Cartilha do Seminário de Educação Infantil

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Seminário da

Educação

Infantil

Mas, os problemas não começaram com a pandemia... A chegada do coronavírus teve impactos severos nos serviços públicos de todas as áreas. Mas, a realidade é que a crise que vivenciamos hoje é também reflexo da série de ataques que diversas áreas vêm sofrendo, inclusive a educação. Precarização, privatização, PSS, reforma administrativa, reforma trabalhista... os ataques são variados, mas o resultado é sempre o mesmo, a séria ameaça à continuidade dos serviços públicos, o que inclui a educação pública de todos os níveis. A educação infantil é um alicerce primordial para a aprendizagem e desenvolvimento das crianças. É através da educação que são im­pulsionados novos conhecimentos e o desen­volvimento da criança. Mas, parece que por aqui nossos políticos insistem em fechar os olhos para a importân­ cia do ensino de qualidade nessa faixa etária e cada vez mais tomam medidas que preju­dicam a qualidade da educação infantil. É importante retomar os ataques dos últimos anos para não esquecer aqueles que querem o desmonte dos serviços públicos. Em 2019, na tentativa de apaziguar as manifestações e mentir para a população, o presidente Jair Bolsonaro e seu então secretário da educação, Abraham Weintraub, esbravejaram aos quatro cantos que utilizariam das verbas cortadas do ensino superior para investimentos na educação básica. O que aconteceu na realidade foi justamente ao contrário, os cortes aconteceram em todas as áreas sendo a educação básica a mais afetada com os cortes em programas de apoio à educação e infraestrutura.

O Programa Dinheiro Direto nas Escolas (PDDE) não teve repasse do governo federal, foram mais de R$ 399 milhões perdidos pelas escolas do país. O Programa Proinfância que financia a construção de creches municipais só recebeu 13% das verbas totais se comparado ao ano de 2018. Já o programa Mais Alfabetização não havia recebido nenhuma verba até julho de 2019, ao contrário dos R$183 milhões aplicados em anos anteriores. Ao todo, o plano maléfico de Bolsonaro congelou mais de R$ 2,4 bilhões de investimentos em programas da educação básica. Em 2020 não foi diferente: o governo federal anunciou o corte de mais de 50% do orçamento de apoio à infraestrutura na educação básica. Agora, em 2021, os cortes continuaram. O orçamento do ministério da educação reduziu ainda mais 18,2%, corte que atinge todas as áreas da educação A verdade é que a educação não é prioridade do governo: nos dois primeiros anos do governo Bolsonaro, os investimentos do Ministério da Educação foram os menores desde 2010 e, claro, que a educação básica também foi impactada. O projeto de sucateamento da educação imposto pelo governo federal e seguido à risca por Greca tem somente um objetivo: acabar com a educação pública e de qualidade para entregar as escolas e CMEIs nas mãos da iniciativa privada. Utilizando a corrupção como cortina de fumaça, o sistema defendido pelo governo federal é de que o ensino público deve ser privatizado através do sistema de vouchers. Ou seja,

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