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RAGE

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CRITICAS VERSUS

CRITICAS VERSUS

A verdadeira essência

Os Rage são quase uma instituição. No principio deste ano fomos brindados com “Wings of Rage” que é, nem mais nem menos, uma reminiscência sonora de tudo aquilo que os Rage foram (e são) nestas três décadas dedicadas ao mais puro Metal germânico.

Entrevista: Eduardo Ramalhadeiro

Olá Peavy! Muito obrigado pela tua disponibilidade. Já há algum tempo que vos tento entrevistar, uma das minhas bandas preferidas de sempre. Peavey: Olá, o prazer é meu!

«Wings of Rage» está na minha playlist já lá vai algum tempo e é outro excelente álbum dos Rage. Como achas que os fãs vão reagir? Claro que não o posso saber, mas tenho esperança que gostem. As reações às três músicas lançadas digitalmente, têm, até à data têm sido muito boas.

Depois de 37 anos, ainda sentem nervosismo com um novo lançamento? Sim. Creio que é normal. Colocas todo o sangue no que estás a fazer e passas (neste caso) quase dois anos a criá-lo; como é possível não te emocionares com a reação que tens pelo mundo?

A mais importante alteração que vejo é a mudança de editora, a saída da Nuclear Blast e o retorno ao Steamhammer/SPV. Porquê essa mudança e como é que se realizou este «Wings of Rage»? Essa foi uma simples decisão comercial. O nosso contrato havia terminado e por isso estávamos livres para aceder a novas ofertas. Olly da SVP, fez a melhor oferta, ao mesmo tempo em que houve grandes mudanças estruturais na Nuclear, achei que seria um bom momento para trocar de “cavalos”. Não houve e não existe “mau sangue” com a Nuclear e talvez um dia no futuro possamos trabalhar novamente com eles, sempre fomos bons com eles. Neste momento, sentimos que estamos em boas mãos com a SPV. Quem pode prever o futuro do negócio da música? No entanto, essa alteração não teve absolutamente qualquer influência no álbum.

Li duas declarações tuas: “O material sobre Wings Of Rage é tão colorido quanto a história de Rage” e “[…] com um estilo contemporâneo de tocar e um som ultramoderno”. Também vejo algumas influências que me remetem no tempo a «Trapped» ou «Secrets in a Weird World», juntamente com HTTS 2.0 e alguns elementos orquestrais. É seguro dizer que este álbum é um regresso às suas origens? Definitivamente sim. O plano era combinar todos os elementos estilísticos da história da banda nessas músicas, de forma homogénea e som moderno.

Falando em HTTS o que é há tão especial à cerca desta música que merecia uma versão 2.0?

É uma composição atemporal e uma das nossas músicas mais populares. A versão original tem mais de 25 anos. Simulámos como seria se a tivéssemos escrito hoje, foi assim que a esta versão se desenvolveu. Todos nós gostámos muito, e no final decidimos colocála no contexto das novas músicas, para que todos a ouvissem, não destinado apenas a alguns colecionadores, como se fosse apenas uma faixa bónus...

“Chasing The Twilight Zone” é uma música clássica de Rage. O que te levou a escrever este tema? Está relacionado com a série de TV Alfred Hitchcock? Essa música é sobre o meu lado negro interior. Durante toda a minha vida tenho-me debatido com a depressão e com problemas para me abrir para o mundo exterior. De certa forma, estou sempre a perseguir a vida dentro da minha própria twilight zone…

O álbum é um tanto diverso, algumas faixas são mais relacionadas ao thrash, outras com uma tendência óbvia de Power Metal de Rage, «A Nameless Grave» é mais orquestrada e progressiva… Porquê esta abordagem para criar um álbum tão diversificado? Tal como expliquei anteriormente,

queríamos combinar todos os elementos estilísticos da nossa história, o álbum é como que a essência dos Rage.

Existe algum conceito subjacente às letras? Gosto de escrever sobre outsiders, sobre os que não têm voz na nossa sociedade, sobre aqueles que caíram do precipício, que não têm lobby. Quero dar-lhes voz na maioria das músicas. Não lhe chamaria um conceito, mas talvez tempo, é claro, que o Rock e o Metal fizeram o mesmo, então desenvolvi um profundo e eterno amor pela música…

Se não estou enganado, Rage com LMO foi o primeiro projecto/ banda alemã a gravar um álbum. - Lembraste de como surgiu essa ideia de se juntar a música de Rage e uma orquestra? Desde pequeno que ouvia muitas coisas inspiradoras que me fizeram desejar trabalhar com músicos

Rage? Ainda existem tantas músicas para serem escritas e tantos lugares onde tocar, provavelmente uma vida não será suficiente para fazêlo…

Um dos meus projectos favoritos de todos os tempos é «Mekong Delta». Participaste em «Mekong Delta» e «The Music of Erich Zann». - Lembraste de algo deste período?

“O plano era combinar todos os elementos estilísticos da história da banda nessas músicas, de forma homogénea e som moderno.

uma linha vermelha e condutora entre as músicas…

A banda tratou a produção e o Marcos as partes de mistura. Porque é que não chamaste um produtor fora da banda? Tivemos o meu amigo Dan Swanö a fazer a mistura dos nossos dois álbuns anteriores, algo que ele fez muito bem. Mas desta vez, achámos que seria melhor se fizéssemos tudo nós mesmos, simplesmente porque sabemos melhor que ninguém como deveria ser. Enquanto isso, crescemos como equipa e, especialmente, o Marcos desenvolveu-se num talentoso técnico de estúdio. Era a hora certa!

Os elementos clássicos são um aspecto importante na vossa música. Quais são as tuas influências clássicas? Quando tinha 8 ou 9 anos, comecei a aprender guitarra clássica. Aprendi muito sobre compositores fantásticos nesse instrumento, tive um grande professor que me abriu a mente para algumas das mais inacreditáveis músicas que (ainda) me inspiram. Desde J.S. Bach a Heitor Villa Lobos e Leo Brouwer, todas estes músicos formaram o meu cosmos musical. Ao mesmo clássicos. Outras bandas de Rock fizeram isso desde os anos 60, como os Beatles ou Deep Purple. Mas, na verdade, fomos a primeira Banda de Metal a fazê-lo… -Do que sei, a LMO está “a fazer uma pausa”. Existem alguns planos para num futuro próximo lançar algo com a LMO? Acabámos de fazer uma temporada de festivais no Verão passado com os Lingua Mortis Orchestra, onde tocámos pela primeira vez o XIII álbum completo, que tinha 20 anos. Nos próximos dois anos, vamo-nos concentrar nas tournées de “Wings of Rage”.

37 anos depois… …«Prayers of Steel» o que mudou na tua maneira de fazer e pensar música? Sou apenas mais experiente para saber melhor o que quero fazer e como alcança-lo. … De onde é que tiras inspiração para fazeres música continuamente? Através do meu amor interminável pela música! … existe um sinal STOP para ti? Sim: A morte!

Com tantos e excelentes álbuns, incluindo os da LMO, ainda existe algo que queiras fazer com os

Sim, foi uma boa experiência, aprendi muito com o Ralph Hubert nesta altura, algo pelo qual sempre serei grato… - Porque deixaste os »Mekong Delta»? Havia algumas “questões” de negócios. Teria adorado continuar, especialmente porque já tinha as letras escritas para o terceiro álbum. Mas na altura já não nos podíamos encontrar novamente… - Decidiste manter tudo em segredo sobre a banda. Lembraste de qual era o teu “nickname”? Sim, era chamado Jake Jenkins… - Naquela altura, porque “assumiste que os músicos alemães não seriam aceites internacionalmente?” Não foi ideia minha, Ralph era o mentor e ele é veio com essa ideia…

No Verão de 2020 irão tocar a Portugal – “Milagre Metaleiro” – o que esperas do público português e o que podemos nós esperar de vocês? Faremos um concerto energético com músicas de todas as épocas da nossa história e, é claro, esperamos ter uma resposta fantástica dos fãs. Estamos realmente ansiosos! Até lá, vemo-nos em breve! FacebookYoutube

Educação sentimental

Veio-me à mente este título de um romance do escritor francês Gustave Flaubert (o imortal autor de “Madame Bovary”) ao refletir sobre o que Fiar nos diz acerca do percurso da banda catalã, nesta entrevista sobre o segundo álbum da sua nova era. Ambos tratam de crescimento espiritual.

Apalavra obraprima tem sido utilizada mais de uma vez para descrever o álbum e, honestamente, ainda não estou habituado a isto

Olá, Dan! Muito obrigado pelo o teu tempo e por responder às minhas perguntas. Dan: «Veil of Imagination» é o terceiro álbum dos Wilderun e parece-me que o vosso sucesso está a subir em flecha. Estão preparados para aceitar este crescendo de popularidade? Depois de nove anos a trabalhar arduamente com Wilderun, estou mais do que preparado!

Quando terminaram «Veil of Imagination», estavam à espera de tantos elogios de críticos e das pessoas, em geral? Com certeza, senti-me bem em relação ao disco após o termos concluído, mas o nível de elogios que recebemos é, realmente, impressionante. Não estava à espera que fosse tão bem recebido como foi até agora.

Na nossa última edição da revista (podes verificar) «Veil of Imagination» foi “Álbum Versus” (é a nossa designação de álbum do mês) [10/10]. Estavam à espera de ter em mãos uma obra-prima? A palavra obra-prima tem sido utilizada mais de uma vez para descrever o álbum e, honestamente, ainda não estou habituado a isto (risos).

Em 2020, terão o vosso primeiro ProgPower in Europe. Certo? Está correcto.

… e este será o vosso primeiro concerto na Europa ou, entretanto, terão outros concertos? Em princípio, será o nosso primeiro espectáculo europeu, mas estamos a tentar agendar mais espectáculos ou festivais europeus para a mesma altura.

Caso não saiba, nós, europeus, somos uma multidão infernal. Quais são as vossas expectativas relativamente ao público europeu? Espero que cumpram a vossa reputação!

O que mais me surpreendeu foi que vocês são a prova viva de que as bandas não precisam de editoras discográficas para lançar álbuns excelentes. No entanto, não está nos vossos planos arranjar uma editora discográfica? Eu acho que o principal benefício de ter uma editora discográfica é ter uma equipa de pessoas que pode tratar da promoção do nosso trabalho, pelo que isso seria uma coisa positiva para nós, assim poderíamos concentrar-nos mais em escrever e tocar. No entanto, é necessário que obtenhamos um bom acordo.

Quais foram os maiores sacrifícios que fizeram em relação ao «Veil of Imagination»? Honestamente, não fizemos muitos sacrifícios na realização deste álbum. Criativamente, sentimonos muito mais livres de rótulos de género musical, em oposição aos discos anteriores e, logisticamente, fomos capazes de financiar o álbum por inteiro com o dinheiro que ganhamos com os dois discos anteriores.

Eu li online algumas coisas sobre o álbum e muitas pessoas disseram que vocês fizeram o que Opeth deveria ter feito. O que pensas desta ideia? Tenho observado que as pessoas fazem comparações entre nós, mas não posso negar a influência

de Opeth sobre quase todos os elementos da banda. No entanto, não acho que seja uma descrição precisa do que é Wilderun. Estamos, constantemente, a tentar esforçar-nos por atingir os nossos limites criativos e, por isso, não somos apenas uma banda imitadora. Além disso, acho que Opeth está a direcção correcta, ao criar música que querem, mesmo que isso signifique decepcionar alguns fãs.

A vossa música é realmente complexa: tantas camadas, harmonias, orquestrações, coros... Quão difícil foi juntar todos esses elementos num álbum tão espectacular? Espectacular. Passamos os últimos anos a descobrir como combinar melhor todos esses elementos, entre a banda e os elementos orquestrais. Passamos quase um ano inteiro apenas a trabalhar os elementos orquestrais.

Qual é o vosso modus operandi em termos de composição? Apenas tentamos escrever músicas que soem bem quando tocadas apenas por um instrumento. Todos os elementos melódicos e de harmonia precisam ser sólidos isoladamente, antes que se considere qual o instrumento que vai tocar determinada harmonia. A música tem de existir primeiro nas nossas cabeças.

As orquestrações são sintetizadas ou contrataram os músicos para tocar essas partes? As orquestrações foram todas feitas com samples e instrumentos sintetizados. Adoraríamos fazer um disco com uma orquestra ao vivo, mas infelizmente, neste momento, está fora do nosso orçamento.

Têm formação musical que vos permita escrever a música em partituras? Sim. Todos temos formação musical em várias áreas.

O álbum foi misturado e masterizado por dois

Todos os elementos melódicos e de harmonia precisam ser sólidos isoladamente, antes que se considere qual o instrumento que vai tocar determinada harmonia.

monstros do som: Dan Swanö - que já entrevistei duas vezes – e Jens Bogren. Como é que os descobriram e como foi trabalhar com eles? Nós somos fãs do trabalho de produção deles há muito tempo. Portanto, quando chegou a hora de decidir sobre os engenheiros de mistura e masterização, cada um de nós fez uma lista de produtores favoritos e, depois de enviar um e-mail para vários engenheiros, decidimos que a combinação de Dan e Jens seria a melhor para este álbum, em particular.

Do lado da produção: Por que é que escolheram um engenheiro para a bateria, baixo e outro para as vozes e guitarras acústicas?

Em parte, queríamos ter o maior número possível de ouvidos diferentes a ouvir o álbum, para evitar que o produtor perdesse a objectividade. Ambos os álbuns anteriores foram gravados, misturados e masterizados por Jocko Randall, da MoreSound Studios e, por mais incríveis que sejam estes álbuns, sentimos que estávamos a ir numa direcção completamente diferente da que pretendíamos para este álbum, em termos experimentais e da nossa aprendizagem. De qualquer forma, por melhor que tenha corrido desta vez, há, decididamente, algo para ser dito pelo facto de não ter sido preciso andar a enviar as demos e versões finais entre nós e os diversos engenheiros .

A banda produziu o álbum com o Justin Spaulding e o Andrew Greacen. Como correu esse processo e quem teve a última palavra? Demo-nos muito bem com os dois. Ambos, são engenheiros fantásticos e óptimas pessoas para trabalhar. Eu trabalharia, novamente, com qualquer um deles num piscar de olhos. Tecnicamente, a banda sempre teve a última palavra, mas houve muitas sugestões feitas pelos dois que acabaram influenciando as nossas decisões no disco.

Vamos falar um pouco sobre as vossas influências musicais. Como ouvinte, obviamente, vejo Opeth, enquanto outros veem Turisas, Septicflesh ou Wintersun. Essas bandas fazem parte das vossas influências musicais? Cada uma delas, é… (risos)

Em termos de letras, este é um álbum conceptual? Não, mas como nos álbuns anteriores, todas as letras tendem a seguir um tema único, mas não contam uma história linear, isso não.

O design é bastante surpreendente. Quem é que o fez e como é que se enquadra na música? O design foi feito por Adrian Cox, que era fã da nossa música. Verificamos o seu trabalho e encontramos nele um artista que poderia, facilmente, misturar o majestoso com o macabro – algo que sentimos verdadeiramente representado no que estávamos a tentar realizar musicalmente.

Mais uma vez, obrigado pelo vosso tempo e espero, sinceramente, vê-los tocar em Portugal. Também eu. Saúde, meu amigo!

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Playlist

Adriano Godinho

Svet Kant - The Visage Unbiased Symphony X - V: The New Mythology Suite Aborted Earth - Cut the Chord Elder - Lore Thelonious Monk - Solo Monk Carlos Filipe

Master Boot Record - Floppy Disk Overdrive Long Distance Calling - Stummfilm Live From Hamburg Martin Templum Domini - Martin Templum Bruce Dickinson - Scream For Me Sarajevo RAMP - XXV 1988-2013 Autumn Tears - The Air Below The Water Haxandraok - Ki Si Kil Ud Da Kar Ra Lotus Thief - Oresteia Cristina Sá

Alcest – Spiritual Instinct Asphodèle – Jours Pâles Cyhra – No Halos in Hell Nero di Marte – Immoto Pure Wrath – The Forlorn Soldier Eduardo Ramalhadeiro

Testament - Titans of Creation Wintersun - TIME I Live Rehearsals At Sonic Pump Studios Trick or Treat - The Legend of the XII Saints Green Carnation - Leaves of Yesteryear Nightwish - HUMAN. :||: NATURE. Emanuel Roriz

Cattle Decapitation - Death Atlas Inquisition - Ominous Doctrines of the Perpetual Mystical Macrocosm Emperor - Prometheus, the Discipline of Fire and Demise Tool - Fear Inoculum Solar Corona - Lightning one

Ernesto Martins

Frank Zappa - Broadway the Hard Way Borgne - Y Batushka - Hsopodi Deathrow - Deception Ignored Grand Funk Railroad - Survival Gabriel Sousa

Crazy Lixx - Forever Wild H.E.A.T. - II Pretty Maids - Planet Panic Hughes & Turner Project - HTP Virgin Steele - Guardians Of The Flame João Paulo Madaleno

Abysmal Dawn - Phylogenesis Blackguard- Storm Rendezvous Point - Universal Chaos Maraton - Meta Helder Mendes

Akercocke - Choronzon Darkher - Realms Thy Catafalque - Naiv Damim - A Fine Game of Nihil Namek - Vaginator Ivo Broncas

Tool - Fear Inoculum Gojira - From mars to Sirius Korn - The Nothing Alice in Chains - Rainier Fog Nuno Lopes

Misery Loves Co - Zero Oceans - The Sun and the Cold Sepultura - Quadra Crest of Darkness - The God of Flesh

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