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A superpotência da maricultura

Juntos, Florianópolis e região se converteram no único pólo estruturado do Brasil de produção de moluscos e algas, fazendo com que Santa Catarina seja responsável por mais de 95% da produção nacional

Texto: Fabi Fonseca

Santa Catarina é um Estado que sempre foi além de suas belezas geográficas, praias, festas regionais e seus mais de 95.730,684 km²: ela é referência em piscicultura. Sabe como?

Com produção de tilápia, pangasius e muitas outras espécies de pescado, Santa Catarina aumentou 1,3% sua produção de peixe de cultivo em 2022 e ocupa atualmente a 5ª posição no ranking do País após somar 54.300 toneladas, conforme dados do Anuário da Piscicultura 2023 da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR). Mas, apesar do destaque na piscicultura, o Estado é referência de produção no País na maricultura quando o assunto é malacocultura – criação de moluscos, ostras e mexilhões - e algiculturacultivo de alga.

Dados do Observatório Agro, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) evidenciam com o Estado puxa a dianteira nacional em um segmento tão pouco explorado.

Conforme a Epagri, Santa Catarina, em 2021, totalizou 30.749 produtores que, juntos, foram responsáveis por 49.946 toneladas de produção aquícola, um salto de 3,3% em relação ao ano de 2020. Na divisão por grupos, os peixes lideram com 80,3% do total, seguido por moluscos (19,3%) e camarões (0,4%). No geral, a produção de moluscos catarinenses naquele ano foi de 11.978 toneladas (queda de 26,3% ante 2020 e uma quebra na sequência de quatro anos em ascensão da atividade).

Moluscos, algas, peixes e cia: a aquicultura em expansão

Considerando o cultivo de algas e animais aquáticos, a aquicultura mundial vem avançando significativamente nos últimos anos e, além da produção de alimentos nutritivos para humanos e versáteis para outras finalidades, também ganha importância para a geração de emprego e renda em diversos países. Dados mais recentes da State of The World Fisheries and Aquaculture (SOFIA 2022), relatório da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO/ONU), mostram que a pesca e a produção aquícola atingiram um recorde histórico de 214 milhões de toneladas no ano de 2021, sendo que 178 milhões de toneladas foram de animais aquáticos e 36 milhões de algas.

Apesar de um resultado contido pelos reflexos da pandemia global da Covid-19, a aquicultura mundial cresceu 5,7% na soma do cultivo de algas e animais aquáticos, alcançando um volume de 122,6 milhões de toneladas em todo o mundo.

No Brasil, a última Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também mostra o avanço da aquicultura, que saltou 0,9% em 2021 e totalizou 559 mil toneladas de peixes. Já a produção de moluscos registrou uma queda de 30,9% no volume, totalizando 10,9 mil toneladas no ano. E a produção de sementes de moluscos (ostra, mexilhão e vieira) somou 25,7 milhões de unidades, uma queda de 5% ante 2020.

Com 214 milhões de toneladas no ano de 2021, dados da Sofia representam um incremento de 3% no volume total anterior de animais aquáticos e 36 milhões de algas no ano de 2019.

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