w
1. O Português L2 para alunos surdos: um desafio metodológico
Pr
ev
ie
As diversas investigações que têm vindo a ser feitas, em termos internacionais e nacionais, mostram de forma inequívoca a relação bilateral entre consciência fonológica e decifração leitora. No caso português, o Plano Nacional do Ensino do Português (2005-2008) confirmou a importância do conhecimento explícito da oralidade para uma fluência leitora e escrita. Um treino precoce que leve as crianças a identificar, segmentar e manipular as unidades sonoras da língua prediz um futuro bom leitor e, consequentemente, ao compreender as relações não-unívocas entre fonema/grafema, um aluno capaz de uma ortografia escorreita. O Português, como língua opaca que é, precisa de um destro reconhecimento auditivo e uma afinada discriminação dos sons da língua para que o aluno seja capaz de transpor a forma sonora para a forma gráfica e vice-versa. Perante tal assunção teórica e didática, como ensinar uma língua oro-auditiva a quem não ouve? Se o reconhecimento fonográfico é imprescindível, como pretender que uma criança surda leia aquilo que não ouve e, em alguns casos, nunca ouviu? A resposta está longe de ser simples, porém, a nosso ver, não implica que seja impossível. Em primeiro lugar, e contrariamente aos pressupostos que norteiam hoje o ensino de uma língua segunda, o Português só será sig11