atualidade actualidad
Comércio adapta-se e transportes tornam-se essenciais, aumentando serviços porta a porta O setor dos transporte e distribuição de mercadorias assume um papel essencial no novo cenário de diminuição da mobilidade dos consumidores e do maior recurso ao e-commerce. E muitos aproveitaram para fortalecer os seus negócios, passando a fazer também entregas porta a porta.
A
Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR
cadeia dos serviços de logística e transporte assume um papel essencial para as empresas de produção e sobretudo de comercializaçao de produtos no atual contexto excecional que se vive, marcado pela limitação na mobilidade da população em geral. As empresas de transporte estão a ter uma importância crucial para fazer chegar a casa dos portugueses os bens alimentares, de farmácia e outros que são solicitados ao longo destas semanas de confinamento social que foram marcando a vida de milhares de consumidores pelo país fora. A nível dos pedidos, o canal online assumiu um maior relevo, podendo destacar-se por exemplo, a estratégia seguida pelo grupo Nabeiro, que concentrou no mesmo site todas as suas marcas (ver pág. 29), quer sejam marcas próprias ou todas as outras que o grupo representa e distribui, substituindo assim, nomeadamente, a distribuição ao canal horeca, que teve um grande refreio. Outros exemplos das alterações estratégicas e operacionais que as cadeias de distribuição devem fazer nesta altura são dados pelo especialista em marketing e docente do IPAM-Instituto Português de Administração de Marketing José Rousseau. “Estou convencido que na atual situação que vivemos, assim como em muitas circunstâncias da nossa vida, por vezes e como diz o povo, há males que vêm por bem. 18 ACT UALIDAD€
MAIO DE 2020
Senão vejamos: algumas empresas grossistas, como, por exemplo, a Makro, decidiram finalmente abrir as suas lojas também aos consumidores finais. Algo que há muito já deveriam ter feito”, refere José Rousseau. “De um modo geral, as empresas retalhistas aperceberam-se que a venda à distância – nas suas diversas formas –, e a entrega capilar dos produtos aos consumidores, através das suas próprias estruturas ou desenvolvendo parcerias com operadores logísticos, é hoje não apenas uma tendência, mas um verdadeiro imperativo estratégico, quer nos tempos atuais, quer no futuro próximo”. “Assim, e não obstante as lojas continuarem a ser fundamentais na distribuição do futuro, os investimentos nas modalidades de venda à distância serão fortemente reforçados tornando a distribuição cada vez mais omnicanal
e acelerando desta forma esta evolução, da qual nem todas as empresas tinham consciência da sua necessidade”, destaca o docente e investigador. Distribuição mais capilar Alguns transportadores adaptaram também as suas operações a esta recente realidade, promovendo novos serviços, mais capilares, para chegar à população em geral e não só ao segmento empresarial, devido à forte quebra sentida na atividade empresarial. No caso da Santos e Vale (na foto), este operador logístico passou a realizar há cerca de um mês um novo serviço temporário de entrega de mercadorias até 50 quilos a clientes finais, sob o lema “Fique em casa, nós entregamos”. “Nesta fase tão desafiante para todos, desenvolvemos um serviço temporário para dar a possibilidade aos nossos clientes de enviar os seus produtos