20 voces poéticas para o 25 N

Page 1


20 voces poéticas para o 25 N

Sumario Mada Alderete Vincent........................................................................................................................2 Indira Carpio Olivo..............................................................................................................................2 O allo...............................................................................................................................................2 Adriana Davidova................................................................................................................................3 Castigo............................................................................................................................................3 Inverno............................................................................................................................................4 Andrea Fernández Maneiro.................................................................................................................4 O xiz................................................................................................................................................4 Laura Fjäder.........................................................................................................................................5 A vida suspendida...........................................................................................................................5 Lydda Franco Farías............................................................................................................................6 Irene Gruss...........................................................................................................................................7 Variación con forma de tango.........................................................................................................7 Paz Hernández Páramo........................................................................................................................7 Vertedoiro........................................................................................................................................7 Ana Ilce Gómez...................................................................................................................................8 A morte non é unha muller..............................................................................................................8 Sergio Macías......................................................................................................................................9 Machistas do martirio.....................................................................................................................9 Tomislav Marijan Bilosnić................................................................................................................10 As virxes crucificadas...................................................................................................................10 Pilar Maseda......................................................................................................................................11 As vidas que perdemos.................................................................................................................11 María Míguez.....................................................................................................................................11 Valente...........................................................................................................................................11 Lilliam Moro Núñez..........................................................................................................................12 A máis fermosa.............................................................................................................................12 Julia Navas Moreno...........................................................................................................................12 Hibernar na estación do medo.......................................................................................................12 Miriam Reyes....................................................................................................................................13 Teresa Ríos........................................................................................................................................15 António Salvado................................................................................................................................16 En loanza da muller......................................................................................................................16 Enrique Viloria Vera..........................................................................................................................17 Nin co pétalo dunha rosa...............................................................................................................17 Miyó Vestrini.....................................................................................................................................17 Moi pouco e moi gris o tempo que che queda..............................................................................17

Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”- IES “San Paio”

2


20 voces poéticas para o 25 N Mada Alderete Vincent.No meu primeiro día do traballo novo colgáronme un puñado de chaves do pescozo e deixáronme soa; teño encerradas a seis mulleres, ás súas fillas e aos seus fillos; non é un cárcere, só coido para que os seus amantes non as queiran demasiado.

Indira Carpio Olivo.O allo O home máis oprimido pode oprimir a outro ser, que é a súa muller. A muller é a proletaria do proletario Flora Tristán

Queimoume con caraotas negras1. Atopou un allo, maldito allo! Queimoume e a súa casa segue alí, intacta. Está cansado de pobreza. Eu estou cansada de pobreza, del, de fillos, de traballo, de cociña, de caraotas, dos malditos allos. É bo o seu amor e fai mal. Levantou catro latas de zinc unha xanela de madeira, cega. Quéreo tamén o teito por onde goteo núa. 1

Especie de feixón ou faba utilizado na gastronomía iberoamericana.

Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”- IES “San Paio”

3


20 voces poéticas para o 25 N Bañoume. Cheiro a allo pero non na cama. Son de entrañas escuras, non penso limparme. A casa non me salva.

Adriana Davidova.Castigo Na nube de lava volcánica a dor fai un nó das miñas sílabas. E apareces entre unha ferida e outra. Doe, arde, queima a boca como un grallo de víboras famentas A gorxa....... chaga e a pólvora de arsénico envelenado cae no centro mesmo da miña esencia. Amargo, quente, descoñecido... Dor de sangue e espasmos. Lánzasme aos abismos. Dispárasme entre os ollos transparentes. Envólvesme en mantas de metal pesado e extírpasme o sorriso para sempre. Doe, doe... queima a boca anhelante de vida, E recibe sorprendida o castigo O castigo espeso, quente, ardoroso, tibiamente indefinido inferno Onde estou? Onde vou? Quen son?

Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”- IES “San Paio”

4


20 voces poéticas para o 25 N Inverno Detente!... Os teus golpes non acalarán o son da miña voz. Medo----No silencio da cociña vai frío. Estou moi quieta para que non me percibas, para que non te decates de que o meu corpo treme de pudor. Detente!... Os teus golpes non acalarán o son da miña voz. No silencio da cociña fai inverno. Estou refuxiada detrás das torradas, do leite morno, do café que ferve para que os teus berros non estalen na miña mazá recentemente cortada. Detente!... Os teus golpes non acalarán o son da miña voz. No silencio da cociña fai ruído. Estou ocupada en acenderche a tele, pasarche o ferro a camisa, follear para ti o xornal, lavarche os cubertos. Detente!... Os teus golpes non acalarán o son da miña voz. Detente... Para que os golpes e despois os prantos non cheguen ao cuarto dos nenos, onde aínda---- é verán.

Andrea Fernández Maneiro.O xiz Son lousa laminada construída por natureza, -dixéronme-, para fenderse; Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”- IES “San Paio”

5


20 voces poéticas para o 25 N e ti eras o xiz, o que me había facer paxaro, vexetación, nube, o que, branco sobre negro, prometía completarme, pero só soubeches trazar cicatrices, agravios, bágoas para que eu fora serva e devota e submisa. Mais, se cadra por natureza, rematei por laminar, resgando coa face luxada de xiz, e puiden ser paxaro e vexetación e nube, e son xebrada do teu, ceibe, atea, rebelde e branco e negro e violeta... e ti, ti só sabes ser xiz2.

Laura Fjäder.A vida suspendida Os homes de boa vontade frearon os cabalos preto da casa. A casa era alta. Eles observaron en silencio mentres todas as derrotas. Estaban espidos. Cando entraron lavei os seus pés estraños con auga morna, unteinos con aceite. Nun arrebato de avaricia beberon todo o viño, mastigaron as miñas feridas. A comida era excelente. 2 VV. AA., Manifesto 25 N. Trinta voces pola eliminación da violencia contra a muller, Alvarellos e Asociación Cultural Caldaloba, 2021, pp. 29-30 Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”- IES “San Paio”

6


20 voces poéticas para o 25 N Canto pan ensanguentado esponxouse na túa cociña? Vemos faragullas na esquina e debaixo da mesa. ( A deshonra enfornouse así, a desesperación lenta ) E ao meu silencio, rumorearon: a saliva cristaliza en forma de fento a ferruxe non desentoa coas túas costas reparte connosco a carne do can : aliviarás a túa carga.

Lydda Franco Farías.Esta hora serás a rapariga exemplar e namorada a quen enganan e maltratan todos os fillos de puta da terra o cal non ten a menor importancia, eles sempre regresan compunxidos ás túas saias, solícitos, coa cara lavada, coa escusa de sempre, coa eterna cantata: eu perdónote, eu prométoche, eu xúrocho, o meu ego bícate; ao final da escena ata o can é feliz.

Desconfía, filla, deses mozos que che len poemas de dubidosa factura; ti que diferenzas a verdadeira poesía diferénciaos e coñéceos a eles, son falsos prestidixitadores; sopra sobre os castelos de area dos seus discursos ti que crees que o sexo é xúbilo e que como o espírito necesita ventilarse, desconfía deses raparigos que intercambian noivas; Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”- IES “San Paio”

7


20 voces poéticas para o 25 N para eles as noivas consisten nesa economía de mercado baseada no troco de obxectos para o uso e o abuso; nin sequera son n e o l i b e r a l e s eses mozos, son neolíticos e pechados como as bóvedas dun banco; desconfía deses mozos quebradizos como láminas de anime que odian ao semellante (especialmente se o semellante é unha moza); non te namores máis nunca filla deses erradíos e radicais raparigos enmascarados.

Irene Gruss.Variación con forma de tango Na ficción ela ten que morrer; só na ficción. Na ficción el será o único, o vapuleadamente verdadeiro, non o namorado. E ela ten que morrer, porque se non…

Paz Hernández Páramo.Vertedoiro Agora non podo máis (di) o divorcio, os nenos, a túa familia, os meses sen que me poñas a man enriba. Agora non podo máis coa túa hipocrisía, as chamadas de cando en vez como sempre Perdón…

Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”- IES “San Paio”

8


20 voces poéticas para o 25 N Os anos compartidos. Café só, insípido, regado de insomnio, a nosa foto sobre a cómoda da habitación, as luvas amarelas, a auga correndo mentres frego. Agora todo son tixolas sucias -xa todo me molesta-

A muller que habita na miña pel non se sabe forte, sábese valente; a rapariga que aniña dentro vive guerras en cada telexornal e chora as mortes daqueles que nunca viu. A branca pel que recubre o meu peito non sabe de derrotas, non se sente vítima, non coñece batallas nin guerra sen baixas. A muller que habita na miña pel sábese sobrevivente, a pesar dos golpes que sangran case dourados en níveo corazón.

Ana Ilce Gómez.A morte non é unha muller A morte non é unha muller co cranio pelado e unha curva gadaña entre as mans. A morte é un home que galopa entre as noites que arrandea o insomnio. É un home disfrazado de escura damisela. Ten unhas rosas nas mans e unha corda para apretar o pescozo. Alguén un día debuxou á morte con rostro de doncela. Pero ela é el, pálido, abxecto, Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”- IES “San Paio”

9


20 voces poéticas para o 25 N que na noite achégase ata o meu soño e como un can fiel faime aspirar o seu alento aterecido e misterioso e con fría insistencia achégaseme e lámbeme os pés. Sergio Macías.Machistas do martirio Non se nace para o odio, senón para o amor, a tenrura e a paz. A persoa agresiva leva a herdanza de Caín. Emporca con sangue o que foi amado, e, ás veces, querendo, o que lle é negado. Non hai espazo na humanidade para o que asasina á súa compañeira, e aldraxa a pureza dos sentimentos. Para quen se converte en terrorista dos bicos e da dozura. Furiosos machistas do martirio. Cavernícolas do pensamento. Inimigos da liberdade. Devoradores das caricias baixo a lúa das emocións. Tiranos deshabitados de bondade. Xogadores da furia. Falsos dos propios arrepentimentos. Mentireiros compulsivos e traidores, non merecedes nacer, pertencer ao gozo do día, á ledicia do sol sobre as espigas, coa vosa mirada e cheiro a matar. Estades feitos de arxila seca, sen corazón nin alma, só cólera que lanzades sobre os fillos. A vosa existencia non serve para nada. Verdugos obsesivos do sexo, Asasinos encubertos nos celos. Destrutores de soños inconclusos. O mundo condénavos ao desprezo, E a vivir polos séculos… nas tebras. Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”- IES “San Paio”

10


20 voces poéticas para o 25 N

Tomislav Marijan Bilosnić.As virxes crucificadas Mulleres vendidas como petróleo oferta de raparigas, bens inmobles en fotoshop e internet. Xacen as mulleres espidas, caras baleiras no escenario, no catre un corazón forxado na zafra da noite. As mulleres exercen o seu oficio recollendo flores entre os látegos. Violáronas, encheron os seus ventres con sangue e chumbo. As virxes de Vukovar. As virxes de Srebrenica, coas dores dos séculos co medo ás palabras, oídos e ollos. Nos bordados dourados de Occidente, como corvos negros crucificadas, as virxes africanas. Nos cálices de marfil a suor das virxes de India os berces das nenas regadas coa semente de cobra. Mil e unha noites de medo das virxes en Arabia, en Afganistán, de temor entre as paredes que lles arrincarán o corazón. As mulleres cuxos ollos nunca verán a estrela do amencer as mulleres que desaparecen no bochorno do verán entre as sombras.

Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”- IES “San Paio”

11


20 voces poéticas para o 25 N Pilar Maseda.As vidas que perdemos Na vida que perdemos fomos deixando as mudas da pel polo camiño no vértice do corazón no pulso da vida na exclamación da urxencia. Na vida que perdemos foi urxente recoller o corpo do chan despois da última malleira foi urxente curar as feridas foi urxente aprender de novo a respirar polos ocos do cranio mancado foi urxente limpar o naufraxio e traspasar o limiar da porta de saída. Na vida que perdemos foi urxente volver a pisar a rúa coa anguria e o pánico parar en cada náusea, da vertixe e do medo sabéndonos monicreques que colgan do fío entre dedos invisibles na esculca de todas asolladas coma A Carta Escarlata. Na vida que perdemos antes de pronunciar os primeiros sons na anarquía da norma antes sequera de ter nome propio xa eramos mágoas, por nacermos femias! En todas as vidas que perdemos3. María Míguez.Valente Cando a súa alma se crebou, oíuse por fin a súa voz: «Canto máis me despreces, máis me quererei eu. Canto máis me negues, máis me afirmarei eu. 3 VV. AA., Manifesto 25 N. Trinta voces pola eliminación da violencia contra a muller, Alvarellos e Asociación Cultural Caldaloba, 2021, pp. 45-46 Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”- IES “San Paio”

12


20 voces poéticas para o 25 N Canto máis me pegues, máis débil faraste ti, máis forte fareime eu»

Lilliam Moro Núñez.A máis fermosa Ese rostro que ves no espello non é o teu. Mírate ben: búscate máis aló do perfume barato da cara pintada, do afán de agradar; atópate detrás das olleiras, do ollo inchado, da mirada opaca envellecida antes de tempo, das palabras que arrincaron a tiras a pel do corazón. Unha vez que te teñas descuberto abrázate coma se foses a nai de ti mesma, o amante soñado desde a mocidade, o deus que sempre te ve fermosa. E rompe os espellos.

Julia Navas Moreno.Hibernar na estación do medo Camiñar polos corredores con pés de manteiga. Perder a voz, a risa, a elocuencia; as ganas de pintar os beizos e desafiar a túa mirada fronte ao espello. Temes as portas sen ferrollo e o seu alento na túa caluga; os silencios que preceden á ira desatada; os seus beizos finos e apertados antes de sentir poutas nos teus pulsos mentres borboriña: Por que me fas isto?

Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”- IES “San Paio”

13


20 voces poéticas para o 25 N Despois, a humillación, o golpe, o chan frío na túa fazula, a roupa arrincada, a nudez da alma, o pranto esgotado na seca… Soñas coa soidade da túa cama e tenteas, desde a túa ínfima esquina, para comprobar a tersura da saba ao outro lado. Buscas nun mapa imaxinario o punto máis afastado sabendo que, aínda lixeira de equipaxe, non haberá distancia nin teito seguro. Entón, faste un nobelo e hibernas. Soñas coa súa caída nos malditos infernos. Espertas. Non respiras, non suxires, non opinas. Non paseas, non saúdas, non miras. E morres de frío aos poucos entre paredes de xeo polar.

Miriam Reyes.Cando a túa man me toca grava en min chagas que pronto se converten en grandes buracos inzados de todo tipo de criaturas repugnantes (vermes gordos como falos penecillos con boca de peixe...) Cando, satisfeito, vas seguro de colmarme de amor e de ti, quedo cubrindo de tristeza un enorme baleiro. Que podes gravar nos meus ósos máis forte que a súa propensión para eternizarse po?

Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”- IES “San Paio”

14


20 voces poéticas para o 25 N Cando o rei da casa entraba había que correr á porta con zapatillas, cervexa e reverencia. Por algunha razón el supoñía que debiamos estar felices de verlle volver cada noite para escoitar os seus xuramentos crer os seus soños, vivir das súas mentiras.

Volvinme demasiado sensata, comprensiva, abnegada, perfecta ata a náusea. Déixo que te pasees co teu aire de semental ao baño, á cociña a por un pouco de auga. Se me preguntas dígoche que si para non entrar en detalles para que durmas tranquilo e rendas na oficina. A mentira é a miúdo máis fácil e espontánea como estar xuntos. É cómodo o meu corpo, ten esquinas redondeadas e formas ergonómicas (sen falar do moito que abriga e o pouco que pesa). Non pide nada, non fai preguntas, prefire non saber. Acolchado de amor hai tempo que non sente a cabeza.

Inmóbil, abandonado ao teu fastío de home inmóbil, mírasme con antiquísimos resentimentos. Óeme ben, son inocente do teu pasado, non son a túa puta nai, nin a túa enferma nai, nin a túa tola nai, aínda que sexa puta tola. Non merezo recibir agresións alleas, atrasadas e caducas. Non proxectes sobre min os espectros da túa nenez, teño forma, cor e dimensións propias. Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”- IES “San Paio”

15


20 voces poéticas para o 25 N Tampouco veñas a min chorando como un neno cando non o es, este colo que te acolle tamén te desexa. Non sobreactúes, a min tamén me expulsaron do paraíso antes de tempo e sen notificación previa, a quen non? Anda home, levántate de ti.

Antes de que cho ensinen por aí voucho explicar eu -díxomementres abría a miña cama. Xa non lembro cantos anos tiña entón, se era nova ou vella. Só lembro o noxo arrastrándose dedo tras dedo polas mans de todos os homes -polas miñas propias mansPor favor, pasen sen tocar, pasen, pasen. Ata que un día encerrei a dor nun frasco, púxenlle ao noxo a túa cara e pechei a tapa. Cando abrín os ollos desapareceras e por fin puiden bicar os ansiolíticos dedos do meu amante. Teresa Ríos.Mirádeme náufraga na patria do meu corpo. Eu non escollín nacer nin tampouco habitar o rol do meu sexo. Perdoade se o meu útero non cobiza perdurar a especie e ao mesmo tempo sinte a liberdade de elixir nas costuras da miña pel cada berro, cada tremor, cada orgasmo. Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”- IES “San Paio”

16


20 voces poéticas para o 25 N Agárdase de min unhas medidas perfectas orfa de pelo no corpo e sempre disposta para o sexo alleo. -Non amoles agora coas túas teimas! Non chegarás a ningures se non mudas o carácter, muller! Quérote ben agarimosa e submisa a poder ser, caladiña miña nena! Recoñece que disto ti sabes pouco ou nada. Camiña contando as pedras do chan amosa o teu mellor sorriso arrímate contra a parede. As palabras resoan coma un mantra a conciencia vestida de nai coa culpa anoada nos ósos. Pero é difícil castrar ó indómito! Por iso, nesta noite de lúa chea ouveo o seu engano e marcho deixando aínda quente o meu lado estreito da cama4.

António Salvado.En loanza da muller O sangue brota do teu rostro puro, oh nai tan flaxelada en todo o teu corpo – vivencia do crepúsculo sen coñecer do día comodidade algunha. Mans asasinas cruelmente acesas negan constantemente a túa mocidade – oh verxel de beleza a quen corta raíces flores froitos. E polo tempo fóra fuches a avidez da tiranía – oh muller mártir agardando o momento en que rexurdirás da túa vida cal única señora. 4

VV. AA., Manifesto 25 N. Trinta voces pola eliminación da violencia contra a muller, Alvarellos e Asociación Cultural Caldaloba, 2021, pp. 59-60 Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”- IES “San Paio”

17


20 voces poéticas para o 25 N Enrique Viloria Vera.Nin co pétalo dunha rosa Iso dicían antes os hipócritas voraces, os devoradores da alma e do corpo da muller amada. Verdade era que para laceracións e rabuñaduras máis efectivas eran as espiñas que os delicados pétalos da rosa. Hoxe, os neohipócritas do século XXI reivindican, da boca para fóra, a igualdade de xénero, o respecto polos dereitos que antes eran só do home e que hoxe reivindica a muller. Explotadas, exiliadas, humilladas, cargando cos fillos ao lombo e un máis na barriga transitan camiños de desprezo e inxustiza nos que en grandes pancartas, en anuncios do máis luminoso neón lese: Máis ruído fai a folla da árbore ao caer que a opinión dunha muller.

Miyó Vestrini.Moi pouco e moi gris o tempo que che queda Son fráxil para os amados. Algún asasino máis poderoso, máis forte interceptoume cando cruzaba a canella dos coitelos e atalloume.

Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”- IES “San Paio”

18


20 voces poéticas para o 25 N Silencio muller, dixo, nada valerá a túa queixa neste momento nin nos outros. Moi pouco e moi gris o tempo que che queda nesta madrugada de cans sen dono e borrachos asustados. Déixame un instante, dixen, medir a luz que todos os días me recibe e me abandona. Déixame chorar un intre a soas. Pero só había frío na canella dos coitelos.

Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”- IES “San Paio”

19


20 voces poéticas para o 25 N CRÉDITOS: https://digopalabratxt.com/2018/03/04/el-callejon-de-los-cuchillos-25-poemas-contra-la-violenciade-genero/ http://paginadeandresmorales.blogspot.com/2011/03/poemas-de-adriana-davidova-espana.html https://omnivoraz.com/gl/poesia-gl/poesia-contra-a-violencia-de-xenero-25-novembro-2019/ https://vomiteunconejito.wordpress.com/2020/01/03/16-poemas-de-lydda-franco-farias/ https://poetassigloveintiuno.blogspot.com/2011/08/4400-paz-hernandez-paramo.html http://elalmadisponible.blogspot.com/2011/03/la-mujer-que-habita-en-mi-piel-un-poema.html http://www.poemaspoetas.com/ana-ilce-gomez/la-muerte-no-es-una-mujer http://www.crearensalamanca.com/poesia-contra-la-violencia-hacia-la-mujer/ https://protestantedigital.com/print/41017/ No_se_le_pega_a_una_mujer_y_otros_poemas_de_Najenson_Villar_Janeiro_y_Marijan_Bilosnic https://alastensas.com/escrituras/poetas-del-mundo-por-la-no-violencia/ https://www.irixoa.es/contenido/irixoa/archivos/arch_333.pdf https://libroemmagunst.blogspot.com/search/label/miriam%20reyes https://salamancartvaldia.es/not/260495/mujer-poemas-martins-salvado-alves-faria-barrocatraducidos http://circulodescritoresvenezuela.org/2020/03/07/ni-con-el-petalo-de-una-rosa/ https://cielosquedanmiedo.wordpress.com/2018/03/21/muy-poco-y-muy-gris-el-tiempo-que-tequeda/ https://idehpucp.pucp.edu.pe/notas-informativas/los-antecedentes-policiales-y-su-rol-preventivoante-actos-de-violencia-de-genero/ (páxinas consultadas entre os días 8 e 14 de novembro de 2021) FJÄDER RODRÍGUEZ, Laura, Nudo de venas, Suburbia Ediciones, 2018, 60 pp. VV. AA., Manifesto 25 N. Trinta voces pola eliminación da violencia contra a muller, Alvarellos e Asociación Cultural Caldaloba, 2021, 71 pp.

Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”- IES “San Paio”

20


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.