Pandemia pelo Covid-19
Gestão Médica na Saúde Suplementar: Estratégias em tempos de Crise Desta vez o assunto deste artigo não será apenas a Urologia, mas aventura-se a citar toda a nossa medicina. A Pandemia pelo Coronavírus (Sars-CoV-2) impôs mudanças profundas aos prestadores de serviços de saúde suplementar. Desde grandes atores deste mercado, como Operadoras de planos, até pequenos prestadores, como clínicas e laboratórios, todos foram obrigados a se adaptar aos “novos tempos”. Entre vários aspectos, os pacientes buscaram menos os serviços de saúde eletivos (consultas, tratamentos odontológicos, realização de exames de rotina), ora por orientação dos decretos governamentais, ora pelo próprio temor dos pacientes diante do risco de contágio pelo vírus. Sob o ponto de vista de Gestão, realidades distintas e muitas vezes críticas foram experimentadas pelos vários stakeholders da saúde suplementar. O objetivo deste artigo é pontuar algumas observações apreciadas nes-
sobrevivência e sustentabilidade destes
ram os serviços prestados e realocaram
pequenos prestadores, e, sob a ótica
os recursos naqueles processos que eram
da Gestão de Crise, a criação de times
realmente fundamentais. Ainda, realiza-
que atuaram como comitês gestores foi
ram o re-agendamento de procedimentos
uma estratégia técnica fundamental. A
eletivos conforme o rankeamento clínico
seguir, exemplificam-se cinco de alguns
e a disponibilidade de materiais e demais
dos times entendidos como essenciais:
serviços terceirizados (alguns hospitais estiveram temporariamente fechados);
te processo. No universo dos pequenos prestado-
Financeiro-Sustentabilidade: este
res de serviço de saúde (clínicas médi-
grupo teve como objetivos checar e pro-
Pessoal-Rh e Marketing: o time de Rh
cas/odontológicas/fisioterapêuticas e
visionar as reservas financeiras; avaliar e
trabalhou o bem de maior valor em uma
serviços de apoio diagnóstico) verificou-
adequar estoques; prever possíveis ina-
empresa: as pessoas. Este promoveu o
-se a queda do número de atendimen-
dimplências; revisar e ajustar os custos,
controle de saúde dos funcionários, in-
tos e por conseguinte a queda da sua
despesas e gastos; renegociar contratos;
formando-lhes periodicamente sobre o
principal fonte de receita. Adicione-se,
avaliar o fluxo de caixa e a necessidade
comportamento da pandemia, esclare-
como fator complicador, a dificuldade
de empréstimos (salutares);
cendo-lhes e orientando-lhes sobre os cuidados e a prevenção. Ainda, realizou
na aquisição de insumos médico-hospi-
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talares (luvas, máscaras, álcool em gel,
Operação e Processos: os times de
o monitoramento daqueles pacientes
etc), que, além de escassos, tornaram-se
operação e de processos foram funda-
que aguardavam atendimento, infor-
demasiadamente caros (lei da oferta e
mentais para as empresas. Estes efetu-
mando-lhes sobre os desdobramentos
procura). Neste cenário de queda de re-
aram mudanças nos perfis operacionais
da pandemia e sobre os novos modelos
ceitas e provável aumento de despesas,
adequando-os à “nova” realidade: im-
e protocolos de atendimento (como tele-
alternativas e soluções de Gestão foram
plementaram a telemedicina/teleaten-
medicina), além de ter mantido regime
aplicadas afim de se manter o equilíbrio
dimento e o home-office; promoveram a
de plantão para os mais necessitados.
e superar a crise. Alguns movimentos
redução de circulação de pacientes (di-
Aos colaboradores, foi ofertada a pos-
foram entendidos como decisivos na
minuindo o risco de contágio); reavalia-
sibilidade de home-office, bem como
Revista Saúde | Abril . 2021 | rsaude.com.br
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