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Se A literatura, que é a arte casada com o pensamento, citando o génio literário de Pessoa, na pena de Bernardo Soares, a linguagem é pensamento, como afirmou Wittgenstein; mas é-o quando assume múltiplas formas, nomeadamente quando se plasma em linguagem literária. A literatura é feita de língua num expoente distinto, prazeroso e desafiante para nos fazer sonhar, sentir, raciocinar como seres pensantes. Sem literatura, não há enriquecimento vocabular, abertura de horizontes, entre tantas e múltiplas viagens que um texto literário potencia. Assim, literatura também é sinónimo de educação; logo, deve ser acessível a todos. O trabalho que agora se publica sugere obras literárias numa perspetiva plural: desde as escolhas para além das diretrizes programáticas, até à proposta de algo inusitado, paradoxal, como indicia o título do primeiro capítulo. Na realidade, a educação de surdos carece de uma abordagem aberta e transdisciplinar e esta obra tem o arrojo de propor isso mesmo. O ensino de Português como língua segunda é fundamental e está estatutariamente reconhecido, porém, está na altura de ser um ensino digno, sólido e em equidade. As crianças e jovens surdos não precisam do Português apenas como ferramenta de comunicação. A comunidade surda deve conhecer a riqueza literária do seu país, acedendo de forma plena à cultura nacional. Desta forma, é salutar propor o domínio da 7