6 minute read

DENIEL OF GOD

Next Article
PURE WRATH

PURE WRATH

Não perdemos pela demora!

É o que se nos oferece dizer depois de ouvirmos este magnífico «The Hallow Mass», precedido pelo EP intitulado «The Shapeless Mass».

Entrevista: CSA

Saudações! Denial of God é uma banda com uma longa história, no ativo desde 1991, mas só têm 3 álbuns (embora a lista dos vossos lançamentos seja muito longa). Não gostam de fazer álbuns? Azter – Se não gostássemos de fazer álbuns, nunca teríamos feito nenhum. Gostamos tanto de fazer álbuns como de fazer EP, talvez até mais.

Os fãs esperaram por este álbum durante 7 anos. Por que vos pareceu que 2019 era o momento certo para lançar «The Hallow Mass»? Aos meus olhos, a nossa música é intemporal, portanto não se pode falar de momentos certos para os nossos lançamentos. O que aconteceu foi que agora já tínhamos um conjunto de canções ideal para ser apresentado como o terceiro álbum da banda. Compusemos, ensaiámos, fizemos os arranjos e refizemo-los até ao outono de 2018 e depois fomos para o estúdio para começar a gravar, o que ocupou duas sessões separadas por alguns meses. Eu componho quase toda a música e só consigo fazê-lo em alguns raros momentos de inspiração, logo o processo é demorado. Além disso, todos os elementos da banda vivem em cidades diferentes, portanto luxos como fazer vários ensaios por semana ou algo desse género não estão ao nosso alcance.

O álbum é absolutamente fantástico. Pode-se dizer que é a criação de uma “banda madura”? Obrigado. Mais uma vez, não sei se percebi bem o que significa para ti a palavra “maduro”, mas parece-me que a resposta certa à tua pergunta é “sim”. De facto, criámos um álbum que certamente não teríamos sido capazes de fazer há 20 anos atrás.

Ouvir este álbum deixa-nos uma forte sensação de coesão. - Concordas comigo? Sim, absolutamente. Apesar de as canções terem surgido cada uma a seu tempo e em períodos e extensões de tempo diferentes, nada no álbum foi deixado ao acaso. Todas as canções contam as suas histórias e têm a sua atmosfera única, mas funcionam em simultâneo como peças individuais e como partes de um álbum visto como um todo coerente. Por exemplo, passámos muito tempo a pensar qual seria a ordem ideal de apresentação das canções de modo a conferir ao álbum uma dinâmica perfeita e a dar-lhe um início e um fim perfeitos. - Contudo o álbum não tem nada de monótono. Pelo contrário: é muito variado e está cheio de momentos surpreendentes. Podes comentar esta ideia? Como digo muitas vezes, para mim a música é a banda sonora da história que é contada pelas letras, que são todas muito diferentes, apesar de estarem sempre ligadas entre si por cenários mórbidos e tenebrosos. Histórias diferentes precisam de bandas sonoras diferentes e, como acontece com qualquer bom filme de horror, tem de haver elementos de que ninguém estava à espera. Portanto, gostamos de usar elementos diferentes e não apenas de criar dinamismo tocando lentamente ou, pelo contrário, rapidamente. É claro que o nosso estilo já está definido, logo há partes que te podem levar a dizer que são típicas de Denial of God, mas acredito que ainda há variação e surpresas suficientes para que o álbum seja interessante, apesar de ter uma duração superior a uma hora. - Adoro a forma como a guitarra se enrola em torno do som da bateria. Ouvi bem? É fundamental que todos os instrumentos toquem juntos, em vez de se sobreporem uns aos outros. Portanto, despendemos muito tempo a trabalhar nos arranjos para as canções. Por vezes, este é o processo mais complicado, porque frequentemente são os detalhes mais finos (sobretudo no quer diz respeito à bateria) que nos permitem decidir se duas partes diferentes podem ser ligadas sem destruir a fluidez da música.

Pode-se dizer que o álbum tem uma toada doom, não? Se usas a palavra doom para referir o fim do mundo, até concordo contigo. Mas se estás a pensar em Doom Metal, discordo em absoluto.

O que é esta “hallow mass” de que se fala no vosso mais recente lançamento? De que forma as diferentes faixas ilustram esse conceito através das suas letras? A canção intitulada “Hallowmas” refere-se à ideia de abrir o além e de libertar todo o Mal que existe e fazê-lo cair sobre este mundo para acabar com ele. Decidimos dar o primeiro lugar a esta canção no álbum (apesar de ser a mais longa), porque ela introduz a cadeia de pesadelos que se segue e que nos conduz ao longo do álbum até ao seu fim. Os versos que melhor o descrevem são os seguintes: “Darkness and Death hold the Promise of new Life, into this mortal Realm we bid them inside...”.

Que parte coube a cada membro da banda na criação desta magnífica peça musical? Eu compus toda a música, à exceção de duas canções: “The Shapeless Mass”, que tem um riff criado pelo nosso ex-baixista Huul, e “Hour Of The Worm”, que compus em colaboração com o nosso baixista de sessão The Unknown. Todas as letras foram escritas pelo Ustumallagam, à exceção da de “The Transylvanian Dream”, que eu comecei a escrever e ele concluiu. Todos dão o seu contributo para os arranjos (Ustumallagam, Azter e Galheim). E The Unknown está sempre presente nos ensaios, logo também colabora nesta parte.

Quem fez a capa para o álbum? A ilustração parece-me bastante clássica. É da autoria de Markus Vesper, que também fez a capa para o nosso álbum anterior – «Death And The Beyond». Não sei bem em que sentido usas o termo clássico. Geralmente, designa algo antiquado, que se tornou

“[…] Todas as canções contam as suas histórias e têm a sua atmosfera única, mas funcionam em simultâneo como peças individuais e como partes de um álbum visto como um todo coerente […]

clássico com o passar do tempo. A ilustração está perfeitamente adequada à canção que dá o título ao álbum – “Hallowmas” – assim como à atmosfera global do álbum, que é inteiramente noturna.

Também gostei muito do EP que precedeu este álbum. Que relação existe entre eles? Estão ligados apenas pelo facto de o EP ter servido para dar a conhecer um single – “The Shapeless Mass” – que revela um pouco da atmosfera do álbum. Também nos deu a oportunidade de lançar uma velha canção que foi regravada – “The Statues Are Watching” – e duas covers de canções de Bathory e Exuma. Nenhuma dessas faixas poderia sair no álbum, logo o EP era o lugar perfeito para elas.

Que outros planos tem a Osmose para promover «The Hallow Mass»? Não te esqueças de que o álbum foi também lançado pela Hells Headbangers, dos EUA (não apenas pela Osmose). Não há nenhuns planos especiais, mas posso dizerte que a Osmose já esgotou a primeira impressão do álbum, logo temos uma segunda impressão em curso que estará pronta em dezembro. Até ver, estamos muito satisfeitos com as duas editoras.

Vão fazer concertos para apresentar este novo álbum? Sim. Esta semana vamos fazer o concerto de lançamento, na Dinamarca. Em abril, iremos fazer a nossa primeira digressão europeia desde 2007, que nos levará à Alemanha, à Holanda, à Bélgica, à Polónia, à Áustria e à Eslováquia. Mais tarde, participaremos no Steelfest, na Finlândia, no Odyssey To Blasphemy, na Alemanha, e provavelmente – esperamos nós – tocaremos em muitos outros lugares.

Youtube Facebook

This article is from: