ESCRITORES BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS EDIÇÃO 25
Nº. 25
Junho/2021
Entrevista com a atriz ÍRIS BUSTAMANTE
EXPEDIENTE
EDITORIAL
Revista pertencente à Editora Matarazzo. Email: versejandocomimagens@gmail. com Telefone: (11) 3991-9506. CNPJ: 22.081.489/0001-06. Distribuição: São Paulo - SP. Diretora responsável: Thais Matarazzo - MTB 65.363/SP. Depto. Marketing: Ana Jalloul (11) 98025-7850 Depto. Jurídico: Tatiane Matarazzo C. Campos. Periodicidade: mensal. Formato: digital. Capa: . Edição 25 - Nº 25 Ano II - Junho/2021. A opinião e conceitos emitidos em matérias e colunas assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista Escritores brasileiros contemporâneos. Contatos www.editoramatarazzo.com.br www.editoramatarazzo.com Facebook: @editoramatarazzosp Instagram: @editoramatarazzo Escritores Brasileiros Contemporâneos
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A edição de junho está cheia de novidades e novas participações! A atriz Íris Bustamante é nossa entrevistada especial. No bate-papo que fizemos por e-mail, Íris nos conta passagens interessantes da sua carreira artística, destaca o seu trabalho em prol dos animais e muito mais. O jornalista Geraldo Nunes traz uma matéria sobre o edíficio Copan. O Coletivo São Paulo de Literatura leva livros e poesia para a periferia paulistana com o projeto Leva-me contigo! Da cidade de São José dos Campos destacamos o programa Biblio num Tela, que levará para o público infantojuvenil dicas de leitura, entrevistas, oficinais e diversão. A dra. Gisele Luccas traz um artigo sobre o Bulling. Temos também a estreia da coluna Saúde com Cátia Albuquerque. E desfilam pelas 57 páginas desta edição as brilhantes participaçôes dos nossos colunistas: Aparecida de Sousa Castro, Atilio Ciraudo, Cris Arantes, Fernanda Luiza, Glafira Menezes Corti, Luiz Negrão Marcinha Costa, Mari Vieira, Maria Marlene Nascimento Teixeira Pinto, Nazareth Ferrari, Newton Nazareth, Regina Brito, Ricardo Hidemi Baba, Sandra Regina Alves, e Thais Matarazzo. Boa leitura! Junho/2021
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S umário Lendas e histórias do edifício Copan mesmo durante a 9 pandemia, 9 Geraldo Nunes Entrevista com Íris Bustamante, 15 Leva-me contigo!, 24 Voz Levante - Um teto para encontrar sua voz - III, 32 Mari Vieira Biblio na Tela, 47 Crônicas
Águas Citadinas, 50 Thais Matarazzo Liberdade, 20 Nazareth Ferrari Ao (À) enfermeiro(a), 22 Maria Marlene Nascimento Teixeira Pinto Francisco, chamei de Chico, 23 Fernanda Luiza Poemas, 31 Cris Arantes
Quem alcançou?, 6 Glafira Menezes Corti
A acolhida do Universo, 34 Sandra Regina Alves
A televisão, 38 Regina Brito
Amor, perfume que o vento leva, 35 Aparecida de Sousa Castro
Um dia por vez... Presentes, 51 Thais Matarazzo
Meu Poema, minhas regras, 42 Marcinha Costa
Conto Futurismo Presente, 36 Atilio Ciraudo O Supermercado do Teatro I, 39 Newton Nazareth Dividir para que?, 41 Ricardo Hidemi Baba Poesia Temos Livros, 8 Poema Apamec, 21
Poemas, 51 Luiz Negrão Direito Você sabe o que é “Bulling”?, 43 Dra. Gisele Luccas SAÚDE Você sabia que na área da saúde também temos o setor da qualidade?, 53 Cátia Albuquerque
P A R T I C I P E D O C O N C U R S O
Z E Z É M A C E D O
Q uem
alcançou ?
G lafira M enezes C orti Ser humano, sem perder de vista, nem da consciência de que é só mais um pontinho num universo de pontinhos, que ora enxerga como iguais, ora como diferentes, porém sem perder a essência de ser pontinho. A liberdade de escolha para atingir os objetivos com determinação, descobrindo-se pequeno, mas inteiro; e sendo pequeno ter mais facilidade em fluir no fluxo que o levará ao novo. As reflexões de uma força interior menos camuflada, considerando a rica diversidade; acrescentando mais incertezas ao saber considerado absoluto. A alta às práticas de questionamento, que amparam a potencialização do choro e da alegria, provocadora de sensações facilitadoras nas trocas, com uma percepção maior do outro, do próximo. A autoconfiança ao caminhar juntos, a descoberta da vulnerabilidade dos conceitos norteadores de uma vida feliz para o homem e a necessidade de uma grande mudança, no gerenciamento do intervalo entre o nascer e o morrer; as únicas duas certezas.
Glafira Menezes Corti Paulistana, geminiana ousada, uma borboleta em constante transformação, que desconfia das certezas e aposta na intuição. Escrevi para várias antologias, jornais e revistas. Partilhei literatura com jovens estudantes de diversos segmentos através das oficinas de escrita e leitura, e das parcerias nos projetos educacionais para ensino médio. Tenho alguns livros publicados. Sou a palhaça Pitanga contadora de histórias. Apresento hoje o meu livro infantil “Eu fizio porque quizio”, trilíngue e ilustrado com desenhos dos meus netos.
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Camila Giudice @vernizartes
Prosa Poética Por Thais Matarazzo Homenagem à Temos Livros A porta de uma livraria me convida a entrar, caminho até o balcão... Ah, as conversas do balcão de livraria, quantas trocas de informações, compartilhamento de emoções, consumo de conhecimentos! Papo eclético e luzente. Ganhamos amigos e... pode surgir também um romance (na vida real ou uma nova história na imaginação do leitor-escritor)! Adquiro novos livros, agora a pressa que passava pelo outro lado da rua, vem correndo ao meu encontro, toma conta a impaciência: preciso ir logo para casa, tenho novos volumes para “devorar”. Quanto prazer adentrar a livraria da Avenida São João!
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São Paulo
de todos os tempos
Geraldo Nunes Jornalista, escritor e blogueiro, participa das publicações da Editora Matarazzo desde 2016.
Lendas
e histórias do edifício
C opan
mesmo durante a pandemia
O Edifício Copan tem o formato de uma onda, as paredes internas e os corredores também fazem curvas lá dentro. A elaboração deste projeto arquitetônico pra lá de ousado aconteceu em 1951. O anúncio da construção ocorreu durante as comemorações do IV Centenário de São Paulo - 1954. Quem projetou o Copan foi Oscar Niemeyer quando Brasília ainda não existia, mesmo assim era um arquiteto conhecido pela obra da Pampulha, em Belo Horizonte.
O edifício demorou para ficar pronto, só em 1966, mas virou marca registrada de São Paulo, pela imponência de sua construção: 35 andares, dois subsolos de garagem, uma pequena cidade dentro da metrópole. Há espaço para 52 lojas no piso térreo e muitas delas fecharam por causa da pandemia. Havia um cinema que fechou suas portas em 1980 e depois alugado, virou templo evangélico. Escritores Brasileiros Contemporâneos
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O projeto veio cheio de controvérsias. A ideia era se construir um imóvel de alto padrão, com apartamentos espaçosos e super luxuosos. O proprietário se quisesse poderia além de morar, ter ali mesmo seu escritório porque os três primeiros andares foram reservados para fazer parte de uma ala empresarial. Anexo, há um edifício que pertence ao Bradesco, mas pela proposta original seria feito dele um hotel.
Durante a construção os interessados desistiam da compra por causa do alto preço das unidades. A construtora então decidiu modificar o empreendimento. Oscar Niemeyer discordou das mudanças e deixou o projeto, sendo substituído pelo arquiteto Carlos Lemos. No lugar dos apartamentos classe A, foram colocados à venda unidades menores distribuídas em conjuntos de três quartos e também quarto-sala conjugados em kitchnetes. Escritores Brasileiros Contemporâneos
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Em 1987, o Departamento do Controle de Uso de Imóveis da Prefeitura de São Paulo - Contru - notificou o Copan por problemas com a fiação elétrica, encanamentos e outras situações que todos os arranha-céus enfrentam quando não recebem a devida manutenção. Para resolver o problema, a administradora do condomínio decidiu contratar um síndico com dedicação exclusiva. No cargo, desde 1993, Afonso Celso Prazeres de Oliveira, segue firme, mesmo agora no enfrentamento da pandemia.
Cheguei a entrevistá-lo no programa São Paulo de Todos os Tempos para a Rádio Eldorado, em 1997. Na ocasião ele se recusou a comparecer no estúdio alegando falta de tempo, então fui até ele e acreditem; valeu a pena. Em seu escritório conheci um verdadeiro museu repleto de documentos e fotos relativas ao arranha-céu, inclusive algumas mostrando o que havia no terreno antes da construção, e o que existia, também era bárbaro: Vila Normanda, um conjunto de residências bem ao estilo dos casarões europeus em plena Avenida Ipiranga. Escritores Brasileiros Contemporâneos
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Em 2007, quando Oscar Niemeyer completou 100 anos de vida, Afonso Celso prestou uma homenagem ao arquiteto e estampou o número 100 na fachada.
Agora, em 2021, a crise econômica tem prejudicado as finanças do Copan, mas sua história, repleta de casos interessantes nos faz lembrar Plínio Marcos, hoje uma verdadeira lenda. Um dos atores mais bem pagos da televisão brasileira nos tempos da Tupi, largou tudo por questões existenciais e políticas. Escritores Brasileiros Contemporâneos
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Chamado de “autor maldito”, Plínio Marcos preferiu viver da venda dos livros que escrevia, sempre com temas polêmicos. Mas lucrar com literatura no Brasil, nós sabemos, não é nada fácil. O artista passou então a imprimir ele próprio suas obras para depois vender nas portas dos teatros e nas faculdades. Morreu em 1999, quando já não mais residia no condomínio. Para terminar uma pergunta: Se pudesse escolher, você preferiria morar no Copan de agora ou a Vila Normanda de antigamente?
► Foto da Vila Normanda, década de 1950 Escritores Brasileiros Contemporâneos
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Fotos: acervo Íris Bustamante
Entrevista com a atriz Íris Bustamante Conversar com Íris Bustamante foi enriquecedor. A atriz possuí uma rica experiência no mundo artístico. Começou sua carreira em 1990, interpretando Flor Violeta na novela Ana Raio e Zé Trovão, da TV Manchete. A seguir, realizou diversas atuações na televisão, teatro, cinema e publicidade. A sugestão para esta pauta foi enviada pelo querido poeta carioca Wagner Xavier. As fotos qe ilustram a capa e a entrevista pertencem ao acervo pessoal da atriz. Sem mais delongas, vamos ao bate-papo! ► Você é de Fortaleza, quando se mudou para o Rio de Janeiro? Mudei para o Rio com 9 anos de idade. ► Desde pequenina já sonhava em ser artista? Não, eu queria ser veterinária! E coincidente hoje sou protetora animal. Escritores Brasileiros Contemporâneos
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► Como você ingressou no mundo artístico? Comecei aos 17 anos como modelo. Logo depois me casei com o Evandro Mesquita e tivemos nossa filha. Enquanto a amamentava, assistia encantada, a novela Pantanal na TV Manchete. Me apaixonei pela linguagem cinematográfica daquela novela e desejei ali começar a atuar em algum trabalho assim. Por total coincidência, logo depois ao fazer meu primeiro teste com texto para um comercial, fui chamada pela produtora desse comercial para um teste para a novela que iria substituir Pantanal. Fiz e peguei a última personagem escalada para A História de Ana Raio e Zé Trovão. Em seguida, fui levada diretamente para a sala do Jayme Monjardim que aprovou meu teste na hora e me estendeu a mão com o contrato. Rsrs! Fiquei muito surpresa e preocupada pois teria que viajar por todo o Brasil, e minha filha estava com 2 anos naquele momento. Pedi ajuda a minha sogra que me Junho/2021
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apoiou e então resolvi aceitar e assim tudo começou. ► Como se deu a transferência da Manchete para a Rede Globo? Foi após A História de Ana Raio e Zé Trovão, e de ingressar também no teatro, estudando e fazendo já teatro profissional, a peça Romeu e Julieta, com direção de Moacyr Góes. Produzi a minha primeira peça Eros Uma Vez, com direção de Evandro Mesquita, foi quando o Ricardo Waddington, diretor da Globo, foi assistir ao espetáculo e me convidou para um workshop na emissora para atores. Na sequência iniciei em Sex appeal. Depois vieram outros convites para várias produções, entre elas, a primeira temporada de Malhação, 4×4, Anjo de Mim, Bambuluá e diversas outras produções da Rede Globo. ► Quais foram as novelas globais que você participou? Teve alguma que gostou mais de atuar? Malhação, 4×4, Anjo de Mim, Bambuluá, e também Malhação novamente em 2004/2005. Em 4×4, Anjo de Mim e Ma-
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lhação tive muita alegria em atuar, como sempre em todos os trabalhos que faço. ► Fora as telenovelas, você fez participação em outros programas de TV? Sim. Em inúmeros episódios dos programas Você Decide, Linha Direta, Casos e Acasos, Mulher, Turma do Didi, Flora encantada, Sítio do Picapau Amarelo, etc. ► Atuou também em outras emissoras? Comecei na Manchete, mas além da Globo também trabalhei na TV Plus, Bandeirantes. ► Íris, sabemos como trilhar a carreira artística é difícil. Contenos um pouco da sua experiência. Não é fácil mesmo a carreira artística. Mas, sempre batalhei por cada oportunidade, testes, e também procurava os diretores com quem gostaria de trabalhar em busca dessas oportunidades. O teatro foi fundamental para meu desenvolvimento como atriz, além do cinema e os filmes comerciais.
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Tive sorte de conhecer e trabalhar em publicidade com nomes como Walter Salles, João Salles, Manguinha, Daniela Thomas, e no cinema também com Antônio Carlos Fontoura, Rosane Swartmam, Mauro Farias, Roberto Farias, Maurício Farias. Foram muitos os diretores já consagrados com quem tive a sorte de trabalhar e aprender no início da minha carreira! ► Você tem algum preparo especial para cada uma das personagens que interpreta? Como se dá esse processo? Um mergulho de corpo e alma no universo das personagens. Buscando referências, inspirações e alimento em tudo o mais que pode ajudar nessa composição. Livros, filmes, outras interpretações, imagens etc. Além da cumplicidade com autores e diretores. ► Como surgiu o primeiro convite para o teatro? Fiz uma oficina do diretor Moacyr Góes e ele me convidou pra sua próxima peça Romeu e Julieta.
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► Destaque as peças que já trabalhou? Romeu e Julieta, direção de Moacyr Góes. Eros uma vez, direção de Evandro Mesquita. A ira de Aquiles, Omelet, Desejos, Bazófias e Quedas, essas últimas três sob direção de Hamilton Vaz Pereira. A serpente, direção de Alexandre Guimaraes; Sra Julie, direção de Marco Afonso Braga; Farsa, direção de Luís Artur Nunes; Bodas de Sangue, direção de Amir Haddad. ► Você prefere trabalhar na televisão, no teatro ou no cinema? TEATRO, TV E CINEMA. Quase nessa ordem, mas o que gosto mesmo é de ser atriz e trabalhar. Seja em que veículo for. Rsrs! ► Você ministra oficinas de teatro? Sim, criei uma oficina de criação teatral baseada na peça que escrevi em homenagem ao feminino. Mistura teatro com práticas espirituais e os arquétipos e mitos femininos, oráculos, além da yoga e ginástica natural. Sobre criatividade também! Junho/2021
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► Pode destacar seus livros preferidos? Os livros sobre mitologia, filosofia, psicologia e autoconhecimento. Além de teatro e yoga. Destaco: O Poder Do Mito de Bill Moyers e Joseph Campbell. ► Tem alguma indicação de leitura? Indico: Mulheres que correm com os lobos, sobre os mitos que fundamentam nossa psicologia feminina. O livro da Deusa, sobre Arquétipos femininos. Todos da minha homenageada da minha peça, Rose Marie Muraro, feminista brasileira. E os clássicos da literatura, sempre! Rsrs ► Quais são seus planos para o futuro? Gostaria de produzir minha peça e dirigí-la. Voltar a atuar como atriz. Dirigir, cantar, dançar, editar, atuar e criar! Rsrs E me mudar para um sítio com meus animais, novamente.
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► Você tem uma grande ligação com a Natureza e os Animais. Comente sobre o seu envolvimento com essas paixões. Sim, eles sempre estiveram em minha vida, mas em 2012 cuidei de um pássaro que caiu do ninho e não podia voltar a natureza. Ele virou meu filho. Vivia solto dentro de casa e no viveiro. E as pessoas me traziam pássaros nessas condições para cuidar, também os porteiros do meu condomínio, etc. Daí adotei uns cachorrinhos de abrigo e foram surgindo os gatos de rua pelos sítios e casas que morei, gatas grávidas que dei abrigo e ficaram comigo. Hoje tenho 20 gatos e duas cadelas.
■■■ Agradecemos à Íris pela entrevista e desejamos muita saúde, alegrias e felicidades em sua vida. Quem quiser conhecer mais sobre a carreira da atriz, acesse sua página no Facebook @IrisBustamante, e no Instagram @BustamanteIris
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Nazareth Ferrari Natural de Taubaté, SP. É pintora, escultora, escritora, professora, Pós-Graduada em História da Arte, Engenheira Civil e Membro Titular da Academia Valeparaibana de Letras e Artes. Conquistou inúmeros prêmios em literatura e artes visuais, possuindo obras na Alemanha e na França.
APAMEC
Homenagem a 100a. edição do Jornal da APAMEC - 28/5/2021 Por Thais Matarazzo Nesta vida quantos conflitos brotam todos os dias deixando seres aflitos causando desarmonia. Para estabelecer tratados e solucionar as divergências dando tons compassados o Mediador marca presença. De maneira amigável dotado de saberes jurídicos atua de modo respeitável evitando atos fatídicos. Os Mediadores são essenciais seus trabalhos são fundamentais: a diplomacia faz-se necessária para vencer qualquer batalha. Quando surgir a insegurança antes de tomar uma decisão para garantir a segurança ao Mediador peça uma avaliação. Tentar conciliar, extinguir oposições, é um ato de pacificar tranquilizando corações. Escritores Brasileiros Contemporâneos
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Ao (À) enfermeiro(a) Maria Marlene Nascimento Teixeira Pinto És luz que ilumina as horas sombrias. És mãos que cuidam, colhem, acolhem pacientes que clamam por misericórdia... Não te cansas nunca! Um guerreiro que luta pela saúde, pela vida, pela sobrevivência. Presente em todos os momentos, do nascimento até a morte. És sorriso, és lágrimas, és anjo angelical. Artífice da arte de amenizar os gemidos que ecoam no silêncio, e as lágrimas choradas no desespero. A sua dedicação transcende o verbo amar, em todas as suas modalidades. És solidário, és humano, és gente! Cuidas dos templos de Deus, com maestria, com profissionalismo, com empatia. Respeitas e zelas, sem descuidar do pobre, do rico, do necessitado. Ser enfermeiro é um dom divino, com a missão da caridade, espargindo alento, em cada lugar, em cada coração. É a arte mais bela e a mais dolorida, pois carrega nos ombros as dores que cada um sente! Escritores Brasileiros Contemporâneos
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F rancisco ,
chamei de
C hico
F ernanda L uiza
Uma voz capaz de vibrar o ar, e as células que me compõe. Assim sou encontrada, ao seu chamado E nesses braços compostos Da força do baobá, me perco Com o café, preparado pelas suas mãos, Sou curada, acalentada e amada Meu Francisco afetuoso Meu Chico, retinto bondoso. Filho da África que não tem preço. Em nossos afetos intensos geramos fetos, travessos recriando um continente inteiro.
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Leva-me
contigo !
Transformar a cidade em uma grande biblioteca a céu aberto, com acesso gratuito aos livros e a poesia para a população foi a proposta do Centro de Educação da Zona Leste, em parceria Coletivo São Paulo de Literatura, em uma ação promovida pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, dentro da Programação Cultural Itinerante e Online maio 2021. As ações aconteceram em: 21 de maio às 16h - Biblioteca Afonso Schmidt, Freguesia do Ó. 28 de maio às 16h - Biblioteca Jovina Rocha Álvares Pessoa, Artur Alvim. 29 de maio às 16h - Biblioteca José Paulo Paes, Penha. 10 de junho às 16h - Biblioteca Thales Castanho de Andrade, Freguesia do Ó. Nas páginas a seguir seguem as cobertura fotográfica. Foram distribuídos 400 livros do projeto De mão em mão, poemas autorais, máscaras e álcool em gel. A finalidade do projeto foi promover a conscientização das medidas de segurança durante a Escritores Brasileiros Contemporâneos
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pandemia, prestar uma homenagem às vitímas do Covid-19 e aos profissionais de saúde que estão na linha de frente em um trabalho incansável para salvar vidas, além de distribuir literatura e poesia! Biblioteca Viva 2021 Itinerante acontece em virtude da flexibilização das atividades não essenciais, econômicas e não econômicas, a Secretaria Municipal de Cultura está em modo teste para a introdução de programações híbridas (presenciais e itinerantes). Ocorreram ações em toda a cidade com Música, Intervenção Artística, Teatro e Literatura, e Porgramação online com Contação de Histórias, Música, Sarau, Intervenção Artística, Circo, LGBTQIA+ (Sarau), Povos Originários - Intervenção Artística e Vozes Periféricas.
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Poemas Cris Arantes @crisarantesvaraldepoesias
Lua
Lirismo
amiga
olhei para o sol não conseguia enxergar ele me cegava olhei para a lua pude então ver tão linda a me sorrir agora entendi porque gosto das madrugadas porque tenho a lua a me acompanhar quando passo a noite escrevendo sem ninguém a me acalentar só ela lua amiga me espera para conversar
O lirismo do teu olhar Impressiona-me Semblante sereno Alma pujante Coração pulsante Sensibilidade exacerbada Como não se enternecer Com uma mente privilegiada Criatividade latejante Sempre disposto a se perder Na beleza da poesia Na maestria da música Que envolve nossas almas Ávidas de encantamento
Cris Arantes:
professora, poeta, musicista, compositora. Participou de treze Antologias nacionais, leva seus poemas a vários Saraus Literários, escreve e posta áudios e vídeos de poemas nas suas redes sociais, possui um CD com poemas musicados, possui um Canal no YouTube: Cris Arantes Varal de Poesias. Faz parte do Coletivo São Paulo de Literatura, pertence à Academia Contemporânea de Letras, ACL. Escritores Brasileiros Contemporâneos
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VOZ-LEVANTE Mari Vieira Instagram: @amarivieira Facebook: Mari Vieira
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teto para encontrar sua voz
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Diversos fatores entrecruzam a vida das mulheres e as impedem de romper silêncios e alçar voos mais altos, mas a pobreza é um fator preponderante. Ter acesso a alimentos (e outros bens materiais) é inegável à qualidade de vida e às condições de luta. A pobreza é um empecilho à vida de qualquer pessoa, mas a situação da mulher é perpassada por condições de raça, classe e gênero, conjunção que dificulta a vida de parte significativa da população feminina. As negras enfrentam realidade pior, pois grande parte sobrevive de trabalhos que oneram o bem-estar físico e psicológico, para além disso, muitas nesta pandemia colocaram a vida em risco para manter o emprego. A condição de vida de parte de nós nesta pandemia está terrível. Não podemos nos calar diante de Escritores Brasileiros Contemporâneos
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tanta atrocidade, como já ensinou Audre Lorde o silêncio não vai nos salvar. No contexto atual em que mais metade da população brasileira está em situação de insegurança alimentar ou fome, é natural que inúmeras mulheres estejam quase sem forças para reivindicar seus diretos, como falar quando a garganta está sufocada pelo estômago vazio, quando a voz está sufocada pela fome? Lembrar Conceição Evaristo é inevitável. Pão Debaixo da língua a migalha de pão brinca à fome As desigualdades de gênero, raça e classe geram o silêncio que impera na vida de parte das mulheres no Brasil (não só na pandemia). Do total de lares em insegurança alimentar 35,9% são chefiados por mães solo, são mulheres que precisam de um teto (em toda ampliJunho/2021
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tude de significado dessa palavra) para elas e seus filhos. Elas gritam suas necessidades, gritos que se são escutados por nós, são quase inaudíveis para as autoridades, ainda assim, seguem em luta. Que seus gritos não sejam somente de dor e que suas vozes não sejam enfraquecidas pela fome. Que o isolamento social não impeça aquelas (e aqueles) que podem tornar menos sofrida a realidade das que mais sofrem. A redução do auxílio emergencial foi desastrosa, pois os R$ 600 eram insuficientes. É o que falo no poema que publiquei no Cadernos Negros 43. A porta fechada (trecho) A porta fechada Abre-se a uma lágrima incontida Reconhecendo os nomes Dos nossos Vítimas dos homens Que dizem que 600 é suficiente para viver
Continua na próxima edição.
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A acolhida do Universo Sandra Regina Alves Poeta, cantora e compositora @sandraamoura5@gmail.com Manhã de outono O sono me despertou Presa em meus pensamentos Esqueci do sonho Que a noite me ofertou Coração de sobreaviso Desbancou o que me angustiou Meu olhar caído e tristonho Ergueu-se, e logo se alegrou Olhei para a imensidão do firmamento E um precioso e estonteante Brilho no alto me encantou Exclamei admirada Voltei a sublimar a cor Enxerguei o caminho do amor Através das belezas e riquezas Herança do Criador Ah, a inspiração! Ela se mostrou Vestiu-se da pureza da Natureza Entregou-me o que havia perdido O olhar da poesia carregada de sutilezas Escritores Brasileiros Contemporâneos
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Do lindo azul do céu se pintou Nuvens brancas desenhou Soprou leve como o vento O brilho do Sol cintilou No balanço das copas das árvores A esperança a tempo chegou Enfim, o encanto se perpetuou Criaturas em voos da liberdade Uma serelepe andorinha deu piruetas no ar O Beija-flor no ar pairou a vaidade Disputou o néctar da mais bela flor Com a abelha que contrariada “zumbizou” Contudo isso, no mesmo dia Percebida a acolhida do Universo A poeta sensibilizada e agradecida Alinhou seus inspirados versos E se declarou imensamente agradecida. Junho/2021
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Aparecida de Sousa Castro Série Dilema de Rumo em Poema AMOR, PERFUME QUE O VENTO LEVA
Coração, órgão de consistência Mente sem sã consciência Consciência, barreira da intuição Intuição, emoção ou razão Vida, medicina, ciência Parceria, resiliência, compaixão Território supremo na contra mão Criança a brincar no chão Adulto a limpar a mão Jogo, brincadeira, paciência Tolerância de amor em decadência Julgamento sem audiência Crueldade e benevolência Empatia no corre cotia Velocidade atração do dia Perfume que o vento leva Saudade que a dor eleva... POEMAS PERSONALIZADOS - ASC/WATTS (11) 971444581 MTP 4192/1994 Escritores Brasileiros Contemporâneos
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Futurismo Presente Atilio Ciraudo* “se tudo é proibido. Então, falemos”, Carlos Drummond de Andrade
Hoje me acordei pensando no ontem, e ontem me apaixonei, por poucas horas, em uma voz, um sotaque leve, que não negou. Uma voz suave, forte e determinada. Não era engano, naquele momento havia a nossa intenção. Me seduziu. Seduzi. E nos amamos. Ficou o gozo de testemunha. E a voz partiu embalando meu sono E acordei E não era sonho.
atiliociraudo@gmail.com em tempos pandêmicos vivendo de sonhos e realidades, e é o que temos pros dias e para as noites. Escritores Brasileiros Contemporâneos
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A
televisão
R egina B rito C oletivo C ultural B orboletas V oadoras Até que ponto duas vizinhas disputam o ascendimento social pelo número de polegadas de suas TVs!? Incrível! Em uma determinada vila, em um subúrbio carioca, uma senhora fazia sua faxina semanal com a porta da sala aberta. Ela cantarolava uma música, “Mãezinha Querida”, famosa na interpretação da saudosa Ângela Maria. Que voz linda! E que emoção! Emitia um som caloroso. Sabia reverberar as notas. E naquele vai e vem da limpeza, lembrava-se dos velhos tempos de menina quando ouvia a doce voz de sua mãe. Retrocedera no tempo e não avistara a vizinha que parou à porta e cumprimentou-a: — Bom dia, vizinha! Faxina boa essa, hein!? Escritores Brasileiros Contemporâneos
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Assustada, a senhora parou de cantar e voltou à realidade, desculpando-se: — Ah, é verdade! Bom dia. A outra aproximou-se e fez um comentário inesperado: — A sua televisão é pequena. Dá para assistir as novelas nitidamente? — Sim. — Respondeu com ar inocente e interrogativo. — A minha TV tem 75 polegadas. A novela se passa dentro da minha sala e eu faço parte do elenco. A outra simplesmente respondeu: — Legal, né!? Vou terminar a faxina. No domingo a casa estará repleta, com filhos e netos para comemorar o “Dia das Mães”. Se a senhora quiser, está convidada. Não fique sozinha, venha fazer parte do meu elenco. Bom dia! Junho/2021
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O SUPERMERCADO DO TEATRO - I
N ewton N azareth Rio de Janeiro, Junho de 2021. Adamastor Perrier estava eufórico: ele fora convidado para montar o seu polêmico espetáculo teatral na inauguração do Supermercado Veneza. “O Teatro do Supermercado” tivera apenas uma apresentação. E a Prefeitura do Rio de Janeiro cancelou a temporada. Mas a tamanha repercussão daquele romance policial ao vivo despertara o interesse do público carioca. E quando Adamastor recebeu a proposta para ocupar o palco do antigo cinema da Avenida Pasteur, logo aceitou. Mas esqueceu-se de que teria de criar uma nova história e roteiro o mais rápido possível, para apresentá-los na reunião de assinatura do contrato. Pois agora já haveria um supermercado funcionando de verdade no amplo salão daque-
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le espaço em Botafogo, o qual já abrigara também uma casa de shows. Em plena pandemia, um poderoso grupo empresarial apostara todas as fichas naquele investimento e até um restaurante funcionaria no imenso jirau. Aqueles homens de negócio não pensariam duas vezes em cancelar uma montagem claudicante e substituí-la por outra atração. Aquele palco enorme teria de ser ocupado de qualquer jeito, na inauguração prevista para o fim do ano. Com a geladeira cheia e sem nenhuma ideia na cabeça, Perrier telefonou para o seu novo amigo, inseparável desde então, o advogado Olegário Dante. Recém divorciado, nos braços de sua moreninha Ágatha e inebriado com a paisagem paradisíaca da Ilha de Paquetá, ele custou a reconhecer o toque de chamada de seu telefone celular.
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— Ora, se não é o Shakespeare dos trópicos!? O que deseja deste recluso amigo? — Uma ideia, meu querido. Meu reino da Dinamarca por uma ideia! Antes que ele apodreça! Ideias é que não faltavam ao inspirado amigo enamorado. Nem àquela escritora iniciante do subúrbio da Penha Circular. A jovem Minininha era a única autora que apresentava um lançamento naquele contexto
de livrarias fechadas. Remando contra a maré, faria uma tarde de autógrafos de “A Menina Que Escrevia Livros” na seção de vinhos daquele supermercado. Seu padrinho, o notório Professor Mesbla, divulgava em todos os canais físicos e virtuais a genialidade juvenil de sua pupila. — Eureca!! — Adamastor vibrara com a ideia de Olegário. Estava salvo o espetáculo. Que continuará.
Newton Nazareth é carioca e está lançando dois livros pela Ed. Matarazzo: “CONFINADOS” e “TRILOGIA PANDEMIA” (este em co-autoria com Regina Brito).
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D ividir
para que ?
Ricardo Hidemi Baba Nunca pensei que um dia iria partir de um fato do programa Big Brother Brasil para refletir, mas uma brincadeira com o cabelo black power de um dos participantes do reality fez emergir uma discussão relevante referente o racismo. Conforme o apresentador pontuou, o black power é um símbolo da luta contra as injustiças racistas. Fiquei pensando, para que dividir com o racismo, com o machismo e com tantos preconceitos? O filósofo alemão Marx expõe que se divide os indivíduos para não intervirem na questão mais importante: A social. Marx coloca a educação como solução, eu diria que o remédio é o conhecimento, a reflexão e a consciência. A grande pergunta é: Qual a lógica de nos categorizar em mulheres, homens, negros, pobres, homossexuais, heterossexuais, deficientes? E ainda assim, nos julgarmos mais racionais. Sim, eu disse mais racionais, pois segundo o psicólogo Sandoval, é claro que os animais pensam: se você manda um cão sair da sala, ele cumpre a ordem; nosso diferencial enquanto humanos é a capacidade de aprender com a história. Aliás, parece que não nos aterrorizamos mais com as atrocidades discriminatórias do passado. Mesmo neste cenário, insisto em esperançar! Tenho a esperança de que um dia a humanidade se enxergará como uma grande família; e nos questionaremos: “DIVIDIR PARA QUE?” Escritores Brasileiros Contemporâneos
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Meu Poema,
minhas regras
M arcinha C osta Meu poema deixa marcas é mais que palavras é sobre minha realidade minha identidade
Meu poema me atravessa me tira da inércia me deixa enérgica Meu poema me ativa e poetizando dou um novo sentido para as agruras da vida
Meu poema me guia me leva para caminhos que libertam
Poema que reverbera transforma e desconserta Meu poema minhas regras
Com o meu poema eu viro fera vou para a guerra e na batalha crio minhas estratégias
Marcinha Costa
Com ele sou mais forte potente e encaro a vida de frente
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Professora da Ed. Básica do Município de Feira de Santana, atriz e mestra em Estudos literários com ênfase em literatura africana de língua portuguesa (UEFS). marcianeide@gmail.com Instagram: @marcinha1407 nº.25
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VOCÊ SABE O QUE É “BULLYING”??? Dra. Gisele Luccas O bullying corresponde à prática de atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, cometidos por um ou mais agressores contra uma determinada vítima. Em outros termos, significa todo tipo de tortura física ou verbal que atormenta um grande número de vítimas no Brasil e no mundo. O Bullying pode ocorrer em qualquer ambiente onde existe o contato interpessoal, seja no clube, na igreja, na própria família ou na escola. Aos poucos o combate efetivo ao bullying vem ganhando importância na mídia e em ONG’s empenhadas em campanhas de anti-bullying. Isso porque essa prática tem aumentado consideravelmente nos últimos anos no país e no mundo. Recentemente em uma escola na cidade de Goiânia - Goiás, um aluno entrou armado em uma sala de aula e atirou em estudantes que cometiam a prática de Bulliyng contra o mesmo e 2 pessoas foram mortas. Bullying na Escola: ConfliEscritores Brasileiros Contemporâneos
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tos entre crianças e adolescentes são comuns, pois trata-se de uma fase de insegurança e autoafirmação. Porém, quando os desentendimentos são frequentes e partem para humilhações, é aí que o bullying prolifera. Nas escolas, as agressões geralmente são praticadas longe das autoridades. Ocorrem normalmente na entrada ou saída do prédio, ou ainda quando os professores não estão por perto. Podem também acontecer de forma silenciosa, na sala de aula, na presença do professor, com gestos, bilhetes, etc. As agressões físicas são mais difíceis de serem escondidas e muitas vezes levam a família a transferir a vítima para outra escola. Perfil do Agressores: O agressor, em geral, tem uma mente perversa e às vezes doentia. Ele é consciente de seus atos e consciente que suas vítimas não gostam de suas atitudes, mas agride como forma de se destacar entre seu grupo. Assim, os agressores pensam que serão mais populares e sentem o poder com esses atos. Os agressores buscam vítimas que normalmente destoam da maioria por alguma peculiaridade. Os alvos preferenciais são: 1- os alunos novatos; 2- os extremamente tímidos; 3- os que têm traços físicos que fogem do padrão; 4- os que têm excelente boletim, o que serve para atiçar a inveja e a vingança dos menos estudiosos. Consequências do Bullying: Geralmente, as vítimas do bullying têm vergonha e medo de falar à família sobre as agressões que estão sofrendo e, por isso, permaneJunho/2021
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cem caladas. As vítimas de agressão física ou verbal ficam marcadas e essa ferida pode se perpetuar por toda a vida. Em alguns casos, a ajuda psicológica é fundamental para amenizar a difícil convivência com memórias tão dolorosas. Aqui, portanto, cabem aos pais e familiares notarem os sintomas das crianças e/ou adolescentes. Com isso, se perceber alguma diferença no comportamento, é importante contactar os responsáveis da escola e ainda ter uma conversa franca com a pessoa que foi agredida. Ações como esta, podem evitar constrangimentos futuros, ou mesmo tragédias, como o suicídio da vítima. Alguns sinais típicos são observados nos alunos vítimas de bullying, entre eles: 1- recusa de ir para a escola; 2- tendência ao isolamento; 3- falta de apetite; 4- insônia e dor de cabeça; 5- queda no desempenho escolar; 6-febre e tremor. Isolamento Social: Na sociologia, o isolamento social é um fenômeno sócio cultural que denota a falta de interação social, ou seja, a ausência de contato entre os indivíduos. Trata-se, portanto, de uma condição (voluntária ou não) donde alguns indivíduos (isolamento individual) ou grupos sociais (isolamento grupal), por diversos motivos, preferem o isolamento da sociedade. As pessoas que sofrem de isolamento social possuem muitas dificuldades de se relacionarem e, por isso, se afastam do convívio social, o que pode levar a diminuição das funções mentais, e nos casos mais Escritores Brasileiros Contemporâneos
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extremos, problemas psiquiátricos. Nesse caso, as pessoas deixam de participar de diversas atividades em sociedade, fenômeno que pode ser gerado pela exclusão social. Geralmente esse conceito está relacionado com as minorias, por exemplo, os idosos, os negros, os obesos, dentre outros. Atualmente, para reverter os quadros de isolamento social, existem diversas terapias, tratamento psicológicos e psiquiátricos. Visto os problemas que podem causar nos indivíduos, o isolamento social leva a diversas ações que podem ser prejudiciais à saúde física e mental, por exemplo: alterações de humor, de pressão, baixa estima, comportamento antissociais, agressividade, desenvolvimento de patologias, dentre outros. O isolamento social pode levar as pessoas a terem fobias de se relacionarem (fobia social) e, portanto, de terem um trabalho, participarem de eventos sociais ou mesmo de sair para fazer compras. Evasão escolar: Evasão escolar é o ato de deixar de frequentar as aulas, ou seja, abandonar o ensino em decorrência de qualquer motivo. Esse problema social que, infelizmente, é comum no Brasil, afeta principalmente os alunos do Ensino Médio. Legislação no Brasil: Até pouco tempo, quando os casos de bullying chegavam à justiça, eles eram enquadrados em infrações previstas no Código Penal como injúria, difamação e lesão corporal. Entretanto, em 06 de Junho/2021
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novembro de 2015 foi sancionada a Lei n.º 13.185 denominada “Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying)”. Segundo esse documento: “Considera-se intimidação sistemática (bullying) todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.” Porém, segundo estatísticas atuais, cerca de 80% das escolas brasileiras ainda não punem os agressores. Dada a importância de abordar o tema, o “Dia Mundial de Combate ao Bullying” é comemorado em todo o mundo no dia 20 de outubro. No Brasil, em 2016 foi instituído por meio da Lei nº 13.277, o “Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola”, comemorado em 7 de abril. A escolha da data faz referência ao episódio que aconteceu em 7 de abril de 2011 no bairro do Realengo, no Rio de Janeiro. Pela manhã, Wellington Menezes de Oliveira (23 anos) invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira disparando nos alunos. O resultado do “Massacre do Realengo”, como ficou conhecido o ataque, foi a morte de 12 alunos e do próprio atirador, que se suicidou. Muitos conhecidos e familiares de Wellington afirmaram que ele sofria de bullying!! Escritores Brasileiros Contemporâneos
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Fiquem atentos ao comportamento de seus filhos!!!!!! O Bullying é muito perigoso e danoso!!!!!
Dra. Gisele Luccas É Advogada, Especialista em Direito Médico, Pós Graduada em Perícia Criminal e Ciências Forenses, Capacitação em Psicopatologia Forense, Mediadora Judicial e Privada cadastrada no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Palestrante, Colunista, Mestranda em Psicologia Criminal / Especialização Psicologia Forense (Universidad Europeia Del Atlântico - Espanha). Junho/2021
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Thais Matarazzo e a apresentadora Flávia Mara no programa Biblio na Tela da TV Câmara de SJC. Foto: Gilberto Cantero
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A ideia do programa surgiu a partir da gravação de aulas online, em 2020, pelos professores para os alunos da rede pública de São José dos Campos, interior de São Paulo. A Secretaria de Educação e Cidadania, diante das dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19, fez uma parceria com a TV Câmara. “Este ano, com uma proposta mais lúdica, foi colocado em pauta a ideia de criar um programa de cunho infantojuvenil que pudesse incentivar nas crianças e jovens o gosto pela leitura e pela literatura. É uma forma de oferecer conteúdo educativo, gratuito e de qualidade para os alunos de São José e também de todo o país (que podem assistir via redes sociais), principalmente agora nesse período de pandemia. Como a Secretaria de Educação já vinha desenvolvendo o projeto chamado Biblio num Clique, que são ações e atividades virtuais/à distância realizadas pela equipe que coordena a Biblioteca Municipal, foi traçada a proposta de ampliar esse trabalho e transformar o projeto em um programa de TV, foi aí que a atração ganhou o nome de Biblio na Tela”, nos conta Lucas Guerra, diretor do programa. A professora Flávia Mara Silva foi convidada para ser apresentadora do programa.“Esse ano iniciamos o projeto Biblio Num Clique e a Secretaria de Educação e Cidadania conseguiu organizar a gravação das aulas online de forma independente, então diante Escritores Brasileiros Contemporâneos
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da disponibilidade/interesse da TV Câmara e riqueza das programações dão Biblio Num Clique surgiu o programa Biblio na Tela. A nossa cidade e a região do Vale produz muito conteúdo literário e artístico, então a minha sugestão é sempre valorizar e divulgar esses profissionais”, revela Flávia Mara. Biblio na Tela está previsto para ir ao ar a partir de junho. Será um programa semanal, com 30 minutos de duração e com três blocos: entrevista com escritores, oficinas com conteúdos diversos, contação de histórias, e dica de leitura feita por estudantes da cidade. O programa conta com a direção de Lucas Guerra, da equipe da TV Câmara, Anderson Braz, William Almeida, Pedro Palma e Louise Guerreiro; e da equipe da Biblioteca Pública Cassiano Ricardo, Ana Paula Assis e Márcia Medeiros, professoras, contadoras de histórias, realizadoras de oficinas e apresentações, e Flávia Mara que trabalha na elaboração do projeto, junto com a equipe da TV Câmara, contata os profissionais da literatura e artes, elabora os roteiros, e realiza a apresentação. A jornalista Thais Matarazzo e Gilberto Cantero participaram no último dia 9 de junho da gravação do Biblio na Tela, e realizaram a contação de história As Artes da Menina Eunice, interpretando os personagens Yolanda e Mister Coxinha. Na próxima edição da EBC traremos maiores detalhes sobre este projeto sensacional de São José dos Campos. Junho/2021
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Cenário do programa Biblio na Tela, TV Câmara de SJC
Professora Ana Paula Assis
A entrevistadora Flávia Mara da Silva Eunice Coppi no Biblio na Tela
Yolanda, Tenório e Mister Coxinha
Rita Limissuri e seus filhos Escritores Brasileiros Contemporâneos
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Prosa Poética Por Thais Matarazzo Águas Citadinas
Pelas águas do ribeirão ainda correm nacos de esperança, de preservação e de salvação, antes de ser canalizado e lajeado para permanecer obscuro da população. Chuá, chuá...
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P oemas L uiz N egrão COLORS OF DIVERSITY Luiz Alexandre Kikuchi Negrão How many colors has Life? People are not submitted to Ockham’s knife. We are so different and so similar Like shining stars! SEM ENXERGAR NA LUZ Tanto se vê e quanto não se vê A luz, as trevas, a morte e a vida. Infravermelho e ultravioleta não são captados Assim a verdade e a mentira diante de si! OPOSTOS O ar que respiramos Tem o essencial, o fatal e o restante Como o ódio e o amor entre amantes E a senhora e seus amos
Luiz Negrão: Especialista em Direito Público pela Escola Paulista de Direito (EPD), publicou os textos históricos: “125 do Café Jardim”, “Homenagem do Dia do Patrono do Fórum de Artur Nogueira e “A atuação do Ministério Público no Caso Emeric Levai”. Escritores Brasileiros Contemporâneos
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PRESENTES
(Crônica 8 – 31/5/2021)
Ontem foi meu aniversário, dia de reflexões e vários presentes: Primeiro – agradeci a D’us por estar viva e pelo tratamento oncológico estar de vento em popa. Estou ótima! Segundo – estou rodeada pelo amor da minha família, e todos estão com saúde! Terceiro – estou muito feliz porque consegui tomar a primeira dose da Coronavac! (e desejando do fundo do coração que em breve todos os brasileiros possam ser vacinados!!!). Quarto – teve bolo e docinhos! Quinto – pelos sem número de felicitações que recebi! Sexto – pelos vários projetos literários em curso e outros surgindo! Então... são só alegrias!!! Escritores Brasileiros Contemporâneos
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Além das reflexões e regalos, fiz uma breve retrospectiva: descobri ser portadora de câncer de mama uma semana depois do meu aniversário do ano passado, em 6 de junho de 2020. Foi um choque! Naquele momento fiquei fazendo mil conjecturas de como seria o futuro e como ele se desdobraria. Mas, graças a D’us, tudo deu certo e um ano depois cá estou eu firme e forte! Como disse a amiga Ana Lúcia Lopes Meira: “eis agora a Thais em Nova edição, revisada, ampliada, atualizada!!!”. Talvez os maiores presentes que ganhei nesses últimos meses foram a sabedoria de como lidar com várias situações da vida e os testes do caminho, aprender a valorizar as pequenas conquistas, perceber o prazer em momentos do cotidiano, o sabor de novas experiências, praticar ainda mais boas ações, privar da Junho/2021
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amizade e convívio de pessoas equilibradas, comprometidas e altruístas, entre outras coisas. Ser uma paciente oncológica não é nada fácil: idas constantes ao ambulatório do Icesp ara consultas e exames, desconfortos dos efeitos colaterais devido aos medicamentos e terapêuticas, ficar ouvindo bobagens e patifarias de pessoas maldosas e sem noção... Mas não pense o leitor que estou reclamando da rotina de paciente, é apenas uma constatação. Tenho muita sorte em ter acesso a um tratamento de primeira linha em um instituto de referência. Viva o SUS! Embora seja complicado driEscritores Brasileiros Contemporâneos
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blar esses e outros impasses, faz-se necessário seguir em frente e encarar a vida com coragem e agradecer sempre e sempre pelos milagres que recebemos diariamente, para isso temos que ter “olhos de ver” e “ouvidos de ouvir”! Sigo sublimando diversas situações, consigo elevar o espírito e o coração sempre com leveza, alegria e gratidão pelos momentos aprazíveis e de lições que a vida impõe diariamente. Caminhamos, e, se no fim do caminho não existir mais nada, inventaremos o horizonte... já registrou o poeta Paulo Bomfim em seu livro Colecionador de Minutos. Junho/2021
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VOCÊ SABIA QUE NA ÁREA DA SAÚDE TAMBÉM TEMOS O SETOR DA QUALIDADE? Cátia Albuquerque Estamos acostumados a pensar na Qualidade em segmentos industriais, principalmente no setor automobilístico. Mas na saúde temos nos preocupados muito com a cultura de segurança do paciente. Essa cultura é muito recente e precisa ser fortalecida urgentemente e constantemente. Um excelente exemplo é o setor de aviação, como do desastre de Tenerife em 1977, que matou quase 600 pessoas, sendo o maior desastre aéreo da história da aviação. A partir de então, os protocolos de segurança evoluíram Escritores Brasileiros Contemporâneos
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significativamente e hoje viajamos de avião de forma tranquila e segura, porque os check lists de segurança estão muito sólidos. Somente em 1999 o setor da saúde começou a falar claramente em segurança do paciente. Antes não se tinha a consciência de que a mortalidade ou um evento evitável estava por trás de uma falha de processo assistencial. E é por toda essa preocupação, responsabilidade e amor pela cultura da segurança do paciente que eu abri minha empresa de consultoria em gestão da saúde, a CQ Consultoria. Eu e minha equipe norteamos as organizações de saúde a terem processos seguros, humanizados e embasados cientificamente para alcançarem selos de qualidade e poder fazer com que todas as peças desse tabuleiro assistencial e humanitário entendam que segurança do paciente envolve ações promovidas para reduzir a um mínimo aceitável, o risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde. Quando dizemos danos, não são somente os danos físicos que normalmente evidenciamos em serviços hospitalares, mas também os danos morais e financeiros, contemplando todos os segmentos da Junho/2021
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saúde, seja hospital, laboratório, clínica, ambulatório, entre outros. Minha empresa cresceu e ganhou credibilidade nos resultados alcançados e junto nasceu nossa mascote ou “avatar” criado por nosso analista Caique Albuquerque Nadal e que virou símbolo de postagens voltados a temas relacionados à segurança do paciente e assistência segura. Por eu ter mais de 30 anos de experiência na gestão da qualidade e ser apaixonada por essa disseminação de responsabilidades, meus amigos e clientes começaram a me solicitar treinamentos personalizados, foi quando nasceu a ideia de escrever um livro. O livro está finalizado e será lançado muito em breve pela Editora Matarazzo, cujo tema é SEGURANÇA DO PACIENTE NÃO É UMA OPÇÃO, É CARÁTER INSTITUCIONAL, por e-book e impresso. Se você se interessou pelo assunto, mesmo que não seja da área da saúde, mas queira conhecer melhor sobre o tema e também sobre seus direitos como usuário da saúde, além de aprender a escolher organizações da saúde que tenham mais qualidade e segurança na prestação dos serviços, conheça Escritores Brasileiros Contemporâneos
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nosso site www.cqconsultoria.com.br ou Instagram @cq_consultoria e não deixem de ler meu livro. Você nunca mais verá um hospital da mesma forma. “Devemos entender e nos conscientizar que implantar a cultura de segurança não é um favor ao paciente e sim um dever, uma responsabilidade de todos os atores que encenam no palco da saúde. É hombridade, é empatia e é caráter institucional.”
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