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Homenagens dia das Mamães
le Vale Encantado. Cidade Poema, como agora lhe chamavam. - Mãezinha – disse – vou ali com a Bolachinha e já volto. Preciso de arejar. - Porquê Luizinho? – perguntou a mãe que não deixou que escapasse um ar de desconfiança sobre ele. - Apenas para ver se fico um pouco melhor, como disse, acordei mal disposto. Condescendente e para não frustrar as suas expectativas, a mãe concordou: - Vai lá, mas não vás para longe, hoje é dia de regressar. O evento de Tarouca Vale a Pena já foi – sorriu – está tudo de regresso a casa. Ficamos um pouco mais,mas agora chegou a hora de seguir viagem. - Vou apanhar fresco ar, Vem comigo, minha amiga, Talvez que ao caminhar Já não sinta esta fadiga O dia esta tão escuro! Será que ainda vai chover? Talvez um pouco de ar puro Me traga para comer Esgueirou-se pela rua A correr e a saltar E aBolachinha até sua Por com tanta pressa andar - Tem cuidado, Bolachinha, Trata o moço com carinho Essa dor de cabecinha Deu cabo do meu menino - Coisas deles,com certeza, Disse espreitando a janela Como é linda a natureza Nesta terra doce e bela Mas Luizinho já quase não ouvia as admoestações da mãe, já ia bem distante à procura de comprar o Lenço para sua mãe. Entrou na loja e perguntou: - Bom dia. Pode dizer-me por favor
quanto custa aquele lencinho que está ali no manequim? - Bom dia meninos.Que linda a tua maninha. Como te chamas. Não me digas que também vieste à festa do fim-de-semana, de poesia, creio. Uma das poetas? - Não – sorriu – não somos poetas. A mãezinha, sim, escreve que é um sonho. Ela diz que não é poeta, apenas uma alma sonhadora a vaguear pelo universo. Se calhar é por isso que estou aqui hoje, andou por aí a deambular nas suas poesias e criou esta figurinha estranha que está aqui a olhar para si, a que agora chamam Bolachinha – disse, sorrindo. - Bem, vamos lá ao preço do tal lencinho. Quinze euros. - Ó - exclama Luizinho – não tenho dinheiro que chegue. Queríamos oferecer esse lenço a mãezinha. Hoje é o dia das mães. Que pena. O que vamos fazer Bolachinha? O dinheiro não chega. A porta abre-se e entra um dos muitos personagens do evento. Ficara também um pouco mais para que a Ana Borges lhes mostrasse as maravilhas da região? Não, era ela mesmo, a Ana Borges, em pele e osso. - O que fazem aqui, meninos? - Viemos comprar um lenço para oferecer à mãezinha. É o dia da mãe. Mas… Bem, temos que ir. -Hei, onde vão a correr? Disfarçadamente, dá indicação ao balconista que embrulhe o lencinho. - Tomem – disse no fim – a minha prenda para vós, vão e ofereçam à vossa mãe. Não lhe digam que vos ofereci.
Lá se foram sem demora E com que pressa eles vão Não pode chover agora Bolachinha, dá-me a mão! - Não podes ficar molhada Vá, estamos a chegar Bolachinha atrapalhada Já nem pode respirar
- Levem o lenço a mãezinha Ofereço com prazer Tem cuidado, Bolachinha Vão que está quase a chover
Dia da Mãe, um dia que nunca vão esquecer. Para trás, aquele Vale Encantado, a Ana Borges, o lenço da mãezinha, lenço bicolor e os olhos de Ana Borges, cujo carinho e amizade nos proporcionou um momento que ficará para sempre gravado nos seus corações.
Obrigada minha amiga Como posso agradecer No correr da minha vida Não mais a vou esquecer
E na janela a mãezinha Ao bondoso Deus rezava - Vá, afasta a nuvenzinha E guia-os pela estrada - Mãezinha, chegamos, ajuda a Bolachinha que está cansada e quase não consegue respirar. Leva-a para dentro e senta-a no sofá a descansar. Qual quê? Bolachinha, assim que se viu em casa, arrebitou e logo correu para os braços da mãe que abraçou com um carinho inusitado. Queria ver brilhar os olhos da mãe quando abrisse o embrulho com esse lencinho lindo que lhe trouxeram, queria vê-la sorrir de alegria e felicidade. - Toma, querida Mãezinha Vê se gostas, bicolor! - Luizinho, Bolachinha, Que lindo gesto de amor! A lágrima peregrina Logo dos olhos saltou E em Luizinho e Bolachinha Depressa se evaporou - Vamos, vamos p’rá cozinha Vamos fazer um lanchinho, Luizinho, Bolachinha Vamos lá, quero um beijinho
www.divulgaescritor.com | maio 2018
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