Actualidad
Economia ibérica novembro 2021 ( mensal ) | N.º 293 | 2,5 € (cont.)
Desenvolver a economia azul para um futuro mais verde e próspero PÁG. 32
Aluga Seguro entra no mercado dos serviços para arrendamento residencial e comercial pág. 14
España refuerza sus inversiones en Cabo Verde pág. 22
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Nº 293 - novembro de 2021
Actualidad
Economia ibérica
Diretora (interina) Belén Rodrigo
Grande Tema 32.
Coordenação de Textos Clementina Fonseca Redação Belén Rodrigo, Clementina Fonseca e Susana Marques
Copy Desk Julia Nieto e Sara Gonçalves Fotografia Sandra Marina Guerreiro Publicidade Rosa Pinto (rpinto@ccile.org) Assinaturas Sara Gonçalves (sara.goncalves@ccile.org)
Desenvolver a economia azul para um futuro mais verde e próspero
Projeto Gráfico e Direção de Arte Sandra Marina Guerreiro Paginação Sandra Marina Guerreiro Colaboraram neste número Célia Esteves, Nuno Almeida Ramos e Patrícia de Jesus Monteiro Contactos da Redação Av. Marquês de Tomar, 2 – 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 • Fax: 213 526 333 E-mail: actualidade@ccile.org Website: www.portugalespanha.org Impressão What Colour is This? Rua Roy Campbell, Lote 5 – 4ºB 1300-504 Lisboa Telefone: 219 267 950 E-mail: info@wcit.pt Website: www.wcit.pt Distribuição VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES Sede: Media Logistics Park, Quinta do Grajal – Venda Seca 2739-511 Agualva-Cacém
Opinião 04.
42.
Plano de Recuperação e Resiliência: que oportunidades existem para as empresas ainda em 2021? - Célia Esteves Teletrabalho: um regime para ficar? - Patrícia de Jesus Monteiro
E mais...
Nº de Depósito Legal: 33152/89 Nº de Registo na ERC: 117787 Estatuto Editorial: Disponível em www.portugalespanha.org As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios do editor ou do diretor. Periodicidade: Mensal Tiragem: 6.000 exemplares _________________________________________ Propriedade e Editor CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ESPANHOLA - “Instituição de Utilidade Pública” NIPC: 501092382 Av. Marquês de Tomar, 2 – 7º 1050-155 Lisboa Comissão Executiva Enrique Santos, José Carlos Sítima, Luís Castro e Almeida, Ruth Breitenfeld, Eduardo Serra Jorge, José Gabriel Chimeno, Enrique Hidalgo e Maria Celeste Hagatong
Atualidade 16.
Portucale Ventures avança para compra de ativos imobiliários em Espanha
18.
“As empresas devem acelerar o investimento em tecnologia”
08. 14. 24. 28. 46. 48. 52. 54. 56. 58. 59. 60. 66.
Apontamentos de Economia Atualidade Marketing Fazer Bem Ciência e Tecnologia Vinhos & Gourmet Setor Automóvel Intercâmbio Comercial Oportunidades de Negócio Calendário Fiscal Bolsa de Trabalho Espaço de Lazer Statements
Câmara de Comércio e Indústria
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Por Célia Esteves*
Plano de Recuperação e Resiliência:
que oportunidades existem para as empresas ainda em 2021?
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PRR é composto por 20 componentes que representam um financiamento de 16,6 mil milhões de euros. Para percebermos as oportunidades relevantes para o setor empresarial até ao final do ano, analisaremos as Componentes que implicam mais investimento em 2021. Terminou há poucas semanas a primeira fase do concurso de ideias no âmbito das Agendas Mobilizadoras Verdes e para a Inovação Empresarial. De acordo com a Estrutura de Missão Recuperar Portugal, os resultados superaram as expectativas com 140 candidaturas. Os consórcios entre empresas, universidades e entidades ligadas à investigação e inovação propõem-se investir 14 mil milhões de euros para desenvolverem projetos em setores como energia, biotecnologia, saúde, aeroespacial ou automóvel. Nas próximas semanas serão avaliadas as manifestações de interesse e os consórcios para verificar se cumprem as condições de elegibilidade para participarem no programa. A Estrutura
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de Missão Recuperar Portugal divulgará atempadamente os resultados e as fases de seleção. E que outras oportunidades existem para as empresas no âmbito do PRR ainda em 2021? Relembrando, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), é composto por 20 componentes que representam um financiamento de 16,6 mil milhões de euros. Para percebermos as oportunidades relevantes para o setor empresarial até ao final do ano, analisaremos as Componentes que implicam mais investimento em 2021. Na Componente C1 – SNS, será expectável a continuação da abertura de concursos públicos para aquisição dos sistemas de informação e informáticos para operacionalizar a transição digital da saúde. As empresas fornecedoras de tecnologias de informação e comunicação para o setor da saúde podem contar com um total de 70 milhões de euros de contratualizações para aquisições programadas para este ano. Na Componente C2 – Habitação, está programada a
contratualização de 123 milhões de euros em 2021 para resolver problemas de infraestruturas e equipamentos básicos, insalubridade e insegurança do local de residência, assim como de sobrelotação ou inadequação da habitação às necessidades especiais dos residentes com deficiência ou mobilidade reduzida. As empresas serão as prestadoras destes serviços, cuja responsabilidade de implementação cabe às autarquias. Na Componente C5 – Capitalização e Inovação empresarial, representando apenas 10% do valor das Agendas mobilizadoras para a inovação empresarial, faladas acima, já foram publicados avisos para a Agenda de investigação e inovação para a sustentabilidade da agricultura, alimentação e agroindústria. Todos os projetos têm de incluir empresas, que são convidadas a participar em parcerias com outras entidades relevantes para a investigação e inovação do setor agrícola. Ainda nesta componente, o maior pacote de financiamen-
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opinião opinión to destina-se à capitalização de empresas e resiliência financeira através do Banco Português de Fomento. A recapitalização será realizada maioritariamente através de instrumentos de capital e quase-capital. Proporcionará o aumento da autonomia financeira das empresas, dotando-as da capacidade para retomar a sua atividade operacional. Adicionalmente, funcionará como catalisadora do investimento produtivo das empresas. E quanto às componentes “aparentemente” direcionadas às empresas? A Componente C11 – Descarbonização da indústria, com um financiamento planeado de 56 milhões de euros em 2021, parece ser relevante. É expectável a abertura de concurso para apresentação de candidaturas para apoio financeiro a projetos de descarbonização da indústria, relacionadas com, pelo menos, uma das seguintes tipologias: • processos e tecnologias de baixo carbono na indústria; • adoção de medidas de eficiência energética; e • incorporação de energia de fonte renovável e armazenamento de energia. Analisemos também a componente que mais parece dirigir-se às empresas – C16–Empresas 4.0. O primeiro investimento, Capacitação Digital das Empresas, prevê atingir 800 mil formandos com diagnósticos de competências digitais, planos de formação individual e acessos a formação online , dos quais 200 mil irão cumulativamente frequentar formações presenciais ou em regime misto. As empresas serão beneficiadas porque terão colaboradores mais competentes para fazer uso de tecnologias digitais. O segundo investimento desta componente, Transição Digital 6 ACT UALIDAD€
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das Empresas, contará com um investimento de 30 milhões de euros em 2021. Estão previstos os seguintes programas: • Rede nacional de test beds ; • Comércio digital; • Apoio a modelos de negócio para a transição digital; • Empreendedorismo. Os resultados pretendidos para este investimento passam por apoiar mais de 50 mil PME, constituir 50 bairros de comércio digital, 10 aceleradoras digitais, apoiar a criação de 30 Test-Beds e atingir quatro mil empresas com formação teórica e consultoria focada na Indústria 4.0 e emitir vouchers para três mil startups . Uma vez que o investimento parece mais dirigido a empresas recentes, será importante perceber como serão operacionalizados os programas identificados. O terceiro investimento desta componente, Catalisação da Transição Digital das Empresas, com um financiamento previsto de 14 milhões de euros em 2021, prevê os seguintes programas: • Digital innovation hubs ; • Desmaterialização da faturação; • Selos de certificações de cibersegurança, privacidade, usabilidade e sustentabilidade. Estes programas beneficiarão as empresas mas, à partida, apenas um pequeno número terá incentivos financeiros associados aos investimentos a realizar. E quanto aos investimentos do setor público? Ainda com financiamentos relevantes em 2021, no valor de 44 milhões de euros, tem-se a Componente C17 - Qualidade e sustentabilidade das finanças públicas, em que, mais uma vez, serão privilegiados os investimentos em sistemas de informação e informática. O mesmo se passa com a Componente C19 –
Administração pública – digitalização, interoperabilidade e cibersegurança, com um financiamento de 91 milhões de euros em 2021. Por fim, com um financiamento de 183 milhões de euros em 2021, é expectável começar-se a transição digital na Educação da Componente C20 – Escola Digital. Concluindo, há que estar: 1) atento para não perder as oportunidades associadas aos concursos públicos, que vão sendo publicitados com prazos de resposta muito curtos (e que podem ser consultados em https://caixaprrpt2030. pt/). Uma vez que os âmbitos de investimento estão definidos no documento do PRR publicado, não há surpresas; 2) preparado para investir em projetos cuja operacionalização depende de abertura de concursos para obtenção de financiamento. Também aqui os âmbitos estão identificados; 3) disponível para colaborar com outras e**ntidades, já que, sendo este um ponto fraco da economia portuguesa, o PRR pretende, tornando a economia mais resiliente, reduzir esta limitação, “provocando” a colaboração forçada. Assim, em 2021 serão 2,5 mil milhões de euros de financiamento em âmbitos técnicos e tecnológicos bem identificados. Para os atores de outros setores, não identificados no Plano, há que encontrar outras formas de financiar os seus projetos para c o n t r i b u í re m , t a m b é m , p a r a alavancar a economia. * Diretora de Sistemas e Processos da Yunit Consulting E-mail: celia.esteves@yunit.pt
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Repsol e EDP celebram acordo para implementar projetos de hidrogénio renovável na Península Ibérica
A Repsol e a EDP, através da sua filial EDP Renewables (EDPR), o quarto maior produtor de energia renovável do mundo, estão empenhadas em trabalhar em parceria na avaliação de novas oportunidades de investimento em projetos de hidrogénio renovável em toda a Península Ibérica. O memorando de entendimento– assinado em outubro pelos CEO das duas empresas, Josu Jon Imaz e Miguel Stilwell d’Andrade (na foto), em Lisboa–, marca o início das conversações entre as duas partes para implementar projetos de energias renováveis na Península Ibérica. O acordo reconhece três potenciais projetos para posterior avaliação,
sendo um em Portugal e dois em Espanha. Em Portugal, o plano passa por explorar a produção de hidrogénio renovável em Sines, tirando partido da complementaridade entre as operações da Repsol no local, através do seu complexo industrial – como potencial utilizador de gás renovável –, e o papel da EDP enquanto fornecedor de energia. Um dos dois projetos em Espanha, e liderado pela EDP, é o projeto Aboño, que tem como objetivo criar um “Vale do Hidrogénio” nas Astúrias - um dos pilares estratégicos do plano de transição energética concebido para a região. A Repsol lidera o projeto no País Basco, também com um eletrolisador de grande escala, como parte do projeto “Corredor Basco de Hidrogénio”. Sendo possível identificar estes projetos iniciais, as duas companhias estão a reforçar o interesse em explorar sinergias para a gestão e operação de projetos de hidrogénio renovável na Península Ibérica, num período de transição energética em que a colaboração, não só entre empresas mas
também entre os setores público e privado, será decisiva. A Repsol foi a primeira empresa do setor a comprometer-se com o objetivo de alcançar zero emissões líquidas até 2050, e o hidrogénio será uma alavanca fundamental para transformar os seus complexos industriais em centros multienergéticos. A Repsol pretende liderar a produção de hidrogénio renovável na Península Ibérica e desempenhar um papel de liderança na Europa com o objetivo de ter uma capacidade equivalente a 552 MW até 2025 e de 1,9 GW até 2030. Para se tornar uma empresa neutra em carbono e totalmente verde até 2030, a EDP tem vindo a investir em projetos de energia renovável (nomeadamente hidrogénio renovável) em várias regiões, dando assim um contributo decisivo para descarbonizar a indústria e acelerar o processo de transição energética em setores da economia onde é particularmente difícil reduzir as emissões. Para atingir este objetivo, é absolutamente crucial trabalhar com outras grandes empresas e parceiros industriais.
BPI participa em emissão sindicada de obrigações verdes da Sonae Capital no valor de 40,8 milhões de euros A Sonae Capital, através da Sociedade de Iniciativa e Aproveitamentos Florestais–Energia, detida pela sua subsidiária Capwatt, e o BPI, enquanto co-organizador e agente do financiamento, lançaram uma emissão de Project Green Bonds. A emissão em regime de project finance, no montante total de 40,8 milhões de euros, destinar-se-á a refinanciar os investimentos da SIAF na construção de uma central termoelétrica de biomassa florestal, situada em Mangualde. Este investimento da Sonae Capital na central de biomassa, com 10 MW de potência elétrica, visou
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substituir uma central de cogeração que se encontrava em operação no mesmo local. A nova central “contribui para a descarbonização do setor electroprodutor e da indústria portuguesa, tendo igualmente um contributo importante para a otimização da gestão florestal da região e, consequentemente, para a minimização do risco de incêndios florestais”, adiantam as duas instituições. Esta central valoriza cerca de 300 mil toneladas de biomassa anualmente, promovendo a economia circular e satisfazendo a totalidade das necessidades de energia térmica
da unidade industrial da Sonae Arauco na mesma localização, e gerando adicionalmente 83 GWh/ano de energia renovável descentralizada. A emissão alinha-se pelos Princípios de Obrigações Verdes (Green Bond Principles) publicados pela International Capital Market Association, tendo obtido uma second party opinion (SPO) positiva da empresa de rating ESG e de research independente Sustainalytics. O BPI reforça, assim, “o seu papel de financiador de referência das empresas portuguesas, através da adoção de soluções inovadoras e sustentáveis”.
Millennium bcp e FEI renovam apoio a PME portuguesas, com mais 1.650 milhões de euros
O Millennium bcp e o Fundo Europeu de Investimento (FEI) acabam de assinar dois novos acordos, para proporcionar liquidez adicional às PME portuguesas afetadas economicamente pela pandemia. O FEI dará ao Millennium bcp uma garantia de até 1.155 milhões de euros, com o objetivo de canalizar 1.650 milhões de euros para a economia. Estes acordos são apoiados pelo Fundo Europeu de Garantia, que faz parte do pacote de 540 mil milhões de euros da UE para fazer face ao impacto económico da covid-19. Estes acordos baseiam-se no sucesso das garantias assinadas em abril último, onde ambas as instituições se comprometeram a mobilizar cerca de 1200 milhões de euros em apoio às PME portuguesas. Isto significa que, graças à parceria renovada entre o FEI e o Millennium bcp, mais de 2.850 milhões de euros em novos financiamentos serão disponibilizados às
empresas portuguesas. O Millennium bcp concederá, assim, financiamento em condições mais favoráveis, assegurando que as PME portuguesas dispõem de liquidez suficiente e continuando a apoiar o seu crescimento e desenvolvimento a médio e longo prazo. O FEI assumirá até 70% do risco dos empréstimos que o Millennium bcp concede às PME. Miguel Maya, CEO do Millennium bcp, salientou que “o período mais critico da pandemia (2020 e 2021), financiou mais de 40 mil empresas, com um total na ordem dos seis mil milhões de euros. Com o acordo agora estabelecido, o banco reforça fortemente as capacidades para apoiar o crescimento, contribuindo para que o tecido empresarial se torne mais competitivo e possa efetuar os investimentos e beneficiar das oportunidades que resultam da transição para uma economia mais resiliente, verde e digital”.
Cosec lança solução de seguro de créditos para grandes empresas A Cosec – Companhia de Seguro situações de guerra, conflitos, restride Créditos lançou o Cosec – Euler ções à exportação/importação, restriHermes World Program, um progra- ções de transferência e conversão de ma dirigido a grandes empresas com moeda e, ainda, restrições impostas atividade em duas ou mais geografias por decisões governamentais. Assim, e que permite contratar, de forma cen- os Segurados beneficiam de uma eletralizada e à escala global, os seguros vada capacidade de cobertura destes de créditos para todas as unidades do riscos e de proteção de fluxo de caixa grupo, incluindo as unidades interna- nos países onde estão presentes. cionais, mas garantindo uma gestão “Este programa revela-se de grande de risco próxima e descentralizada ao interesse para as grandes empresas nível dos diversos países. portuguesas com presença internaEste programa protege os negócios cional, em particular no atual contexto globais dos riscos decorrentes da de incerteza e ainda tendo em ateninsolvência de uma carteira de clientes, ção as diferentes realidades econóatraso nos pagamentos de créditos micas das várias geografias”, afirma comerciais ou de situações de risco Maria Celeste Hagatong, presidente político. Este último inclui proteção em da Cosec.
Breves BlueBiz, um Parque Empresarial cada vez mais ligado ao Porto de Setúbal O BlueBiz - Parque Empresarial da Península de Setúbal tem vindo a ganhar mais ligações e interconexões preferenciais com o Porto de Setúbal, através da nova dinâmica de instalação de novas empresas industriais e logísticas que recorrem às cadeias de abastecimento internacionais que passam pelo Porto. São exemplos disso as áreas logísticas dedicadas do parque
BlueBiz onde estão instalados grandes operadores mundiais, como a GEFCO da logística automóvel e do retalho, o grupo CAT Portugal e a VW Logistics também do segmento automóvel, que utilizam o terminal roll-on roll-off do Porto de Setúbal. Destaque ainda para a Vitas Portugal, empresa do grupo Roulier do ramo dos fertilizantes e adubos, que tem por objetivo conceber e testar novos produtos e tecnologias cada vez mais inovadoras e aplicar a uma agricultura e indústria agroalimentar de elevado desempenho, e que utiliza o terminal Sapec do Porto de Setúbal. O BlueBiz - Parque Empresarial da Península de Setúbal dispõe de vastas áreas cobertas com elevado pé direito, centro de serviços e escritórios, recursos humanos especializados e uma excelente localização na região de Lisboa. Dispõe assim de 56 hectares com espaços cobertos e descobertos: 139 mil metros quadrados de parques de estacionamento, 81.300 metros quadrados de naves industriais, 9.800 metros quadrados de escritórios, centro de negócios com escritórios, salas de reunião e de conferência, espaços preparados para uma instalação rápida com utilidades, pré-instalação de infraestruturas de comunicações, segurança 24h, manutenção de espaços comuns e amplos espaços verdes e ETAR. “VIII Seminário Ibérico dos Economistas” debate relações transfronteiriças As relações transfronteiriças entre Portugal e Espanha foram um dos temas abordados no “VIII Seminário Ibérico dos Economistas”, que decorreu no passado dia 15 de outubro, em Lisboa. O evento, organizado pela Ordem dos Economistas de Portugal e pelo Consejo General de Economistas de Espanha, debateu ainda diversos desafios e consequências
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Breves económico-financeiros para o espaço ibérico decorrentes da pandemia sanitária, onde se destacou o setor do turismo. Neste seminário, as duas organizações profissionais debateram ainda as mais recentes diretivas europeias e os novos desafios desta atividade profissional. Certif firma acordo com congénere britânico para facilitar circulação de produtos de construção A Certif, líder em Portugal na certificação de produtos, com e também na marcação CE para produtos de construção, estabeleceu um acordo com o British Board of Agreement (BBA), seu congénere britânico, com vista à atribuição a produtos de construção da marcação UKCA, a qual, em consequência do brexit, vai substituir a marcação CE no Reino Unido e tornar-se indispensável à circulação de produtos naquele espaço económico. A marcação CE é uma exigência legal e tem como principal objetivo o facilitar a livre circulação no Espaço Económico Europeu, indicando que o produto onde está afixada cumpre com o desempenho declarado pelo fabricante. O acordo cobre apenas os produtos de construção no âmbito do respetivo Regulamento e aplica-se a qualquer certificado que a Certif tenha emitido. A marcação UKCA aplica-se aos produtos que estão no âmbito da marcação CE, sendo as regras técnicas idênticas. Nos termos do acordo, as auditorias realizadas pela Certif são aceites pelo BBA, e vice-versa, havendo apenas a pagar custos relativos ao acompanhamento e análise da documentação técnica. De acordo com a Certif, que cita dados de 2017, “o Reino Unido produzia 75% dos produtos de construção que utilizava, mas, relativamente aos produtos importados, 60% eram provenientes de países da UE. Não existem dados disponíveis sobre as exportações portuguesas para o Reino Unido nesta área, mas sabe-se que, para algumas empresas clientes da Certif, é um mercado com interesse”. EXE Engenharia e Quadrante anunciam parceria para os mercados europeu, de África e América Latina A EXE Engenharia, empresa brasileira de consultoria de engenharia portuária, e a Quadrante, grupo português de consultoria e projeto de engenharia e arquitetura, anunciaram uma parceria para responder ao crescimento do mercado da engenharia para infraestruturas portuárias e marítimas a nível mundial. Nuno Costa, CEO do grupo Quadrante, explica que a companhia “trabalha há 10 anos com a EXE em diversos projetos de engenharia de valor e grandes contratos de EPC, que incluem terminais portuários logísticos e industriais, de cruzeiros e passageiros e engenharia costeira”, sendo a nova parceria “a formalização dessa aliança”, que permitirá ainda “alargar, ao mesmo tempo, oportunidades de negócio, não só na América Latina, mas também na Europa e em África, junto das maiores concessionárias de portos e construtoras”.
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Fundos da GNB Gestão de Ativos premiados Os fundos da GNB Gestão de Ativos– cidade da equipa de gestão e é um incenNB Euro Bond, NB PPR/OICVM e PPR tivo adicional para enfrentar as condições Vintage– foram premiados na categoria tão adversas criadas pelo surgimento da de “Melhor outro fundo de obrigações”, pandemia de covid-19”. Vasco Teles, gesna categoria de “Melhor fundo PPR com tor do Fundo NB Euro Bond, realça que risco 4” e na categoria de “Melhor fundo “O prémio APFIPP 2021 é particularmente PPR com risco 3”, respetivamente. A dis- importante, por ser referente a um período tinção foi atribuída no passado mês de especialmente difícil, em que as deslocasetembro, na cerimónia anual de entre- ções dos preços dos ativos foram dramága de prémios do “Jornal de Negócios/ ticas e rápidas, validando, uma vez mais, Associação Portuguesa de Fundos de a arquitetura do fundo, a flexibilidade e os Investimento, Pensões e Patrimónios”. tempos de reação no seio da GNBGA”. Num total de 13 prémios, que premiaram Já Paulo Joaquim, gestor do Fundo NB fundos de investimento mobiliários e imo- PPR/OICVM, refere o “dinamismo da gesbiliários, PPR e fundos de pensões, a GNB tão, tirando partido da larga experiência da Gestão de Ativos foi, tal como nas anterio- equipa, procurando manter aderência aos res edições, a gestora mais premiada, este temas que melhor representem a tendênano a par com outra gestora. A cerimónia cia de mercado em cada momento, tendo anual de entrega de prémios do Jornal de como objetivo principal a contínua criação Negócios/APFIPP premiou o desempenho de valor para o subscritor, mantendo, no da indústria nacional de gestão de ativos entanto, sempre em mente o perfil de risco no ano de 2020. do fundo. Neste sentido, o prémio recebido “A atribuição destes prémios destaca a vem dar um maior significado ao esforço diversidade dos produtos geridos pela da equipa de gestão e cria um incentivo GNB Gestão de Ativos, reconhece a capa- para melhorar a atuação do gestor”.
Restalia duplica número de lojas em Portugal em dois anos A Restalia, empresa líder em restauração organizada e proprietária de estabelecimentos como 100 Montaditos, La Sureña, The Good Burger, Panther Organic Coffee e Pepe Taco, anuncia a abertura de quatro novos restaurantes 100 Montaditos em Portugal. No total, a empresa líder em neo-restauração tem agora 32 lojas em Portugal: 28 da marca mais antiga da empresa, 100 Montaditos, e quatro lojas do TGB-The Good Burger. “Desde o início, que estamos comprometidos com Portugal: a economia portuguesa está agora a crescer acima da média da UE e da Zona Euro, apoiada por um forte crescimento do investimento e uma taxa de emprego crescente. Com o mercado português
mais do que consolidado, com 28 lojas 100 Montaditos e quatro TGB, o nosso objetivo em 2021 é exportar as novas marcas Pepe Taco e Panther Organic Coffee”.”, afirma Enrique Lasso de la Vega, diretor de Desenvolvimento Internacional da Restalia. Em dois anos, a Restalia Holding obteve um crescimento de 100% em Portugal, prevendo fechar 2021 com 38 instalações em todo o país.
Gestores
Total de portugueses com conta bancária digital deve “duplicar” até 2026 A adesão aos bancos digitais deve deverá crescer mais rapidamente do que registar um crescimento considerável a média global e do que a maioria dos em Portugal nos próximos cinco anos, países europeus. “Prevemos um aumencom um relatório do Finder a apontar to médio de 11 pontos percentuais nos que deve mesmo “duplicar”. De acordo 30 países incluídos no estudo”, o que com o estudo, que conta com uma “faz com que o crescimento de 14 pontos amostra de 41.654 pessoas em 30 paí- percentuais previsto em Portugal seja ses, atualmente, 14% dos portugueses muito superior à média global”, refere, tem uma conta bancária online e outro numa declaração citada num comunicado tanto planeia abrir uma até 2026. enviado às redações. Além disso, a espePortugal ocupa atualmente o 19º lugar no cialista frisa que “as estatísticas oficiais ranking de adoção dos bancos digitais, mostram que a população portuguesa mas um aumento de 14 pontos percen- está a crescer e é possível que isso se tuais fará com que possa atingir a 15ª deva, em parte, à atitude do país em relaposição. ção às criptomoedas”. “É provável que De acordo com uma notícia do “Jornal muitos dos que usam criptomoedas tamde Negócios”, Elizabeth Barry, editora bém utilizem serviços bancários digitais, global especialista em fintechs do Finder por isso faz sentido que vejamos uma per(empresa australiana especializada em centagem maior de utilização de bancos análise de fintechs), considera que a digitais em Portugal do que nas nações adoção dos bancos digitais em Portugal vizinhas, Espanha e França”, conclui.
AASMVAZ com pessoal certificado em ADR A AASMVAZ-Soluções Logísticas de Transporte “tem agora tudo o que é necessário para fazer o transporte de cargas perigosas nas devidas condições e de forma absolutamente segura. O Acordo Europeu Relativo ao Transporte Internacional de Mercadorias Perigosas por Estrada, ou na sua sigla, o ADR, requer a explosão em Beirute ou, mais recenteque o pessoal responsável para manu- mente, explosão nos portos em Xangai, seamento da mesma esteja devidamen- relembram-nos de quão grave pode ser o te certificado. As viaturas que fazem o mau manuseamento ou armazenamento transporte de mercadorias perigosas têm desta carga”. “A AASMVAZ orgulha-se, também, em sintonia com este acordo, pois, de ter à sua disposição funcionáde estar preparadas de forma a poderem rios preparados e certificados oficialmentransportar no seu interior material que se te, para que nada possa falhar, mesmo considera perigoso”, adianta a empresa. quando se trata do transporte de carga “O transporte de carga perigosa esteve perigosa. Da mesma forma, empenhámona ordem do dia nos últimos meses, exa- -nos em garantir que os nossos veículos tamente porque as falhas que podem correspondem, e até superam, as mediocorrer quando as normas de segurança das consideradas necessárias para um não são respeitadas, podem ter conse- transporte seguro e devidamente acondiquências devastadoras. Exemplos como cionado”, conclui a empresa.
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Fernando Ulrich (na foto), presidente do conselho de administração do Banco BPI e administrador do CaixaBank, foi distinguido pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP)como “Personalidade do Ano 2021” O presidente da APFIPP, João Pratas, salientou o percurso de Fernando Ulrich e a “carreira dedicada ao desenvolvimento do mercado financeiro nacional, com especial ênfase para o papel que desempenhou na promoção da Gestão de Activos e de Fundos de Pensões, em Portugal”. Recorde-se que Fernando Ulrich foi presidente da BPI Gestão de Ativos entre 1990 e 2016 e da BPI Vida e Pensões entre 1995 e 2016, duas das principais entidades gestoras de fundos de investimento e de fundos de pensões em Portugal. Fernando Ulrich foi vice-presidente e mais tarde presidente executivo do Banco BPI. Desde março de 2021, é também administrador do CaixaBank, em Espanha.
O El Corte Inglés nomeou Patrícia Rodrigues e Joana Guedes como novas diretoras de transformação digital e e-commerce, respetivamente. Licenciada em Gestão de Marketing, Joana Guedes, de 30 anos, natural de Vila Nova de Gaia, ingressou no Departamento de E-commerce do El Corte Inglés em 2014 para a equipa de Tecnologia, Gaming e Brinquedos. Em, 2018 esta gestora assumiu a coordenação de todas as categorias de moda, perfumaria e espaço saúde e, abraça hoje, o desafio de dirigir todas as áreas da loja online, coordenando uma equipa de mais de 40 pessoas. Patrícia Rodrigues assumiu a função de directora do departamento de Transformação Digital do El Corte Inglés Portugal, com responsabilidade pelas áreas Customer Strategy; Big Data & Automation; e Strategic Projects. Patrícia Rodrigues, licenciada em Gestão de Inovação e Empreendedorismo pela Universidade Católica Portuguesa e mestre em User Experience, iniciou a sua carreira profissional no El Corte Inglés em 2016, como ECommerce & Omnichannel Digital manager. Anteriormente, integrou a Unidade de Transformação Digital da PT Comunicações, e a Unidade Web da PT Sistemas de Informação – grupo Portugal Telecom (atual Altice).
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Breves Wallbox se estrena en Wall Street El fabricante de cargadores para vehículos eléctricos Wallbox ha dado el toque de campana previo a su debut bursátil en Wall Street. La compañía de origen barcelonés ha culminado su fusión con la SPAC Kensington Capital, que ya cotizaba en la Bolsa de Nueva York, y sus títulos ya se negocian en el parqué estadounidense bajo el ticker ‘WBX’. La compañía hace su debut en bolsa valorada en 1.500 millones de dólares (casi 1.300 millones de euros al cambio), de forma que se ha convertido en el cuarto unicornio español (empresas emergentes que tienen una valoración superior a los 1.000 millones de dólares) tras la empresa de movilidad Cabify, el portal inmobiliario Idealista y la empresa de reparto de comida a domicilio Glovo. Según explicó el consejero delegado y cofundador de Wallbox, Enric Asunción, tras la salida a Bolsa el 83% de las acciones se mantendrán en manos de los actuales inversores de la empresa, entre los que destacan los fundadores (el propio Enric Asunción y Eduard Castañeda), Iberdrola, Seaya Ventures, Cathay Innovation y WIND Ventures. La suiza Crescendo adquiere CCC y prepara el salto a Latinoamérica Crescendo Group, radicado en Suiza, invierte en CCC, la compañía española más longeva en formación a distancia, para reforzar y consolidar la marca como referente y líder en formación en el mundo hispanohablante, tanto en modalidad online como presencial. Tras 83 años al frente, la familia Azcárate ha vendido el 100% de la compañía a este grupo inversor suizo que cuenta con activos en Latinoamérica a través de Cenedi, donde se han formado 80.000 alumnos durante 7 años de actividad en 10 países. Se crea así CCC Group, que integra una actividad con 24.500 alumnos activos, una oferta de 150 cursos y una plantilla directa de 250 profesionales. La compañía prevé duplicar el equipo profesional actual en los dos próximos años. Además, CCC invertirá inicialmente una cifra estimada de 20 millones de euros en los próximos tres años para su expansión en el mercado hispanohablante y reforzar así su crecimiento corporativo y orgánico. NetHits y el fondo Adequita de Adserà invertirán 241 millones en un macrocentro de datos El grupo tecnológico valenciano NetHits se ha unido a uno de sus socios, la firma de inversión Adequita, para poner en marcha el proyecto de un macrocentro de datos en la capital valenciana que aspira a operar en 2025. El plan de NetHits y Adequita contempla una inversión de 241 millones de euros
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Siemens Gamesa cierra contratos por 847 MW en eólica marina en EE UU Siemens Gamesa (SG) ha firmado sendos contratos con los grupos Orsted y Eversource para el suministro de aerogeneradores para eólica marina que suman una capacidad global de 847 MW y que serán instalados en aguas de Estados Unidos. La eólica off shore, junto con las tareas de mantenimiento, son las divisiones que más margen aportan en este segmento renovable. Para las turbinas terrestres, España ha anunciado un cambio de normativa que amenaza el cierre de parques en funcionamiento y el blo-
queo a nuevas inversiones, según la asociación europea del sector Wind Europe. La filial de Siemens Energy suministrará las turbinas marinas al parque Revolution Wind, que tendrá una capacidad de 715 MW y se instalará a la costa de Rhode Island. Las obras culminarán a finales de 2024.
EDP y Kia se unen para impulsar una de las mayores redes de carga eléctrica ultrarrápida de España
Kia Iberia y EDP han sellado un acuerdo con el que se instalarán más de 40 puntos de recarga ultrarrápida en los principales concesionarios oficiales de Kia en España. Con esta alianza, cualquier persona que disponga de un coche eléctrico podrá cargarlo en concesionarios Kia de forma fácil y rápida, durante las 24 horas del día y los 7 días de la semana. Asimismo, la gran apues-
ta de ambas compañías por impulsar la sostenibilidad a través de la movilidad eléctrica supone para los usuarios una gran ventaja, facilitando la recarga de sus vehículos en cualquier punto de España. La nueva infraestructura de recarga instalada por EDP en los concesionarios oficiales de Kia permitirá que un cliente de un modelo eléctrico, como por ejemplo el Kia e-Niro o el nuevo eléctrico EV6, pueda recorrer el país haciendo una recarga completa en un máximo de 30 minutos, consiguiendo autonomías eléctricas que pueden llegar a superar los 500 km, en función del modelo.
Repsol lanza un plan inversor de 2.500 millones en proyectos de hidrógeno verde Repsol ha presentado un plan inversor de 2.549 millones de euros hasta 2030 con el que prevé alcanzar los 1,9 GW de capacidad instalada al final del periodo. El hidrógeno renovable es uno de los pilares de la compañía dentro de su estrategia de descarbonización y que tiene como objetivo convertirse en una empresa cero emisiones en 2050. El primer electrolizador lo instalará en su refinería de Petronor, en Bilbao y contará con una capacidad de 2,5 MW. La planta entrará en funcionamiento en el segundo semestre de 2022 y abaste-
cerá tanto a la refinería como a algunas instalaciones del Parque Tecnológico de la Margen Izquierda. Para producir el hidrógeno renovable, Repsol utilizará electrólisis, biogás y fotoelectrocatálisis. La compañía ha anunciado también la instalación de otras plantas de electrolizadores en las inmediaciones industriales.
Glovo inaugura su hub tecnológico en Madrid
Glovo, la star tup española de reparto a domicilio, ha inaugurado su hub tecnológico de Madrid. El centro de desarrollo, anunciado el pasado abril, es el cuarto de la compañía y se suma a los que ya tiene en Barcelona, Varsovia y Kiev. Durante el evento la empresa ha explica que la instalación contará con un equipo de más de 100 profesionales y se encargará de diseñar y desarrollar
mejoras en la aplicación de Glovo para posteriorme nte imple me nt a r la s en los 23 países en los que opera la empresa. En el último año, el equipo que la compañía tiene en la capital de España ha pasado de 40 a 150 profesionales y la previsión para 2022 es superar los 200 empleados. Elisa Caballero, directora global de Estrategia de Ingeniería en Glovo, será la encargada de dirigir el centro madrileño. La decisión de elegir la capital de España para este centro se debe a “la alta densidad de talento tecnológico que estudia y trabaja en la ciudad”. La multinacional quiere posicionar España “como un referente tecnológico a nivel europeo”.
Breves y la creación de 200 empleos directos, además de otro millar indirecto durante la construcción del complejo de 20.000 metros cuadrados. Sus promotores cuentan con el respaldo de la Generalitat Valenciana que puede contribuir a la obtención de fondos europeos y estatales para la reconstrucción. Según Nethits, la ubicación de Valencia dentro del arco mediterráneo otorga una ventaja competitiva para el proyecto, ya que es un punto de enlace con el norte de África, el sur de Europa, Portugal y el continente americano. “La compañía esté recibiendo el interés de grandes multinacionales con las que está cerrando acuerdos para su implantación en el momento que el centro de datos esté operativo”, aseguran fuentes de la firma. Carrefour dobla sus supermercados Expréss en cinco años y alcanza los 1.000 La cadena de distribución Carrefour ha duplicado el número de supermercados “Express” durante los últimos cinco años y ha alcanzado el millar de establecimientos bajo esta enseña en España, cuyo crecimiento se basa en el régimen de franquicia. La compañía ha destacado que ha seguido un ritmo “de más de cien aperturas anuales” con este formato centrado en la proximidad y que se caracteriza por tener un tamaño pequeño, de entre 100 y 500 metros cuadrados de media, aproximadamente. El plan de expansión de Carrefour en España también incluye las tiendas adquiridas a Supersol. Con las aperturas de 2020 la cadena creó 700 puestos de trabajo adicionales en Carrefour Express que ya suma más de 7.100 empleados en total. El 90% de los establecimientos operan en régimen de franquicia y una parte de ellos lo hace en estaciones de servicio Cepsa. Bizum cerrará el año con 20 millones de usuarios Bizum, la aplicación móvil que permite enviar dinero al instante con los contactos telefónicos, mantiene su crecimiento exponencial cinco años después de su lanzamiento. Según las previsiones de la compañía, cerrará este ejercicio con 20 millones de usuarios y 500 millones de operaciones anuales. Los planes de la firma pasan también por llegar a cinco millones de compras online y 25 mil comercios adheridos en el 2021, superando el objetivo inicial de 18 mil establecimientos, que fue alcanzado el pasado mes de junio. Bizum cuenta con 17,8 millones de usuarios que han movilizado 31.700 millones de euros en 630 millones de operaciones, así como con 21.900 comercios operativos. Ángel Nigorra, director general de Bizum, asegura que el éxito de la iniciativa reside en los usuarios. “Ellos han recomendado su uso a amigos y familiares y gracias a ellos, hoy, alrededor de ocho de cada diez clientes de banca digital ya utilizan la aplicación, teniendo la ventaja de poder pagar solo con el móvil”, remarcó.
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Aluga Seguro entra no mercado dos serviços para arrendamento residencial e comercial A Aluga Seguro chegou a Portugal com o objetivo de “contribuir para profissionalizar e dinamizar o mercado de arrendamento português”, quer a nível habitacional quer a nível do segmento comercial, explica Francisco Reganha, country manager da empresa para Portugal. O serviço da empresa pretende dar garantia aos inquilinos das boas condições dos imóveis a ocupar, enquanto para os senhorios a Aluga Seguro assumirá a tarefa de fazer a cobrança da renda nos primeiros dias do mês, o que lhes dá maior garantia de recebimento pontual.
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Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR
m pouco mais de quatro meses de operação em Portugal, a Aluga Seguro conquistou já dezenas de clientes no mercado habitacional e comercial nacional. “Após muitos meses de preparação para o lançamento deste projeto, e uma aprofundada análise do mercado de arrendamento português, decidimos que agora era a altura certa para entrar em Portugal, apesar de o país se encontrar ainda numa situação complicada devido à pandemia de covid-19 e às restrições que ainda estavam em vigor naquele momento [junho de 2021]”, explica Francisco Reganha (na foto), country manager da companhia para Portugal. A empresa quer aproveitar as oportunidades que surgem no mercado de arrendamento em Portugal, propondo-se “dar soluções aos problemas com que confrontam proprietários e inquilinos no dia a dia, protegendo o senhorio durante o arrendamento e oferecendo imóveis em ótimas condições de habitabilidade aos arrendatários. Quisémos trazer para Portugal uma nova forma de trabalhar o mercado de arrendamento habitacional e comercial. Um modelo inovador e pioneiro, baseado em 15 anos de experiência, e em mais de cem mil contratos de arrendamento geridos ao longo dos últimos anos em Espanha”, assegura o mesmo responsável. No fundo, a empresa substitui-se ao proprietá-
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rio na gestão de cobrança da renda ao inquilino, garantindo ao senhorio o pagamento pontual ao dia 5 de cada mês. Deste modo, o proprietário consegue ter uma gestão mais controlada e anónima do processo junto do inquilino, bem como de usufruir de uma assessoria personalizada do imóvel e a promoção do mesmo, da seleção do inquilino (sujeito a uma análise prévia de solvência e viabilidade) e da elaboração do contrato de arrendamento pelo gabinete jurídico da Aluga Seguro. Já para os inquilinos, as vantagens deste serviço da Aluga Seguro podem passar pela localização de imóveis adequados às suas pretensões, pela garantia de que os imóveis terão as necessárias condições de habitabilidade, bem como a possibilidade de gerir online os trâmites necessários
ao arrendamento, bem como aceder aos documentos relacionados com o seu contrato, podendo, ao longo da duração do arrendamento, utilizar a plataforma para comunicar com a empresa e o senhorio. “O nosso principal objetivo é contribuir para profissionalizar e dinamizar
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o mercado de arrendamento português, incentivando e dando segurança aos senhorios para que coloquem no mercado de arrendamento os seus imóveis. Queremos que vejam em nós uma mais valia para usufruir de um arrendamento seguro graças aos nossos serviços que lhes garantem soluções aos seus principais receios, orientadas à sua proteção, combatendo os incumprimentos e atrasos no pagamento das rendas”, destaca Francisco Reganha Além de proprietários individuais, a Aluga Seguro faz também a “gestão de imóveis de family offices, de fundos internacionais e de construção para arrendamento”, que representa uma das tendências atuais na nova construção de empreendimentos. Segundo Francisco Reganha, a empresa prevê estender os serviços prestados, “de acordo com a evolução e consolidação do negócio”, para a disponibilização aos clientes de uma “gestão integral do imóvel”, o que passará por um “serviço completamente inovador, que irá incluir a gestão regular de incidências relacionadas com a necessidade de realização de pequenas obras ou remodelações”, completa o gestor. Para já, a atividade da empresa está concentrada na região metropolitana de Lisboa, partindo da agência central da empresa (na foto), na Amadora. Ainda este ano, no entanto, a rede de escritórios deverá alargar-se. “Devido à boa recetividade dos proprietários e às constantes requisições do nosso serviço por proprietários da zona norte de Portugal, ambicionamos chegar ao Porto antes do fim do ano. Observamos na área metropolitana do Porto um dinamismo imobiliário muito interessante e um mercado de arrendamento carecido de um serviço de proteção a proprietários e gestão de arrendamento especializado e inovador como o da Aluga Seguro”, conclui Francisco Reganha. O crescimento do arrendamento habitacional de longa duração tem sido uma constante desde a queda abrupta do arrendamento de casas de alojamento
local, que se verificou com a pandemia e que ainda não regressou a níveis anteriores à crise sanitária. “Queremos, portanto, dar solução a esse parque habitacional que tem vindo a perder rentabilidade no último ano”. Nos primeiros anos da atividade, o foco da empresa não será o volume de negócios gerado, mas sim a procura de imóveis para gerir, adianta o mesmo responsável. “Não estamos reféns desses números [de volume de faturação] para podermos manter e continuar a desenvolver a nossa operação em Portugal. As nossas expectativas são a médio/ longo prazo. E a possibilidade de poder contribuir com a profissionalização do mercado de arrendamento, através da nossa experiência, garantias e know-how são, para já, a nossa força motriz”. Oferta de imóveis continua a ser escassa A pandemia veio atrasar o arranque das atividades da empresa em Portugal, por alguns meses, enquanto que em Espanha não trouxe grandes efeitos ao grupo Alquiler Seguro, que atua neste mercado há 15 anos. Sobre o futuro, Francisco Reganha não tem dúvidas de que “o mercado de arrendamento habitacional é um segmento com muito potencial”, sobretudo depois da queda do alojamento local. “Existem também novos conceitos que virão alimentar o mercado com uma oferta de imóveis vocacio-
nados ao arrendamento habitacional, como por exemplo o build to rent, um conceito que em Espanha está já a ser desenvolvido em grande escala e que em Portugal começa a dar os primeiros passos, através de investidores internacionais e nacionais que estão a iniciar projetos imobiliários com essa finalidade”, conclui. “No entanto, ainda há grandes desafios neste setor, a procura é muito superior à oferta de imóveis disponíveis”, frisa, destacando que “em todas as regiões do país existem milhares de imóveis habitacionais fechados, sem qualquer ocupação e rentabilização”. Uma situação que os sucessivos governos em Portugal não têm conseguido inverter, nomeadamente para suprir as necessidades de habitação de famílias com maiores carências, lamenta. “Mesmo que na Aluga Seguro queiramos incentivar os proprietários dando-lhes garantias e segurança no recebimento pontual as suas rendas, faltam políticas que garantam efetivamente uma estrutura fiscal motivadora para os proprietários que têm imóveis e que os podem colocar no mercado de arrendamento, contribuindo, assim, na resposta ao problema social da falta de habitação. É necessário também um sistema judicial menos burocrático e mais célere, que permita uma rápida resposta aos litígios relacionados com o arrendamento”, conclui Francisco Reganha. novembro de 2021
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Portucale Ventures avança para a compra de ativos imobiliários em Espanha A Portucale Ventures-Imobiliária, holding de investimentos em ativos imobiliários, está a intensificar a sua aposta no mercado espanhol, onde este ano já adquiriu quatro imóveis, concentrando-se para já na comunidade autónoma da Andaluzia. Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
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Portucale Ventures, empresa de investimentos imobiliários liderada pela família Barreira e pela família Lopes, firmou, este ano, quatro contratos de aquisição de imóveis em Espanha, e tem já acordo para duas novas aquisições, projetando, assim, continuar a investir neste mercado. Segundo Ricardo Lopes (na foto), o administrador da Portucale Ventures, a empresa tem vindo a adquirir alguns imóveis, especialmente na comunidade autónoma da Andaluzia, como estratégia complementar da expansão geográfica de uma das suas participadas, a Empirepuzzle Investment Club, da qual é também presidente e CEO. A Empirepuzzle, uma startup que conta com três anos de existência no mercado português, detém um modelo de investimento diferenciado, onde congrega um clube privado de inves16 act ualidad€
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tidores (mais de 300 membros), com entrada só por convite, e uma plataforma digital, onde disponibiliza e partilha os investimentos imobiliários. Assim, após a compra de cada ativo em Espanha– que “é sempre efetuada com recurso a capitais próprios”–, a Portucale Ventures coloca uma parte dos mesmos na plataforma da Empirepuzzle, possibilitando a partilha do investimento com os membros do clube que queiram investir– estes são, genericamente, investidores particulares, não institucionais. “Na nossa ótica, o investimento (em ativos imobiliários) irá cada vez mais ser suportado na partilha e estará muito assente na digitalização de processos”, refere Ricardo Lopes. “A nova realidade passa por criar modelos de partilha segmentados, do ponto de vista financeiro, e dando voz ativa aos participantes na escolha direta do investimento”, conclui.
Neste âmbito, o especialista antecipa que este tipo de investimentos se irão fazer mais “projeto a projeto e menos por cabazes de produtos”, estando o “investidor mais consciente e alerta”. Este exigirá, por isso, “transparência da performance e rentabilidade de cada projeto per si”, e não tanto partilhando resultados de um conjunto de ativos, onde “os prejuízos de uns podem ser escondidos pelos benefícios obtidos por outros” ativos. O próximo passo da Portucale Ventures será a constituição e abertura de casas do clube Empirepuzzle nas regiões de Espanha, “tendo já iniciado contactos com parceiros locais para a Andaluzia e comunidade de Valência”, permitindo o crescimento do número de membros do clube, projetos a partilhar e uma gestão localizada, refere o mesmo responsável. “Rentabilidades médias anuais em torno de 12%”
Os projetos adquiridos e partilhados ficam em carteira entre 12 e 24 meses, até à sua alienação, gerando “rentabilidades médias anuais em torno dos 12%”, sublinha Ricardo Lopes. A Portucale Ventures, criada em 2007, tem vindo a investir sobretudo em ativos imobiliários, estando, todavia, também desperta para investir em empresas de base tecnológica (como foi o caso da Empirepuzzle), e tendo ainda outras participações em empresas complemen-
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tares à sua atividade. Ricardo Lopes frisa que o facto de a empresa recorrer só a capitais próprios “obriga a uma rotação de capital muito cautelosa e de risco controlado”, ou seja, equacionar bem o investimento face ao potencial de alienação nos prazos previstos. Neste sentido, são privilegiados ativos com determinadas características mais “vendáveis” ou em “localizações-chave e de forte procura”, como por exemplo, zonas junto ao litoral. “A pandemia fez aumentar a exigência por imóveis diferentes, que tenham nomeadamente varandas e/ou espaços exteriores”, sublinha Ricardo Lopes. Deste modo, face ao aumento da procura de ativos com espaços exteriores, também o preço dos terrenos nas periferias “dispararam”. A subida de preços está relacionada ainda com o défice de construção que existe na Grande Lisboa e, em termos gerais, no litoral, considera. O volume global de investimentos da
Portucale Ventures em ativos ronda atualmente os dois milhões de euros e o volume de vendas anuais situa-se em torno de um milhão de euros. Por sua vez, a Empirepuzzle, que detém três veículos de investimento, atualmente tem ativos imobiliários de investimento partilhado de 3,5 milhões de euros, de um total investido de 7,5 milhões de euros. O grupo de empresas liderado por Ricardo Lopes conta com 14 funcionários, operando também em articulação com empresas de consultoria, advocacia, gestão e contabilidade. Por outro lado, Ricardo Lopes comenta que uma das tendências atuais– o teletrabalho– veio mesmo para ficar e que cada vez mais as pessoas irão pri-
vilegiar a possibilidade de trabalhar à distância, a partir de qualquer parte do mundo, desde que conectados à internet para comunicar com a entidade empregadora– são os chamados nómadas digitais. Assim, o setor imobiliário deverá ter isso também em conta, pelo que será de “esperar um crescimento da tendência de procura de locais mais periféricos, mais aprazíveis para viver e trabalhar do que os grandes centros das cidades”. PUB
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“As empresas devem acelerar o investimento em tecnologia” O crescimento das operações online potenciaram a internacionalização da Customer Comms - Tecknália, que acaba de entrar no mercado português, onde prevê faturar um milhão de euros em 2022. A empresa, especializada em serviços de comunicação, sobretudo para o setor dos seguros, integra o grupo de origem basca Mail Comms. José Clara, diretor de Alianças Estratégicas da Customer Comms, frisa que a atual conjuntura exige às empresas investirem cada vez mais em tecnologia de comunicação adequada.
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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
uem são habitualmente os vossos clientes e que tipo de serviços fornecem mais?
meira vez no mercado português em 2022 com um crescimento anual con2021: a disrupção digital acelerada tínuo de 25% para os próximos anos. pela pandemia da covid-19 intensifiOs nossos clientes são empre- cou a procura dos nossos serviços e Que balanço fazem da empresa desde que sas de todos os sectores, a soluções tecnológicas noutras geogra- iniciaram atividade? O que aprenderam nossa área de especialização é o setor fias. O dinamismo do mercado por- com os melhores e piores momentos? dos seguros. Ajudamos as empresas a tuguês, bem como o quadro jurídico A empresa mãe, a Mailteck (primeira comunicar de forma individual com os comum europeu apresentam-se como empresa do grupo MailComms), foi seus clientes através de qualquer meio uma progressão natural da expansão fundada em 1994 como uma empresa digital ou impressão. Temos tecnologias comercial. de comunicação gráfica personalizada e de comunicação próprias que nos pertem tido um desenvolvimento crescente mitem criar, personalizar e acelerar as Quais são as Vossas expectativas face nesta área, mas em 2020 sofreu uma interações em todas as fases do ciclo de ao mercado português? queda na faturação, devido à covid. vida da comunicação com cliente. Os Com a implementação da regulamen- Pelo contrário, a filial Customer nossos serviços estão relacionados com tação europeia sobre serviços de iden- Comms, dedicada às comunicações a realização de comunicações de marke- tificação e confiança de acordo com o digitais, que iniciou a sua atividade ting, transacionais e legais. eIDAS e a proteção de dados pessoais em 2013, cresceu significativamente, GDPR abrem-se novas expectativas no com um volume de negócios em 2020 Quais são os segmentos em que atuam mercado português, tendo em conta de cinco milhões de euros e com uma com maior potencial de crescimento, em que a sua aplicação em Portugal ainda expectativa de atingir os seis milhões de Portugal e em Espanha? é recente. euros em 2021. Os segmentos em que atuamos com Avaliámos estas expectativas num valor O que aprendemos nesta viagem de maior potencial de crescimento são os de um milhão de euros para o ano negócios é que é preciso estar preparado, de comunicações certificadas (legais). Com a implementação dos regulamentos europeus GDPR (Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados) e eIDAS (Regulamento da UE sobre identificação eletrónica e serviços de confiança para transações eletrónicas no Mercado Único Europeu) nos territórios nacionais, ajudamos os nossos clientes a obterem consentimentos expressos e conformidade regulamentar para todas as suas comunicações. Quando e como entraram no mercado português?
A Customer Comms entrou pela pri18 act ualidad€
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não apenas para uma mudança na base do negócio, de papel para a impressão digital, e que há que ser muito ágil quando essa mudança é acelerada por um evento inesperado, como uma pandemia. Quanto faturaram em 2019, em 2020 e quanto preveem faturar em 2021?
O grupo MailComms ao qual a CustomerComms pertence reportou um total de 17 milhões de euros em 2019 e 16 milhões de euros em 2020, e as previsões atuais estimam que fechará 2021 com 17,3 milhões de euros. Que desafios enfrenta a Vossa empresa e o mercado de comunicação, em geral?
Um dos maiores desafios para a nossa empresa é ampliar a base tecnológica e de serviços com alianças estratégicas. As organizações podem oferecer um serviço melhor e mais ágil aos seus clientes, criando experiências inovadoras através de alianças estratégicas e intersetoriais. Enquanto acelera processos tecnológicos, o atual contexto tem desafiado os modelos de negócio de uma forma sem
precedentes e deixou claro que a agilidade é crucial para o sucesso de uma organização. Neste sentido, as tecnologias digitais, algumas delas incorporadas através de alianças com outros parceiros complementares, podem permitir às empresas nossas clientes responder de uma forma mais ágil às necessidades do mercado. Agora é mais importante do que nunca acelerar em vez de reduzir - o investimento em tecnologia. É importante também humanizar o serviço, à medida que o mundo se torna mais tec- entanto, ao aprofundar as necessidades nológico e digital. As pessoas limitam- dos clientes, funcionários e outros inte-se à enviar um e-mail ou a deixar uma ressados, os prestadores de serviços de mensagem nas redes sociais ou enviar comunicação podem criar ferramentas, um presente através da internet. No serviços e dispositivos que incorporem PUB
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atualidade actualidad o “toque humano” que tenda humani- truída com base na confiança entre a estipula pelo Regulamento Europeu de zar as comunicações. marca e o cliente. As comunicações de Proteção de Dados (GDPR). Outros O mercado das comunicações em geral confiança entre os dois devem basear-se regulamentos europeus como os que enfrenta os desafios da transformação em fornecer ao cliente toda a informa- afetam as comunicações eletrónicas digital, uma vez que os clientes pro- ção necessária para tomar uma decisão (ePrivacy) têm o mesmo objetivo de curam imediatismo na relação com as de compra e informá-lo dos seus direitos defender os consumidores contra possuas marcas, reduzindo o uso de papel como consumidor, tais como o direito síveis práticas abusivas por parte de e a voz como meios de comunicação a de ter um canal de comunicação para empresas ou entidades públicas na utifavor das comunicações eletrónicas e reclamações ou de ter e controlar os lização de comunicações com os seus dos chats. Esta relação deve ser cons- seus próprios dados pessoais, conforme clientes ou cidadãos.
As tendências de comunicação a que as empresas devem atentar Num cenário pós-covid, “ainda com enormes precauções, estamos a assistir à retirada das restrições e, pouco a pouco, à reincorporação de novos padrões de normalidade”, frisa José Clara, comentando que “com os confinamentos e as restrições de distanciamento social, os nossos hábitos diários foram alterados graças à incorporação de tecnologia nos diferentes aspetos das nossas vidas, desde a forma como nos comunicamos até à forma como nos relacionamos uns com os outros em geral”. A pandemia “serviu como catalisador para múltiplas iniciativas de transformação digital devido à simples necessidade de adotar novos canais de comunicação e interação com clientes, que serviram como garantia de continuidade de negócio”. Assim, de acordo com a Customer Comms, as principais tendências observadas no mercado ibérico são: Estratégia omni-canal – ganha terreno a melhoria da experiência de cliente (customer journey) enquanto grande diferenciador da oferta, a evolução da omnicanalidade foca-se agora na experiência integral, independentemente do canal ou meio utilizado, para alcançar uma experiência coerente. É importante assegurar a consistência e continuidade do mesmo
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diálogo em todos os canais e meios de comunicação, mostrando ao consumidor que continua em diálogo com a mesma marca, seja na web, nas redes sociais ou mesmo na loja. Privacidade do consumidor – com a entrada em vigor do Regulamento Europeu de Proteção de Dados (em 2020), as empresas terão de ser mais transparentes na sua recolha de informação junto dos utilizadores. O consumidor de 2021 valoriza a manutenção da sua privacidade e que o tratamento dos seus dados seja feito com cuidado, simplicidade, transparência e com o seu consentimento. Operações remotas – com a entrada em vigor do Regulamento Europeu de Identificação e Serviços Confiáveis (eIDAS), as operações presenciais podem ser realizadas remotamente, como é o caso da abertura de uma conta bancária com identificação e assinatura eletrónica, com a consequente poupança de tempo e custos. A comunicação eletrónica fiável é outra área na qual o eIDAS deu um grande salto, eliminando o papel como meio de comunicação personalizado com valor probatório. Vídeos curtos – a vida quotidiana acelera o seu ritmo aumentando o número de interações diárias, o
que significa que os consumidores selecionam o tipo de informação que lhes interessa, e a sua duração deve ser curta. Os seres humanos são capazes de se concentrar numa tarefa durante cerca de sete a 10 minutos, o que significa que o conteúdo precisa de ser adaptado, tornando-o curto e direto para aumentar a sua eficácia. Inteligência artificial – a inteligência artificial e a aprendizagem automática têm desempenhado um papel importante na análise das preferências e comportamentos dos utilizadores. Graças a esta análise, é possível monetizar estratégias de aquisição de clientes e melhorar/ adaptar produtos ao segmento alvo. A utilização de chatbots e serviços de reconhecimento de voz permite otimizar a pesquisa de produtos e todo o processo de compra, o que facilita a relação entre a marca e os seus clientes. A inteligência artificial adapta-se ao seu negócio, automatizando e personalizando o conteúdo para os seus clientes. Humanização – a massificação de novos canais e modelos de relações eletrónicas entre consumidores/cidadãos e empresas/ entidades públicas abre a necessidade de integrar e uniformizar a experiência do utilizador, sem perder a relevância do tratamento humano e pessoal.
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España refuerza sus inversiones en Cabo Verde La inversión española en Cabo Verde se dirige principalmente a los sectores de alojamiento, fabricación de bebidas, ingeniería civil, construcción, y pesca y acuicultura.
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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR
spaña es un socio importante de Cabo Verde y uno de sus principales inversores privados externos. Con cuatro aeropuertos internacionales y un importante crecimiento turístico, el país del África subsahariana se encuentra en el punto de mira de cada vez más compañías españolas. En los últimos 20 años, el país africano ha aprobado 33 proyectos de origen español por valor de 878 millones de euros, según los datos facilitados por Cabo Verde Trade Invest. Todos ellos suponen cerca de 11 mil puestos de trabajo, aunque algunos no están todavía finalizados. Este mismo año se ha dado a conocer la mayor inversión privada en Cabo Verde, de 500 millones de euros, responsabilidad del International Holding Cabo Verde (IHCV), consorcio liderado por el empresario español Enrique Bañuelos de Castro. Se trata de un
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resort turístico en la isla de Maio, llamado “Little Africa May” que dará empleo a 4.000 personas. El complejo se va a construir en tres fases y además de la parte hotelera incluirá museo, casino, teatro, centro de negocios, hospital, universidad internacional y vivienda ejecutiva, entre otros. Según las estadísticas de DataInvex de la Secretaría de Estado de Comercio referentes a las inversiones españolas en África subsahariana, a 31 de diciembre de 2019, el stock de inversiones españolas en Cabo Verde era de 293 millones de euros y se observa una tendencia creciente que se dirigen principalmente a los siguientes servicios: alojamiento, fabricación de bebidas, ingeniería civil, construcción, y pesca y acuicultura. El número de empleos creados por empresas inversoras españolas en Cabo Verde es de aproximadamente 2.750. Antes de la pandemia,
Cabo Verde experimentó un sólido crecimiento económico impulsado por un próspero sector turístico y fuertes reformas estructurales. “Pese a la contracción de la actividad económica derivada de la crisis sanitaria, en los próximos años cabría esperar una progresiva recuperación de la economía. En este sentido, la recuperación de la economía post-pandemia es una oportunidad para impulsar el sector turístico y construir una economía más resiliente”, destacan desde la Oficina Económica y Comercial de la Embajada de España en Senegal. Los sectores que presentan oportunidades de inversión son la industria agroalimentaria, infraestructuras, turismo y economía azul. RIU, pioneros en el sector turístico
Dentro del sector turismo cabe destacar la apuesta pionera del grupo hotelero mallorquín RIU. A día de hoy cuenta con tres hoteles
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en Boavista (Karamboa, Palace Boavista y Touareg) y tres en Isla de Sal, (Cabo Verde, Funana y Palace Santa Maria) con un total de 4.479 habitaciones totales en el destino. “Cabo Verde tiene un importante peso para la cadena RIU ya que hemos realizado una fuerte inversión en el país, tanto en nueva construcción de hoteles como en reformas de los establecimientos a lo largo de los 16 años que llevamos operando en el destino”, explica Juan Carlos Dreher, delegado de zona de Tenerife y Cabo Verde en RIU. Este grupo hotelero fue una de las primeras cadenas hoteleras internacionales en invertir en este lugar y apos- todo un reto para la empresa portar por él como destino turístico, que “era totalmente desconocido abriendo su primer hotel en 2005. para nosotros y también necesitaba “Este destino ha superado todas un gran trabajo para posicionarlo las expectativas que teníamos y internacionalmente. Tuvimos que consideramos que tiene mucho superar algunos obstáculos que nos potencial. El proyecto de la cade- encontramos a nivel logístico y
ampliamente superado hoy ya que contamos con un gran equipo. De hecho, para nuestra empresa es un gran motivo de orgullo decir que, actualmente los jefes de departamento de todos hoteles RIU en Cabo Verde son originales de Cabo Verde, es decir, son de origen local y han hecho carrera en este destino, empezando por puestos base en los diferentes hoteles RIU”, resalta Juan Carlos Dreher. Otros sectores
Frescomar o Atunlo son ejemplos de éxito de empresas españolas del sector del pescado fresco y refrigerados en Cavo Verde, con importantes inversiones. Naviera Armas se ocupa del transporte de mercancías y pasajeros y Alemparte, con filial desde 2012, realiza servicios de instalación, mantenimiento y distribución de agua y saneamiento. La compañía aérea canaria Binter, na con este archipiélago es firme y de infraestructura. Son retos que por el contrario, ha puesto punto así esperamos que sea, una vez se seguimos enfrentando ya que, para y final a su etapa en Cabo Verde, recupere la operación normal de los alcanzar la excelencia, el país debe- donde se encontraba desde noviemhoteles tras la pandemia”, añade. rá seguir trabajando en los servicios, bre de 2016. La aerolínea se ha desAsegura que Cabo Verde está muy infraestructuras y la conectividad”. prendido de su filial en el archipiébien posicionado en los principaOtro de los retos que han afron- lago africano al vender el 70% de les mercados europeos y cuenta tado es el de la formación del Transportes Interilhas al empresacon una excelente oferta gracias empleado caboverdiano ya que rio Nuno Pereira. El 30% restante a sus playas, su clima y su gente no había escuelas especializadas queda bajo el control del Gobierno amable. Operar en este país fue o tradición de servicio. “Este está de Cabo Verde. novembro de 2021
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SEAT MÓ celebra primeiro aniversário, entrando em novos negócios de mobilidade A SEAT MÓ celebra um ano de operações e amplia a sua oferta de soluções e serviços ao entrar no negócio da corporate mobility. O seu objetivo é prestar um melhor serviço de mobilidade multimodal às empresas mais rápido, mais fácil, ecológico e sustentável e a um custo mais baixo, oferecendo trotinetes, motos e carros 100% elétricos. Após o sucesso alcançado em Barcelona com o seu serviço de motosharing e subscrição, a SEAT MÓ expandiu a sua gama de serviços de mobilidade, através de acordos de colaboração com empresas, como a Merlin Properties, o Hotel Mandarin Oriental Barcelona e o Hotel ME Sitges Terramar. “A colaboração com estas empresas é um passo adiante no nosso objetivo de
contribuir para tornar as cidades mais sustentáveis, graças à redução do ruído e das emissões. Ao longo deste ano, conseguimos tornar a mobilidade acessível graças aos nossos produtos e serviços de mobilidade multimodal 100% elétricos”, afirma Lucas Casasnovas, diretor da SEAT MÓ. No caso da Merlin Properties, a SEAT MÓ disponibilizou, aos colaboradores da Torre Glòries em Barcelona, três viaturas, 10 motos SEAT MÓ 125 e 10 trotinetes SEAT MÓ 65. Graças a este novo serviço, os clientes do edifício poderão aceder, de forma rápida, confortável, segura e acessível, à solução de mobilidade que melhor se adapte às suas necessidades em todos os momentos. Este serviço está integrado na aplicação SEAT Motosharing, faci-
litando o acesso aos seus colaboradores com apenas um clique. Nos últimos 12 meses, a SEAT MÓ consolidou o seu serviço de motosharing e subscrição, com uma frota de 732 motos elétricas. Graças à sua app, tornou-se já um dos principais operadores de motosharing de Barcelona. Em apenas um ano, o serviço de partilha de motos evitou a emissão de cerca de 60 toneladas de CO2, reduziu o ruído nas cidades em 4,5 milhões de decibéis e poupou aos utilizadores da SEAT MÓ uma média de 30 minutos/ dia nas suas viagens pela cidade. Quanto à venda da moto elétrica a clientes ou empresas privadas, a SEAT MÓ já a lançou em mais sete países europeus, além de Espanha.
Conservas Pinhais lança museu e promove turismo gastronómico e do setor conserveiro
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um edifício que mantém a traça arquitetónica e que, em 2020, recebeu a classificação de edifício de Interesse Municipal, a Pinhais lança o “Conservas Pinhais Factory Tour”, um museu-vivo, que alia a sua fábrica histórica às suas marcas estratégicas, Pinhais e Nuri. Este é um projeto único no panorama do turismo nacional e internacional, que conta com um investimento de três milhões de euros, e que proporcionará uma experiência imersiva sobre todas as fases do processo ao vivo. Delineado para a promoção da comu-
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nidade local e do turismo, o projeto da Pinhais, conserveira que no ano passado celebrou o seu centenário, vai contribuir para a preservação e valorização da indústria conserveira de Matosinhos. Dotada de um legado histórico-cultural diferenciador em várias vertentes (arquitetónica, processual e de produto), a instalação de um museu-vivo na fábrica Pinhais enquadra-se nos seus objetivos, valores e missão, permitindo, assim, salvaguardar e valorizar a memória da indústria conserveira. Alvo das intervenções necessárias à requalificação e adaptação, a infraestrutura centenária do edifício da conserveira de Matosinhos acolhe, assim, o novo museu, que promete ser uma viagem inesquecível à história centenária da Pinhais, uma das mais antigas fábricas em atividade, e à história global da indústria conserveira nacional. O objetivo deste projeto passa por
promover a singularidade da experiência da Conserveira Pinhais, através de aspetos distintivos, como a manutenção do método artesanal e edifício centenário, características únicas que lhe conferem um caráter histórico, também indissociáveis do espaço onde se inserem. É neste sentido que o “Conservas Pinhais Factory Tour” está vocacionado para perpetuar um legado e dar a conhecer o património material e imaterial da Pinhais e das suas marcas, das mais antigas às mais notórias. Todas as visitas ao museu-vivo serão guiadas por mediadores culturais, que levarão os visitantes numa viagem ao passado, às raízes da Pinhais e de todas as suas marcas, nomeadamente a mais internacional, a Nuri. O tour culminará numa das salas mais imponentes do edifício, com uma prova das iguarias da Pinhais e ainda na loja, onde se encontram conservas e artigos de colecionador.
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Nova campanha da Vulcano oferece três meses de conta do gás e três anos de garantia
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Vulcano lança uma nova Campanha de Caldeiras Murais de Condensação, sob o mote “A poupança faz parte da Vulcano”. A campanha, em vigor de 1 de outubro a 31 de dezembro de 2021, oferece, a todos os consumidores que adquirirem e registarem a sua nova caldeira mural de condensação no site da Vulcano, três anos de garantia do equipamento. Caso estejam entre os primeiros 20 registos de cada mês, ganham
ainda três meses da conta do gás. Para reforçar a ideia de poupança, a marca portuguesa destaca nesta campanha a sua caldeira mural de condensação Lifestar Connect, uma solução compacta, com apenas 30 centímetros de profundidade, que é perfeita para qualquer armário de cozinha. Com um design exclusivo e inovador, esta caldeira silenciosa está preparada para conetividade wi-fi e apresenta uma eficiência de 94%. Permite, também, uma grande versatilidade de instalação e garante um menor consumo de gás. Nadi Batalha, coordenadora de Marketing da Vulcano, afirma que “esta é uma campanha que, tal como o seu mote indica, traz aos consumidores a oportunidade de poupar com
a Vulcano. Poupar em vários sentidos, já que além de especialistas em soluções completas e integradas, a Vulcano tem desenvolvido equipamentos tecnologicamente mais eficientes, o que significa um forte contributo para a preservação ambiental e um maior conforto para os nossos clientes. Tanto o planeta como os consumidores saem a ganhar”. Esta campanha irá marcar presença junto da imprensa, canal digital e rádio. “A gama de caldeiras da Vulcano permite uma redução dos gastos de energia, graças à tecnologia de condensação e aos elevados níveis de eficiência. Através destas soluções, o consumidor poupa nos consumos da sua casa, ao mesmo tempo que contribui para a preservação do ambiente”, afiança a marca. PUB
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BPI lidera ranking do banco com melhor reputação em Portugal O BPI é o banco com “melhor reputação em Portugal” e obteve o “melhor Índice de Responsabilidade Social”, de acordo com o mais recente estudo “RepScore”, da consultora independente OnStrategy. É a primeira vez que o BPI alcança o lugar cimeiro do setor bancário nestes rankings . A consultora independente analisa o posicionamento e os níveis emocional e racional de reputação associados às marcas, em conformidade com a certificação das normas ISO20671 (avaliação de estratégia e força da marca) e ISO10668 (avaliação financeira da
marca). O “RepScore” é desenvolvido de forma contínua ao longo do ano junto de mais de 40 mil cidadãos online e mais de 10 mil cidadãos presencialmente ou por telefone, que avaliam os atributos associados à notoriedade, admiração, relevância, confiança, preferência e recomendação. Ainda nos rankings divulgados em julho, a OnStrategy considerou igualmente o banco liderado por João Oliveira e Costa (na foto) como a marca com melhor reputação como empregador, no setor da banca, no estudo “Employer Brand Reputation”.
Urban Foods ouviu os consumidores e criou umsnack de amendoins com caramelo salgado F oi no início do verão, que a Urban Foods lançou o desafio aos cosnumidores portugueses de partilharem os seus sonhos mais profundos em termos de snacks crocantes. Os “urban snackers” foram muito criativos: amêndoas com sabor a cebola, revestidas de sabor a tomate e abacate, pipocas com creme de pasteleiro, favas fritas, gomas de fruta, sandes de queijo prensada em formato de snack, sandes de manteiga de amendoim e chocolate, ou amendoins cobertos de chocolate foram só alguns dos sonhos partilhados. Após recolher todos os sonhos, a marca colocou os mais referidos a votação e eis que o vencedor foram os amendoins mergulhados em caramelo salgado. Os Urban Snackers que participaram nesta iniciativa receberam já o seu kit de “Snack de Sonho”, através da loja online da Urban Foods. A inovação está na base da criação da marca Urban Foods, marca portuguesa de snacks. Para as fundadoras, Maria
Villas-Boas e Marta Lousada, “ouvir e envolver os nossos clientes no processo de desenvolvimento do produto e da experiência que a marca oferece é sem dúvida a prioridade”. As fundadoras acreditam que esta é a única forma de criar marcas realmente relevantes, numa sociedade moderna cada vez mais informada e convicta daquilo que pretende. A nova marca de snacks pretende desen-
volver produtos que “combinem de forma mágica sabor, crocância e equilíbrio, numa ampla gama para todos os momentos do dia”.
Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR
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Endesa colabora no estudo sobre conservação do abutre negro em Portugal V oar de Portugal até ao sul de França, à Galiza ou à Andaluzia sendo apenas um adolescente. É este o percurso percorrido por alguns exemplares da população juvenil de abutres negros (Aegypius monachus) estabelecida no Parque Nacional do Tejo Internacional em Portugal, de acordo com um estudo em que a Endesa colabora pelo terceiro ano consecutivo através do seu Plano de Conservação da Biodiversidade. As aves jovens que cruzam a Península Ibérica com estes voos pertencem à maior colónia desta espécie no país, onde o abutre negro foi considerado extinto como espécie reprodutora em 1985 e atualmente está classificada como criticamente em perigo”. A Endesa assumiu o compromisso, há mais de 20 anos, de cuidar da biodiversidade, minimizando o impacto ambiental da sua atividade e assegurando a sustentabilidade do planeta. Este estudo é um dos 26 projetos em que a empresa participa no âmbi-
to do seu Plano de Conservação da Biodiversidade, uma das grandes apostas da Endesa dentro da sua Política de Biodiversidade porque todas as ações nele incluídas são realizadas de maneira completamente voluntária, superando largamente os requisitos ambientais obrigatórios que devem ser cumpridos no desenolvimento da sua atividade. A conservação do urso pardo (Ursus arctos) nos Pirinéus, a recuperação da tartaruga mediterrânica (Testudo hermanni) na região de Les Garrigues (Catalunha) ou a conservação de espécies de quirópteros ameaçadas em centrais hidroeléctricas e grandes infra-estruturas da Endesa através do projeto Endesabats são algumas destas 26 ações voluntárias focadas na proteção de outras espécies ameaçadas na Península. Cerca de dez destes projetos estão centrados na proteção da avifauna ibérica, incluindo, para além do abutre preto, espécies como o milhafre real (Milvus milvus) em Aragão, o rolieiro euro-
peu (Coracias garrulus) nos Parques Naturais de Aiguamolls de l ‘Empordá e Montgrí em Girona, a águia perdigueira (Aquila fasciata) na Catalunha, a águia pesqueira (Pandion haliaetus) na província de Cádiz, o peneireiro das torres ou francelho (Falco naumanni) em Aragão e Málaga ou o tetraz grande (Tetrao urogallus) nos Pirinéus. Atualmente, o abubre negro em Espanha ultrapassa os 2.500 casais reprodutores, o que corresponde a 20% da população mundial e a 90% da população europeia. Em Portugal, a sua população não ultrapassa os 50 casais. Este estudo, no qual a Endesa participa e que se prevé que prossiga durante 2022, pretende aumentar o conhecimento dos movimentos de dispersão juvenil e das principais ameaças dentro da Península Ibérica para a maior colónia desta espécie em Portugal, tendo-se tornado no maior estudo de deteção toxicológica numa população de aves de rapina ameaçadas em Portugal.
Schindler Iberia lança projeto para ajudar mulheres a regressar ao trabalho A Schindler Iberia começou a desenvolver um novo programa denominado “Women Back to Business”, para as mulheres de Portugal e Espanha, e está atualmente a procurar talento em Lisboa e no Porto. O objetivo passa por dar uma nova oportunidade às mulheres que, por motivos pessoais, decidiram interromper as suas carreiras profissionais e que agora pretendem voltar a trabalhar , mas que têm dificuldade em conseguir regressar. A iniciativa oferece admissão na empresa através de postos de trabalho relacionados com a áreas comercial, de atendimento ao cliente e de
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operações. Ainda que o programa valorize de forma individual todas as solicitações, o programa está especificamente direcionado para as mulheres que abandonaram os seus empregos por questões de índole pessoal e que contem com uma experiência miníma de cinco anos em grandes empresas nacionais ou internacionais e que possuam um bom nível de inglês. Além dos critérios já referidos, valorizam-se as candidatas que residam ou que tenham facilidade de mobilidade para as cidades mais emblemáticas de Portugal e Espanha. A meio do mês passado, as candidatas
selecionadas começaram um período de formação de seis meses, com flexibilidade, de forma a que lhes seja possível conciliar a sua vida pessoal com o regresso à atividade laboral. Nesta fase, conhecerão o modelo de negócio da Schindler, terão contacto com as ferramentas tecnológicas com que irão trabalhar e formar-se-ão tanto na área, como no posto de trabalho que venham a incorporar. Quando estiver finalizado o período de formação inicial, as participantes passarão a fazer parte da estrutura da empresa, desempenhando funções específicas nos departamentos em que forem colocadas. Todas elas, terão acesso às mesmas vantagens que os restantes colaboradores.
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El Corte Inglés volta a “vestir-se” de rosa e a associar-se à Liga Portuguesa Contra o Cancro
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s fachadas dos Grandes Armazéns de Lisboa e Gaia Porto estarão simbólicamente iluminadas de rosa entre 15 de outubro e 1 de novembro, numa ação de sensibilização para a prevenção do cancro de mama. Para assinalar o 15 de outubro, o Dia Mundial da Saúde da Mama, o El Corte Inglés preparou um conjunto de iniciativas
para o mês dedicado à luta contra o cancro de mama. Pelo sexto ano consecutivo, as fachadas do El Corte Inglés em Lisboa e Gaia Porto iluminam-se de cor-de-rosa, num gesto simbólico, permanecendo desta cor até 1 de novembro. Por outro lado, o El Corte Inglés promoverá várias ações de sensibilização e de angariação de fundos junto dos clientes e colaboradores, no âmbito do protocolo assinado no ano passado com a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Até dia 28 de outubro, na compra de artigos nas lojas físicas, e até dia 1 de novembro na loja online, será doado um euro para a Liga Portuguesa
Contra o Cancro (LPCC). Na área de moda íntima, será feita uma doação de um euro por cada soutien vendido. De 29 de outubro a 1 de novembro, a Liga Portuguesa Contra o Cancro organiza um peditório nos Supermercados dos Grandes Armazéns de Lisboa e Gaia Porto e nos Supercor. O El Corte Inglés decidiu ainda comprar à LPCC laços cor-de-rosa para oferecer aos colaboradores que o pretenderem utilizar, demonstrando a sua solidariedade para com a causa. No ano passado, o El Corte Inglés assinou um protocolo com a LPCC e, através de ações semelhantes, foram angariados 36 mil euros, que foram doados a esta organização.
Dois terços dos portugueses preferem embalagens de vidro para proteger o ambiente A “pegada” ambiental associada ao consumo orienta cada vez mais o processo de decisão de compra dos portugueses, assim como o material de embalagem dos produtos alimentares. Quando se aproxima o primeiro Dia Nacional da Sustentabilidade, recentemente reconhecido pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática e previsto para 25 de setembro de 2022, a Friends of Glass Portugal, plataforma de consumidores que defende a utilização de embalagens de vidro e a sua reciclagem, apresenta os primeiros resultados do estudo independente “Hábitos de Consumo e Reciclagem dos Portugueses”. Assim, em termos ambientais, o vidro é o material de embalagem preferido de 66,5% dos portugueses, muito à frente do plástico (13%) e da lata/ alumínio (11%). Dos 22,5% para quem o impacte ambiental das embalagens ainda não é uma prioridade, 67% admite ter outras preocupações, como o preço ou a comodidade, e 35% nunca pensou no impacte ambiental das embalagens dos produtos
que consome. “É por isso que a Friends of Glass visa aumentar a consciência ambiental dos portugueses, na tomada de decisões de compra mais responsáveis. Para este efeito, realiza desde 2019 campanhas de comunicação em Portugal, com o objetivo de promover o consumo de produtos embalados em vidro, o único material fabricado com matérias-primas 100% naturais, que não prejudica a saúde nem o ambiente e que pode ser reciclado infinitas vezes”, adianta a plataforma. Reciclar vidro é já uma rotina para a maioria dos portugueses, sendo que 78% dos que reciclam o fazem numa base semanal. De notar que 81% dos
portugueses que separam e reciclam as suas embalagens de vidro usadas o faz por questões ambientais. Para Beatriz Freitas, secretária-geral da Associação dos Industriais de Vidro de Embalagem, estes resultados “revelam o impacto do trabalho de consciencialização desenvolvido pela associação e outras entidades, no sentido de promover um estilo de vida que inclua o vidro como opção de eleição em termos de embalagem, por três motivos principais: sustentabilidade da reciclagem, saúde e sabor. Ainda há um longo caminho a percorrer para atingir os objetivos definidos para o país, mas estes resultados reforçam, sem dúvida, a nossa confiança”, conclui. Outros motivos indicados pelos portugueses para reciclar passam pelo facto de terem um vidrão à porta de casa (43%) e por uma questão de organização doméstica (22%). Quanto aos que ainda não reciclam, metade admite não ter condições em casa em termos de organização e espaço para separar os resíduos e 36% não tem ecoponto próximo.
Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR
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Desenvolver a economia azul para um futuro mais verde e próspero A economia do mar representa cerca de 5% do PIB português, 5% das exportações nacionais e 4% dos empregos. Portugal tem a vigésima maior Zona Económica Exclusiva do mundo, o que ancora a ambição de dilatar o contributo do mar para o desenvolvimento do país. Para pôr este mar a render mais e melhor, ao serviço das pessoas e sem comprometer o ecossistema, conta-se com os 252 milhões de euros que o Plano de Recuperação e Resiliência português atribuiu à chamada economia azul. Fomentar o investimento na inovação é também o que pretende o projeto Inovsea, que nos mostra o que Portugal está a fazer ao nível das atividades relacionadas com o mar.
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Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
urante um mês, no verão de 2018, quem passou na Times Square sentiu a força do mar português. As ondas gigantes da Nazaré foram projetadas num ecrã de 30 metros da emblemática praça de Times Square, em Nova Iorque, para promover Portugal como destino de surf. Resultado: o Turismo de Portugal conseguia, assim, pôr Portugal num mapa para muitos que desconheciam a sua localização ou que sequer identificavam como destino de surf. “Portugal passou a ser o destino mais clicado na internet na pesquisa sobre surf”, como assinalou Miguel Toscano, diretor de Inovação do evento Ericeira WSR+10 – Ericeira Reserva Mundial de Surfing, a única na Europa, quando falava das vantagens de aliar o surf a outras atividades,
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durante as "Jornadas Inovsea", projeto sobre a economia do mar promovido pela Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC) e pela Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz (ACIFF), que juntou no passado dia 9 de outubro, na Figueira da Foz, vários especialistas em diferentes atividades ligadas ao mar. Destas atividades, o surf foi das que mais se desenvolveu nos últimos anos, contagiando outras áreas e fomentando outros negócios. A Nazaré e a Ericeira são disso exemplo. A AEVC e a ACIFF acreditam que muitas outras atividades inerentes ao mar podem crescer e querem que as PME acelerem esse crescimento. O Inovsea pretende fomentar “a inovação nas PME que integram a Economia do Mar das
regiões costeiras do Alto Minho e Baixo Mondego, tendo como base a cooperação e o incremento de competências em fatores críticos de competitividade, como sejam a economia circular, a transformação digital, a literacia financeira e internacionalização, que permitam potenciar a valorização destas atividades e a progressão nas cadeias e valor”. As primeiras Jornadas do projeto colocaram o foco sobre vários setores e juntaram vários especialistas e empresários de diferentes fileiras: novos usos e recursos do mar; recreio, desporto e turismo; construção, manutenção e reparação naval, portos e transporte e logística; pesca, aquicultura, transformação e comercialização dos seus produtos. Dono da vigésima maior Zona Económica Exclusiva do mundo,
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Portugal pode sonhar com uma economia azul mais rentável. A encerrar as jornadas Inovsea, Ricardo Serrão Santos, Ministro do Mar, fez as contas: “A esta audiência, estou certo de que não preciso sinalizar o relevo que a economia do mar tem para Portugal. Cerca de 5% do nosso PIB, 5% das exportações nacionais e 4% dos empregos dependem do mar. A minha vontade é que este contributo do Mar para a economia nacional aumente. Com inovação, podemos multiplicar aquilo que se consegue produzir a partir do mesmo conjunto de recursos, sejam eles humanos, energéticos, financeiros ou materiais. Em Portugal, na última década, a ciência, a inovação e a tecnologia assumiram um papel primordial para dar corpo a um tecido empresarial de base tecnológica, com reforço do emprego qualificado. Entre 2014 e 2019, a despesa em I&D na economia do mar representou 3,6% do total das despesas de I&D nacionais (433,6 milhões de euros). As instituições do ensino superior representaram 64,4% deste valor, seguindo-se o Estado (20,7%), as empresas (14,7%) e as Instituições Privadas sem Fins Lucrativos (0,2%).” O ministro assegura que a aposta na investigação é reforçada na nova Estratégia Nacional para o Mar, relativa ao período 2021-2030, publicada este ano, e que visa “garantir que a economia azul contribui de forma decisiva para a recuperação económica do país”, tendo como um dos seus objetivos estratégicos “Estimular o Conhecimento Científico, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação Azul”. O conhecimento científico é essencial “para identificarmos formas de proteger espécies e ecossistemas vulneráveis, e de salvaguardar o património cultural”, assim como “a segurança marítima, por ser determinante para a defesa do ambiente marinho e do seu capital natural, e para o desenvolvimento das atividades económicas”, como a pesca, “uma atividade que nos últimos anos evoluiu pouco e carece de valorização e modernização”, a aquicultura, a biotecnologia, a engenharia oceânica nos seus múltiplos aspetos, o transporte marítimo e várias outras.
A economia do mar avançou na última década, graças “ao crescimento das atividades favorecidas pela proximidade do mar, beneficiando do dinamismo observado na atividade turística a nível nacional”, indica Ricardo Serrão Santos, comentando que “não houve um desenvolvimento tão forte em setores de inovação e produção quanto seria desejável”. O ministro advoga que “a diversificação de modelos e atividades económicas, a inovação, a formação profissional e a facilitação da mobilidade entre profissões ligadas ao mar, como a pesca, o transporte marítimo, a aquicultura, o turismo e a nova bioeconomia azul, afiguram-se como instrumentos cruciais para a resiliência das comunidades e para o desejável crescimento económico, sustentável e inclusivo”. Acresce que “a articulação entre setores tradicionais e emergentes da economia do mar, como por exemplo do setor da pesca com a aquicultura e a biotecnologia azul ou a robótica, e a sua inovação e desenvolvimento alinhado com os objetivos de sustentabilidade ambiental, permitirá também incrementar a segurança alimentar do país, o seu desenvolvimento económico e a sua coesão social e territorial.” A pandemia que enfraqueceu várias destas atividades traz uma luz, o mecanismo de recuperação e resiliência europeu: “O Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal (o PRR) tem uma componente dedicada ao Mar com 252 milhões de euros de investimentos, podendo as empresas destes setores beneficiar de vários outros apoios transversais, de outras componentes, que totalizam 6,6 mil milhões de euros”. Esta componente do PRR, integra a criação de um Hub Azul: “Este Hub Azul, que é essencialmente uma rede de parques tecnológicos e empresariais junto ao mar, incluirá um conjunto de infraestruturas em terra, em zonas portuárias, quatro infraestruturas no mar com o acesso a novos equipamentos de monitorização marinha e aos seus dados, e disponibilizará acesso a horas de navios de investigação oceanográfica para bioprospecção, mapeamento e conhecimento científico, assim como
para alavancar a experimentação de soluções inovadoras em contexto real, no mar. Nestes polos, teremos zonas reservadas às empresas, ao seu desenvolvimento tecnológico e à respetiva propriedade intelectual específica, mas também zonas de interação entre empresas, entre empresas e centros de investigação, entre empresas, universidades e polos formativos, para facilitar e incentivar a fertilização cruzada e a transferência de conhecimento. Existirão também zonas de trabalho coletivo e partilhado que permitam dar escala a pequenas startups e PME, que, sozinhas, não poderão alcançar tais investimentos, maximizando, assim, o impacto do investimento público no setor privado, permitindo múltiplas utilizações de cada infraestrutura e estimulando a inovação.” Este hub deverá integrar também “grandes empresas como faróis de fomento ao desenvolvimento procurando no ecossistema empresarial as soluções necessárias para os seus negócios, atuando como clientes das empresas de menor porte e dinamizando novas cadeias de valor”. Pretende-se “capacitar um ecossistema nacional para suporte e dinamização da economia azul de base descarbonizante, sustentável e tecnológica, potenciando as ligações entre atores do ecossistema e a transferência de tecnologia da academia e centros de interface para as empresas e o mercado”. O ministro frisa a necessidade de mudar de paradigma: “É fundamental descarbonizar a economia, desenvolver processos de produção mais limpos e tornar a economia circular, aumentar a sua eficiência no uso de recursos e de energia, e assegurar um aproveitamento sustentável dos recursos naturais, dentro dos limites regenerativos dos ecossistemas. Este novo paradigma é uma obrigação moral no contexto mundial em que vivemos e constitui uma oportunidade para Portugal liderar pelo exemplo, desenvolver novas tecnologias e exportá-las.” Outro programa lançado este ano é o “Portugal Blue”, explica o governante: “Trata-se de um fundo de fundos resultante de um acordo celebrado entre o Fundo Azul do Ministério do Mar e o NOVEMBRO DE 2021
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Inovsea, um projeto para impulsionar a inovação nas PME No Alto Minho e no Baixo Mondego, as atividades ligadas ao mar faturam 329 milhões de euros, e 131 milhões de euros em exportações. As associações empresariais locais acreditam que estes números podem crescer se as PME investirem mais em inovação e criaram o projeto Inovsea para a impulsionar. Manuel Cunha Junior, presidente da AEVC, e Nuno Lopes, presidente da ACIFF, explicam como. Quais são os objetivos das vossas associações para o projeto Inovsea? As regiões costeiras do Alto Minho e do Baixo Mondego apresentam setores económicos ligados à economia do mar de grande importância. As duas associações empresariais, que têm vasta experiência nesta área ao serviço das PME, decidiram unir esforços para estimular a sensibilização e capacitação dos fatores imateriais de competitividade. O mar e os seus recursos são ativos estratégicos para as regiões costeiras do Alto Minho e do Baixo Mondego, representando um conjunto de atividades económicas com enorme potencial e condições para uma alavancagem para maiores níveis de inovação e valor acrescentado. As regiões são muito semelhantes: possuem uma importante faixa litoral com excelentes praias e beleza paisagística, as quais são procuradas para a prática de pesca desportiva, náutica de recreio, surf, vela, mergulho e turismo marítimo; Viana do Castelo e Figueira da Foz têm importantes portos que contribuem para o dinamismo empresarial das regiões e a construção naval faz parte da tradição de ambas as cidades; e, entre outras características, possuem entidades de investigação e transferência de conhecimento com
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potencial para potenciar a inovação nas empresas da economia do mar. Quanto vale o mar para cada uma das duas regiões? A economia do mar representa cerca de 5% do PIB nacional e 4% do total do emprego. Nestas duas regiões costeiras, devido à importância do turismo, da construção naval e do setor da pesca e da aquicultura, o peso da economia do mar é substancialmente superior. No Alto Minho, a economia do mar abrange mais de 300 entidades, as quais representam um volume de negócios de 204 milhões de euros, exportações de 91 milhões de euros e um VAB de 62 milhões de euros. No Baixo Mondego, integra mais de 200 entidades, significando uma faturação anual a rondar os 125 milhões, expor-tações de 40 milhões e um VAB de 27 milhões de euros. Os serviços turísticos, de alojamento e de restauração, são os mais exportadores, seguido pelos produtos alimentares e oriundos da pesca. De uma forma global, as empresas da economia do mar representam 4,5 mil milhões de euros em exportações. As atividades mais características da
economia do mar, a pesca e aquicultura, a salicultura, a construção naval, a atividade portuária, os transportes marítimos, as obras costeiras, a náutica, etc. representam 45,8% do total do VAB e mais de metade do emprego (51,2%). Quantas pessoas emprega a fileira do mar nestas regiões e em que áreas? A nível nacional, a economia do mar representa quase 200 mil empregos diretos. As fileiras do turismo e da pesca e da aquicultura são as maiores empregadoras. Em cada região esta tendência mantém-se, ainda que possa haver pequenas diferenças, em função dos setores mais dinâmicos em cada uma. O Alto Minho emprega diretamente cerca de 2.000 pessoas, e no Baixo Mondego mais de 1.100 pessoas trabalham em empresas da economia do mar. Quais são as atividades mais importantes desta fileira nas duas regiões? A economia do mar nestas regiões é bastante diversa incorporando um vasto leque de atividades, com um
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peso económico muito significativo, destacando-se no Alto Minho a construção, a manutenção e a reparação naval, mobilizado essencialmente pela construção de embarcações e estruturas flutuantes metálicas, enquanto que no Baixo Mondego se verifica uma forte especialização na transformação dos produtos da pesca e da aquacultura, devido ao forte peso de algumas empresas industriais da região. Em ambas as regiões, a fileira dos transportes marítimos, portos e logística é marcada por várias atividades, direta ou indiretamente ligadas ao respetivo Porto, com destaque para a organização do transporte. O turismo ligado ao mar nestas duas regiões ainda se encontra concentrado na motivação sol & mar, predominando as atividades de alojamento turístico, havendo um potencial de diversificação e qualificação por explorar. Nas duas regiões, esta fileira é aquela que apresenta o maior número de entidades associadas, sejam de natureza empresarial ou associativa, sendo o segundo agregado mais representativo em termos de emprego criado. Quais são as áreas com maior potencial de desenvolvimento? Os objetivos do Inovsea passam por dinamizar e estimular todas as fileiras do setor, considerando o potencial global disponível. Importa recordar que a zona económica exclusiva (ZEE) portuguesa é uma das maiores do mundo, com mais de 2.000 quilómetros de linha de costa, com um extraordinário potencial ao nível dos recursos marinhos e das atividades de turismo, lazer e recreio. Considerando as principais vantagens de Portugal neste setor económico, existem ainda inúmeras possibilidades em atividades específicas como a aquacultura, os portos marítimos, a construção naval e a energia. O investimento e a especialização das
regiões em novas atividades emergentes são importantes, enquanto motor para um posicionamento dianteiro na valorização económica do mar e pela sua importância futura na produção sustentável, em quantidade, qualidade e segurança de alimentos e energia ou novos produtos para a saúde, entre outros. A este nível, o Alto Minho destaca-se pelo seu papel pioneiro e peso da atividade de produção de energias renováveis no VAB e volume de negócios da economia do mar. Não obstante o potencial destas atividades ser também relevante no Baixo Mondego, nesta região as empresas existentes são ainda muito jovens, carecendo de um maior amadurecimento para se poderem afirmar na economia do mar. Quais são os principais desafios para esta fileira? Os objetivos estratégicos do projeto passam por fortalecer a posição marítima das regiões, através de um tecido empresarial mais dinâmico e competitivo; aumentar o valor acrescentado e o volume de negócios das empresas da fileira do mar; aumentar a capacidade de inovação, graças a uma massa crítica de empresas inovadoras; promover o desenvolvimento das atividades emergentes, inovadoras e qualificadas, ajudando as empresas a ganhar maturidade e escala; e preparar as empresas da economia do mar para alcançarem uma maior penetração em mercados internacionais e atrair investimento para o setor. Como pretendem dinamizar um maior interesse por parte de empresários e empreendedores em torno desta fileira? Os desafios relacionados com o modelo empresarial visam garantir a competitividade das atividades económicas e a sustentabilidade dos recursos a longo prazo, mas também a concretização das oportunidades e do potencial da
economia do mar nas regiões do Alto Minho e do Baixo Mondego. Depois de elaborado um levantamento da capacidade instalada e de proposto um ambicioso plano de ação, o projeto Inovsea organiza, agora, quatro jornadas de inovação e transferência de conhecimento, subordinadas às temáticas das redes de inovação, de cooperação, de exportação e da competitividade, as quais irão decorrer, presencialmente, duas na Figueira da Foz e duas em Viana do Castelo. Está prevista a transmissão simultânea das jornadas através de streaming na Internet. Finalmente, o projeto Inovsea vai promover um conjunto de workshops temáticos, destinados a estimular a capacidade inovadora das empresas. Espera-se que, com estas atividades, seja possível promover o networking e a capacidade de criação de redes de cooperação entre os diversos agentes da economia do mar, com o objetivo de criar um setor mais sustentável e criador de riqueza e de emprego. Que expectativas têm face aos 252 milhões de euros do PRR anunciados para investir na economia do mar? De que forma poderão as empresas e os projetos das duas regiões melhor potenciar estes apoios? Tendo sido o PPR desenvolvido a partir da “Visão estratégica para o plano de recuperação económica de Portugal 2020-2030”, onde o mar figura com proeminência, são vários os investimentos previstos neste plano que são da maior relevância para os vários setores da economia do mar. Serão iniciativas que não serão exclusivamente dedicadas à economia azul ou às pescas, mas que foram concebidas em alinhamento com a proposta de ENM, cujos objetivos estratégicos apresentam pontos de ligação evidentes com os roteiros do PRR, como é o caso dos roteiros do PRR relativos à descarbo-
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nização e bioeconomia, à eficiência energética e renováveis (incluindo o hidrogénio e gases renováveis), às empresas 4.0 e à digitalização e à qualificação e transição digital. Igualmente fundamentais para atingir os objetivos estratégicos da ENM 2021-2030 (também nas áreas das pescas, aquicultura, transformação de pescado e portos) são as componentes das qualificações e competências do roteiro do potencial produtivo e emprego, e a componente das infraestruturas do roteiro da competitividade e coesão territorial. Ainda que não exista uma interligação direta com as empresas da economia do mar, acreditamos que o PRR vá impactar o setor e contribuir para o reconhecimento das empresas destas atividades junto dos poderes instalados. Qual é a relação da Inovsea com as universidades locais? Existem em Portugal universidades e centros de investigação, associações empresariais e regionais e várias instituições governamentais com forte capacidade para potenciar a I&D e a inovação e para apoiar as diversas atividades da economia do mar. A identificação e apresentação destas entidades, enquanto parte integrante deste estudo, assenta no pressuposto da sua importância na construção de uma economia baseada no conhecimento e inovação para a criação de valor acrescentado nas empresas associadas à exploração de recursos marítimos, com o claro compromisso do projeto Inovsea no fortalecimento de redes de transferência de conhecimento e tecnologia, que juntem e envolvam estas entidades com o tecido empresarial. Com efeito, as mudanças climáticas, a população global crescente, a evolução económica e geopolítica, os desenvolvimentos tecnológicos
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e a intensificação do conhecimento científico dos ecossistemas oceânicos e fundos marinhos terão impactos significativos na economia do mar, exigindo políticas de mitigação ambiental e adaptação à mudança global, carecendo da mobilização de todos num renovado paradigma de relação com o mar e os seus recursos. Assim, os vários documentos estratégicos defendem como áreas prioritárias fundamentais a serem trabalhadas ao longo da próxima década a inovação, o desenvolvimento de capacidades e aceleração da transferência tecnológica; a ciência; e a educação, pela disseminação da cultura oceânica (literacia oceânica). Quantas empresas já estão associadas ao projeto Inovsea? No âmbito do estudo desenvolvido, foram identificadas mais de 500 empresas nas duas regiões, as quais recebem informações regulares do projeto. O projeto inclui, ainda, quase uma centena de entidades essenciais ao ecossistema da economia do mar, entre organismos públicos, associações e instituições de ensino. A plataforma está, ainda, recetiva a inscrições de novas empresas ou de empresas que, por não terem nenhum CAE diretamente relacionado com a economia do mar não foram inicialmente identificadas. Quais as principais conclusões dos estudos feitos na região? Os estudos realizados indicam ser necessário aprofundar o modelo de desenvolvimento assente no conhecimento azul e na literacia do mar; enraizar uma cultura de baixo carbono e de economia circular em todas as atividades da economia do mar; promover a modernização e a inovação tecnológica, nomeadamente ao nível da digitalização e de uma maior incorporação de soluções da indús-
tria 4.0; aumentar a penetração em mercados internacionais dos produtos e serviços associados ao mar; e disseminar conhecimentos de gestão financeira e apoiar as empresas a encontrar soluções de financiamento para realizarem investimentos infraestruturais, que potenciem a competitividade das atividades mais maduras ou crescimento consolidado de atividades mais emergentes com elevado potencial de desenvolvimento futuro. Que balanço é possível fazer do projeto Inovsea? O lançamento oficial do projeto decorreu apenas no passado mês de julho, mas a equipa tem mais de um ano de trabalho acumulado. Os documentos disponíveis online documentam essas tarefas iniciais: identificar a oferta instalada no Alto Minho e no Baixo Mondego e propor um plano de ação capaz de incrementar e valorizar as atividades da cadeia de valor da economia do mar. Que empresas inovadoras no âmbito da economia azul se destacam nas duas regiões? O capital humano existente nas duas regiões tem assegurado a criação de diversos projetos inovadores a nível regional, nacional e mesmo internacional. Viana do Castelo e Figueira da Foz possuem vários exemplos de negócios que se destacaram, alguns dos quais estarão em análise nas Jornadas de Inovação e Transferência de Conhecimento. Só para citar dois casos, recordamos uma empresa da Figueira da Foz que, entre outras inovações, desenvolve alternativas ecológicas de substituição de silicones, pretrolatos e lanolina, a partir de produtos do mar, e em Viana do Castelo foi instalado o primeiro parque eólico offshore do país, o qual produz energia suficiente para mais de 60 mil famílias.
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Windfloat Atlantic, o primeiro parque eólico flutuante da Europa Continental “No mar há mais vento do que em terra, no alto mar há mais ainda e o recurso é mais limpo, menos turbulento, pelo que o seu potencial é enorme”, começa por afirmar José Pinheiro, responsável pelo projeto Windfloat Atlantic (uma empresa criada em 2019 pela EDP Renováveis para explorar a energia eólica no mar e que conta com a Repsol e a francesa Engie, entre outros, como parceiros). A última plataforma do WindFloat Atlantic foi ligada à rede e o parque já entrou em pleno funcionamento. As três unidades começam agora a injetar na rede elétrica de Portugal a energia produzida pelas suas turbinas de 8,4 MW, as maiores do mundo jamais instaladas numa plataforma flutuante. Em 2020 o primeiro parque eólico flutuante semi-submersível do mundo começou a injetar energia na rede elétrica portuguesa. O projeto funciona em Viana do Castelo, a 19 quilómetros da costa e a uma profundidade de 100 metros, e tem uma capacidade total instalada de 25 MW, podendo “gerar energia suficiente para abastecer o equivalente a 60 mil utilizadores por ano, poupando quase 1,1 milhões de toneladas de CO2”, de acordo com a EDP.
Blue Invest Fund do Fundo Europeu de Investimentos, em que cada parte entra com 25 milhões de euros até 2026, criando o Portugal Blue.” Gerido pelo Banco do Fomento Português, “o Portugal Blue pretende mobilizar mais de 75 milhões de euros entre capital privado, público e europeu para fomentar o ecossistema da economia azul portuguesa, disponibilizando capital de risco e expansão a mais de 30 empresas, em todos os estágios de desenvolvimento”. O ministro salienta “o investimento na educação e na literacia do oceano é fundamental para todos os desígnios da Estratégia Nacional para o Mar”, envolvendo “a própria sociedade nesta transformação, em particular as crianças e
José Pinheiro ressalva que a atual capacidade do projeto não é o maior triunfo: “Não é pelos 25 MW que produz que o projeto é importante, mas porque representa que o obstáculo foi vencido e prova que é possível explorar energia eólica, através de plataforma flutuante em alto mar até mil metros de profundidade, ao contrário de outros concorrentes que não o conseguem e fica longe da vista das comunidades. O desafio é que esta tecnologia seja mais barata. Para isso, precisa de escala e de industrializar a tecnologia. Seria uma pena não ver este projeto replicado por esse mar fora. Possibilita sinergias com a pesca e a aquicultura.”
jovens”, bem como para “atrair novos empreendedores para o mar”. Transferir saber para as empresas O que não se sabe sobre o mar é certamente mais do que o que já se conhece, pelo que a ciência e a investigação são os grandes aliados das empresas que querem apostar nos recursos marinhos. Tiago Morais, do Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI), contou como o projeto Genial G é disso exemplo: “O INEGI colaborou com uma empresa nacional, a Algaplus, pioneira na criação de macroalgas, no desenvolvimento de um novo sistema de produção, que permitisse diminuir os custos de produção
O projeto foi apoiado por fundos europeus e obteve financiamento de 60 milhões de euros pelo Banco Europeu de Investimento, informa José Pinheiro, acrescentando que este tipo de projetos “só avança em consórcio, dadas as avultadas quantias que envolve e as diferentes valências que requer”. O responsável pelo WindFloat Atlantic garante que “esta tecnologia pode ser mais barata se houver estratégia política e um plano”, adiantando que países como Espanha, Grécia e Itália estão a trabalhar nisso. Portugal liderou este projeto pioneiro e pode avançar a uma escala maior. “Temos é que saber o que queremos, porque existe capacidade”, assegura.
e aumentar a qualidade das macroalgas. O INEGI ajudou a minimizar as necessidades de consumo energético, criou tanques eficientes para o crescimento das algas e um sistema modular hidráulico de apanha de algas. O INEGI está ainda a trabalhar no “desenvolvimento de estruturas inteligentes”, nomeadamente em “aumentar autonomia dos veículos autónomos em mar, para ficarem mais tempo a recolher informação”. Outra prioridade é desenvolver a durabilidade e resistência dos materiais que operam no mar. Também no que se refere à investigação, Nuno Lourenço, do CEIIA Ocean and Space – Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto, falou de NOVEMBRO DE 2021
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Ericeira a potenciar o título de única Reserva Mundial de Surf da Europa
O Afeganistão e a Áustria não têm mar, mas têm campeonatos de surf. Onde? Na Ericeira, a vila localizada na zona oeste, a 35 quilómetros de Lisboa, considerada há 10 anos Reserva Mundial de Surf, por enquanto a única da Europa (no resto do mundo, existem as reservas da Califórnia, em Malibu e Santa Cruz, e outra na Austrália, em Manly Beach). Do galardão à organização de campeonatos de surf de países onda não há ondas, fazer da vila morada de estrangeiros e criar um evento que convoca cidadãos, empresas, a autarquia e ONGs é uma história protagonizada pelo clube de surf local, cujos responsáveis perceberam que a distinção “Ericeira Reserva Mundial de Surf” constituía uma oportunidade de desenvolvimento sustentável. “Surf não é só empurrar pranchas dentro de água e receber turistas”, sustenta Miguel Toscano, o diretor de Inovação do Ericeira Surf WSR+10 –um evento que celebra os 10 anos da atribuição do referido título e o percurso do Clube de Surf da Ericeira. Entre outras atividades, iniciadas em junho, o evento trouxe à vila situada, entre os dias 11 e 17 de outubro de 2021, onze comitivas com cerca de 200 representantes (dos quais, 150 com deficiência), vindos de dez países,
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entre os parceiros europeus envolvidos no evento, que é financiado pela Comissão Europeia, no âmbito do programa Erasmus+Sport 2020. O programa inclui “iniciativas multidisciplinares, de conferências a formações, passando por estudos científicos, como um Estudo do Impacto da Reserva na Ericeira ao longo dos últimos 10 anos, e workshops, promovendo a sustentabilidade através do surf”. Miguel Toscano participou na jornada de Inovação da Inovsea para explicar a visão que ancora este evento, resultante de uma história que anda há 10 anos a ser contada e trabalhada. Trata-se de “redefinir a estratégia em torno do surf e de posicionar o desporto como alavanca de desenvolvimento sustentável”. O departamento de inovação foi criado no clube para satisfazer necessidades do mercado e solucionar falhas. Para tal, muniram-se de competências e a equipa integra doutorados, que trabalham voluntariamente, tal é “o apego ao projeto”. Depois do título de reserva mundial de surf, o Ericeira Surf Club organizou-se no sentido de construir algo que preservasse este ecossistema, mantendo “a missão de desenvolver talento através da prática desportiva” e assumiu o papel de dinamizar também a
vertente social e comunitária, já que “as atividades desportivas e outdoors podem ser instrumento de promoção da nossa terra, das nossas gentes, da cultura e a história” e agentes de crescimento e de desenvolvimento de várias atividades económicas, que beneficiam do facto de a Ericeira atrair praticantes de surf de todo o mundo, argumenta Miguel Toscano. Os 200 participantes no Ericeira surf WSR+10 conheceram a Tapada e o Palácio de Mafra, aprenderam a fazer o pão local, entre outras atividades. Não se perde a oportunidade de “conectar os jovens que nos visitam às nossas tradições e às nossas vantagens competitivas”, salienta. A Ericeira tem o mais importante, frisa o gestor: “Os primeiros surfistas que chegaram à Ericeira, na década de 70, chamaram à praia o pequeno Havai, maravilhados com o tipo de ondas”. No entanto, a vila não se transformaria num dos mais procurados destinos de surf, se não contasse com o forte apoio da comunidade local, acrescenta: “Um projeto desta natureza só poderia ser desenvolvido com base numa estratégia de eficiência coletiva. As empresas, as ONG, os cidadãos, as autarquias têm que entender o que ganham com isto. Temos que saber trabalhar em parceria.” Miguel Toscano assinala que trabalham numa lógica holística e têm a perceção que “o ciclo se retroalimenta”. O evento procura envolver e capacitar todo o ecossistema nesta lógica: “Sentimos que isto é uma oportunidade, só potenciada em conjunto. A ligação entre surf e o ambiente é obrigatória, já que se trata de manter as nossas condições para as gerações vindouras e essa é a nossa grande preocupação enquanto guardiões da Reserva Mundial de Surfing da Ericeira. Desenvolvemos formação em surf e sustentabilidade porque o surf é cool, 70% dos jovens europeus querem fazer surf. Nós trabalhamos para 23 milhões de fãs, cidadãos com uma consciência social e ambiental, que querem consumir produtos e serviços dentro desta lógica.”
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O diretor de Inovação do Ericeira surf WSR+10 insiste que é preciso explicar bem o que todos podemos ganhar: “Se as pessoas não entenderem elas não se envolvem. Esse é o trabalho mais desafiante, o de convencer as empresas que nunca pensaram em sustentabilidade em ecologizar os produtos e serviços para satisfazer os nossos fãs (praticantes), que querem pranchas feitas com macroalgas, cortiça, produtos sustentáveis. O surf é das atividades mais despoluentes do mar e as empresas têm que se adaptar se não vão perder clientes.” Integrar as empresas na equação é fundamental: “O surf é mercado para artigos desportivos, escolas de formação, turismo, economia local. A pequena mercearia, a padaria, todos estes negócios beneficiam pelo facto de sermos um destino que atrai surfistas.” Alinhar a cadeia de valor é relevante e é fundamental, frisa Miguel Toscano, destacando a importância social do projeto: “Queremos introduzir na sociedade estilos de vida saudáveis, geradores de maior qualidade de vida e acima de tudo uma sociedade mais inclusiva. Enche-nos a alma ver deficientes a surfar.” O gestor salienta ainda a importância de trabalhar em rede e de fomentar parcerias: “Fazemos parte da rede mundial de surf cities e reservas de surf, que congregam operadores de 14 países (23 cidades) de quatro continentes e todos partilhamos inovação, conhecimento e boas práticas, para saber se o que estão os outros a fazer se adapta a nós. O segredo já não é a alma do negócio, é a partilha.” Conscientes de que o trabalho em benefício da sustentabilidade terá que ser contínuo, este clube da Ericeira abraça o desafio de criar uma surf knowledge innovation community para poder “replicar em Portugal a inovação da Austrália e eles a nossa”. Outro desafio é a criação de um hub de surf a nível europeu, capaz de “conectar a cadeia de valor à saúde, ao território à cidadania, etc”. O gestor conclui que todo este trabalho está a ser monitorizado, num estudo que avalia o impacto do surf na Ericeira: “Mais do que os resultados importa saber em que medida esta atratividade foi benéfica ou não para a região e como trabalhar no futuro. Queremos uma reserva mais inteligente, inclusiva e mais sustentável. Mais do que um produto, queremos oferecer um conceito e aproveitar a matéria-prima local.”
alguns dos projetos de recolha de dados ligados ao mar em curso: satélites, plataformas de cartografia e veículos robotizados com o Lander, que pode ficar um ano submerso até três mil metros a recolher dados. O hub do mar é tão extenso quanto quisermos que ele seja”, observa Armindo Frias, em representação do Centro de Investigação Naval (CINAV), que destacou o projeto MarLEM (a iniciar daqui a um ano), uma plataforma colaborativa entre indústria, academia e autoridades. O CINAV integra o hub digital Defence4Tech, no âmbito da economia de defesa europeia. No domínio dos transportes e logística, Tiago A. Santos, engenheiro naval do Centro Engenharia e Tecnologia Naval e Oceânica (CENTEC), evidenciou que Portugal tem condições para dinamizar o transporte de mercadorias por via marítima. Um dos projetos de investigação do CENTEC “permite determinar para que zonas europeias é mais competitivo usar cadeia de transporte terrestre, camião ou comboio, e para que zonas é preferível o transporte marítimo, permite avaliar se é competitivo e como melhorar a sua competitividade, em linha com a UE, que quer promover as autoestradas do mar.” O CENTEC avalia também a questão dos custos portuários, para perceber como influencia o transporte de mercadorias dos concelhos à volta, ou seja quais os portos com os quais seriam mais rentável trabalhar. A “dinamização dos transportes marítimos em benefício do país” e implica “políticas claras e coerentes para o fazer”, sustenta também Luís Baptista, da Escola Superior Náutica Infante
D. Henrique, falou do reforço da capacidade de investigação na área de simulação, graças a um projeto de dois milhões de euros para novos simuladores de ponta para a área de navegação, que permitirão dar salto significativo na área de simulação marítima. No âmbito do PRR, a escola vai receber “7,5 milhões de euros para modernizar laboratórios, investir em simuladores e informática, um investimento que nunca se fez e que permitirá dar um salto qualitativo”. A instituição integra ainda o consórcio de um projeto “Entre Tejo e mar”, que prevê um investimento de 10 milhões de euros (financiados pelo PRR) em formação e reconstrução de instalações educativas. “Nunca tivemos uma oportunidade como esta para desenvolver a investigação e formação na escola”, remata. Se a costa portuguesa assume um papel determinante no turismo, importa lembrar que o nível das águas do mar está a subir, ameaçando uma boa parte das zonas costeiras, como alertou João Paulo Jorge, da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (Instituto Politécnico de Leiria). Este avanço do mar é flagrante em zonas como a Barra, Mira e Costa da Caparica, por exemplo. O especialista defende uma política de antecipação destes cenários, o que implica “nalguns casos o aceitar do recuo, noutros a proteção, sobretudo nas praias de maior importância turística”. Estão previstas “medidas que têm a ver com prevenção, como interdição de construção”, também “a alimentação artificial de praias como sucede na Costa da Caparica, com sedimentos da dragagem do porto de Lisboa” e também casos de “recuo planeado, com NOVEMBRO DE 2021
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Karapau quer diminuir a distância entre pescadores e consumidores Um quilo de sardinha pode ser vendido na lota a menos de um euro e no mesmo dia a quatro euros no supermercado. Esta realidade inspirou a criação do projeto Karapau, em Vila Nova de Gaia. Emanuel Bettencourt, o responsável pelo projeto, quer “aproximar o pescador do consumidor e resolver o fosso entre o que ganha quem pesca e o que vale o peixe” e “criar condições para que os pescadores possam livremente vender diretamente o pescado ao consumidor final”. A solução digital criada pela Karapau consiste numa plataforma tecnológica de apoio aos pescadores para que possam vender pescado diretamente aos consumidores, que assim poderão recebê-lo mais fresco e a preços mais justos para ambos: através da aplicação, o pescador comunica o que pescou; os consumidores (restaurantes, cantinas, hotéis e consumidores em geral) acedem à aplicação e compram diretamente esse peixe; assim que o peixe é verificado pelas entidades competentes, no momento da descarga, aciona-se o módulo delivery (entrega). “A plataforma in-
dica há quanto tempo esse peixe foi descarregado, para que o consumidor saiba que está a comprar peixe fresco porque queremos realmente agregar valor a este projeto”, vinca Emanuel Bettencourt. O empresário adianta que “em 15 dias, 102 restaurantes aderiram ao projeto, dispostos a comprar diretamente aos pescadores”. O core business da Karapau está mais centrado na entrega e o gestor garante que “o prazo de entrega não excederá as três horas, em circuito urbano, e as sete horas para regiões do interior”, adiantando que
demolição de estruturas”, como aconteceu em Esposende e Setúbal. Madalena Dinis, da Escola Hotelaria e Turismo de Viana do Castelo, assinala que estas escolas podem impactar a economia do mar também no domínio da transformação e comercialização de produtos do mar: “Formamos pessoas que vão inovar a forma como se vendem os produtos do mar. Este ano iniciámos departamento de inovação e empreendedorismo para ligar a escola e a indústria. Através dos nossos Open kitchen labs, a escola abre-se às empresas e disponibiliza os seus formadores ao serviço das empresas. Estamos a fazer trabalho de campo para detetar problemas e dignificar produtos como o carapau e a cavala. Também, juntamente com restaurantes 40 ACT UALIDAD€
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“as entregas são feitas nas caixas laranja da Docapesca, seladas hermeticamente” e que a Karapau não chega a tocar no peixe. O empresário acredita que o projeto “pode ajudar a atenuar ou acabar com o estigma que há em relação à classe dos pescadores, profissão ingrata, de alto risco e mal remunerada”. Lamenta “não estar a ter abertura por parte das entidades oficiais”. O gestor quer “agregar mais parceiros para ter um maior impacto real” e defende que “os portugueses devem olhar para oceano de forma mais holística”.
e chefes, queremos encontrar outras utilizações para estes produtos, através de fumeiros e conservas. A professora salientou o papel destas instituições de ensino na formação de profissionais (antes de o serem e também em exercício) que possam elevar a qualidade dos serviços de turismo em Portugal. Apesar da elevada empregabilidade do setor, a precariedade tem dificultado a angariação de alunos, porque “a popularidade das profissões ligadas ao turismo e restauração caiu muito nos últimos tempos”. A dificuldade de recrutar profissionais em Portugal porque “faltam as certificações necessárias para trabalhar a bordo” foi um dos problemas identificados por Hugo Bastos, gestor da Douro Azul,
que integra o grupo português Mystic Invest. Detentor também das empresas Atlas (EUA) e Nicko (Alemanha), a holding “opera a uma escala global” com a sua frota e graças às “parcerias em termos de fretamento de navios, espalhados a nível mundial”. O grupo quer “chegar aos 340 milhões de euros em faturação para o ano e ter 1.700 colaboradores”. Hugo Bastos sublinha “a aposta na construção naval em Portugal”, desde que construíram “a primeira embarcação de madeira, logo no início do século”. O gestor frisa que há muita tecnologia portuguesa a bordo: “Tudo o que podemos comprar em Portugal, compramos. Louça, roupa, carpintaria, colchões.” De salientar a colaboração com a Tecnoveritas, que
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Navegar Sem poluir com a Solar Boat Builders A necessidade de reduzir a poluição no mar e nos rios favorece soluções energéticas menos poluentes também no que se refere à navegação e essa é cada vez mais uma exigência dos turistas com uma consciência ambiental mais madura. A Solar Boat Builders, de Olhão, muniu-se da engenharia nacional e procura dar resposta a este mercado, começando em 2015 a construir barcos de recreio que se movem a energia elétrica e através de painéis solares. Manuel Costa Braz explica que estes barcos eletrosolares são autónomos: “Enquanto navegam de dia estão a carregar as baterias, que fornecem energia para pôr o motor e tudo no barco a funcionar, mas também podem carregar através do sistema plug in, como um carro elétrico, enquanto estão atracados.” O primeiro barco saiu em 2016 e atinge uma velocidade máxima é de 5/6 nós.
entre outras coisas conseguiu que “um navio ultrapassado em termos ambientais, como o Vasco da Gama, que emitia 800 e tal partes por milhão (ppm) de emissões e só poderia ir até às 200, com a tecnologia portuguesa da Tecnoveritas, o navio emite pouco mais do que 20 ppm”. O gestor acrescenta que quer em esgotos, quer em tratamentos de lixos, os navios do grupo superam o que é exigido em termos de legislação, como provam as certificações das embarcações. Também na fileira do turismo, Pedro Machado, presidente do Turismo Centro Portugal, defende que a sustentabilidade do destino turístico Portugal passa pela diversificação. Se antes os turistas se limitavam a percecionar Portugal como destino de sol e praia, o que criou um problema de monoproduto e de sazonalidade e deixou de lado novos destinos, os números indicam que já não é assim: “O centro, 30% do território nacional registou em agosto e setembro de 2021 números que ultrapassam os 2019, que
O empresário frisa que se trata de “uma embarcação de recreio, para passear”. Com 20 barcos vendidos em todo o país, a empresa tem como principais clientes os negócios marítimo-turísticos. Entretanto, a empresa idealizou e construiu um novo modelo, que saiu em maio, em três versões possíveis: um de transporte de passageiros marítimo-turístico, outro profissional, desenvolvido
foi o nosso ano melhor.” O paradigma está a mudar e são os consumidores os motores dessa mudança, nota Pedro Machado, citando estudos que indicam que “55% dos viajantes globais escolhem meios sustentáveis, 73% procuram destinos ecológicos e mais de 70% pretendem alojamentos com preocupações de sustentabilidade e 51% dos viajantes trocaria o seu destino preferencial por alternativas semelhantes se isso causar um menor impacto ambiental”. Ou seja, “há desafios novos que obrigam a alinhar o produto com a estratégia de sustentabilidade; apostar em novos modelos de negócios associados à economia do mar; redefinir o trabalho entre litoral e interior (cross selling)”. Esta redefinição de estratégia poderá trazer é determinante na captação de novos residentes e de novos negócios e modelos de negócio e, sobretudo, de novos investimentos. Este dinamismo “deu lugar ao reforço de novas cidades intermédias e vilas (Peniche, Figueira, Nazaré, Ericeira), sustenta-
para os mariscadores e outro para ser usado como barco de recreio privado, com casco de carbono (em vez da habitual fibra de vidro) e baterias de lítio. Manuel Costa Braz não tem duvidas de que estas embarcações são boas soluções quer para empresas, quer para particulares, empenhados em navegar sem poluir, reduzindo os custos com combustível.
do na experiência dos últimos anos. Assunção Cristas, ex-ministra da Agricultura e do Mar, também oradora, nas jornadas Inovsea, clarificou que a legislação também acompanha este novo paradigma comprometido com a sustentabilidade: “O setor financeiro será motor desta mudança porque os recursos são escassos. O Banco Europeu de Investimento sustenta que se transformou num climate bank. Não prejudicar significativamente o ambiente já é um critério na atribuição de muitos financiamentos. Na dúvida, não se considera determinada atividade alinhada com os objetivos ambientais. Evoluiremos até ao momento em que não haverá recursos financeiros disponíveis para projetos não sustentáveis. Mais cedo do que se possa imaginar a conversão acontecerá. Os que agirem primeiro serão compensados em termos financeiros. Estamos num ponto de viragem. Importa ir fechando atividades que não são sustentáveis e impulsionar as que são.” NOVEMBRO DE 2021
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opinião opinión
Por Patrícia de Jesus Monteiro*
Teletrabalho: um regime
para ficar?
A
permanência do teletra- recentemente, ou seja, altura em balho é, nos dias de hoje, que aparece a pandemia devido um tema controverso. É à covid-19, o teletrabalho sempre um regime que já existe foi visto como um “mundo novo”. De qualquer forma, o instidesde os anos 70, mas que de um dia para o outro, tuto do teletrabalho teve a sua fomos todos forçados a iniciar o génese com a crise do petróleo Teletrabalho como se de um regi- em que, nessa altura, a principal me normal se tratasse (quando preocupação dos empregadores foi decretado o primeiro Estado era a redução de despesas assode Emergência em Portugal, ciadas à deslocação dos trabapelo Decreto do Presidente da lhadores. Assim, este mecanismo República n.º14-A/2020, de 18 tinha como objetivo a “poupança de março). Esta foi a solução empresarial”, ou seja, as empresas adotada e obrigatória em alguns reduziam custos com o transporte países para nos mantermos livres e a alimentação dos funcionários. A maior inovação do teletrabade perigo por questões de saúde lho para a época foi a de introducoletiva. De acordo com o disposto no art. zir o conceito de trabalho intelecº165º do Código do Trabalho, este tual e que poderia ser feito fora da regime traduz-se na prestação de sede empresarial, que ultrapassou trabalho realizado pelo trabalha- largamente o conceito de trabador através de meios eletrónicos, lho conhecido que apenas era proveniente de esforços físicos. fora da sede empresarial. Assim, o teletrabalho começou a O início do regime/evolução ser utilizado por áreas de negócio que podiam ser feitas em casa, por histórica O norte-americano Jack Nilles, exemplo, serviços de artesanato. denominado como o “pai” do Era visto como um método de teletrabalho, no início dos anos servir outrem, a partir de casa, 70 concebeu o conceito “do traba- visto como um “trabalho doméslho ir ter com o trabalhador”, em tico” em que não existia, necessavez do trabalhador se deslocar até riamente, um vínculo laboral, no ao trabalho. Este antigo cientista imediato, não havia pagamentos da Nasa acreditava no teletraba- de subsídios, horas extraordinálho e negava tratar-se de uma uto- rias, entre outros. Este instituto, pia, até porque “o homem já tinha visto desta forma foi e é mitigado viajado até à lua e, logo, nada com o exemplo dos trabalhadoseria impossível”. Desde então até res independentes. Daí que, em 42 ACT UALIDAD€
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Portugal, não se apurou com rigor o número de teletrabalhadores. Contudo, o que distingue estes dois regimes é a subordinação jurídica do contrato de trabalho o que lhe confere autoridade, mais atenuada em teletrabalho mas presente. Referindo o que consagra o artigo 165º, do Código do Trabalho, para existir teletrabalho subordinado a prestação laboral tem de ser realizada, de forma habitual, fora da empresa e com recurso às tecnologias de informação e comunicação; e tem de existir uma conexão entre empregador e trabalhador que denuncie a subordinação virtual. Segundo a doutrina, existem diversas modalidades de teletrabalho, no entanto, referimo-nos apenas ao teletrabalho domiciliário (o que está em causa na nossa atualidade): a prestação de trabalho desenvolvida na casa do trabalhador. Portugal foi o primeiro país europeu a regular o regime de teletrabalho no Código do Trabalho de 2003. No setor público, os artigos 68.º e 69.º da Lei Geral do Trabalho aprovada pela Lei n.º35/2014, de 20 de Junho, consagram o regime jurídico dos teletrabalhadores e o artigo 68.º remete para o regime previsto no Código do Trabalho. Em 2009, com a entrada em vigor do novo Código do Trabalho, o regime de teletrabalho ficou, assim, con-
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sagrado no disposto nos artigos 165.º a 171.º. Assim, com a evolução das tecnologias e o acesso à celeridade na informação, provocou a necessidade de adaptação do mercado e dos trabalhadores ao futuro, assim , os empregadores ficaram alerta para o benefício que este regime acarretava às suas empresas, principalmente em épocas de crise, havendo a junção do útil ao agradável. É, de todo importante, referir que nem todas as atividades são passíveis de serem realizadas em regime de teletrabalho, por exemplo, cabeleireiras, enfermeiras. Porém, todas as atividades ligadas às tecnologias de informação, comunicação, marketing, engenharia, informática, financeira, entre outras, podem usufruir deste regime.
O teletrabalho em tempos pandémicos no mundo
Na recente situação de pandemia, o Decreto-Lei nr.º10-A/2020, de 13 de março, aplicado ao setor público, no seu artigo 29.º, n.º1 estipulou que “o regime de prestação subordinada de teletrabalho pode ser determinado unilatera lmente pelo empregador ou requerida pelo trabalhador, sem necessidade de acordo das partes, desde que compatível com as funções exercidas” (com exceção de trabalhadores de serviços essenciais), contrariando, assim, o princípio da voluntariedade e distanciando a necessidade de acordo entre as partes. Isto porque, o teletrabalho nunca foi concebido como um direito dos trabalhadores nem como uma eventual decisão unilateral do empregador. Contudo, a evolução dos tempos e as crises inesperadas alteram a legislação em função das necessidades. A 18, de março de 2020, estabeleceu-se a obrigatoriedade
da adoção do regime de teletraba lho, “independentemente do vínculo laboral, sempre que as funções o permitam” (sendo revogado este decreto-lei várias vezes). O Despacho n.º3614-D/2020, de 23 de março, estabeleceu as orientações do setor público, e no seu ponto 1 alínea a) diz que ”são consideradas compatíveis com o teletrabalho todas as funções que possam ser realizadas fora do local de trabalho e através do recurso a tecnologias de informação e comunicação” e na alínea g) define que “em conformidade com as medidas de contingência e as limitações ao direito de deslocação, o teletrabalho deve ser realizado no domicílio do trabalhador”. Verificou-se que foi criada uma nova tipologia de teletrabalhador: “teletrabalhadores à força”, os que foram forçados a serem teletrabalhadores de um momento para o outro (a juntar às duas tipologias existentes, teletrabalhador interno e teletrabalhador externo, previstas no artigo 166.º do Código do Trabalho). Se o trabalhador exercer uma atividade passível de ser executada em teletrabalho, não pode recusar sob pena do empregador exercer o seu poder disciplinar. O desempenho do teletrabalho rege-se pelo respeito do princípio basilar da igualdade de tratamento previsto no artigo 169.º e do direito de igualdade no acesso ao emprego e no trabalho definido no artigo 24.º, ambos do Código do Trabalho. Isto quer dizer que o teletrabalhador tem os mesmos direitos e deveres dos restantes trabalhadores, nomeadamente a “formação e promoção ou carreiras profissionais, limites do período normal de trabalho e outras condições de trabalho, segurança e saúde no trabalho e reparação de danos emergentes
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de acidente de trabalho ou doença profissional”. O teletrabalhador tem direito a receber a remuneração estabelecida de acordo com a sua categoria profissional. Neste aspeto, levantam-se algumas questões controversas e distintas de acordo com os setores público e privado: a retribuição por prestação de trabalho suplementar, trabalho noturno, subsídio de refeição, subsídio de home-based . A nível mundial, nomeadamente em Espanha, o teletrabalho foi abordado sobre uma nova perspetiva com a chegada da covid-19, assim como na maioria dos países. Com a “obrigatoriedade” deste regime, tendo em conta que houve e há, ainda a necessidade de controlar/ restringir o f luxo de pessoas em determinados locais, foram suscitadas dúvidas em relação a esta modalidade que rapidamente foi implementada. Como forma de colmatar as mentalidades que surgiram através da obrigatoriedade do teletrabalho, o Conselho de Ministros, em setembro de 2020, estabeleceu algumas as regras que respeitam este regime no ordenamento jurídico espanhol. Em regra, o teletrabalho em Espanha, seria tutelado por regras semelhantes a outros países, como a necessidade do acordo escrito, definição de horário de trabalho, do local da prestação da atividade fora da empresa e até mesmo garantir às empresas um meio de controlo de trabalho, a grande inovação seria a seguinte: as empresas que aderiram a este regime devido à pandemia, não teriam de cumprir formalmente com as novas regras, por acordo escrito, mas teriam de garantir o pagamento das despesas dos teletrabalhadores, outro facto relevante, seria a definição do que seria considerado teleNOVEMBRO DE 2021
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opinião opinión trabalho, no qual contam com uma determinada percentagem de trabalho que é prestado no domicílio. Atualmente, importa referir e conjugar este regime com o modelo “híbrido” que muitas empresas estão, hoje, a implementar.
Vicissitudes deste regime atualmente
Há inúmeros fatores que em 2019, talvez, seriam favoráveis para se optar pelo teletrabalho, seja a nível pessoal, dos trabalhadores, ou a nível empresarial, dos seus empregadores, onde, inicialmente poderiam estar convictos de que o teletrabalho seria, “sem sombra de dúvida” o modus operandi da nova realidade. Com o desenvolvimento catastrófico da pandemia causada pela covid-19, surgiram diversas questões com referência à aplicação e regulamentação do teletrabalho. Como adaptar com celeridade e obrigatoriedade um país inteiro a permanecer em casa, com recursos a meios digitais? Não deveria ser a nossa residência um espaço de descanso e lazer? Na verdade, nunca se pensou nas consequências a longo prazo…
Aspetos positivos e negativos do teletrabalho
Pelo exposto, é certo de que com a obrigatoriedade do regime do teletrabalho verificou-se a redução de custos, da poluição ambiental e, no início, podem ter até diminuído o nível de stresse dos colaboradores. É de todo compreensível que há sempre “duas faces da moeda”, por outro lado, é de difícil realização ter presente um trabalhador que não é produtivo, e que esta produtividade tenha sido interrompida por questões oriundas do seu próprio trabalho. Não há dúvidas de que houve 44 ACT UALIDAD€
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diversos pontos positivos no âmbito do teletrabalho, o passar mais tempo com a família, com certeza, tem sido um ponto relevante, mas como ultrapassamos problemas ao nível da saúde mental? O que fazer para aprimorar este mecanismo e torná-lo permanentemente, sendo uma mais valia preciosa para o mercado de trabalho?
A problemática a respeito do tema “subsídio de refeição”
Sendo uma das principais questões levantadas quando o teletrabalho é citado, o subsídio tem vindo a dividir posições nas empresas, considerando-se um tema “frágil”. De acordo com a análise do artigo publicado no site Direito Criativo “O teletrabalho, os subsídios e despesas”, o subsídio era visto como devido ao trabalhador, por estar intimamente ligado a dois grandes fundamentos relativos ao trabalhador: a sua alimentação e a distância entre o seu domicílio e o seu trabalho. In casu , e por ora, este mecanismo rege-se pelo respeito do princípio basilar da igualdade de tratamento previsto no artigo 169º., e do direito de igualdade no acesso ao emprego e no trabalho definido no artigo 24.º, ambos do Código do Trabalho. Isto quer dizer que o teletrabalhador tem os mesmos direitos e deveres dos restantes trabalhadores, nomeadamente a “formação e promoção ou carreiras profissionais, limites do período normal de trabalho e outras condições de trabalho, segurança e saúde no trabalho e reparação de danos emergentes de acidente de trabalho ou doença profissional”. O teletrabalhador tem direito a receber a remuneração estabelecida de acordo com a sua categoria profissional. Com isto, há, sem dúvida, um
“sentimento social” no pensamento dos cidadãos, relativo ao conceito do subsídio de alimentação, tendo esclarecido a DirecçãoGeral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), que: “O trabalhador mantém sempre o direito ao subsídio de refeição a que teria direito caso estivesse a exercer as suas funções no seu posto de trabalho”. De facto, foi unânime a decisão de manter os subsídios por parte do governo, o que pode não ter sido, de todo, do agrado dos empresários, que fizeram uma interpretação restrita do teor do “subsídio de refeição”, como consagra o Acórdão STJ, 12766/ 17.4T8LSB.L1.S1, de 27 de novembro de 2018, “I - O subsídio de refeição tem natureza de benefício social e destina-se a compensar os trabalhadores das despesas com as refeições.” Tendo em conta os factos esclarecidos por parte do governo, temos uma noção, mesmo que “célere”, de que o subsídio de refeição deve manter-se para “compensar” eventuais despesas do teletrabalho obrigatório, facto que confunde os trabalhadores e os seus empregadores.
O futuro do teletrabalho começa agora
Muito se ref lete sobre o tema, que, de facto, acarretou alterações positivas ao mundo do trabalho. A questão que se coloca diz respeito à capacidade e celeridade dos “trabalhos” realizados no domicílio. Para se obter resultados positivos nos postos de trabalho, há que ter, primordialmente, liderança e confiança entre o trabalhador/ empregador, onde ambas as partes têm autonomia e segurança no resultado final. *Advogada PJM Advogados E-mail pjm@pjmadvogados.com
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ciência e tecnologia
Ciencia y tecnología
Indra ganha contrato-quadro para digitalizar gestão da rede de navegação aérea europeia A
principal organização de navegação aérea na Europa, a Eurocontrol, escolheu a Indra, uma das principais empresas globais de tecnologia e consultadoria, para abordar a transformação digital do sistema operativo do Network Manager da Eurocontrol. Enquanto gestor da rede, designado pela Comissão Europeia, a Eurocontrol colabora diretamente com os fornecedores de serviços de navegação aérea, aeroportos, companhias aéreas e militares de 43 estados. O contrato ganho pela Indra supõe um acordo quadro com um valor máximo de 173 milhões de euros, o maior contrato licitado pela Eurocontrol na sua história. A digitalização dos sistemas operativos da Eurocontrol que a Indra levará a cabo vai facilitar um planeamento das
operações de voo mais preciso, que potenciará a pontualidade e segurança, elevará a capacidade para gerir mais tráfego aéreo na Europa e aumentará a sustentabilidade do tráfego aéreo. “A Indra vai desenvolver soluções digitais avançadas, que impulsionarão os serviços de tráfego aéreo e a gestão de fluxos de voos que a Eurocontrol fornece, e incrementará o
nível de colaboração e automatização das operações do Network Manager e das companhias aéreas, aeroportos e centros de controlo, mediante tecnologias inovadoras, como a virtualização, cloud computing, inteligência artificial, data analytics, ou machine learning, entre outras, todas num ecossistema ciberseguro”, sublinha a companhia tecnológica.
Primavera reforça oferta para o setor da produção industrial A Primavera BSS traz ao mercado novidades tecnológicas para o setor da produção industrial, que dão resposta à crescente procura de soluções de mobilidade que permitem acompanhar o negócio a partir de qualquer lugar. A nova tecnologia de track & trace acaba de ser disponibilizada no Manufacturing Execution System (MES) da Primavera, nos vários mercados onde a tecnológica tem operações, nomeadamente em Portugal, Angola, Moçambique e Cabo Verde, permitindo aos gestores da produção acompanhar ao minuto a evolução das ordens de fabrico a partir de equipamentos móveis. Com uma interface web, o Track & 46 ACT UALIDAD€
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Trace permite o acesso em tempo real a dados operacionais do chão de fábrica, bem como a indicadores de desempenho de cada um dos centros de trabalho existentes nas unidades de produção das empresas do setor industrial, nomeadamente o OEE (overall equipment effectiveness) e indicadores de qualidade, oferecendo ainda um sistema de alertas que notificam sempre que são registadas ocorrências. “Esta nova solução representa um passo decisivo rumo à era da indústria 5.0, que acaba de chegar ao mercado com o intuito de complementar a anterior indústria 4.0, humanizando a utilização da tecnologia. Queremos contribuir
para essa digitalização crescente com o foco na valorização das pessoas, e esta solução é apenas mais um passo que damos nesse sentido, sendo que muito outros se seguirão, pois queremos ser cada vez mais o parceiro tecnológico de referência das empresas do setor industrial”, explica David Afonso, senior vice president da Primavera BSS. Com esta nova solução, a Primavera BSS disponibiliza aos gestores de produção uma espécie de cockpit onde estão centralizados os dados da produção alusivos a cada centro de trabalho, através de um conjunto de dashboards de gestão que permitem rapidamente tomar decisões, mesmo estando longe dos centros de trabalho.
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Prosegur cria bunker digital para a custódia de criptoativos A Prosegur Crypto anunciou a criação do primeiro bunker para a custódia de ativos digitais, que consiste num ambiente física e digitalmente inacessível – uma abordagem globalmente exclusiva de segurança para o armazenamento e gestão integral de ativos digitais. Em colaboração com a empresa de cibersegurança GK8, a Prosegur Crypto reúne todas as infraestruturas, instalações, tecnologias e protocolos de segurança necessários para minimizar todas as áreas de risco identificadas na cadeia de custódia de ativos digitais. A solução é composta pelos mais modernos sistemas de cibersegurança, fornecidos pela tecnologia patenteada GK8, e com o mais alto nível de infraestruturas de protocolos físicos da Prosegur. É baseado numa abordagem de “inacessibili-
dade 360°”, que incorpora mais de uma centena de medidas de proteção em seis camadas de segurança integradas, o que evita qualquer possibilidade de ataque físico ou cibernético. Este bunker consiste num ambiente isolado localizado dentro de um dos 550 cofres que a Prosegur tem a nível global para suas operações de transporte de dinheiro. Destes cofres, a empresa protege e administra anualmente mais de 400 mil milhões de euros em fundos de clientes. O bunker Prosegur Crypto inclui várias medidas de segurança num ambiente de proteção de nível militar. Câmaras de circuito fechado, acesso biométrico, salas seguras controladas, bem como monitorização permanente por equipas armadas em todas as instalações, são combinados com firewalls
especialmente projetadas para manter a instalação completamente isolada de qualquer comunicação externa. O HSM (hardware security module), um dispositivo que gera, armazena e protege as chaves criptográficas, está alojado numa maleta com proteção militar dentro do cofre de alta segurança. Este cofre é acessível apenas a um número limitado de indivíduos que gerem os ativos manualmente e offline. O módulo liga-se a um sistema MPC (multi-party computation) que apresenta um rápido processo de assinatura numa rede de computadores altamente avançada e gera transações no blockchain sem conectividade direta com a Internet. Isto minimiza a possibilidade de acesso fraudulento e elimina qualquer vetor potencial para ataques cibernéticos.
Nos mantém liderança no ranking nacional de investimento em inovação P elo segundo ano consecutivo, a Nos ocupa o primeiro lugar no ranking das 100 empresas que mais investem em investigação e desenvolvimento (I&D) em Portugal. Os dados são divulgados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, numa análise referente ao ano de 2020. Com um investimento superior a 67 milhões de euros e mais de 220 profissionais alocados às áreas de inovação, a operadora reafirma o seu compromisso com a digitalização da sociedade e a melhoria contínua da experiencia dos seus clientes. “Além de manter a sua posição como empresa que mais investe em I&D em Portugal, a Nos registou um crescimento na ordem de 50% do número de profissionais com doutoramento nas áreas de I&D, reflexo de uma aposta estratégica nos perfis extremamente qualificados”, refere a empresa de telecomunicações.
Segundo Miguel Almeida, presidente da comissão executiva da Nos, “a liderança, pelo segundo ano consecutivo, no ranking das empresas que mais investem em I&D, é resultado da nossa aposta em criar as melhores soluções para os portugueses, exponenciando tudo o que a evolução tecnológica, nos vários domínios, permite oferecer. A Nos está firmemente comprometida em ser um acelerador da transformação digital do país, e dessa forma, constituir-se como uma alavanca de competitividade para a sociedade portuguesa”. O montante de 67,2 milhões de euros investido em 2020 centrou-se na evolução das redes de nova geração da Nos e na preparação da chegada do 5G; na forte aposta em áreas relacionadas com a transformação digital e com o desenvolvimento das cidades inteligentes.
Para além da aposta num modelo de inovação que tira partido do talento e know-how especializado das suas equipas, a Nos tem vindo a aprofundar a sua escala colaborativa em I&D, através de projetos desenvolvidos em parceria com universidades, centros tecnológicos nacionais e estrangeiros, startups e incubadoras, integrados num ecossistema aberto de inovação que permite acelerar o desenvolvimento e adoção das soluções tecnológicas mais avançadas e seguras. A Nos lidera a lista de uma centena de empresas com maior investimento em atividades de I&D em Portugal, em 2020, com base nos resultados provisórios do “Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional 2020 (IPCTN20)”. Este inquérito constitui a fonte de informação estatística oficial relativa a atividades de I&D no nosso país.
Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Foto DR NOVEMBRO DE 2021
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Vinhos & Gourmet
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Vinhos do Tejo brindam ao outono com novidades de Fernão Pires
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ste tempo de recomeços é uma boa altura para a descoberta de novos vinhos. A pensar nisso, os Vinhos do Tejo apresentam seis novidades, que em comum têm a casta Fernão Pires, usada em estreme, ou seja, a 100%. De três anos distintos, são néctares que chegaram ou estão para chegar ao mercado ainda este ano: um da colheita de 2018, dois de 2019 e três de 2020. Seis monocastas que se juntam a outros dois como estreias, lançadas em 2021, e assim reflectem a força que a variedade de uva mais expressiva do Tejo tem, não só na vinha, mas também na garrafa, cada vez mais a solo. Este cluster permite também mostrar a plasticidade desta casta, podendo dar origem a brancos frescos e leves; a vinhos mais comple-
xos, ideais para a mesa; a vinhos de sobremesa e até a orange wines ou Fernão Pirão, nome tipicamente atribuído quando vinificados em curtimenta. Dois dos vinhos trazem consigo novidade em dose dupla, ao serem da autoria de novos players do Tejo. Têm, por coincidência, o mesmo apelido, mas são de projectos distintos: David Amaral, com o Assinatura David Amaral branco 2020; e Isabel Lima Amaral com o Canto do Marquês Fernão Pires branco 2020. Falando em novos agentes económicos, destaque para a enóloga Joana Pinhão, que à casa retorna, com o seu projecto Casal das Aires, em Alpiarça, lançado em pré-pandemia, mas agora a estrear um peculiar Fernão Pires de Vinhas Velhas, com estágio em barricas e a elevar os Vinhos do Tejo para um patamar acima da média. De 2019, este Casal das Aires custa cerca de 40 euros. Olhando para o universo de produtores com forte distribuição, nos mercados nacional e externo, vemos
a Falua e a Quinta da Alorna a darem destaque ao que de mais identitário se faz na região. Se a primeira optou por dar palco ao Fernão Pires em estreme, mas manter uma referência já existente e consagrada, o seu Falua Reserva Unoaked branco– que antes vivia de um blend de castas e agora é apenas feito com Fernão Pires do Tejo–, a Quinta da Alorna prepara-se para lançar uma nova marca– Reserva das Pedras– destinada a promover as castas ex-libris da região: um monocasta de Fernão Pires, nos brancos, e um de Castelão, nos tintos. O branco é, por sinal, de 2018, ano em que a Comissão Vitivinícola Regional do Tejo apostou, de forma mais activa, em promover e capitalizar para a rainha das suas castas. A enóloga Martta Reis Simões esteve no arranque desta “corrente” e, rapidamente, lhe deu vida na adega. Novo e diferenciador é o monovarietal de Fernão Pires da Quinta da Ribeirinha. Um orange wine, que, por isso, enverga a marca Contracena, destinada a vinhos “fora da caixa”. Havia já um branco de uvas tintas, feito de Castelão, e agora chega ao mercado este Contracena Orange Wine Fernão Pires branco 2020.
Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, em conjunto com a Extremadura Avante, irão retomar a realização do concurso de Vinhos Alentejo / Extremadura Espanhola, o qual foi interrompido devido à pandemia de covid-19. Este ano, o XVI Encontro de Vinhos Alentejo/ Extremadura Espanhola
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decorrerá, assim, no próximo dia 11 de novembro, no El Corte Inglés de Lisboa. Este encontro serve para dar a conhecer e promover os vinhos de ambas as regiões ibéricas. As provas dos vinhos por parte dos
Foto Sandra Marina Guerreiro
XVI Encontro de Vinhos Alentejo/ Extremadura Espanhola volta a Lisboa A
jurados do concurso irão realizar-se uns dias antes, a 2 e 3 de novembro, nas instalações da CCILE, em Lisboa.
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Adega Cartuxa traz ao mercado o seu Pêra-Manca tinto 2015 P roduzido unicamente quando os requisitos de excecional qualidade se cumprem, a Fundação Eugénio de Almeida apresenta o Pêra-Manca tinto 2015, a mais recente colheita do seu emblemático vinho, numa edição limitada de 44 mil garrafas. Resultante da seleção das melhores uvas, provenientes de talhões selecionados de vinhas com mais de 35 anos da Fundação, o Pêra-Manca tinto 2015 foi elaborado a partir das castas Aragonez e Trincadeira. “Tratando-se sempre de produtividades muito reduzidas, o ano de 2015 permitiu obter uma quantidade de uva de qualidade excecional e consequente produção do vinho Pêra-Manca tinto acima do habitual padrão de excelência. Este exibe cor granada carregada e aroma complexo e intenso, que remete para ameixa seca e morangos maduros. Revela ainda notas balsâmicas e especiadas, bem como alcaçuz, esteva e folha de tabaco e, na boca, impressiona pela forte frescura, sendo elegante e muito concentrado”, comenta o produtor. O ciclo vegetativo da vinha decorreu
sob condições de falta de humidade no solo, originando fraco vigor vegetativo das videiras, assim como formação de bagos de dimensões muito reduzidas, os quais apresentaram uma excelente relação entre a película e a polpa. Já as temperaturas amenas, sentidas durante o período de maturação, permitiram uma lenta evolução até ao momento da vindima. Condições que originaram uma produção muito equilibrada, destacando-se a concentração em açúcares, acidez e compostos fenólicos. De destacar a vinificação, através de uma maceração pelicular pré-fermentativa, com o objetivo de potenciar a complexidade do vinho. As fermentações ocorrem durante o estágio de 18 meses em balseiros de carvalho francês, com temperatura controlada de 27 graus centígrados e remontagens manuais, ao qual se seguiu 48 meses em garrafa nas caves do Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli. De assinalar ainda que as fermentações alcoólicas destas castas foram realizadas com leveduras indígenas. Mantendo a estratégia de inovação da
Adega Cartuxa, cada Pêra-Manca tinto 2015 continuará a apresentar um sistema de segurança que permite ao consumidor garantir a sua autenticidade– um código único, associado à utilização de uma imagem holográfica e um QR Code de controlo, da Imprensa Nacional Casa da Moeda, que permite a esta entidade fazer a rastreabilidade do selo, incorporado na cápsula da garrafa, que pode ser validado no site do Clube Pêra-Manca, dando, assim, a garantia de aquisição de uma garrafa original. Por outro lado, foi também lançado o novo site do Clube Pêra-Manca, que oferece vantagens exclusivas e que possibilita o acesso a eventos privados na Adega Cartuxa.
Tapada do Chaves apresenta nova colheita proveniente de vinhas com 120 anos T er um Tapada do Chaves à mesa “significa ter o melhor que o Alentejo pode dar e a nova colheita de Tapada do Chaves Vinhas Velhas tinto 2013 prova-o mais uma vez, evidenciando a excelência das vinhas mais antigas da região alentejana, demonstrativas do terroir único de Portalegre, afiança o produtor alentejano”. São raras as propriedades vitivinícolas alentejanas que acumulam mais de um século de existência, o Tapada do Chaves Vinhas Velhas tinto 2013 é proveniente de vinhas que cumprem 120 anos de idade e foi produzido a partir das castas Trincadeira e Grand Noir. Exibindo cor rubi concentrada, o seu
aroma é muito complexo, surgindo suaves balsâmicos, a par de notas de bosque, com fruta preta, esteva, terra e um vegetal vibrante. Na prova, é concentrado e profundo, de elevada estrutura, com taninos presentes e elegantes. O final é muito longo e persistente, repleto do caráter que a fruta, a mineralidade e a acidez lhe conferem. Mediante uma vindima e seleção de bagos de uva manual e rigorosa, assegurando a sua elevada qualidade, o processo de vinificação seguiu-se de um desengace total e maceração peculiar préfermentativa a frio, durante cinco dias. Posteriormente, verificou-se uma fermentação alcoólica, desenvolvida de
forma natural com as leveduras indígenas da uva, realizada em depósito de aço inoxidável a temperatura controlada. Após a fermentação foi realizada uma maceração pósfermentativa de 30 dias, precedendo o estágio de 18 meses em barricas de carvalho português e francês, seguido de 24 meses em garrafa. O ano vitícola de 2013 caracterizou-se, do ponto de vista climatológico, por um inverno e primavera com elevada pluviosidade, o que permitiu repor parte das reservas de água no solo, mas também por ondas de calor, que condicionaram o ciclo vegetativo das videiras. Tal, refletiu-se em maturações lentas, mas de elevado potencial qualitativo. NOVEMBRO DE 2021
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Quinta de São Luiz Vinha Rumilã 2016, o renovado ícone do Douro S ão Luiz, a nova identidade dos vinhos tranquilos da Kopke, apresenta agora o seu portefólio mais premium, que integra a mais recente edição do Winemaker’s Collection, o Grande Reserva Branco Folgazão & Rabigato 2017, e dois vinhos produzidos exclusivamente com uvas de parcelas históricas desta Quinta: o Vinhas Velhas 2017, agora com a assinatura São Luiz, bem como o novo vinho ícone da marca - o Grande Reserva tinto Quinta de São Luiz Vinha Rumilã 2016. Este é o culminar de um trabalho que se iniciou em junho, altura em que a equipa dava início àquela que seria a primeira fase de transição para uma nova identidade dos vinhos tranquilos da Kopke que ganharam uma nova imagem inspirada no terroir que lhes dá origem, São Luiz.
Para a diretora de Marketing da Sogevinus, Gabriela Coutinho, “esta concetualização do portefólio tornou-se essencial quando construímos uma marca assente no terroir que lhe dá origem. “Quinta de São Luiz” passa a incluir uma coleção de vinhos de Quinta, cujas uvas são 100 por cento provenientes desta propriedade. São vinhos com uma expressão clássica que traduzem genuinamente a excecionalidade deste terroir”. Por isso mesmo, explica Gabriela Coutinho, “é na denominação “Quinta” onde recebemos o Vinhas Velhas, que já fazia parte do nosso portfólio, e que integramos o lançamento do Vinha da Rumilã, um vinho de edição muito limitada proveniente de uma parcela de vinha centenária”. A gama premium inclui ainda a coleção Winemaker’s Collection que nasce do
espírito experimentalista da equipa de enologia, com assinatura do enólogo Ricardo Macedo, e que tem agora continuidade sob a marca umbrela “São Luiz”, permitindo aos nossos enólogos dar seguimento ao projeto onde a criatividade é levada ao expoente através da experimentação de várias castas e de novas técnicas de vinificação. O Quinta São Luiz Vinhas Velhas 2017 representa o Douro Clássico. De acordo com o responsável pela equipa de enologia de São Luiz, Ricardo Macedo, trata-se de um blend “feito na vinha com duas castas predominantes: Touriga Nacional e Sousão. Cepas velhas que produzem aquilo que é a essência do Douro: o blend de castas na vinha, baixa produção e elevadíssima qualidade”. É o Douro na “sua essência mais pura”, reforça o enólogo.
“Encontro com Vinhos 2021” traz o melhor sommelier do mundo e outras novidades N do SOMM.HOOD, um fórum profissional direcionado aos sommeliers portugueses. Aqui se fará, de A a Z, uma reflexão crítica acerca do presente e do futuro da sommelerie. Debates sobre gestão de cartas e oportunidades profissionais, provas em que enólogos explicam princípios recorrentes da enologia, dicas sobre harmonizações vinhos/gastronomia serão apenas algumas temáticas abordadas. Masterclasses, conversas descontraídas e informativas, autênticos duelos de vinhos nas sessões “Taste Drive” completam a programação oficial do Encontro com Vinhos, que reúne produtores portugueses e internacionais para apresentação de novidades e referências que já se tornaram clássicas.
De Espanha, as Bodegas Valdespino explicarão, em duas sessões distintas, a aptidão de Jerez para a elaboração de alguns dos mais notáveis vinhos fortificados do mundo e o potencial de harmonização gastronómica daqueles vinhos. Também de Espanha, Palacio Quemado e Vinãs Serranas vão expor vinhos onde há presença de castas portuguesas. Vinhos das regiões dos Vinhos Verdes, Bairrada, Beira Interior, Dão e Lisboa estarão em primeiro plano em sessões de provas diversificadas, num cartaz que inclui igualmente a celebração dos 30 anos de enologia de Carlos Lucas, vinhos obtidos a partir de castas raras e em risco de extinção, rum da Madeira e espirituosos super premium. Foto arquivo
a 22ª edição do “Encontro com Vinhos”, que se realizará de 6 a 8 de novembro, em Lisboa, pode-se destacar a participação de Paolo Basso, eleito “Melhor Sommelier da Europa” em 2010 e “Melhor Sommelier do Mundo” em 2013. Em Lisboa, o sommelier italiano participará numa masterclass de Alvarinho, de colheitas antigas, e será um dos convidados da sessão especial “O Desafio de Lisboa”. Inspirado no célebre “Julgamento de Paris”, que em 1976 abalou o entendimento generalizado ao colocar, às cegas, vinhos franceses e californianos com resultados finais surpreendentes, “O Desafio de Lisboa” promete ser uma prova marcante. Em rigorosa prova “cega”, um painel especializado vai provar e comparar grandes vinhos portugueses e referências icónicas de França, Itália e Espanha. Outra novidade do evento é a realização
Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR
50 ACT UALIDAD€
NOVEMBRO DE 2021
vinos & Gourmet
Vinhos & Gourmet
NOVEMBRO DE 2021
AC T UA L I DA D € 51
Setor automóvel sector automóvil
Por Nuno Ramos nrc.gmv@gmail.com
Renault Mégane E-Tech Electric A aposta elétrica na classe C
Construído sob a plataforma CMF-EV, a mesma que serve de base ao Nissan Ariya, o Mégane E-Tech Electric fica a meio caminho entre um hatchback tradicional e um crossover.
D
Fotos DR
epois de muitos teasers, a Renault levantou finalmente o véu ao Mégane E-Tech Electric, um crossover 100% elétrico, que estende a ofensiva elétrica da marca francesa ao segmento C, depois da presença nos segmentos A e B com os elétricos Twingo Electric e Zoe. O exterior é caracterizado pela assinatura luminosa dianteira, apesar de não cortar por completo com a identidade da marca que já conhecemos de outros modelos recentes, foi bastante estilizada e destaca-se pela forma rasgada. Ao centro, o novo logótipo da Renault surge em grandes dimensões. Nas laterais, saltam à vista as jantes de grandes dimensões 20 polegadas, que enchem quase por completo as enormes cavas das rodas, os puxadores embutidos nas portas diantei52 ACT UALIDAD€
NOVEMBRO DE 2021
ras, em contraste com os puxadores tradicionais, no pilar C, das portas traseiras), a linha de tejadilho muito baixa e claro, a linha de ombros elevada, que faz maravilhas pelo aspeto musculado da traseira. E por falar em traseira, a assinatura
luminosa espelha, de certa forma, a solução da frente, mas acrescenta um efeito 3D que acrescenta profundidade aos farolins deste Mégane movido a eletrões. E apesar da evolução, é fácil perceber a ligação com o Mégane de quarta geração, que vai continuar a ser vendido em
sector automóvil Setor automóvel
paralelo com este E-Tech Electric. Quanto ao novo motor elétrico, pesa 145 quilos, o que é menos 10% que o do Zoe, mas com maior potência. Este novo propulsor permite ao Mégane elétrico anunciar 160 kW, equivalente a 218 cavalos de potência e 300 Nm de binário máximo, a par de uma capacidade de aceleração dos 0 aos 100 km/h em apenas 2,4 segundos. Isto, sem esquecer a capacidade de atingir as 14 mil rpm. No entanto, e para quem não precise de tanto, a Renault promete uma outra versão, menos potente, de 96 kW, 130 cavalos, mas, relativamente à qual a marca francesa não avançou quaisquer prestações. Garantindo, apenas, que, embora a plataforma admita dois eixos de tração, qualquer
uma das versões será sempre apenas ecrã combinada de 24 polegadas. tração dianteira. Os dois ecrãs estão muito bem inNo interior, o objetivo é que seja tegrados na consola, de forma muiacolhedor, tecnológico e que fosse ca- to orgânica e oferecem uma leitura paz de transmitir as mesmas sensações muito agradável, sobretudo o ecrã de uma sala de estar em casa. Sem o central, cujo software foi desenvoltestarmos na estrada é impossível di- vido em parceria com a Google. zer, com certeza, que o objetivo foi Quanto à autonomia, os responcumprido, mas bastou sentarmo-nos sáveis a marca francesa anunciaram no interior deste novo Mégane para apenas o valor para a versão com a perceber que é uma evolução notória bateria de maior capacidade: 470 face às restantes propostas da marca. quilómetros no ciclo WLTP, sendo A consola está orientada para o que em autoestrada o novo Mégane condutor, fazendo com que este E-Tech Electric será capaz de perseja, sempre, o protagonista. Está correr 300 km entre cargas, sendo tudo muito próximo e no sítio certo. possível carregar esse mesmo valor Existem dois ecrãs, um ao centro, do de autonomia em apenas 30 min. tipo tablet, e outro atrás do volante, A terminar, os preços de mercados que faz de painel de instrumentos estarão entre os 40 mil e os 46 mil digital e criam uma superfície de euros. PUB
Sponsors Oficiais Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola
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AC T UA L I DA D € 53
intercâmbio comercial intercambio comercial
Intercambio comercial hispano portugués en enero-agosto 2021
L
os datos estadísticos recientemente hechos públicos por Datacomex de la Secretaria de Estado de Comercio de España dan cuenta del incremento del 22,5% en las ventas españolas al mercado portugués (12.499,77 millones de euros en los ocho primeros meses de 2020 frente a los actuales 15.313,96 millones). A su vez, las compras españolas tuvieron un comportamiento similar habiendo conseguido un aumento del 25,2% (6.692,87 millones de euros en 2020 frente a los actuales 8.379,10 millones), lo cual representa un superávit de 6.934,9 millones y una tasa de cobertura del 183%. Los cuadros 2 y 3 recogen la distribución geográfica del comercio exterior español que mantiene su
estructura habitual tanto en la oferta como en la demanda española y en dicho periodo el mercado portugués absorbió el 7,6% de la oferta exportadora española que ascendió a los 201.625,8 millones de euros. En el sentido contrario Portugal contribuyó con el 3,9% sobre el total de las importaciones españolas. Las posiciones relativas del mercado de Portugal en el comercio exterior español se mantiene, es decir la cuarta posición entre los principales clientes de España y la sétima posición entre nuestros principales proveedores. Respecto a la distribución sectorial que se recoge en los cuadros 4 y 5 se mantiene, en general, la estructura de los periodos anteriores liderados en las oferta española por la partida 84-máquinas y
aparatos mecánicos (1.165,5 millones de euros), la 87-vehiculos automóviles; tractor (1.148,7 millones) la 27-combustibles, aceites minerales (1.109,7 millones), en la cuarta posición la partida 85-aparatos y material eléctricos (957,2 milllones) y por fin en la quinta posición la partida 39-materias plásticas; sus manufacturas (933,5 millones). Por lo que a la demanda española se refiere cabe destacar la partida 87-vehiculos automóviles; tractor (963,3 millones de euros), en la segunda posición la 27-combustibles, aceites minerales (797,9 millones), la 39-materias plásticas; sus manufacturas (619 millones), seguido de la 84-máquinas y aparatos mecánicos (539,6 millones) y la 72-Fundición, hierro y acero (535,2 millones).
Balanza
1. Balanza comercial España - Portugal en enero-agosto 2021 VENTAS ESPAÑOLAS 21
COMPRAS ESPAÑOLAS 21
VENTAS COMPRAS Cober 21 % ESPAÑOLAS 20 ESPAÑOLAS 20
Saldo 20
Cober 20 %
ene
1 581 387,44
897 431,77
683 955,67
176,21
1 778 762,75
1 003 845,34
774 917,41
177,19
feb
1 571 724,32
1 009 320,52
562 403,80
155,72
1 724 629,55
1 005 714,30
718 915,25
171,48
mar
2 008 010,68
1 095 762,87
912 247,81
183,25
1 581 766,04
906 741,35
675 024,69
174,45
abr
1 980 168,47
1 071 108,28
909 060,19
184,87
1 055 661,19
571 257,22
484 403,97
184,80
may
2 118 632,54
1 065 230,82
1 053 401,72
198,89
1 336 168,90
598 908,11
737 260,79
223,10
jun
2 065 822,03
1 237 518,11
828 303,92
166,93
1 718 689,32
852 608,01
866 081,31
201,58
jul
2 149 500,37
1 130 197,83
1 019 302,54
190,19
1 814 995,51
994 977,75
820 017,76
182,42
ago
1 838 711,61
872 511,37
966 200,24
210,74
1 489 093,95
758 815,50
730 278,45
196,24
sep
1 825 809,88
1 005 194,80
820 615,08
181,64
oct
1 906 349,26
1 017 340,08
889 009,18
187,39
nov
1 870 842,64
1 049 345,10
821 497,54
178,29
dic
1 688 171,73
981 264,79
706 906,94
172,04
19 790 940,72
10 746 012,35
9 044 928,37
184,17
Total
15 313 957,46
8 379 081,57
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
54 ACT UALIDAD€
NOVEMBRO DE 2021
Saldo 21
6 934 875,89
182,76
Rankings 2.Ranking principales países clientes de España enero-agosto 2021
Se habrá de destacar que las seis principales partidas del comercio hispano portugués (87; 27; 39; 84; 72; 85) tienen un peso muy importante superando el 41% del comercio bilateral. En la distribución geográfica por CC.A A., la comunidad catalana lidera la oferta española a Portugal, habiendo superado los 3.252,4 millones de euros en dicho periodo y un peso relativo del 21,2% sobre el total de las ventas españolas a Portugal. Le sigue la comunidad de Madrid, con 2.725,2 millones de euros (17,8% sobre el total de las ventas) y en la tercera posición Galicia, con 1.905,1 millones (12,4%). Madrid, con 1.422 millones de euros, encabeza la lista de las CC.A A. que más compraron a Portugal en este periodo, y representa el 17% de la demanda española. Le sigue Cataluña, con 1.315,3 millones de euros (15,7%), y en la tercera posición Galicia, que compró a Portugal productos y servicios por valor de 1.257,1 millones, lo cual representa el 15% del total de las compras españolas a Portugal).
Las empresas que deseen información más concreta sobre el comercio bilateral deberán ponerse en contacto con la Cámara que con mucho gusto les facilitará los datos: Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola Email: ccile@ccile.org
Orden País
Importe
4.Ranking principales productos comprados por España a Portugal enero-agosto 2021 Orden Sector
Importe
1
001 Francia
32 338 060,11
1
87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR
963 327,87
2
004 Alemania
21 108 033,11
2
27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.
797 895,21
3
005 Italia
17 062 132,03
3
39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.
618 980,40
4
010 Portugal
15 313 957,44
4
84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS
539 604,06
5
006 Reino Unido
12 188 407,45
5
72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO
535 233,62
6
400 Estados Unidos
9 528 005,87
6
85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS
366 024,13
7
017 Bélgica
8 277 058,16
7
73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO
287 898,10
48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA
277 098,21
8
003 Países Bajos
7 152 338,74
8
9
204 Marruecos
6 054 925,35
9
10
720 China
5 962 672,06
11
060 Polonia
4 830 812,74
12
039 Suiza
3 662 842,06
13
052 Turquía
3 312 466,68
14
412 México
2 506 152,26
15
061 República Checa
1 984 021,19
16
030 Suecia
1 904 251,68
17
732 Japón
1 838 346,69
18
508 Brasil
19
952 Avituallamiento terceros
20
1 705 751,39 1 674 974,25
038 Austria
1 660 117,08
SUBTOTAL
160 065 326,34
TOTAL
201 625 800,04
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
3.Ranking principales países proveedores de España enero-agosto 2021 Orden País
94 MUEBLES, SILLAS, LÁMPARAS
256 366,74
TOTAL
8 379 081,57
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
5.Ranking principales productos vendidos por España a Portugal enero-agosto 2021 Orden Sector
Importe
1
84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS
1 165 544,87
2
87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR
1 148 737,22
3
27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.
1 109 745,79
4
85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS
957 220,21
5
39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.
933 486,75
6
72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO
764 451,55
7
02 CARNE Y DESPOJOS COMESTIBLES
438 242,34
8
15 GRASAS, ACEITE ANIMAL O VEGETA
432 989,56
9
73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO
403 382,64
TOTAL
15 313 957,44
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia
Importe
1
004 Alemania
2
001 Francia
21 320 069,74
3
720 China
20 923 795,54
6.Evolución del intercambio comercial enero-agosto 2021
24 741 314,65
4
005 Italia
14 273 816,16
5
003 Países Bajos
10 172 333,93
6
400 Estados Unidos
9 701 948,66
7
010 Portugal
8 379 081,58
8
017 Bélgica
5 883 743,59
9
006 Reino Unido
5 319 208,87
10
039 Suiza
5 315 545,45
11
052 Turquía
5 261 576,35
12
204 Marruecos
4 804 951,15
13
060 Polonia
4 087 354,19
14
075 Rusia
3 584 663,24
15
288 Nigeria
3 392 810,53
16
508 Brasil
3 151 741,36
7.Ranking principales CC.AA proveedoras/clientes de Portugal enero-agosto 2021 CC.AA.
VENTAS ESPAÑOLAS 21
COMPRAS ESPAÑOLAS 21
Cataluña
3 252 394,82
Madrid, Comunidad de
Madrid, Comunidad de
2 725 165,25
Cataluña
1 315 347,43
Galicia
1 905 104,96
Galicia
1 257 095,62 953 778,90
17
412 México
3 057 613,67
18
061 República Checa
2 799 075,84
19
664 India
2 677 565,51
20
208 Argelia
2 556 278,61
Andalucía
1 525 456,74
Andalucía
SUBTOTAL
161 404 488,62
Castilla-La Mancha
1 091 173,36
Comunitat Valenciana
649 527,55
TOTAL
212 497 023,72
Comunitat Valenciana
1 077 234,70
Castilla y León
507 168,12
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
1 422 026,27
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
NOVEMBRO DE 2021
AC T UA L I DA D € 55
oportunidades de negócio
oportunidades de negocio
Empresas Portuguesas
Oportunidades de
negócio à sua espera
BUSCAN
REFERENCIA
Consultor Imobiliário (m/f), fluente em Espanhol, com interesse em desenvolver uma carreira do segmento premium
OP210801
Veterinários para hospital Veterinário de Viseu
OP210701
Empresas españolas ropa formal para hombres
DP210501
Locais de 300 a 450 m2 idealmente com esplanada com prioridade em Lisboa nas zonas de Avenidas Novas, Parque das Naçoes e Chiado
OP210401
Licenciado/a em contabilidade, economia ou finanças, com 5 anos de experiência e fluente em espanhol e inglês
OP210101
Distribuidores de equipos de estética
DP201102
Empresas Espanholas PROCURAM
REFERÊNCIA
Empresas portuguesas fabricantes de roupa Empresas portuguesas produtoras de kiwis Empresas portuguesas de escorredores de louça e tábuas de madeira para cozinha Hotéis em Lisboa para comprar Motoristas perto da fornteira Salamanca-Portugal Empresas portuguesas de Automação, Robótica , Montagem Mecânica e Montagem Elétrica
DE210603 DE210602 DE210601 OE210501 DE210501 DE210401
Legenda: DP-Procura colocada por empresa portuguesa; OP-Oferta portuguesa; DE - Procura colocada por empresa espanhola; OE- Oferta espanhola
Las oportunidades de negocios indicadas han sido recibidas en la CCILE en los últimos días y las facilitamos a todos nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un fax (21 352 63 33) o un e-mail (ccile@ccile.org), solicitando los contactos de la referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de las mismas. As oportunidades de negócio indicadas foram recebidas na CCILE nos últimos dias e são cedidas aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um fax (21 352 63 33) ou e-mail (ccile@ccile.org), solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo das mesmas.
56 ACT UALIDAD€
NOVEMBRO DE 2021
NOVEMBRO DE 2021
AC T UA L I DA D € 57
calendário fiscal calendario fiscal >
S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
novembro Prazo Imposto Até
Declaração a enviar/Obrigação
Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação
Observações
10
IVA
Declaração periódica mensal e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas em setembro/2021
Contribuintes do regime normal mensal
10
Segurança Social
Envio da declaração de remunerações com as contribuições relativas ao mês de outubro/2021
Entidades empregadoras
10
IRS
Entrega da declaração mensal de remunerações, relativa a outubro/2021
Entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS (ainda que isentos ou excluídos da tributação)
12
IVA
Comunicação dos elementos das faturas emitidas em outubro/2021
Sujeitos passivos do IVA
- Por transmissão eletrónica de dados (faturação eletrónica), em tempo real, através do webservice da AT; - Por envio do ficheiro SAF-T(PT), mensalmente, através do Portal da AT; - Por inserção direta no Portal da AT
15
IVA
Pagamento do IVA apurado na declaração periódica mensal relativa às operações efetuadas em setembro/2021
Contribuintes do regime normal mensal
Pode ainda ser pago até ao dia 25
15
IVA
Declaração periódica trimestral e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas no 3º Trimestre de 2021
Contribuintes do regime normal trimestral
Pode ainda ser enviada até ao dia 22
20
IVA
Pagamento do IVA apurado na declaração periódica trimestral relativa às operações efetuadas no 3º trimestre /2021
Contribuintes do regime normal trimestral
Pode ainda ser pago até ao dia 25
20
IRS/IRC/ Selo
Pagamento das retenções na fonte de IRS e IRC efetuadas ou do Imposto do selo liquidado em outubro/2021
Entidades devedoras dos rendimentos e do Imposto do selo
20
Segurança Social
Pagamento das contribuições relativas a outubro/2021
Entidades empregadoras
20
IVA
Entrega da declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas em outubro/2021
Contribuintes do regime normal mensal, ou do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens tenha excedido 50.000€ no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores
Envio da declaração mensal de imposto do selo (DMIS), referente a outubro/2021
Sujeitos passivos que titulem atos, contratos, documento, títulos ou outros factos sujeitos a imposto do selo, ainda que dele isento
20
30
Selo
Pagamento da 3.ª prestação do IMI, referente a 2020, quando o seu montante seja superior a €500
Sujeitos passivos de IMI
30
IRS/IRC
Envio da declaração mod. 30 – Rendimentos pagos ou colocados à disposição de não residentes, em setembro/2021
Entidades devedoras dos rendimentos
58 ACT UALIDAD€
NOVEMBRO DE 2021
Pode ainda ser enviada até ao dia 22
Obtenção de NIF especial para o não residente
bolsa de trabajo Bolsa de trabalho
Página dedicada à divulgação de Currículos Vitae de gestores e quadros disponíveis para entrarem no mercado de trabalho Código
Sexo
Data de Nascimento Línguas
BE200147
M
BE200148
F
17/03/1992
BE200149
F
12/04/1995
BE200150
F
BE200151
F
BE200152
F
19/01/1992
BE200153
F
BE200154
Área de Atividade
ESPANHOL/ INGLÊS
ARTE / GRAFISMO E COMUNICAÇÃO
ESPANHOL/ INGLÊS/ PORTUGUÊS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
INGLÊS/ PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ FRANCÊS
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
ESPANHOL/ FRANCÊS/ INGLÊS/ ITALIANO/ PORTUGUÊS
ADVOCACIA
INGLÊS/ PORTUGUÊS
ADVOCACIA
01/12/1975
ESPANHOL/ INGLÊS/ PORTUGUÊS
ADMINISTRAÇÃO/ LOGÍSTICA/ PRODUÇÃO/ ÁREA COMERCIAL
M
18/02/1993
ESPANHOL
ADVOCACIA
BE200155
F
23/10/1980
PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS
SECRETÁRIA DE DIREÇÃO / TESOURARIA
BE200156
M
ESPANHOL/ALEMÃO/INGLÊS/PORTUGUÊS/ITALIANO
COMERCIAL DE MÁQUINAS DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL
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06/03/1979
INGLÊS
ADVOCACIA
INGLÊS/ ESPANHOL/PORTUGUÊS
ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS / COMÉRCIO EXTERNO MARKETING
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ESPANHOL/INGLÊS/PORTUGUÊS
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ESPANHOL/ INGLÊS/ FRANCÊS/ PORTUGUÊS
DESIGNER DIGITAL
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ESPANHOL/PORTUGUÊS/INGLÊS
Gestão de StockS / Logística / Transporte
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novembro de 2014
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Un espacio para la reflexión El Centro Memorial de las Víctimas del Terrorismo de Vitoria-Gasteiz es un homenaje a las víctimas y un símbolo en defensa de la libertad. Un espacio museístico que propone difundir la historia y las consecuencias del terrorismo que ha existido en España desde 1960 hasta la actualidad.
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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR
l Centro Memorial de las Víctimas del Terrorismo no deja a nadie indiferente. Su visita es un viaje por un pasado doloroso de la historia de España, todavía muy presente para muchas generaciones. Es una lección de vida, de las que marcan y no se olvidan. “El centro tiene una doble dimensión. En su condición de centro memorial transmite emoción y en su dimensión histórica transmite conocimiento”, explica su director, Florencio Domínguez. La organización terrorista ETA anunció el cese definitivo de su actividad armada el 20 de octubre de 2011. “Su fin no podía conducir al olvido. Se decidió homenajear a las víctimas porque las atacaron para atacar al Estado”, señala Domínguez. Este centro surgió de la Ley de Víctimas del Terrorismo 2011, ampliamente consensuada por los partidos, aunque se ha tardado una década en poner en pie siendo. En marzo de 2015 se iniciaron las obras de restauración de la antigua sucursal del Banco de España de Vitoria-Gasteiz, sede del museo, que fue inaugurado el pasado mes de junio con la presencia de muchas autoridades, entre ellas los Reyes de España (en la foto). El edificio neorrenacentista fue diseñado el siglo pasado por el arquitecto navarro José Yarnoz Larrosa. El centro memorial abarca todos los terrorismos que ha padecido España desde junio de 1960, fecha del asesinato de la niña Begoña Urroz por una bomba
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del DRIL hasta la actualidad. También resalta. En estos años de trabajo para hay espacio para hablar de las víctimas preparar el museo ya se han publicado españolas en atentados terroristas ocu- muchos libros sobre terrorismo, “bien rrido en otros países. “Se aprobó por impulsados por nosotros o ayudando a consenso que estuviese en el País Vasco. otros investigadores”, añade. Lo cierto Es obvio que los legisladores tenían en es que estas paredes contienen el centro mente la importancia del terrorismo de de documentación sobre terrorismo más ETA y es en el País Vasco donde nació importante de España, con el testimoy donde más apoyo social tuvo”, matiza nio de 1.100 víctimas, y la exposición el director. permanente, distribuida en seis salas con
El historiador Raúl López Romo, comisario de la exposición permanente del centro, asegura que todos estos años de preparación han supuesto “un trabajo difícil y largo para poder contar un relato riguroso con el testimonio de las víctimas y la documentación de otro tipo de fuentes”. Para todo el equipo es importante que este centro “sea también un museo de historia, que la gente salga informada y conmovida. Educamos en sentimiento y en conocimiento”, puntualiza. Raúl viajó a varios países para conocer otros memoriales antes de decidir cómo estructurar el centro. “Quisimos crear un lugar muy interactivo, en el que sucedan cosas, y que sea un foco de referencia”,
220 piezas y 25 audiovisuales.. Tal y como explican sus responsables, el museo cumple la función de difundir valores democráticos y éticos, construir la memoria colectiva de las víctimas y concienciar a la población para la defensa de la libertad y de los derechos humanos y contra el terrorismo. Desde 1960 las organizaciones terroristas de todas las tendencias se han cobrado 1.453 víctimas españolas y han dejado casi 5.000 heridos, 60 de ellos con gran invalidez y otros 950 con incapacidad permanente, según el Ministerio del Interior. Además, ha habido 167 secuestros terroristas. Para todos ellos, este centro memorial es un merecido homenaje.
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Cocina de Vitoria con un toque actualizado
Kaskagorri es una apuesta personal del joven cocinero alavés Iosu Sainz Munilla. Utiliza el producto de origen aportando siempre una presencia atractiva y en la carta convierte los platos clásicos en novedosos.
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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR
l restaurante Kaskagorri se La cocina de Vitoria tiene encuentra en una de las mucha influencia de la costa, con plazas más emblemáticas mucho pescado, pero a su vez de de Vitoria- Gasteiz, la del la montaña, “y se usa mucho la Matxete. Y su chef, Iosu seta”, resalta el responsable de Sainz Munilla (Vitoria, 1984), es el cocinero con uno de los currículos más envidiables de Álava. Ha trabajado con nombres internacionalmente conocidos como Ferran Adrià, Martín Berasategui y Paco Torreblanca. Después de aprender con grandes figuras en distintos lugares, Iosu decidió hace tres años abrir su propio local apostando por “una cocina de producto con un toque actualizado”, explica el mismo.
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Kaskagorri. Igualmente se encuentran “muchos guisos por ser una zona fría”. En su carta ha optado por “el producto regional con una presencia atractiva”. A la hora de
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seleccionar dicho producto, opta por el de origen como puede ser el atún de Cádiz o el chuletón kilómetro 0. Cuenta con un menú degustación de 10 platos (un cocktail de bienvenida, siete medias raciones y dos postres) y se muestra muy orgulloso de todas sus apuestas que van variando en función de la temporada. “Los entrantes, el pescado…el rape negro y el pulpo gustan mucho”, indica. Ya en la carta encontramos entrantes como los pimientos de Cristal y Anchoas, que son pimientos de San Adrián asados, y queso de cabra La Cuchara; la gamba del Golfo de Cádiz aderezada con cítricos, AOVE Arbequina y germinados y el tartar de Atún Rojo salvaje de Almadraba con aceite de sésamo, vinagre de arroz y soja. Muy famoso es ya su milhoja de cada día, y de vanguardia como la manita de gorrín y foie, guisadas y crema de alubia pinta con sacradeshuesadas, con shitake y toffee mentos En los postres, después de haber de guisante. En los platos del mar apuesta tenido grandes maestros como por la merluza en salsa verde con Torreblanca, Iosu Sainz Munilla patata asada y trigueros; rodaballo apuesta por el biscuit glacé de e infusión de ajo negro y lubina. Goxua con helado artesano inspiPara quien opte por platos de rado en este postre tradicional alamontaña destaca un arroz cremoso vés; una mousse de queso, galleta de coquelet elaborado con jugo de oreo y fruta de la pasión; la torrija su carcasa; la carrillera braseada con frutos rojos elaborada con pan sobre puré de patata y verduritas brioche e intxaursaltsa (crema de salteadas; la presa ibérica bellota nueces tradicional vasca); fresas de con regaliz, crema agridulce de Álava; strudel de Manzana relleno mango y chutney de verdura; el de crema pastelera, reineta y pasas lomo bajo de Res “Dry Aged” y el y soufflé de Chocolate con helado chuletón de Vaca Vieja a la piedra, de dulce de leche. Y en la carta de con patatitas y pimientos asados, vinos hay más de 100 referencias de origen asturiano. En la carta de vino nacional. también tiene platos de cuchara El precio medio por persona ronda tradicional, con una propuesta los 50 euros y cuenta con menús
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especiales para grupos. “Recibimos todo tipo de público, ya sea parejas, grupos, celebraciones familiares… Y entre los turistas los que más nos llegan son alemanes y franceses”, indica Iosu Sainz Munilla. El último año y medio ha sido duro para el sector, dadas las restricciones existentes en la restauración por el coronavirus. “Hemos tenido muchos cierres totales y después se abrió la terraza con restricciones en el interior. A partir del verano hemos sentido ya la recuperación”, cuenta el chef.
Kaskagorri Plaza del Machete, 6 Vitoria,España Tel. + 34 945149263 w w w.kaskagorri.com
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Agenda cultural Livro
“Portugal, Ascensão e Queda – Ideias e Políticas de uma Nação Singular” Ao longo de 400 páginas, Jaime Nogueira Pinto analisa a história de Portugal da fundação do país até ao “orgulhosamente neutros” da II Guerra Mundial, passando pelo Estado Novo e pela Revolução, procurando explicações da primeira até à mais recente pandemia. A quinta edição de “Portugal, Ascensão e Queda – Ideias e Políticas de uma Nação Singular” acaba de ser lançada com um novo posfácio, onde o professor “desenvolve a tese do declínio económico, social, político, moral e cultural do país, embora reconheça que não se pode viver ‘sem sonho e sem glória’” O autor conclui que, nos sete anos passados sobre a quarta edição desta obra, em 2013, “o endividamento, já crónico, adensou-se, com mais alguns colapsos económicos e financeiros, causados por uma mistura de corrupção, ambição e incompetência. Deste modo, bancos, indústrias, grandes marcas portuguesas passam para mãos estranhas, com portugueses como seus administradores, gestores ou, mais frequentemente, capatazes. E com este investimento estrangeiro, geralmente traduzido na mera compra de activos, por vezes a baixos preços e rapidamente amortizada pelas respectivas rendas, nem sempre têm chegado empregos. Tudo isto sem que, aparentemente, sejam levantadas questões éticas e políticas pelos intervenientes institucionais, que se limitam a discutir o pequeno detalhe e a pequena consequência e a fazer a pequena cedência para ganhar a pequena vantagem. A Europa, os subsídios da Europa, o ideário da Europa e as directivas da União são agora o horizonte real e identitário de Portugal. E a esquerda radical é agora uma das suas mais fervorosas fiéis.”
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Exposições
Nova exposição de Miró na renovada Casa de Serralves ”Joan Miró. Signos e Figuração” é a mostra que inaugura a reabilitada Casa de Serralves, no Porto. A mostra exibe obras da Coleção Miró, propriedade do Estado, cedida ao Município do Porto e depositada na Fundação de Serralves. Recorde-se que “a coleção é composta por 85 obras e engloba pinturas, esculturas, colagens, desenhos e tapeçarias do artista catalão, produzidos ao longo de seis décadas de trabalho de Joan Miró. A mostra está organizada por temas, lê-se na sinopse: “Esta exposição não segue um formato cronológico ou linear: as obras estão agregadas tematicamente, tentando dar uma visão holística do percurso do artista. As várias salas abordam diferentes aspetos da sua arte: o desenvolvimento de uma linguagem de signos; o encontro do artista com a pintura abstrata que se fazia na Europa e na América; o seu interesse pelo processo e pelo gesto expressivo; as suas complexas respostas ao drama social dos anos 1930; a inovadora abordagem da colagem; o impacto da estética do sudoeste asiático na sua prática do desenho; e, acima de tudo, a sua incessante curiosidade pela natureza dos materiais.” Robert Lubar Messeri, curador da exposição, adiantou que a beleza das obras foi o critério de seleção. Pretendeu-se assim harmonizar a mostra com o espaço que a acolhe, a renovada Casa de Serralves, que reabre, após beneficiar das obras do projeto de recuperação e adaptação, assinado pelo Arquiteto Álvaro Siza. Como sublinha o texto sobre a exposição, Joan Miró (1893—1983) foi “um dos grandes ‘criadores de formas’ do século XX” e “simultaneamente um ‘assassino’ estético que desafiou os limites tradicionais dos meios em que trabalhou”. Na sua arte, “as diferentes práticas dialogam entre si, cruzando os meios: a pintura comunica com o desenho; a escultura seduz os objetos tecidos; e as colagens, sempre conjugações de entidades díspares, funcionam como princípio maior ou matriz para a exploração das profundezas do real”. Até 22 de março, na Casa de Serralves, no Porto
“José Rodrigues, O Guardador do Sol”
Até ao fim do ano, pode conhecer a produção artística de José Rodrigues (1936-2016) através de uma exposição patente nas galerias da Casa Comum, na Reitoria da Universidade do Porto, que assinala assim os 85 anos do nascimento do escultor. Autor da popular escultura “Cubo da Ribeira”, o artista teve uma estreita ligação com a cidade do Porto, onde estudou e deu aulas na Escola Superior de Belas Artes do Porto.
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artista, faz-se através de “soluções diferentes, para problemas sensoriais e de inclusão diferentes”. Até 30 de dezembro, na Reitoria da Universidade do Porto
“Moon Foulard”, de Rodrigo Hernández, na Culturgest Porto
Com curadoria de Alexandre Lourenço e Zulmiro de Carvalho, a mostra “José Rodrigues, o Guardador do Sol” percorre 30 anos da vida e obra do artista. Em destaque, o impacto do período em que José Rodrigues regressa à sua Angola Natal, devido à guerra colonial, nas suas criações. A mostra exibe também peças inspiradas na chamada Nova Escultura Inglesa, bem como um núcleo dedicado aos “jardins”, com obras em bronze e acrílico, de influência oriental. Trata-se de uma exposição retrospetiva, que honra a vontade de José Rodrigues em tornar a arte acessível a todos, pelo que é possível tatear e ver as obras do artista, ou escutar as respetivas descrições, em áreas como o desenho, a escultura, a gravura, a ilustração e a cenografia. Como se lê no portal de notícias da Universidade do Porto, nesta exposição a aproximação à obra do
O estilista italiano Emilio Pucci é figura inspiradora do ciclo Reação em Cadeia, que traz à Culturgest do Porto a mostra “Moon Foulard” do artista mexicano, radicado em Portugal, Rodrigo Hernández: “A ambivalência e a ambiguidade são duas características transversais do trabalho de Rodrigo Hernández (Cidade do México, 1983). Entre o desenho, a pintura, o mural, a escultura e a instalação, as suas obras procuram deliberadamente a miscigenação ou a contaminação entre disciplinas. No seu universo convivem a arte e o artesanato, a alta cultura e as manifestações populares, o passado e o contemporâneo, o privado e o político, o narrativo e o elíptico, numa lógica que dispensa hierarquias e faz da lei da atração a única regra do jogo e, que neste caso, giram em torno de uma figura incontornável da moda italiana e mundial: Emilio Pucci (1914-1992).” té 5 de dezembro, na Culturgest, no Porto. Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
Coleção de Ana Cristina e António Albertino no Palácio de São Bento Desde 2017 que as comemorações da Implantação da República em Portugal (5 d eoutubro) integram a inauguração da Mostra “Arte em São Bento”, com uma seleção de obras de artistas contemporâneos portugueses pertencentes a colecionadores privados. Assim, a Residência Oficial do Primeiro-Ministro, é atualmente a residência temporária de obras da coleção de Ana Cristina e António Albertino (AA), com sede em Coimbra. “Ao longo dos últimos 20 anos temos vindo a reunir um conjunto de obras pelo puro prazer de com elas vivermos. Colecionar tem vindo a ser uma forma de conjugar a primeira pessoa do plural. O único fio condutor que norteia a coleção é a subjetividade do gosto de quem coleciona: não se trata de seguir um conceito mas de reativar, em cada escolha, a tensão, a abertura ao mundo e a perturbação do corpo. Sentir por vezes um estranho desequilíbrio”, declararam os colecionadores, quando apresentaram a coleção.
Na inauguração da exposição, que conta com a curadoria de Delfim Sardo, António Costa adiantou que para o ano, a coleção virá do Porto. “Esta não é a minha casa, esta é uma casa dos cidadãos e por isso decidimos que uma forma de assinalar o dia 05 de Outubro era anualmente podermos devolver aos cidadãos esta casa que é sua. Entendemos que a melhor forma de o fazer era, simultaneamente, pagando um tributo devido aos nossos artistas e uma homenagem também àqueles que têm um papel fundamental em todo o processo artístico que são os colecionadores.” Visitar esta mostra é também uma oportunidade para conhecer a Residência Oficial do Primeiro-ministro, já que as 41 obras desta coleção foram espalhadas pelas diferentes salas do palacete. Helena Almeida, Ana Vieira, Ângelo de Sousa, Fernando Calhau, Francisco Tropa, João Queiroz e Rui Sanches são alguns dos artistas representados. No Palácio de São Bento, em Lisboa nNoOvVeEmMbBrRoO D dE e 2021
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Statements Para pensar
“Estamos a assistir a um investimento [nova unidade petroquímica da Repsol] que é o maior dos últimos 10 anos, para a construção de duas novas fábricas, que vão produzir bens essenciais para dar suporte ao conjunto da indústria europeia, o que reforça a nossa autonomia, mas não nos fecha ao mundo” António Costa, primeiro-ministro português, na apresentação do novo contrato de investimento da Repsol Polímeros a realizar no complexo de Sines, “Executive Digest.pt”, 13/10/21
“Sines continuará a atrair novos investimentos [nomeadamente ao tornar-se o primeiro ponto europeu com ligação de um cabo de fibra ótica que liga a Europa à América do Sul, que fará desta região uma plataforma para a construção de centros de dados fundamentais para a economia]” Idem, ibidem
“A indústria e a tecnologia são duas alavancas essenciais para a competitividade e economia de um país” Antonio Brufau, presidente da Repsol, “Agencia Efe”, 13/10/21
“Neste novo paradigma de trabalho, confirma-se que as soft skills são fator de sucesso inerente à adaptação a novas formas de trabalhar. Competências como a comunicação, a empatia e a inteligência emocional, o autoconhecimento, capacidade de escuta ativa, criatividade, empatia são essenciais para que esta alteração nas formas de trabalhar seja bemsucedida” Carla Rebelo, CEO da Adecco Portugal, na apresentação no estudo “Resetting Normal: Defining the New Era of Work”, 18/10/21
“Vamos ter um abanão na economia nos próximos tempos. E esse abanão vai levar a que o mercado se nivele por cima e as empresas portuguesas vão ter que dar o salto. E só podem fazê-lo de duas formas: terem escala ou terem qualidade. Não há outra forma” Paula Franco, bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, “O Jornal Económico”, 12/10/21
“Em Portugal, temos graves problemas com a sustentabilidade das empresas” 66 ACT UALIDAD€
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Idem, ibidem