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CYHRA

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LUNAR SHADOW

LUNAR SHADOW

Bestial o besta?

A maioria opta pela primeira hipótese, mas há vozes discordantes bem negativas.

Entrevista: CSA & Eduardo Ramalhadeiro

Eduardo Ramalhadeiro e CSA – Olá, Euge! Obrigado pelo tempo que despendeste para responder a estas perguntas. Euge – Olá! É um prazer! Obrigado pelo vosso interesse na nossa banda. Ficamos gratos.

Eduardo – Há uma lenda urbana que diz que o lançamento de um segundo álbum é sempre complicado. Depois do sucesso de «Letters to myself», sentiram que «No Halos in Hell» é um passo em frente? Penso que é mesmo um mito. Na realidade, com «No Halos», tudo correu às mil maravilhas e da forma que tínhamos planeado. E de facto penso que este novo álbum é um passo em frente. «Letters» foi escrito apenas pela dupla Jake & Jesper, mas desta vez eu fui muito envolvido na composição das canções e toda a gente na banda contribuiu para os arranjos, portanto este lançamento é muito mais um esforço da banda do que o primeiro e parece-me que desta vez encontramos mesmo o nosso som característico.

Eduardo – O álbum foi lançado em novembro. Que tipo de críticas recebeu a banda até agora?

Maravilhosamente positivas! Na primeira review, tivemos logo 10/10, portanto depois disto só podia ser igual ou inferior. Mas nós sabíamos que tínhamos feito um grande álbum e estamos francamente encantados por ver que a maioria das pessoas pensa como nós. É claro que houve algumas críticas menos boas, mas isso é inevitável. Por exemplo, eu adoro o Bruce Springsteen e tudo o que ele fez, mas conheço pessoas que não gostam mesmo nada da sua música. As opiniões são como os idiotas: cada um tem os seus.

CSA – Eu gostei realmente deste álbum, mas parece-me que, de facto, nem todos são da minha opinião. Obrigado. Fico muito contente por ver que gostaste. - Gostava de saber como reages ao facto de algumas pessoas o julgarem com grande severidade e dizerem que é bom porque foi criado por uma super banda, mas que, na realidade, é uma espécie de “álbum preguiçoso”. Preguiçoso? Não sabia disso até agora. Mas é como já disse: as opiniões são como os idiotas, logo cada um tem os seus. E é assim que tem de ser.

- Em que é que o facto de serem uma super banda pode dificultar o processo de criação? Não temos nada essa ideia. Somos apenas bons amigos que fazem música juntos. Irmãos de sangue. O Jake é um dos meus melhores amigos já há dez anos, apesar de nunca termos estado juntos numa banda antes desta. Corre tudo maravilhosamente bem e estamos a divertir-nos imenso juntos.

Eduardo – De que forma contribuíste para o álbum e como decorreu o processo de criação? Como já referi, fui muito envolvido na composição das canções. Eu, o Jake e o Jesper escrevemos algumas canções juntos. Eu escrevi outras com o Jake e o Jesper escreveu algumas com ele também e, embora o Alex não tivesse participado no processo de criação do álbum, também o envolvemos muito nos arranjos. Eu toquei quase todas as partes de guitarra no álbum e absolutamente todas as partes de baixo, O Jesper esteve sobretudo de serviço nas teclas (com o Jake), portanto ficou decidido que, desta vez, eu tinha de assegurar a guitarra e o baixo.

“[…...] este novo álbum é um passo em frente. […...] é muito mais um esforço da banda do que o primeiro e parece-me que desta vez encontramos mesmo o nosso som característico.

CSA – Penso que o desempenho do Jake melhorou muito desde o primeiro álbum (embora seja sempre excelente). Concordas comigo? Sim, concordo. Desta vez, ele focou-se mais nos sentimentos e nas vibrações do álbum e preocupou-se menos com detalhes técnicos do que no primeiro álbum.

CSA – Como reagiria ele à ideia de que a sua voz me recorda a do Tobias Sammet (dos Edguy e de Avantasia)? São ambos grandes vocalistas e compositores, são realmente capazes de cantar e têm uma amplitude vocal bastante alargada, portanto parece-me que há realmente similaridades. Como reagiria ele a esse comentário? Não sei. Mas provavelmente, de forma bem positiva.

CSA – A capa do álbum agradame muito também. Li que era da autoria do Gustavo Sazes (que conheço pessoalmente, porque vive no Porto). - Por que o escolheram? [Tenho de dizer que foi mesmo uma boa escolha.] Trabalhámos com ele no primeiro álbum e eu pessoalmente lidei com ele durante muitos anos, quando trabalhava na Spinefarm Records. O Jake também trabalhou muito com ele, quando estava com os Amaranthe, o que não é surpreendente, porque ele é simplesmente fabuloso. E, ainda por cima, é um gajo super simpático. - A ilustração representa o inferno? Isso tens de perguntar ao Gustavo!

Eduardo – Tu és um novo membro da família Cyhra. Como correu a integração na banda? Na realidade, estive sempre com eles desde o início, mas só revelaram a minha pertença pouco depois do lançamento do «Letters», porque eu na altura fazia parte dos Shining e tínhamos acabado de gravar um álbum novo e havia digressões previstas para a primavera de 2017. Portanto, por respeito para com Shining e o Niklas K. e também devido a algumas questões contratuais, decidimos fazer as coisas assim. Foi uma decisão tomada por ambas as partes. E como eu gosto sempre de me envolver a 100% em tudo o que faço, queria participar naquelas digressões dos Shining, antes de me juntar oficialmente a Cyhra.

Eduardo – Jesper Strömblad é um artista muito carismático e tem um som muito característico como guitarrista. - Como te sentiste quando tiveste a oportunidade de tocar com ele? Sempre gostei de In Flames, portanto foi mesmo fixe, sobretudo no início. Infelizmente, ele não tem estado em boa forma neste último ano e meio e não tem podido participar nos concertos. Felizmente, temos o Marcus Sunesson a tocar connosco. Penso que ele nos está a acompanhar desde novembro de 2018. É um músico fantástico e um sujeito muito simpático. Mas o Jesper continua com a banda e a apoiarnos mesmo à distância. Somos mesmo irmãos de sangue e apoiamo-nos uns aos outros em quaisquer circunstâncias. - Tiveste que mudar algo no teu equipamento ou forma de tocar? Antes de Cyhra, tocava sempre ao vivo com amplificadores reais e cabinets mas no início nós decidimos que iríamos tocar digital, então, precisei de fazer algumas alterações, uma vez que ainda queria usar alguns dos meus pedias analógicos old school (principalmente distorção e overdrive). Assim, os pedais são ligados a um emulador de coluna Neunaber Iconoclast, em vez do amplificador a válvulas e cabinet. O sinal sai directamente para o PA e para os nossos in-ears. Basicamente, o meu equipamento tem sido o mesmo durante 20 anos, exceptuando a substituição no palco dos amplificadores e cabinets pelo Neunaber. No álbum usei amplificadores a válvulas e cabinets, juntamente com alguns plugins e Kemper tones.

Eduardo – O teclista Mark Mangold – muito conhecido pelo seu trabalho com Michael Bolton e Cher – participou em “Lost in Time”. - Quem teve a ideia de o convidar? O Jake travou conhecimento com ele há algum tempo e penso que uma coisa levou à outra. - De que forma contribuiu ele para essa balada? Escreveu-as com o Jake e tocou piano nela.

CSA – Já começaram a trabalhar no vosso terceiro álbum? De certo modo, sim. Eu já escrevi quase 20 canções novas e fiz as respetivas demos e o Jake também já gravou algumas ideias. Mas não estamos “oficialmente” a trabalhar no #3, porque estamos a planear uma digressão para promover o «Halos», que irá durar pelo menos até 2021. No entanto, como estou sempre a tocar guitarra e tenho um estúdio em casa, entre as digressões, vou-me entretendo a compor, tocar e gravar material novo. Tenho de dizer que soa muito bem. Saudações!

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