Revista Fadesp / 4 ed. - 2021

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INSTITUCIONAL

Por Brena Marques Foto: divulgação

Lei Aldir Blanc incentiva cultura no Pará

Somente pela FADESP, a lei de auxílio emergencial à cultura contemplou 139 projetos indígenas e afro-brasileiros da região. A Lei Aldir Blanc tem como objetivo fomentar trabalhadores do setor cultural, por meio de auxílio emergencial, para diminuir os impactos sociais e econômicos sofridos pelos artistas e agentes da área, durante a pandemia da Covid-19. A Secretaria de Estado de Cultura do Pará (SECULT), em parceria com a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (FADESP), divulgou dois editais: Culturas indígenas e afro-brasileiras, contemplando valores entre R$ 10mil e R$ 40mil. O professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) e coordenador técnico dos dois editais pela FADESP, Flávio Barros, afirma a importância da valorização da produção cultural paraense, através dos editais, em específico desses grupos. “Historicamente, esses coletivos foram e são negligenciados em termos de políticas públicas de fortalecimento de suas culturas, que são tão ricas e fundamentais para o estado do Pará, o qual deve valorizar e proteger esse patrimônio cultural material e imaterial”, ressalta. Ao todo, foram 40 prêmios para o edital de culturas indígenas e 99 para o edital de cultura afro-brasileira, permitindo apoio para várias atividades, como produção de artesanatos; fortalecimento da

cultura alimentar; divulgação de expressões culturais como festas, danças, cantos, histórias e rituais; combate ao racismo, preconceitos e intolerância religiosa; dentre outras. “A cultura está presente em todos os territórios, ou seja, no interior das florestas, rios, mangues, nas várzeas, aldeias, quilombos, terreiros, cidades, bairros e periferias”, afirma Barros, ao dizer que o estado do Pará conseguiu driblar desafios, em face de sua extensão de dimensões continentais e por ser geograficamente complexo, em que as condições materiais, de logística, de transportes, escoamento e comunicação são distintas, a depender da região. “Considerando esse aspecto, nosso estado saiu na frente, uma vez que ampliou a visão da cultura, valorizando a diversidade, os territórios, os modos de saber, criar e fazer dos povos indígenas, comunidades tradicionais, e coletivos afro-brasileiros. ”, disse. O resultado foi satisfatório, houve muito engajamento entre os premiados e as equipes que acompanharam os projetos, desde o início das contratações, até a entrega dos relatórios de atividade. “Sem esse acompanhamento de perto, dadas as condições de logística e comunicação (falta de energia elé-

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trica, ausência de internet, rede de telefonia precária) e especificidades dos grupos sociais (sociedades de tradição oral, cosmologias específicas, tempo da natureza, tempo do santo), todo esse trabalho com resultados fantásticos não teria sido possível”, conta Flávio. Cerca de 99% dos premiados cumpriram com a entrega dos relatórios, um resultado considerado excelente pelo coordenador, que ainda agradeceu todos que ajudaram na coordenação. “O time de consultores ad hoc, formado por professores doutores e a equipe de colaboradores, foi fundamental nesse processo. Os profissionais da FADESP, e da Secult, também foram essenciais para que nossos propósitos fossem alcançados com êxito”, finaliza.

Professor Flávio Barros


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