a responsabilidade em conceber ambientes com a imagem que a empresa deseja transmitir à eles, e ademais existem os fornecedores, office boys, entregadores de encomendas, acionistas, visitantes, estagiários entre outros. Sendo assim, o projeto precisa ser pensado considerando não somente o perfil do cliente que contratou o serviço, mas o perfil de todas as pessoas que serão afetadas pelo projeto.

Portanto, foi constatado que a neurociência ao estudar a relação do homem com o ambiente tem muito a contribuir com a arquitetura ao elucidar questões acerca do funcionamento da mente humana e como o ambiente é capaz de transformar o ser humano tanto comportamental quanto emocionalmente. A arquitetura biofílica, a arquitetura sensorial e a psicologia ambiental têm se mostrado interligadas com a neuroarquitetura, pois compartilham um propósito em comum que é o entendimento acerca de como as pessoas reagem aos estímulos que há no ambiente, avaliando sua experiência multissensorial. Essa compreensão é a chave para proporcionar uma arquitetura de interiores cada vez mais humana e de reconexão com a natureza.

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