Actualidade Economia Ibérica - nº 299

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Actualidad

Economia ibérica maio 2022 ( mensal ) | N.º 299 | 2,5 € (cont.)

Eurorregião Norte de Portugal e Galiza: a cooperação

como estratégia para dinamizar a economia PÁG. 32

SunEnergy avança para o mercado espanhol

Desafios atuais e futuros das cidades devem assentar na sustentabilidade, inovação e cultura

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Índice

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DR

índice

Grande Tema

Nº 299 - maio de 2022

Actualidad

32.

Economia ibérica

Diretora (interina) Belén Rodrigo Coordenação de Textos Clementina Fonseca Redação Belén Rodrigo, Clementina Fonseca e Susana Marques

Copy Desk Julia Nieto e Sara Gonçalves Fotografia Sandra Marina Guerreiro Publicidade Rosa Pinto (rpinto@ccile.org) Assinaturas Sara Gonçalves (sara.goncalves@ccile.org) Projeto Gráfico e Direção de Arte Sandra Marina Guerreiro Paginação Sandra Marina Guerreiro Colaboraram neste número Luís Filipe Faria e Paulo Isidoro Contactos da Redação Av. Marquês de Tomar, 2 – 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 • Fax: 213 526 333 E-mail: actualidade@ccile.org Website: www.portugalespanha.org Impressão What Colour is This? Rua Roy Campbell, Lote 5 – 4ºB 1300-504 Lisboa Telefone: 219 267 950 E-mail: info@wcit.pt Website: www.wcit.pt

Eurorregião Norte e Galiza: a cooperação como estratégia para dinamizar a economia

Editorial 04.

Um TGV para acelerar a cooperação da Eurorregião Galiza - Norte de Portugal

Opinião

Distribuição VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES Sede: Media Logistics Park, Quinta do Grajal – Venda Seca 2739-511 Agualva-Cacém

06.

Sabe quanto vale a sua empresa ou negócio? - Paulo Isidoro

Nº de Depósito Legal: 33152/89

44.

O direito ao esquecimento nos contratos de seguros - Luís Filipe Faria

Nº de Registo na ERC: 117787 Estatuto Editorial: Disponível em www.portugalespanha.org As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios do editor ou do diretor. Periodicidade: Mensal Tiragem: 6.000 exemplares _________________________________________ Propriedade e Editor CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ESPANHOLA - “Instituição de Utilidade Pública” NIPC: 501092382 Av. Marquês de Tomar, 2 – 7º 1050-155 Lisboa Comissão Executiva Miguel Seco, Luís Castro e Almeida, Ruth Breitenfeld, Enrique Hidalgo, Berta Dias da Cunha, Carla Rebelo, Pablo Forero e Maria Celeste Hagatong

Gestão e Estratégia 16.

La innovación es la herramienta que utiliza la empresa familiar para diferenciarse y competir

18.

Mayoral retoma el crecimiento y prepara una nueva plataforma web en su apuesta por el comercio online

E mais... 08. Apontamentos de Economia 14. Gestão e Estratégia 20. Marketing 24. Fazer Bem 28. Setor Imobiliário 42. Advocacia e Fiscalidade 46. Ciência e Tecnologia 48. Eventos 54. Intercâmbio Comercial 57. Oportunidades de Negócio 58. Calendário Fiscal 59. Bolsa de Trabalho 60. Espaço de Lazer 66. Statements

Câmara de Comércio e Indústria

Luso Espanhola MAIO DE 2022

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editorial editorial

A

alta velocidade chegou à Galiza antes do Natal de 2021 (19 de dezembro), ligando Madrid a Ourense, numa viagem de duas horas e quinze minutos, metade do tempo que se demorava antes. Um marco assinalável para a Galiza, quase 30 anos depois de Espanha estrear o seu AVE, com a ligação de Sevilha a Madrid, a 17 de abril de 1992. O relevo mais íngreme da Galiza terá dificultado a obra, que custou dez mil milhões de euros e demorou 16 anos a concretizar-se, incluindo a construção de cerca de 30 viadutos e outros tantos túneis. Em Portugal, a alta velocidade deverá avançar até 2030, a contar com as mais recentes previsões do Governo português. A prioridade passa a ser a ligação Lisboa-Porto-Vigo e não Lisboa-Madrid, como chegou a estar previsto. Esta estratégia assume particular importância para a Eurorregião Galiza - Norte de Portugal, que desde sempre colocou a mobilidade no topo da sua lista de prioridades, tendo elevado para cinco o número de pontes que ligam as duas margens do rio Minho, no percurso em que funciona como fronteira natural entre as duas regiões. A funcionar oficialmente desde 2010, o Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Galiza-Norte de Portugal (GNP-AECT) é o organismo que dinamiza e coordena os projetos de interconexão destas duas zonas da Península Ibérica. Mais de metade da movimentação transfronteiriça de pessoas e mercadorias entre Portugal e Espanha faz-se entre estas regiões, sobretudo entre 4 ACT UALIDAD€

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as cidades de Valença e Tui. Isto acontece quer por lazer, quer por trabalho, já que são muitos os chamados trabalhadores transfronteiriços (trabalham num lado da fronteira e vivem do outro). A ligação entre empresas neste pedaço da Península Ibérica é notória, sobretudo em áreas como a automóvel (empresas de componentes fornecem fábricas de automóveis na Galiza) ou a têxtil (recordemo-nos que o Porto foi o primeiro destino de internacionalização da galega Zara, marca do grupo Inditex, cuja sede continua a ser na Corunha). O ADN industrial é um dos pontos em comum entre as duas regiões e seguramente o seu motor de crescimento, como assinala Nuno Almeida, diretor do GNP-AECT, em entrevista para o artigo que faz capa nesta edição. Neste artigo procuramos perceber de que forma esta estratégia de crescimento baseada na cooperação tem dado frutos… Há muito que cidadãos e políticos perceberam que a cooperação pode ser um dos principais ativos destas duas regiões, que juntas foram a primeira Eurorregião criada na Península Ibérica e a terceira na Europa. Fruto desse entendimento, os Governos de Portugal e de Espanha, decidiram criar o Laboratório Ibérico de Nanotecnologia, em Braga, que atualmente emprega 420 cientistas,

Foto Shutterstock

Um TGV para acelerar a cooperação da Eurorregião Galiza Norte de Portugal

oriundos 40 países. O INL foi possível precisamente porque se alicerçou desde sempre na cooperação, tendo sido apoiado por fundos do Interreg (um dos principais instrumentos da Coesão Económica, Social e Territorial Regional da União Europeia). A Eurorregião Norte de Portugal – Galiza é a marca que os dois lados da fronteira querem projetar. O futuro passa por projetos conjuntos no domínio automóvel (como já se verifica), mas também aeroespacial, aproveitando a investigação feita em centros das duas regiões e o potencial técnico das indústrias locais. O futuro passa também inevitavelmente pelo aproveitamento dos recursos marinhos, não só nos âmbitos gastronómicos e turísticos, mas também biomédico, energético, etc. Sendo uma experiência pioneira na cooperação territorial, esta forte cooperação da Eurorregião excede as suas próprias fronteiras e assume particular relevo nas relações económicas e sociais entre os dois países da Península Ibérica.  Email smarques@ccile.org


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opinião opinión

Por Paulo Isidoro*

Sabe

quanto vale a sua empresa ou negócio?

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processo de avaliação de empresas é amplamente utilizado e tem como objetivo alcançar o justo valor da empresa. O valor de uma empresa ou negócio depende de muitos fatores, nomeadamente do cenário de continuidade e pressupostos macro e microeconómicos. E depende também da perspetiva dos interlocutores, sejam eles sócios e/ ou acionistas, administradores, ou gerentes, ou credores. Qua lquer decisão tomada para melhorar a produtividade ou a competitividade do negócio deve considerar o valor da empresa, por isso, é importante garantir que assegura de forma atempada que está na posse de

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informação atualizada. das no processo de avaliação de Nunca se sabe quando poderá uma empresa. surgir uma oportunidade de crescimento, quer através da entrada 1. Ótica do mercado: É a mais utide investidores no capital da lizada no âmbito das fusões e empresa, que através de um proaquisições, espelhando a forma cesso de fusões e aquisições! como a empresa é vista pelo mercado. Recorre a bases de dados Avaliação de empresas: três de transações nacionais e internacionais comparáveis nos diversos óticas distintas Existem três óticas distintas setores de atividade, permitindo que, habitualmente, são utilizaobter múltiplos médios de merExemplo de Ótica de Mercado


opinión

Exemplo de Ótica de Rendimento

opinião

cado posteriormente aplicados aos indicadores de rentabilidade da sociedade (normalmente, EBITDA, EBIT ou vendas) permitindo obter o enterprise value (valor da empresa). Deduzindo-se a dívida financeira e somando caixa e investimentos financeiros, é calculado o equity value (valor para os acionistas). 2. Ótica do rendimento: Implica a

Exemplo de Ótica de Cash Flow

criação de demonstrações financeiras previsionais com base em pressupostos macro e microeconómicos sendo que o valor da empresa (entreprise value) corresponde ao somatório dos rendimentos futuros esperados, atualizados a uma taxa que traduza o custo médio ponderado do capital (WACC).

3. Ótica patrimonial: Mais utili-

zada no âmbito da liquidação de empresas. Procura determinar o cálculo do património líquido ajustado, com ativos e passivos ajustados ao valor de mercado e após correções contabilísticas necessárias. Há que ter especial atenção ao valor dos imóveis e equipamentos (podendo ser necessário uma avaliação independente), bem como verificar outras rubricas relevantes como clientes e inventários.

Saber o valor de uma empresa é uma necessidade para quem precisa de comprar, vender ou realizar uma fusão ou cisão. E também para quem precisa dessa informação estratégica. Esta avaliação deve ser feita periodicamente para atualizar valores, acompanhando as tendências do mercado e as mudanças efetivadas na empresa.  *Consultor da Yunit Consulting E-mail paulo.isidoro@yunit.pt

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apontamentos de economia apuntes de economÍa

Endesa ganha 42 MVA no primeiro leilão solar flutuante na PI, localizado na Albufeira do Rabagão

A Endesa, através da sua subsidiária Endesa Generación Portugal, ganhou o primeiro leilão solar flutuante em albufeiras na Península Ibérica com uma ligação de 42 MVA com direito a instalar um projecto de energia solar fotovoltaica flutuante na albufeira do Alto do Rabagão. Esta adjudicação à Endesa envolverá um investimento de 115 milhões de

euros para desenvolver o seu primeiro projecto com estas características. “A Endesa continua o seu compromisso com Portugal, na sequência do projecto vencedor do concurso de transição justa no Pego e vamos investir neste projecto inovador de produção renovável, como o solar flutuante”, disse o diretor-geral de Produção da Endesa, Rafael González.

Este é o segundo contrato ganho pela Endesa em Portugal, num curto espaço de tempo, depois ter vencido o recente concurso do Pego, no qual a empresa já está a trabalhar, adianta a companhia energética. O projeto é um híbrido de tecnologias renováveis, armazenamento e hidrogénio verde, todos com uma elevada componente social, e irá requerer um investimento de 600 milhões de euros. A Endesa é a empresa elétrica líder em Espanha e a segunda em Portugal. É também o segundo operador de gás no mercado espanhol. Desenvolve um negócio integrado de geração, distribuição e comercialização, e oferece ainda, através da Endesa X, serviços de valor acrescentado que visam a eletrificação dos usos energéticos em residências, empresas, indústrias e administrações públicas.

Galp investe 700 milhões de euros em nova unidade de processamento de lítio A Galp, em parceria com a Northvolt, de espoduescolheu Setúbal para a localização mena por via da sua nova unidade de processa- marítima, a mento de lítio, no contexto da cadeia que acrescem de abastecimento de produção de mais de 110 baterias para veículos, telemóveis e mil tonelaoutros equipamentos, um importante das de outros investimento de 700 milhões euros componentes, que irá criar 200 novos empregos estimando diretos altamente qualificados e 1300 exportar 25 postos de trabalho indiretos. mil toneladas A localização selecionada beneficia de lítio proda integração com o Porto de Setúbal cessado para que dispõe de todas as condições os fabricantes internacionais de cátopara a movimentação de cargas dos de baterias e mais 260 mil tonelaassociadas a esta unidade produtiva, das de subprodutos. nomeadamente com a utilização dos Este projeto beneficiará ainda das priterminais de serviço público existen- vilegiadas condições oferecidas pela tes no porto. região, nomeadamente de mão-deA unidade receberá cerca de 200 mil -obra qualificada, da proximidade ao toneladas por ano de concentrado Aeroporto de Lisboa e da proximidade

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de outras unidades industriais que beneficiarão do contexto da economia circular. A Galp prevê a candidatura do projeto para financiamento no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com uma taxa de financiamento de 15%.


Sonae Arauco subscreve primeiro financiamento ligado ao desempenho de sustentabilidade A Sonae Arauco, uma das maiores empresas mundiais de soluções de madeira, subscreveu o primeiro financiamento ligado ao seu desempenho de sustentabilidade (SustainabilityLinked Loan), no valor de 184 milhões de euros. A taxa de juro pode variar em função de dois indicadores ESG (environmental, social and governance): o incremento da compra de madeira reciclada e a diminuição de acidentes de trabalho com baixa médica. Segundo António Castro, chief financial officer da Sonae Arauco, “este financiamento está alinhado com a estratégia da Sonae Arauco e demonstra que estamos comprometidos com uma evolução sustentada da atividade, em que a saúde e a segurança dos nossos colaboradores são a nossa maior prioridade.” “Ligar o desempenho de sustentabilidade da Sonae Arauco à sua performance financeira é um passo natural no caminho que temos vindo a fazer para concretizar a nossa visão de criarmos soluções de madeira que

melhorem a vida das pessoas e que desempenhem um papel relevante no desafio das alterações climáticas”, acrescenta o responsável. Com este financiamento, a Sonae Arauco compromete-se, até 2026, a aumentar em 19% o volume de madeira reciclada incorporada nos seus produtos e estabelece ainda como meta uma redução significativa dos acidentes de trabalho com baixa médica. Os indicadores de desempenho definidos foram validados pela S&P e estão alinhados com os Princípios de Empréstimos Ligados à Sustentabilidade emitidos pela Loan Market Association. A operação foi liderada pelo CaixaBank e contou ainda com a participação do Abanca, Caixa Geral de Depósitos, Export Development Canada e The Bank of Nova Scotia. No último ano, com os produtos que colocou no mercado, a Sonae Arauco foi responsável pela retenção de cerca de 3,5 milhões de toneladas de CO2.

Nos e BPI lançam operação de financiamento sustentável O BPI assessorou a Nos na estruturação de uma operação de financiamento sustentável de cem milhões de euros, repartidos entre um empréstimo obrigacionista (75 milhões) e um programa de papel comercial (25 milhões), ambos indexados a objetivos de sustentabilidade, com maturidade em 2027. Com esta operação, a Nos consolida a ligação entre o seu custo de financiamento e o seu desempenho ao nível da sustentabilidade, reforçando e demonstrando a sua relevância estratégica e o compromisso, a todos os níveis da organização, em atingir metas best in class em indicadores

ESG (environmental, social and corporate governance). O financiamento foi realizado ao abrigo do recém-desenvolvido SustainabilityLinked Financing Framework da Nos, e encontra-se indexado ao objetivo de redução das emissões de gases com efeito de estufa da operação própria (emissões de âmbito 1 e 2) em pelo menos 80% até 2025, em relação a 2019. Por seu lado, o BPI, enquanto assessor desta operação, reforça o seu papel de financiador de referência das empresas portuguesas, através da adoção de soluções inovadoras e assentes em princípios de sustentabilidade.

Breves Portos de Sines e de Huelva estreitam relações O Porto de Sines recebeu uma delegação do Porto de Huelva, liderada pela sua presidente, Pilar Miranda (na foto), acompanhada por técnicos e representantes de diferentes empresas da comunidade portuária, da Associação para a Promoção Comercial do Porto de Huelva (HuelvaPort), da Câmara de Comércio de Huelva, da Associação das Indústrias Químicas, Básicas e Energéticas (AIQI) e das Indústrias de Base e Energia (AIQBE). A comitiva foi recebida pelo Presidente da Administração dos Portos de Sines e Algarve (APS), José Luís Cacho, e pelo CEO da AICEP Global Parques, Filipe Costa, que apresentaram os principais projetos em desenvolvimento no porto e na ZILS (Zona Industrial e Logística de Sines). Pilar Miranda declarou que esta visita teve como principal objetivo o esclarecimento “sobre os projetos que estão a ser realizados por este importante porto”, bem como “para devolver a visita” institucional realizada pelo presidente do Porto de Sines ao Porto de Huelva, em junho de 2021. Ao longo da reunião, a comitiva espanhola teve oportunidade de realçar a importância da criação de sinergias entre Sines e Huelva, “uma vez que o futuro do transporte intermodal e da logística internacional requer canais de trabalho conjuntos que o favoreçam”, segundo Daniel Toscano, presidente da Câmara de Comércio de Huelva. Também o presidente da HuelvaPort, Antonio Ponce, realçou a importância de ações conjuntas entre Portos e empresas da comunidade portuária, que terão impacto na criação de novos projetos em benefício de toda a comunidade portuária. No âmbito de anteriores parcerias, de destacar o programa Focomar, iniciativa financiada pelos fundos comunitários INTERREG V-A Espanha-Portugal, que tem sido essencial para promover o Porto de Sines como porta de entrada e saída de mercadorias por mar, bem como o potenciar da competitividade do tecido empresarial transfronteiriço. Inovação no turismo é laboratório da economia do futuro O “What’s Next – Innovating Tourism”, evento promovido pelo NEST – Centro de Inovação do Turismo, colocou a inovação na agenda da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) 2022, com uma programação que antecipou como será o futuro deste setor estratégico para a economia portuguesa. Na BTL, o “What’s Next – Innovating Tourism” contou com um palco próprio e uma área para startups apresentarem as suas soluções. Os fins de tarde foram dedicados a sessões temáticas fora da BTL, para as quais foram convidados oradores fora do setor com o objetivo de alargar o debate sobre o futuro do turismo à sociedade nas suas várias áreas. Tiago Pitta e Cunha, CEO da Fundação Oceano Azul e Prémio

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Breves Pessoa 2021, e João Wengrovius Meneses, secretário-geral do Business Council for Sustainable Development, foram os convidados da primeira sessão, a 14 de janeiro, em que se discutiu porque é que o futuro do turismo é ser sustentável. Tiago Pitta e Cunha considerou que o século XXI terá como marca a revolução ambiental e será o século da sustentabilidade, mas alertou para o risco da delapidação do capital natural, lembrando que biodiversidade marinha e terrestre de Portugal e a gestão dos ecossistemas e conservação da natureza são uma mais valia turística pela sua preservação. Para João Wengorovius Meneses, qualquer oferta turística deve apresentar Portugal como destino sustentável e deu como exemplo a Costa Rica, pioneira em transformar o turismo sustentável num negócio de sucesso. Para a sessão seguinte, a 17 de março, o NEST contou com Maria de Belém Roseira e Germano de Sousa a debater o impacto da saúde no turismo. A ex-ministra da Saúde sublinhou que uma saúde de qualidade é fundamental para a marca Portugal, que se pode diferenciar por ser um destino seguro, saudável e pela qualificação e apetência para o turismo de natureza. Germano de Sousa defendeu uma opção de política nacional para promoção do turismo com saúde, divulgando Portugal como um país “saudável” e que pode oferecer aos visitantes a segurança de uma boa rede de cuidados de saúde. Já são conhecidos os finalistas da 4.ª Edição dos Heróis PME A Yunit Consulting, consultora nacional especializada em pequenas e médias empresas, anuncia os finalistas da 4.ª edição dos Prémios Heróis PME nas categorias Heróis PME, Sustentabilidade e Transformação Digital. Esta edição, a mais concorrida de sempre, teve como objetivo de premiar a visão, a coragem e a capacidade de inovação das PME portuguesas que ultrapassam as adversidades e inspiram outros empresários a dar o salto. O grande vencedor será conhecido numa gala a realizar a 25 de maio. “Nesta edição, superámos o recorde de candidaturas recebidas e ficámos a conhecer PME com ótimas histórias de superação e capacidade de inovação nas três categorias. Para apurar os finalistas tivemos por base o nível de heroísmo, o impacto social e a capacidade inspiracional, condições fundamentais para prosperar nos vários setores e ultrapassar estas dificuldades acrescidas pela pandemia”, afirma Bernardo Maciel, CEO da Yunit Consulting. Numa edição em que Porto, Lisboa e Braga foram os distritos com mais candidatos, chegou-se à reta final com sete distritos representados, com destaque para Lisboa, com cinco nomeações. A nível de setores de atividade, os serviços destacam-se, com sete nomeações, seguidos da indústria, comércio e restauração, tecnologias de informação e outros.

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Santander eleito pela “Euromoney” como o “Melhor Banco de Trade Finance” em Portugal

O Santander foi premiado pela revista conhecimento profundo do setor e de uma Euromoney como o “Melhor Banco de grande capacidade em executá-las. Trade Finance” em Portugal, vencendo O Santander esteve presente e mais prónas categorias de “Líder de Mercado” e ximo das empresas no ano de 2021, que de “Melhor Serviço”. foi marcado por elevada incerteza, proEste prémio, que vai na terceira edição, vocada pela pandemia em Portugal e no baseia-se na opinião dos próprios clien- mundo, aumento do preço e escassez de tes das instituições, que avaliaram a sua matérias-primas no mercado internacional performance e o contributo dado ao setor. e elevada instabilidade política em vários Na vertente de “Líder de Mercado”, a países do mundo. “Euromoney” volta a reconhecer “o cres- “Durante este período, o Santander reforcimento sólido do Santander na ativida- çou o apoio às empresas através do de de trade finance nos últimos anos em financiamento à atividade de trade finance, Portugal, com um crescimento sustentado apoio da equipa de especialistas e estruda sua quota de mercado”, afirma o Banco turação na montagem das operações de Santander. negócio internacional e na disponibilização Enquanto “Melhor Serviço”, destaca o tra- de plataformas digitais, como o Trade Club balho prestado pelas equipas deste banco Alliance, o GPI Tracker e a app, que permina concretização das operações financei- tiram facilitar o negócio internacional das ras de apoio à exportação, através de um empresas”, adianta o banco.

Prosegur Research é o novo observatório sobre segurança global A Prosegur decidiu criar um espaço de análise e reflexão sobre o presente e o futuro da segurança global: a Prosegur Research. Com a criação deste espaço de referência, a Prosegur quer antecipar os desafios e oportunidades que determinarão a evolução da sociedade nos próximos anos. A Prosegur Research pretende tornar-se num ponto de encontro de todos os profissionais de segurança e contribuir para a divulgação da cultura de segurança. O projeto contará com a colaboração de um vasto painel de investigadores e analistas, tanto externos como internos, ligados a instituições académicas e científicas de referência. Nas palavras de Fernando Abós, CEO da Prosegur Security e impulsionador da iniciativa, “A Prosegur Research surge num contexto de tensão e incerteza, especialmente complexo e difuso em matéria de segurança. É tempo de criar um fórum de reflexão e debate sobre o presente e

o futuro da segurança. Queremos partilhar com a sociedade o conhecimento acumulado nos nossos mais de 45 anos de atividade e juntar a esta iniciativa todos aqueles que querem ajudar-nos a antecipar os desafios do futuro. Sempre ajudados pela inteligência e pelas oportunidades que a inovação e o progresso tecnológico nos trazem”. A Prosegur Research irá preparar relatórios periódicos que abordarão questões relacionadas com vários domínios da segurança tais como a inovação, tecnologia, ambiente ou criminalidade. Da mesma forma, revelará o impacto destas questões nas empresas e nos diferentes setores de atividade económica. Para o lançamento da Prosegur Research foram publicados dois estudos: “Um mundo diferente: elementos-chave para o futuro” e “O mundo em 2022”, nas quais se aprofundam as principais tendências e elementos-chave para o futuro no campo da segurança global.


Gestores

em Foco

A lista intitulada “Valorizar os Socios, Prestixiar o Centro” foi eleita para liderar os órgãos sociais do Centro Galego de Lisboa para o triénio 2022-2024, recentemente eleitos. Liderada por Jesús Bescos, a nova Direção do Centro Galego de Lisboa conta ainda com Francisco Vasconcellos Guisado e Miguel Conde, como vice-presidentes, e com Álvaro Moreira, como secretário-geral. Miguel Seco será o presidente da Assembleia Geral e Antonio Paramés do Conselho Fiscal. A nova Direção pretende abrir-se mais à comunidade portuguesa, a vários níveis, começando por “promover” mais iniciativas de “participação na agenda cultural de Lisboa e de Portugal. Não queremos apenas que nos visitem, como também

Foto Sandra Marina Guerreiro

Centro Galego de Lisboa quer abrir-se mais à comunidade portuguesa

visitar e contactar com a sociedade portuguesa”, afirma a nova Direção do Centro Galego de Lisboa. O Centro irá continuar também a desenvolver as relações institucionais que vem mantendo com diversas entidades públicas e privadas e as relações empresariais que tenham a ver com a dinamização das suas atividades ou dos seus espaços.

Empresas e startups terão apoios de 150 milhões de euros para testarem produtos inovadores O IAPMEI anunciou no passado dia 7 de abril o lançamento do concurso para a Rede Nacional de Test Beds, que conta com 150 milhões de euros de apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para as empresas poderem testar novos produtos e serviços, em espaço físico ou via simulação virtual. De acordo com a Agência para a Competitividade e Inovação, esta iniciativa tem como intuito “criar uma rede de infraestruturas colaborativas que impulsione e multiplique o número de pilotos de produtos comercialmente viáveis, ao mesmo tempo que partilha conhecimento através de casos de estudo”. O IAPMEI explica que o apoio será atribuído a empresas de qualquer dimensão ou forma jurídica, setor privado ou público, sendo que o

financiamento pode variar entre 50% e 90%, dependendo do tipo de despesa, da localização e do valor de apoio transferido para as PME e startups aderentes. Este apoio está disponível para as empresas responsáveis pela criação e operação dos testes aos produtos inovadores, independentemente da sua dimensão, forma jurídica, ou mesmo se integram o setor público ou privado. De ressalvar que os testes aos produtos inovadores poderão ser realizados quer no espaço físico, quer através de simulação virtual. As candidaturas devem ser apresentadas entre os dias 20 de abril e 17 de junho de 2022 através de um formulário eletrónico, disponível em Iapmei.pt, e cada candidatura poderá receber até cerca de 7,5 milhões de euros.

Carla Rebelo (na foto), CEO da Adecco Portugal, foi nomeada diretora mundial da área de negócio de Recrutamento da Adecco, passando a ser responsável por esta área em 48 países. É a primeira portuguesa nomeada para uma função de responsabilidade global no grupo Adecco. A promoção de Carla Rebelo como diretora mundial do negócio de Recrutamento da Adecco, surge depois de seis anos à frente da Adecco Portugal, onde sob a sua direção foram alcançados resultados recordes “e que transformaram a empresa em Portugal”, adianta a Adecco. A executiva assume a responsabilidade pela área de negócio em 48 países, a partir de Lisboa, com a missão de fazer crescer o negócio em todos os continentes, aplicando as melhores práticas internas e externas a uma área que nunca foi tão estratégica para as empresas: o recrutamento e seleção. Rui Miguel Nabeiro (na foto) é o novo presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa. Da nova direção, eleita para o triénio 2022/2025, fazem parte, enquanto vice-presidentes, Paulo Portas e Nuno Pinto Magalhães, em representação da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas. Lidia Tarré, Mariana França Gouveia, Pierre Debourdeau, Nuno Fernandes Thomaz, Miguel Pina Martins, entre outros, fazem igualmente parte da Direção, como vogais. Já a mesa da Assembleia é composta por Bruno Bobone, Nuno Jonet e António Belmar da Costa. O departamento de Property Management (PM) da Savills Portugal acaba de integrar três novos elementos: Vera Almeida, na equipa do Porto, e Nuno Sá Leão e Luís Moura, na equipa de Lisboa. Como reforço técnico do departamento de PM, Vera Almeida desempenhou, durante vários anos, a função de diretora de Obra na empresa Soares da Costa. Em Lisboa, a equipa de PM contará com Nuno Sá Leão, com oito anos de experiência em gestão de edifícios residenciais, que ficará responsável por este segmento. Luís Moura irá também reforçar a equipa da capital. Licenciado em Contabilidade e Gestão, tem larga experiência, por exemplo, em trabalhos de auditoria, análise de desvios e apoio na gestão de aprovisionamentos.

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Breves Endesa cerrará sus centrales de carbón en 2027, tres años antes de lo previsto Endesa tiene previsto el cierre de todas las plantas de carbón tres años antes de lo esperado, en 2027, en su apuesta por la descarbonización total en el año 2040, según ha informado en un comunicado. Actualmente, las centrales de Andorra (Teruel), Compostilla (León), y Carboneras (Almería) están en proceso de desmantelamiento, mientras que la compañía también ha solicitado el cierre de la central de As Pontes (A Coruña), cuya resolución se espera obtener este año, y está tramitando el cierre de la central de Es Murterar (Alcudia) en Baleares. Todas estas infraestructuras cuentan con planes Futur-e adaptados en función de las características de cada entorno. El desmantelamiento de la central de Andorra (Teruel), así como las del resto de Endesa es una operación de “gran complejidad técnica” que movilizará alrededor de 200 personas de mano de obra directa en cada planta, que se ocuparán de los trabajos durante 48 meses. Grupo Simoldes invierte 45 millones de euros en una nueva fabrica en España Grupo Simoldes cuenta con el apoyo de la Junta de Castilla y León para la implantación de un proyecto industrial en la localidad de Ólvega (Soria). Carlos Martín Tobalina, viceconsejero de Economía y Competitividad, ha recordado el largo camino recorrido hasta llegar a este compromiso empresarial tan importante para Ólvega. “Después de ocho años de largo trabajo, de muchas gestiones y de mucho esfuerzo por todas las partes, entre el inversor, el Ayuntamiento de Ólvega y la Junta de Castilla y León, podemos confirmar con satisfacción que la empresa Simoldes ha decidido implantar su unidad productiva, una nueva fábrica, en los terrenos industriales de Ólvega, que generará entre 150 y 200 puestos de trabajo y que va a permitir una inversión de más de 20 millones de euros en una primera fase”. La inversión total, que se realizará en dos fases, asciende a los 45 millones de euros. Siemens Gamesa vende una cartera eólica a la británica SSE por 580 millones Siemens Gamesa Renewable Energy (SGRE), a través de su filial Siemens Gamesa Renewable Energy Wind Farms (SGREWF), ha firmado con la británica SSE Renewables International Holdings Limited (SSER) un acuerdo de compraventa de acciones para la venta de una amplia cartera de proyectos en desarrollo de energía eólica en España, Francia, Italia y Grecia por 580 millones de euros, han informado ambas compañías.

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Cepsa prevé inversiones de 8.000 millones de euros hasta 2030 centradas en la sostenibilidad

Cepsa ha presentado su nuevo plan estratégico a 2030, denominado “Positive Motion”, con el que pretende convertirse “en líder de la movilidad y la energía sostenibles en España y Portugal, y ser un referente de la transición energética”, enfocada en las necesidades de los clientes, indica la compañía en una nota de prensa. Para ello, prevé invertir en esta década entre 7.000

y 8.000 millones de euros, de los cuales, un 60% se destinará a negocios sostenibles a partir de 2023, señala. Para reforzar este compromiso, ha vinculado la retribución de sus directivos a los objetivos de sostenibilidad, por lo que entre un 15% y un 20% de su salario variable dependerá del cumplimiento de los mismos. Con ello, los negocios sostenibles supondrán un 60% del EBITDA en 2030, que este año representan el 14%. La compañía ha establecido una ambiciosa hoja de ruta para recortar sus emisiones un 55% respecto a 2019, y aspira a alcanzar cero emisiones netas en 2050.

Talgo renueva para Renfe los trenes que irán a Extremadura por la línea de alta velocidad

La futura línea de alta velocidad a Extremadura, además de otros puntos de la red de Adif, va a contar con trenes Alvia S-730 a los que se está dando un importante lavado de cara en los talleres que Talgo tiene en la localidad madrileña de Las Rozas. Se trata de renovar los interiores y ofrecer mayor comodidad para el viajero en 14 de estos trenes, para lo que Renfe invierte 11 millones de euros. Los híbridos Alvia S-730 se adaptan a trazados de alta velocidad y a tramos aún sin electrificar al contar con

tracción tanto diésel como eléctrica. También están equipados con sistema de rodadura desplazable, lo que permite la circulación por vías de ancho internacional (alta velocidad) y por vías de ancho convencional. Su velocidad máxima es de 250 kilómetros por hora, frente a los más de 300 kilómetros por hora que desarrollan los modelos AVE.


Breves Repsol y Ravago construirán una planta de compuestos de polipropileno para automoción en Marruecos

Repsol y Ravago construirán una planta de compuestos de polipropileno para automoción en Marruecos Repsol y Ravago, fabricante de compuestos, reciclador y distribuidor de polímeros global, han suscrito un acuerdo para construir conjuntamente la mayor planta de compuestos de polipropileno (PP) de Marruecos, unos materiales de alto valor añadido diseñados especialmente para el sector de la automoción. La planta estará ubicada en la zona franca de Tánger y contará

con una capacidad de producción de 18.500 toneladas anuales para satisfacer la demanda de los clientes locales. Su puesta en marcha se estima a mediados de 2023 y Ravago será el operador de la planta. La nueva planta estará dotada con tecnología de vanguardia y se alimentará con resinas base que Repsol produce en la Península Ibérica. Una vez en Marruecos, se formularán los compuestos de PP destinados a aplicaciones de interior, como paneles de puertas o de instrumentos, consolas o pilares, aplicaciones de exterior, como paragolpes o sistemas de iluminación, y piezas bajo capó, como las de los sistemas de calefacción y los paneles del motor entre otras.

Ferrovial se adjudica un nuevo tramo del metro de París por 438 millones La división de Construcción de Ferrovial, en consorcio con la francesa Spie batignolles valérian, ha resultado adjudicataria para construir un nuevo tramo de la línea 18 del Metro de París, que une el aeropuer to de Orly con Versailles Chantiers. El proyecto está valorado en un total de 438 millones de euros y está previsto que tenga una duración de ocho años y medio (104 meses). Los trabajos incluyen la excavación de un túnel de 6,7 kilóme-

tros entre las estaciones de Saint Quentin Est y Versailles Chantiers, así como la construcción de tres estaciones y ocho estr uctur as auxiliares. Esta obra se enmarca dentro del plan de infraestructuras conocido como Gran Paris Express, el de mayor volumen en marcha en Europa en la actualidad, ya que comprende la ampliación de la red ferroviaria de la capital francesa en 200 kilómetros y 68 nuevas estaciones.

La cartera comprende, aproximadamente, 3,9 gigavatios (GW) de capacidad eólica terrestre. Cerca de la mitad de esta cartera está en España y el resto en Francia, Italia y Grecia, con el potencial adicional de aprovechar oportunidades de desarrollo solar de hasta un 1 GW en los mismos emplazamientos. Además, un equipo de unas 40 personas de Siemens Gamesa se integrará en SSER como parte del acuerdo. Con la compra, el grupo británico entra en el Sur de Europa, región que suma a su sólido negocio renovable en Reino Unido e Irlanda, donde tiene una cartera operativa de 4 GW de activos renovables. San José construirá la planta solar de Madrid- Barajas por 99 millones de euros La constructora Grupo San José ha logrado adjudicarse un contrato de Aena para poner en marcha la construcción de una planta solar fotovoltaica en el Aeropuerto Adolfo Suárez Madrid-Barajas por un importe de 99,1 millones de euros. Según informa Europa Press, la adjudicación formal tuvo lugar el pasado martes por parte del órgano de contratación, que es el propio consejo de administración del gestor aeroportuario. Sin embargo, ha sido este martes cuando se han hecho públicas las actas del proceso que comenzó en noviembre del pasado ejercicio. La constructora cotizada en el mercado continuo se ha impuesto así a las dos otras compañías que finalmente se postularon para este contrato: Cobra, compañía que ACS vendió recientemente a Vinci y grupo Ortiz, ambas con un presupuesto ligeramente superior a los 100 millones de euros. Al principio del proceso, hasta 10 empresas mostraron su interés por este contrato, pero finalmente solo esas tres presentaron una propuesta económica. Amper, FCC, EDP, Elector, Sacyr o Comsa eran algunas de ellas. Carmencita abre una filial en Estados Unidos La marca de especias y condimentos ‘Carmencita’ ha abierto en Estados Unidos una filial para impulsar la exportación al exigente mercado norteamericano, donde triunfa su preparado de paella con todo lo necesario para elaborar este plato estrella de la gastronomía española. La apertura de una filial en Miami (Florida) facilita a la matriz de Carmencita, la empresa Jesús Navarro SA, comercializar por sí misma los productos y atender con más agilidad los pedidos de todo el país, poniendo fin a más de cuatro décadas exportando al país a través de compañías intermediarias. La previsión es que su entrada en Estados Unidos permita a la empresa de Novelda (Alicante) duplicar el volumen de ventas en ese mercado en un plazo de tres años, según ha relatado a EFE el director de Exportación de la compañía, Juan José Morón.

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SunEnergy avança para o mercado espanhol

A empresa portuguesa de projeto e instalação de equipamentos para energia solar fotovoltaica SunEnergy está prestes a entrar no mercado espanhol, planeando chegar junto de grandes clientes empresariais e institucionais. A porta de entrada, para já, deverá ser o mercado galego, mas o objetivo é concorrer aos vários concursos públicos que sejam lançados naquele país.

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Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR

empresa portuguesa SunEnergy, que se dedica à importação e instalação de equipamentos para produção de energia solar fotovoltaica e térmica, tem vindo a crescer a bom ritmo, nos últimos dois anos, e planeia, nos próximos meses, estar a operar também no mercado espanhol. Segundo Raúl Santos, CEO da SunEnergy, o objetivo é chegar a clientes do segmento das PME e corporate e do setor público, ainda este ano, afastando, para já, a possibilicade de entrar no segmento residencial. A Galiza pode ser a porta de entrada, para começar a instalar em Espanha os primeiros painéis solares, mas no futuro a intenção é participar também nos concursos públicos que venham a ser lançados no país. Para já, a empresa está na fase de pedidos de licenciamento da atividade de produção de energia solar (através 14 act ACT ualidad€ UALIDAD€

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de sistemas fotovoltaicos) para auto- correspondendo a oito MW de potênconsumo a desenvolver naquele mer- cia instalada. Os projetos instalados cado, junto das entidades reguladoras. ao longo do ano vão permitir, aos seus Os contratos a estabelecer em clientes, uma poupança anual acumuEspanha serão, tal como em Portugal, lada de 1,6 milhões de euros, além de “projetos chave na mão”, ou seja, uma redução de seis mil toneladas de incluindo desde a venda dos equi- emissões de CO2 por ano. A energia pamentos até à sua instalação, licen- produzida por estes projetos, num ciamento e ligação à rede elétrica, total de 12 MWh, seria capaz de aliadianta Raúl Santos. mentar mais de três mil casas, conclui a SunEnergy. Crescimento de 60% em 2021 “Para este acentuado crescimento, A atividade da SunEnergy cresceu contribuiu a forte procura do segmen60% em 2021, atingindo “um volume to empresarial, mas também do setor de negócios recorde para a empresa”, público e dos particulares”, segundo o de cerca de oito milhões de euros, CEO da SunEnergy, criada em 2009. adianta Raúl Santos. “Este aumento da procura teve várias A especialista em soluções de produ- motivações. Desde logo, as poupanças ção de energia elétrica a partir do sol, associadas ao investimento em painéis sedeada em Coimbra, instalou nos solares, potenciadas ainda mais pelo seus clientes, em 2021, 22 mil painéis aumento significativo dos preços da solares fotovoltaicos para a produção eletricidade e de outras fontes enerde energia elétrica a partir da fonte géticas”. “Adicionalmente, sentimos solar em modelo de autoconsumo, também uma consciencialização cada


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vez maior da sociedade para a necessidade de alterar o paradigma energético das energias fósseis para as energias limpas”, referiu ainda o gestor. A SunEnergy terá já instalado um total de mais de 100 mil painéis solares em Portugal (em escolas, universidades, hospitais, empresas e utilizadores particulares”, geradores de uma potência total de cerca de 25 MW. Raúl Santos realça ainda que “Portugal foi, de certa maneira, pioneiro na energia fotovoltaica em regime de autoconsumo (micro e mini geração), tendo avançado para esta tecnologia em 2009/2010”, enquanto que Espanha apenas avançou nesta área Para 2022, as perspetivas continuam depois de 2018, uma vez que apostava a ser de “reforçar a nossa posição antes em parques solares de grande como uma das principais referências dimensão, muitos deles fora das zonas do setor da energia solar em Portugal, urbanas de consumo de energia (o que nos diversos segmentos de mercado prejudicou a eficiência energética). – empresarial, particulares e também Atualmente, a SunEnergy emprega no setor público. Outro dos objetivos mais de 70 pessoas, contando com passa por crescer no mercado da mobi10 delegações de norte a sul do país. lidade elétrica, através da atividade de

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operação de postos de carregamento de viaturas elétricas”, destaca ainda o gestor e acionista da companhia. Já no início de 2022, a SunEnergy instalou o seu primeiro hub de carregamento de veículos elétricos, em Leiria, ao qual se vão seguir outros postos em Guimarães, Matosinhos, Viseu, Coimbra, Loures e Loulé.  PUB

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gestión y estrategia

La innovación es la herramienta que utiliza la empresa familiar para diferenciarse y competir

Foto Shutterstock

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El informe elaborado por IE para EY Empresa Familiar muestra que las empresas con una larga historia tienen éxito porque saben adaptarse y aprovechar los cambios de tendencias y paradigmas producidos por la tecnología y el entorno económico y social.

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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

as empresas familiares saben innovar y responder a las demandas de un mercado y de unos clientes cada día más exigentes. En España, este tipo de compañías invierten un 66% más en innovación que las que no son familiares lo cual les permiten obtener un 22% más de patentes y un 14% más de innovaciones de producto. Éstas son algunas de las conclusiones de la primera edición del informe “Las empresas familiares ante el reto de la innovación”, elaborado por IE Center for Families in Business de IE University para EY Empresa Familiar. “Cuando hablamos de innovación en sentido amplio, podría parecer que las empresas con una familia detrás son más tradicionales, más rea-

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cias a incorporar cambios o menos predispuestas a asumir riesgos. Lo cierto es que la realidad nos dice lo contrario”, afirma David Ruiz – Roso, socio responsable de EY Empresa Familiar. “Estamos convencidos de la capacidad de la empresa familiar para mirar lejos y aportar valor a largo plazo. Creemos que, en un mundo que cambia constantemente, las empresas con una larga historia tienen éxito no por su aversión al cambio sino, al

contrario, porque saben adaptarse y aprovechar los cambios de tendencias y paradigmas producidos por la tecnología y el entorno económico y social”, resalta el consultor. Uno de los rasgos que distingue el tejido empresarial español frente al de


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otros países es que el 89% de las compañías son familiares. Un entorno en el que, según se deduce del informe, el “factor familia” actúa como impulsor de la innovación, ya que, a igualdad de condiciones, tamaño y estímulos, la empresa familiar innova más y mejor que la no familiar. El análisis también demuestra que las empresas familiares son más eficientes en la gestión del proceso innovador siendo varias claves que lo explican. Se constata que sus propietarios están mucho más implicados en la toma de decisiones, ya sea directamente o a través de los órganos de gobierno, lo cual permite una mejor monitorización del proceso de innovación. Y también implica una toma de decisión más ágil y más flexible. El documento resalta igualmente que los accionistas familiares actúan como “apóstoles” de la innovación dentro de la compañía lo cual aumenta el compromiso de los empleados con el proyecto empresarial y con la innovación. Además, los líderes de innovación de las empresas familiares son muy conscientes de que el horizonte a largo plazo de toma de decisiones va acompañado de una visión muy pragmática de la innovación por parte de los accionistas familiares, “que exigen que ésta tiene que dar resultados tangibles para asegurar la supervivencia de la empresa”. Resulta igualmente interesante constatar lo que se entiende por innovación en las empresas familiares españolas, y según el informe estaríamos hablando de una forma de creación de valor que les permite diferenciarse y competir. “La innovación hoy abarca toda la cadena de valor, desde los productos hasta los servicios, pasando por los modelos de negocio y el modo de organizar el trabajo. La innovación no solo está en generar ingresos sino también en hacer cosas diferentes para generar más valor”, explica Tomás Pascual, presidente de Calidad Pascual. Por su parte, Miguel Ángel Miguel, director general de Transformación de Mahou San Miguel, resalta que la innovación antes estaba muy focalizada en el producto y

el que innovaba era el que sacaba una nueva referencia o creaba una nueva categoría. “Hoy la innovación es todo aquello que trabaja en el desarrollo de nuevos modelos de negocio, desarrollo de experiencias, desarrollo de servicios y que al mismo tiempo te aporta también mucho valor en cómo innovar dentro de tus propios procesos internos, ya sean industriales o administrativos. La innovación hoy trasciende absolutamente a todo”, matiza. Riqueza socioemocional El rasgo principal que distingue al propietario familiar es la presencia de una serie de objetivos a alcanzar más allá de los puramente financieros, tales como el deseo de mantener el control de la empresa familiar y de trasmitir el legado familiar a generaciones futuras. Alcanzar estos objetivos proporciona al accionista una riqueza socioemocional que quiere preservar. En una empresa familiar las decisiones estratégicas, incluida la decisión de innovar, están influenciadas por esta dualidad de objetivos. Según Cristina Cruz, directora del IE Center for Families in Business de IE University, “la presencia de esta dualidad de objetivos financieros y socioemocionales implica que el gran reto de las familias empresarias consiste en aprender a innovar desde la tradición, es decir, a conservar valores y tradiciones a la vez que transformar los modelos de negocio de la empresa para competir con éxito». Y en este cambio juegan un papel relevante las nuevas generaciones. Las conversaciones mantenidas con los protagonistas de las empresas fami-

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liares entrevistadas para el informe permiten concluir que esta riqueza socioemocional impulsa la innovación a través de tres mecanismos. Por un lado, el propietario familiar quiere mantener la empresa bajo control familiar. “Invertir en innovación se considera una estrategia necesaria para crecer sin renunciar a mantener el control familiar”, explica el documento. Por otro, el propietario familiar quiere transmitir la empresa a la siguiente generación. “Invertir en innovación se considera una estrategia necesaria para mantener vivo el legado familiar”, añade. Y, en tercer lugar, el deseo de transmitir el legado familiar implica un horizonte temporal de toma de decisiones a más largo plazo, “que genera un capital paciente y permite apostar por iniciativas con retornos inciertos a corto plazo”. El documento extrae, asimismo, un decálogo de recomendaciones clave para liderar la gestión de la innovación en este tipo de empresas. Destacan entre ellas, ser agente del cambio apasionándose por la innovación; diseñar su estrategia con un enfoque transversal; aprender a delegar su ejecución o impulsar el intraemprendimiento.  MAIO DE 2022

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Mayoral retoma el crecimiento y prepara una nueva plataforma web en su apuesta por el comercio online Mayoral, el grupo líder de la moda infantil, de capital familiar con sede en Málaga, cerró el 2021 con un crecimiento del 3,2% y prepara la construcción de un nuevo centro logístico para seguir creciendo.

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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

ayoral es hoy toda una referencia en el mundo de la moda infantil. Esta firma se ha convertido en un gran grupo empresarial compuesto por sociedades dedicadas al diseño, fabricación, comercialización y distribución de moda infantil en más de 100 países. Lo ha logrado a través de una red de 20 compañías en el exterior, 250 agentes comerciales, 269 tiendas Mayoral y más de 10 mil clientes repartidos por todo el mundo. Unos números que difícilmente pudo imaginar su fundador, Rafael Domínguez García, natural de Yunquera (Málaga). En 1941, fundó la empresa Domínguez Toledo, una fábrica de calcetines en Málaga que durante la posguerra fueron muy demandados. Sus hijos siguieron sus pasos, con nuevos negocios que acabaron por repar-

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tirse y la fábrica de calcetines pasó, 25 años después de su creación, a Francisco, el primogénito. Sim embargo sería el hijo de éste, Rafael, quien se puso entonces al frente de la compañía y comenzó a cambiar los procesos de la empresa, tanto fabriles como administrativos. Además, su gran pasión fue la informática, dando un impulso importante al negocio con la llegada de los ordenadore s. En los años 90 comenzó la internacionalización y la exportación de las prendas de Mayoral. La apertura de oficinas comercia-

les y de suministro en 21 países se llevó a cabo con personal nativo para estar más próximo a los clientes. En 2007, la cuarta generación familiar tomó las riendas del grupo. En todos estos años han ido cambiado muchas cosas en la empresa y cada generación ha ido marcando su propio estilo, pero siguen muy arraigados en


Málaga. Tal y como han reconocido desde la dirección de la empresa, ahora dirigida por Manuel Domínguez de la Maza, esta ciudad, por su calidad de vida y su entorno, resulta clave para atraer talento, especialmente en el ámbito digital y tecnologías de la información. A lo largo de estas ocho décadas de existencia, celebradas el año pasado, hay fechas más señaladas que otras. Por ejemplo, 1988 cuando la marca se convirtió en el mayor fabricante de moda infantil en España; 1992, con la entrada en el mercado internacional; 1996, año de apertura de la primera tienda propia o 2012, al lanzar la línea de calzado.

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Treinta millones de piezas vendidas “El diseño como esencia de nuestra actividad”, indica la compañía en la memoria presentada este año, siendo uno de los pilares del negocio. Además, destacan su “calidad en la gestión y en el producto, la conciencia ecológica, la innovación en el proceso y la excelencia en el servicio”. Todo ello ha llevado a la firma a conseguir una facturación en 2021 de 325 millones de euros (un crecimiento del 3.2%) con 30 millones de piezas vendidas. Cuentan con 20 filiales y un total de 1.500 funcionarios, de los cuales 1.200 están en España. En las últimas décadas Mayoral ha tenido un importante crecimiento en el mundo y las ventas internacionales representan el 75% de las ventas consolidadas. Todas las filiales reportan a la matriz española y las últimas en formarse fueron Chile y Japón. La empresa espera que en 2022 se produzca una buena tasa de crecimiento como en el año anterior. En 2013 se lanzó la plataforma de ventas online en España y Portugal, país en el que está presente desde los años 90. Hoy operan con el comercio electrónico en 21 mercados en Europa y América. El aumento del consumo de la moda online aceleró el desarrollo digital de la compañía y para este año está previsto el lanzamiento de una nueva plataforma web que permitirá una comunicación adhoc en los diferentes países y ofrecerá una experiencia excepcional al cliente, “personalizada a cada utilizador a través de un interfaz moderno y flexible”, explican desde Mayoral. Todos los productos de Mayoral se diseñan en su sede central en Málaga, donde un equipo de más de un centenar de diseñadores trabaja cada temporada en nuevos modelos textil, calzado y complementos. Desde 2011 cuentan con un almacén automático de pedidos, Mayoral 1, que duplicó la capacidad de la empresa al incorporar tecnología avanzada y para almacenamiento inteligente. En 2019 comenzó a funcionar otro almacén, Mayoral 2, en el que se han invertido 50 millones de euros. Con este centro logístico en pleno funcionamiento, se espera llegar a la distribución de 50 millones de piezas anuales, y este año se iniciarán las obras de un tercero, que estará listo en 2024. El año pasado, la compañía compró la empresa Boston, especializada en moda masculina, y se hizo con una participación mayoritaria de Hug&Clau, de moda femenina. Además, acaba de lanzar la primera colección de bebé de Abel&Lula, su marca de posicionamiento premium, lanzada en 2018.  MAIO DE 2022

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El Corte Inglés conta em exclusivo com a Aristocrazy em Portugal

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Aristocrazy, marca de joalharia espanhola do grupo Suaréz, abre dois espaços de venda em Portugal, em exclusivo no El Corte Inglés de Lisboa (na foto) e de Gaia Porto. Em Lisboa, o corner abriu dia 30 de março e em Gaia abriu dia 1 de abril, “com jóias ideais para todas as ocasiões, versáteis e bonitas”, revela a empresa de distribuição. A Aristocrazy “nasceu com a vocação para liderar a libertação da joalharia tradicional, tornando-a mais acessível,

próxima do mundo da moda, das tendências do lifestyle, adianta a mesma fonte, em comunicado. A marca de joalharia é um claro exemplo enquanto marca pioneira e impulsionadora do setor, tentando evitar lugares comuns, marcando os seus próprios caminhos e saindo das ditas “normas”. A mulher Aristocrazy é poderosa, atrevida, inquieta, cosmopolita e internacional. Tudo isso está perfeitamente representado em cada uma das jóias, com designs poderosos, personalidade e identidade,

acrescenta a mesma fonte. “Para o El Corte Inglés, faz todo o sentido incorporar uma marca de jóias de um grupo de renome que procura diversificar e democratizar o setor da joalharia, criando peças únicas para todas as mulheres, de todas as idades e com gostos requintados. A cliente El Corte Inglés é exigente e apreciadora de moda e acessórios e encontra na Aristocrazy peças únicas para diferentes ocasiões”, afirma, por seu lado, Enrique Hidalgo, diretor-geral do El Corte Inglés Portugal. Entretanto, o El Corte Inglés apresentou no início de abril a sua icónica campanha de moda “Já é Primavera”, desta vez protagonizada pela atriz espanhola Blanca Suárez. A campanha convida todos a “descobrir toda a moda, todas as cores, todas as marcas e todos os estilos para que todos possam criar, brincar, misturar e explorar”. A campanha tem como banda sonora a música “Bibbidi-Bobbidi-Boo”, do filme de animação “Cinderela”, e tem como principais elementos a luz, as flores, os pássaros e as borboletas, recriando, assim, um universo de sonho cheio de magia. 

UHU propõe desumidificador para automóvel N o tempo de chuva, é normal que os carros ganhem humidade e consequentemente, mau cheiro, condensação nos vidros e ainda, o aparecimento de bolores, que poderão por em causa o bem-estar dos utilizadores da viatura. Além disso, o embaciamento dos vidros torna-se um perigo para os condutores, pois condiciona a visibilidade durante a condução, o que pode comprometer a segurança na estrada. Foi a pensar nestes problemas que a UHU lança o novo Desumidificador para Automóvel – de fácil utilização,

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com um indicador integrado e reutilizável. Para combater a condensação e a humidade dentro do veículo, basta colocar o desumidificador UHU no tabliê, e quando a etiqueta azul ficar cor de rosa, significa que o desumidificador está cheio. Depois, para voltar a utilizar o produto, basta colocá-lo no micro-ondas por seis minutos, a cerca de 600W, e fica pronto. Constituído por materiais maleáveis e

macios que em nada comprometem a segurança dos passageiros, o novo desumidificador da UHU é a solução perfeita para cuidar dos problemas de humidade no automóvel. 


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Mercadona apresenta linha de conservas ao natural ricas em proteínas A Mercadona apresentou recentemente uma gama de conservas ao natural – das variedades de frango, pescada e salmão–, da marca própria Hacendado, que são ainda versáteis e ricas em proteínas. Sem glúten e ideais para acompanhar arroz, massa, saladas ou para comer diretamente da lata, cada unidade contém exclusivamente peito de frango, lombo de pescada e salmão com a particularidade de serem cozidos diretamente na lata e conservados apenas em água e sal, o que permite manter o sabor e todas as propriedades nutricionais. Destinam-se a todos os clientes, sobretudo aos desportistas e aos que gostam de manter uma ali-

mentação cuidada, por ser uma opção natural, com baixo teor de gordura e rica em proteínas,

permitindo a confeção de receitas saudáveis e muito fáceis de preparar. 

Portugueses mantêm-se adeptos do consumo em casa A pesar do abrandamento da pandemia, os hábitos de consumo em casa mantiveram-se, de acordo com um estudo sobre o retalho alimentar em Portugal. Os portugueses estão a consumir mais em casa do que no período pré-pandemia, o que pode ser explicado pelos elevados níveis de teletrabalho ou, pelo menos, de regimes híbridos, com alguns dias no escritórios e outros a partir de casa. Os dados são do último estudo da Kantar para a Centromarca e que mostram que, em 2021, o setor cresceu 10,3% em valor e 3,6% em volume face a 2019. “O que sentimos, ao longo dos últimos meses de 2021, foi que as pessoas estão a ter uma atitude de consumo mais qualificada, no sentido de comprarem produtos de maior qualidade, e isso afeta,

depois, o preço final das coisas que se compra. Não é tanto por unidade vendida que estamos a comprar mais caro, estamos essencialmente a comprar diferente”, diz o diretor-geral da Centromarca, Pedro Pimentel. O estudo da Kantar diz que os portugueses trazem cestas maiores e mais valiosas do que no período pré-pandemia. Ou seja, as famílias foram mais vezes às compras – 138 em vez das 137 vezes em média de 2019–, trouxeram cestas com mais artigos – 10,3 quilogramas em vez dos 10,1 do período pré-pandemia – e gastaram mais em cada uma das visitas ao supermercado – 22 euros em média contra os 20 euros de 2019. Pedro Pimentel acredita que a questão da inflação não está, ainda, refletida nestes dados, sendo provável que comece a notar-se

logo que haja números referentes a março. Para este responsável, é o teletrabalho que ajuda a explicar estes níveis elevados de consumo para o lar. “Portugal foi dos países com maior percentagem de pessoas em teletrabalho e hoje temos ainda uma parte razoável delas em regime híbrido, o que acaba por ter efeitos negativos em tudo o que é consumo fora de casa, designadamente em cafés e restaurantes, e positivo, como não podia deixar de ser, para os supermercados”, frisa. Uma tendência que, acredita, se irá reforçar em 2022. “A informação que nos chega, por várias vias, é que, com o incremento brutal dos combustíveis e as dificuldades de transporte, muitas entidades patronais estão a dar alguma maleabilidade ao trabalho à distância “, diz.  MAIO DE 2022

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Carmo Wood lança gama de luminárias para jardins, hotéis e espaços urbanos A Carmo Wood, empresa portuguesa líder no segmento de madeiras tratadas, volta a inovar com o lançamento de uma gama de luminárias focada no design, durabilidade e integração com a natureza. Ideais para jardins privados, todo o segmento hoteleiro e espaços públicos, as novas luminárias Carmo Wood são as únicas no mercado feitas em madeira tratada, o que lhes confere uma resistência e durabilidade incomparáveis. Permite total integração na arquitetura paisagística dos espaços com um design diferenciador. A Carmo Wood desenvolveu um total de sete modelos de luminárias: uma luminária de rua,

destinada ao uso no espaço urbano ou para iluminar áreas de maior dimensão, cinco modelos de aplicação no chão/solo, destinados essencialmente à iluminação de caminho, ou para criar pontos de luz em jardins; e um aplique para parede, este último mais direcionado à decoração do ambiente da casa/fachada. Agora pode escolher o que melhor se adapta ao seu espaço.

A nova gama de luminárias Carmo Wood projetada com linhas simples e design intemporal, permite criar espaços diferenciadores, mais orgânicos, sustentáveis e acolhedores. 

Marcas tecnológicas e alimentares destacam-se ao nível da reputação A

pós divulgar os resultados do estudo de Relevância e de Reputação Emocional das marcas junto dos cidadãos portugueses consolidando a informação referente a 2021, no âmbito do estudo anual “RepScore®, desenvolvido de forma contínua ao longo do ano, a consultora OnStrategy apresenta agora as marcas que mais se destacaram nas dimensões racionais que dão suporte ao indicador macro de reputação. Numa escala de 100 pontos, destacam-se as seguintes marcas como as mais relevantes em cada dimensão racional: Índice Global de Reputação: Delta (83,5 pontos) – marca com melhor reputação global; qualidade de Produto: Google (86,4 pontos); qualidade de Serviço: Multibanco / MB Way (79 pontos); Inovação e Diferenciação: Tesla (79,6 pontos); 22 ACT UALIDAD€

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ambiente de Trabalho e Bem Estar: Microsoft (83,8 pontos); cidadania e Responsabilidade Social: Delta (83,5 pontos); governo e Liderança: Nestlé (82,3 pontos); intenção de Compra: Olá (84,2 pontos). Pedro Tavares, partner e CEO da OnStrategy enquadra que “o índice global de reputação resulta da conjugação dos indicadores emocionais (relevância, consideração, confiança, admiração, preferência, recomendação), e racionais (produtos e serviços, inovação e diferenciação, ambiente de trabalho e bem estar, cidadania e responsabilidade social, governo e ética, liderança e visão, performance de negócio e financeira). Quanto mais próximos estiver a avaliação destes dois indicadores maior é a consistência reputacional das marcas. Qualquer stakeholder tem como pri-

meiro impacto a perceção emocional e depois tenta justificar e racionalizar a mesma.” Pedro Tavares adianta que, “em 2021, existiu um efeito boomerang penalizador, já que, em 2020, as marcas criaram relações emocionais elevando as expetativas, e em 2021 as soluções racionais, sobretudo associadas a serviço e a inovação, não acompanharam essas mesmas expetativas, daí não ser estranho que as marcas que se destacaram nestas dimensões não tenham registos de excelência tal como ocorre nas demais dimensões racionais”. Por fim, Pedro Tavares conclui que “nesta tabela destacam-se Multibanco / MB Way e Tesla a liderar exatamente as duas dimensões mais expostas, sendo estas marcas pela primeira vez as melhor avaliadas nessas mesmas dimensões”. 


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CTT apoiam o Millennium Estoril Open até 2024 O s CTT – Correios de Portugal acabam de se juntar ao painel de patrocinadores do Millennium Estoril Open, que este ano decorre entre 23 de abril e 1 de maio, no Clube de Ténis do Estoril. A parceria agora iniciada terá a duração de três anos, prevendo, assim, a presença dos CTT como official sponsor e parceiro exclusivo da categoria para as edições do evento até 2024. O Millennium Estoril Open é o mais importante evento de ténis em Portugal. O torneio, que integra o calendário oficial ATP Tour, representa uma ocasião privilegiada para ver em ação os principais tenistas do mundo e ainda “um evento privilegiado para os negócios, relações públicas e o networking”, afiançam os CTT. Como frisa Miguel Salema Garção, diretor de Comunicação dos CTT,

“o Estoril Open é um acontecimento incontornável no panorama desportivo e social do nosso país, que desde a sua primeira edição, há sete anos, se destaca pelo grande sucesso a todos os níveis. Assim, continuamos a trabalhar proativamente para a satisfação dos interesses e necessidades dos nossos clientes empresariais, através deste veículo de excelência internacional, permitindo ao mesmo tempo estabelecer um vínculo emocional à marca CTT, e dar a conhecer a nossa oferta integrada de soluções empresariais que permite ‘Ligar Pessoas e Empresas com Entrega Total’”. Para João Stilwell Zilhão, partner e diretor de Torneio do Millennium Estoril Open, “esta parceria é para nós motivo de grande satisfação uma vez que estamos a falar de uma empresa histórica portuguesa e de referência

no panorama empresarial do nosso país. Estamos já a trabalhar em algumas ações em conjunto que darão que falar e que potenciarão esta associação de forma substancial”. O Millennium Estoril Open assinala este ano a sua sétima edição em Cascais, estando focado em elevar constantemente os seus níveis de qualidade e a sua reputação no circuito internacional de ténis. Em 2021, o evento decorreu sem a presença de público, mas em 2022 o foco está no regresso do espetáculo, não só nos courts, mas também nas bancadas do Estádio Millennium. O evento teve, em 2021, uma elevada cobertura mediática nacional e internacional com mais de 38 horas televisivas em Portugal e 2.360 horas de televisão internacional, com um global sponsorship value de 360 milhões de euros. 

Acordo de patrocínio entre Spotify e FC Barcelona ratificado O acordo de patrocínio entre o Spotify e o FC Barcelona foi ratificado por maioria absoluta pelos representantes dos sócios do clube, conforme foi anunciado a 3 de abril. No âmbito deste acordo, o Spotify poderá colocar o nome nas camisolas de jogo das primeiras equipas masculinas e femininas até 2026 (240 milhões de euros), das camisolas de treino até 2025 (15 milhões de euros), do estádio Camp Nou até 2026 (20 milhões de euros) e tem opção para as próximas oito temporadas (2026-2034) por 160 milhões de euros. A empresa sueca poderá ainda beneficiar de outras vantagens, de acordo com a imprensa catalã, como a criação de um torneio de verão em

seu nome, o patrocínio de camisolas juvenis, bilhetes VIP para os jogos do “Barça”, e poderá colocar o nome na sala de imprensa, na zona mista e nos bancos. A votação do acordo pelo Barcelona foi a primeira online da história do clube catalão, com 901 dos 4.478 representantes dos sócios a inscreverem-se para participar, tendo 625 aprovado o acordo, 49 votado contra e 27 votado em branco. “Este é um dos melhores contratos da história do Barça”, disse o presidente Joan Laporta, durante a assembleia geral extraordinária realizada no dia 3 de abril. O atual patrocinador da primeira equipa masculina, a gigante japonesa de comércio eletrónico Rakuten, irá

ver o contrato com o clube terminar em 30 de junho, assim como o da primeira equipa feminina, a empresa de ferramentas DIY Stanley. “Um dos compromissos do Spotify é oferecer em breve a plataforma no idioma catalão. É uma empresa sensível aos valores e ao idioma do Barça”, afirmou Laporta. Juli Guiu, outro gerente do clube, também disse que o clube está em negociações com o gigante sueco para dar descontos aos adeptos do “Barça” na assinatura paga do Spotify. Embora não tenha sido divulgado oficialmente o valor do acordo, em conformidade com o regime de confidencialidade, tem sido divulgado pela imprensa catalã um valor global de cerca de 435 milhões de euros. 

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR MAIO DE 2022

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“Prémio Nacional de Sustentabilidade” distingue de novo BPI e Fundação La Caixa O BPI e a Fundação La Caixa venceram, pelo segundo ano consecutivo, o “Prémio Nacional de Sustentabilidade”, na área de sustentabilidade social e na categoria Igualdade e Diversidade. Esta iniciativa, promovida pelo “Jornal de Negócios”, com a Deloitte como knowledge partner, conta com o alto patrocínio do Presidente da República e o apoio do Ministério do Ambiente e Transição Energética. O prémio visa reconhecer os melhores projetos em Portugal nas diversas áreas da sustentabilidade, nomeadamente pelo seu contributo para as metas dos ODS das Nações Unidas. No caso da iniciativa conjunta do BPI e da Fundação La Caixa, o júri reconheceu o contributo dos prémios para o desenvolvimento e fortalecimento social e promoção da igualdade de

oportunidades, num período de turbulência social, provocado pela pandemia da covid-19, nomeadamente através do apoio às instituições do terceiro setor. Os Prémios BPI Fundação La Caixa destinam-se a apoiar projetos que promovam a melhoria da qualidade de vida, a inclusão social e a igualdade de oportunidades de pessoas em situação de vulnerabilidade. A iniciativa tem um impacto positivo nas metas dos ODS das Nações Unidas, nomeadamente em matéria de erradicação da pobreza, de promoção de saúde de qualidade, do trabalho digno e crescimento económico, e da redução das desigualdades. Em 33 edições, os Prémios BPI Fundação La Caixa beneficiaram diretamente mais de 175 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social,

apoiando 781 projetos implementados por instituições privadas sem fins lucrativos, com cerca de 22.8 milhões de euros. Este ano, já estão a decorrer as candidaturas para os quatro prémios: Capacitar, Solidário, Seniores e Infância. Foi feito um reforço de dotação de 600 mil euros, alcançando um valor global de 4,6 milhões de euros. Entre os grupos vulneráveis que beneficiam dos projetos apresentados pelas entidades sociais encontram-se crianças em situação de pobreza, jovens institucionalizados, famílias monoparentais, mulheres em situação de exploração e/ou vítimas de violência doméstica, imigrantes e refugiados, idosos vulneráveis, pessoas em situação de sem abrigo, pessoas com doenças avançadas, com deficiência ou incapacidade permanente, entre outros. 

Phenix salvou mais de 20 milhões de refeições em Portugal e quer duplicar este número

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Phenix atingiu recentemente a meta dos 20 milhões de refeições salvas em Portugal. A startup, que iniciou operações no país em 2016, com um programa de doações de excedentes de vários grupos da grande distribuição e comercialização alimentar a IPSSs, tendo reforçado a sua atividade em 2019, com o lançamento de uma aplicação anti-desperdício, englobando também o comércio local nas suas operações. 24 ACT UALIDAD€

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Através do seu programa de conversão de excedentes de grandes superfícies comerciais em doações a instituições particulares de solidariedade social, foram outorgadas 9 500 toneladas de produtos alimentares a famílias carenciadas, 1 750 toneladas de produtos não alimentares, e mais de 911 toneladas de produtos de alimentação animal. No total, evitou-se que 24 mil toneladas de dióxido de carbono fossem emitidas para a atmosfera, o que equivale, segundo a “Carbon Calculator”, da Carbon Footprint, a 218 mil viagens de ida e volta de Lisboa até ao Porto, num carro a gasolina, com uma média de emissões de 171g/ km de CO2. Este é um programa que já conta com mais de um milhar de instituições associadas.

Na sua aplicação anti-desperdício, onde o excedente das lojas parceiras é escoado para o consumidor final através da venda de cabazes com descontos na ordem dos 60 a 70%, a comunidade de utilizadores já é constituída por mais de 210 mil pessoas e já conta com mais de 1.200 estabelecimentos aderentes. Com a economia circular proporcionada pelos seus serviços, através da recuperação de produtos alimentares e não alimentares, foram devolvidos milhões de euros às empresas parceiras da Phenix. Para 2022, a Phenix pretende lançar novos produtos e soluções tecnológicas e que poderão ser adquiridos pelos clientes em pacote ou em separado, para gerir um produto alimentar em todos os momentos do seu ciclo de vida. Deste modo, a empresa estima atingir a meta dos 40 milhões de refeições salvas, já no final do ano. 


fazer bem

Hacer bien

Repsol amplia gama de materiais de baixa pegada de carbono A Repsol desenvolveu uma nova gama de polipropileno com baixa pegada de carbono, para os setores automóvel e de embalagens não alimentares, contribuindo para os modelos de circularidade. Os quatro novos materiais de automação incorporam no seu fabrico até 80% de conteúdo reciclado, mantendo as excelentes propriedades técnicas necessárias para a sua aplicação. Os novos graus de polipropileno podem ser utilizados em sistemas de iluminação e peças invisíveis do interior do veículo, e ainda peças que se encontram sob o capô com propriedades mecânicas sujeitas a uma pressão extrema e com elevados requisitos de resistência.

A Repsol propõe assim uma solução sustentável para aplicações de elevado valor acrescentado que, até agora, não contavam com qualquer oferta de baixo teor de carbono no mercado. Para o fabrico destes materiais, a Repsol utilizará plástico pós-consumo, mantendo a consistência de qualidade dos seus produtos, assegurando os elevados requisitos técnicos exigidos pelo setor. Além disso, em linha com o compromisso de economia circular, foram ainda incorporados outros três graus na gama de embalagens não alimentares Repsol Reciclex®, que incorporam entre 50% e 80% de plástico reciclado. Estes três novos graus são indicados para embalagens de produtos de

limpeza e de farmácia com requisitos de resistência química específicos, para embalagens de pintura que exijam boa resistência mecânica para permitir o seu empilhamento, entre outros. Assim, a Repsol disponibiliza o catálogo mais completo de materiais sustentáveis, Repsol Reciclex®, um conjunto de poliolefinas de baixa pegada de carbono que incorporam elevadas percentagens de plástico reciclado, verificadas pela norma UNE 15343. A Repsol tem como objetivo reciclar o equivalente a 20% de todas as poliolefinas que produz, criando assim novos mercados para os resíduos plásticos e promovendo a circularidade, dando um novo destino aos resíduos.  PUB

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Corticeira Amorim é participante do United Nations Global Compact A Corticeira Amorim, o maior grupo de transformação de cortiça do mundo, é desde final de janeiro participante do United Nations Global Compact (UN Global Compact), uma iniciativa voluntária das Nações Unidas (UN) que reúne organizações cujas estratégias, atividades e operações estão alinhadas com princípios universais de direitos humanos, práticas laborais, proteção ambiental e combate à corrupção. A aplicação dos Dez Princípios do UN Global Compact, a prossecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU e a apresentação anual de um relatório (COP – Communication on Progress)

detalhando todos os progressos alcançados em cada um dos pilares da sua política de sustentabilidade estão entre as novas obrigações da multinacional portuguesa. Igualdade de género, finanças sustentáveis, estado de direito, governança e igualdade são alguns dos temas promovidos pelo UN Global Compact, iniciativa que reúne mais de 15 mil empresas com sede em 163 países. Uma sociedade mais justa, um ambiente mais saudável, uma economia mais competitiva, um contexto de negócios mais transparente e uma cultura mais íntegra são os valores inscritos nos Dez Princípios do UN Global Compact, incentivando as organizações ade-

rentes a prosseguirem o caminho da sustentabilidade corporativa assente naquele sistema de referências universal. Reconhecendo que cumprindo as suas responsabilidades básicas também preparam o cenário para o seu sucesso a longo prazo. Perdurando no tempo, mitigando a pobreza, criando riqueza, fomentando a colaboração, a educação e a inovação, e participando ativamente na transformação do mundo. Recorde-se, a propósito, que a empresa foi a primeira no mundo a alcançar o certificado FSC (Forest Stewardship Council) na cadeia de custódia na indústria da cortiça e, ainda, a publicar o “Relatório de Sustentabilidade”, da fileira da cortiça. 

Friends of Glass Portugal destaca benefícios do vidro para a saúde

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o passado dia 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, a Friends of Glass, fórum europeu de consumidores que promove a escolha de produtos embalados em vidro e a reciclagem destas embalagens após a utilização, recorda cinco benefícios únicos do vidro para a nossa saúde. Com inúmeras qualidades, nomeadamente o facto de ser quimicamente inerte, o vidro é o material de embalagem ideal para preservar e proteger diferentes alimentos ou bebidas. Em primeiro lugar, ao ser inerte, o vidro não reage física ou químicamente ao contacto com o seu conteúdo ou com o ambiente. Assim, as embalagens em

vidro não retiram ou adicionam nada aos produtos que contêm. Isso garante as propriedades originais dos alimentos, não apenas as organolépticas, mas também as nutricionais, e a qualidade, mesmo em armazenamento prolongado. Por outro lado, as embalagens de vidro não precisam de camadas internas (vernizes, plásticos...) para evitar a permeabilidade ou corrosão, aumentando a segurança alimentar. É também um material assético, que suporta tanto o uso de microondas quanto as altas temperaturas para esterilização, pasteurização ou banho-maria. A composição do vidro é 100% natural (areia, carbonato de sódio e calcário) o que garante a máxima qualidade tanto da embalagem como do seu conteúdo, promovendo um estilo de vida guilty-free. A composição do vidro não envolve qualquer elemento que possa ser tóxico ou perigoso, o que lhe permite ser único material de embalagem que recebeu, até agora, o selo GRAS pela FDA (Food and Drug Administration)

nos Estados Unidos. As embalagens de vidro não apresentam lixiviação ou migração dos elementos que as constituem, e em particular, não contêm bisfenol A, nem ftalatos, acetilaldeídos ou outros produtos potencialmente prejudiciais. Em quarto lugar, sendo uma embalagem natural, inerte e sem aditivos, é a única que não confere sabor ou odor aos produtos embalados, mesmo em períodos de tempo longos. Os alimentos mantêm as suas propriedades como se viessem diretamente da produção para as mãos do consumidor. Finalmente, o lado green: a embalagem de vidro é 100% e infinitamente reciclável, num ciclo fechado em que a embalagem volta a ser embalagem, sem perder nenhuma propriedade ou matéria constituinte. A reciclagem economiza ainda energia no processo produtivo, reduz as emissões de CO2 e evita a deposição em aterro, logo o consumo de produtos embalados em vidro beneficia a saúde de todos e do planeta. 

Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR

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Avenida dos Aliados conta com novas lojas para marcas internacionais de luxo A

Avenida dos Aliados, que se está a afirmar como o eixo privilegiado para a instalação do comércio de luxo na cidade do Porto, vai contar com cinco novas lojas para acolher marcas neste segmento. Os espaços fazem parte do Aliados 9, um dos projetos mais emblemáticos a nascer nesta avenida e situado numa das suas principais esquinas. A consultora JLL está a comercializar estes espaços em regime de exclusividade, ao abrigo de um mandato atribuído pelo proprietário do edifício. O Aliados 9 resulta de um projeto de reabilitação para uso turístico, ligado ao alojamento local, e integra estas lojas no embasamento. Mariana Rosa, head of Leasing Markets Advisory da JLL comenta: “Estamos

a assistir a uma reativação na procura de espaços comerciais e o segmento de luxo está a retomar fortemente os seus planos de expansão. Nesse contexto, o Porto, e em especial a Avenida dos Aliados, têm em enorme potencial para captar novos retalhistas. Estas lojas vão dar um importante contributo ao reforço da oferta de luxo nos Aliados e são uma excelente oportunidade para

captar novas marcas internacionais que pretendem apostar no Porto”. Com uma excelente localização no seio da Avenida dos Aliados e frentes de loja com grande visibilidade, as lojas do Aliados 9 têm áreas entre 70 e 390 metros quadrados e estão situadas num dos pontos de maior tráfego pedonal desta artéria, junto à saída do novo Metro. Alvo de um importante investimento na reabilitação do edificado, a Avenida dos Aliados tem sido um destino cada vez mais procurado pelas marcas de luxo, especialmente nas áreas de vestuário, relojoaria e joalharia, tendo “enorme potencial para atrair novas marcas internacionais de renome com operação no segmento alto”, adianta a JLL. 

Profissionais do setor imobiliário consideram que mercado vai acelerar e ser mais competitivo E m sete mercados chave– Reino Unido, Alemanha, Itália, Espanha, Portugal, Grécia e Dubai– nos últimos dois anos, registou-se um elevado nível de atividade do mercado residencial, em todo o mundo, como frisa o novo estudo global realizado pela Berkshire Hathaway HomeServices, rede internacional de intermediação imobiliária. A pandemia acentuou o papel central da casa na vida das pessoas. Além disso, a acessibilidade dos preços e o poder de compra foram impulsionados pelas elevadas taxas de empregabilidade, pelo aumento dos salários e das poupanças por parte das famílias. Estes fatores mitigaram o impacto do aumento generalizado dos preços. Segundo Christy Budnick, CEO da Berkshire Hathaway HomeServices, “O facto de grande parte do mercado ter estado mais orientado para a procura do que para a oferta beneficiou os proprietários, que tiveram capacidade para praticar preços mais elevados. Esta situação tem sido particularmente acentuada nos tipos de imóveis residenciais que se

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destacaram nos últimos dois anos. Em muitos mercados, como no Reino Unido e em Espanha, houve uma enorme procura por propriedades rurais, com muito espaço ao ar livre e a carência de oferta fez com que os proprietários obtivessem retornos elevados”. Para 2022, os profissionais do setor imobiliário, na maioria dos mercados analisados, concordam que nos próximos doze meses o mercado vá continuar a acelerar, tornando-se ainda mais competitivo. É também pouco provável que a abundância de potenciais compradores seja invertida e, com a abertura das fronteiras, prevê-se que exista um aumento de compradores internacionais que não tenham ainda conseguido concretizar as suas aquisições à distância. Para além disso, muitos profissionais referem que imóveis como apartamentos nas cidades irão regressar em força, à medida que a vida vai retomando a sua normalidade. No caso de Portugal, é consensual que o mercado imobiliário português entrou num novo e desafiante ciclo. De acordo

com os profissionais do setor imobiliário português, o estudo revela que a pandemia veio gerar uma aceleração do mercado, que se tornou mais competitivo e focado no preço, o que é sustentado pelos elevados níveis de procura; cerca de 78% dos profissionais entrevistados afirmam que o mercado se tornou mais competitivo. Para além disso, seis em cada dez profissionais (61%) afirmam que o aumento da procura de imóveis residenciais está acima da média global. Esta procura crescente está a afetar a relação entre preço e qualidade. Portugal foi, neste estudo, o mercado onde a maior proporção de inquiridos referiu estar a tornar-se mais focado no preço, ao longo dos últimos doze meses. Cerca de 78% dos inquiridos afirmou ser mais orientado pelo preço, enquanto apenas 17% optou pela qualidade. Da mesma forma, 62% afirmou ter-se tornado mais impulsionado pela procura, enquanto apenas 27% disse que se tinha tornado mais motivado pela oferta. 


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Fontinha Hotel já abriu no centro histórico do Porto

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emblemática zona da Fontinha, na cidade do Porto, ganhou no mês passado um novo hotel, num local onde antes existia uma antiga pedreira. Já abriu o Fontinha Porto, Trademark Collection by Wyndham, um novo hotel de quatro estrelas localizado no centro histórico da cidade do Porto, entre a Rua da Fontinha e a Rua de Santa Catarina. Este é um projeto de reabilitação urbana, que resulta de um

investimento de 14 milhões de euros da Mercan Properties. Com uma fachada geométrica e moderna e um interior marcado por um estilo contemporâneo e arrojado, o hotel de quatro estrelas tem 49 quartos ao longo de seis pisos. A decoração e ambiente do hotel segue uma linha industrial-chique, com obras de arte originais e frases inspiradoras e animadas inscritas no chão. “Numa altura em que o trabalho remoto é um modelo implementado por muitas empresas, criámos uma opção de workcation– um local de trabalho–, de modo a que seja possível fugir à rotina e trabalhar num cenário diferente, aproveitando todas as

comodidades de um hotel nas horas vagas. Esta é mais uma característica diferenciadora dos nossos projetos”, explicou Jordi Vilanova, presidente da Mercan Properties. Para além da envolvência acolhedora, o Fontinha Bar permite que os hóspedes do hotel possam “desligar” do movimento da cidade, aproveitando as experiências gastronómicas que este espaço tem para oferecer. A decoração dos quartos, com áreas entre os 21 e os 34 metros quadrados, destaca-se pela ligação entre tons neutros, imagens da natureza, paredes com textura e elementos de madeira. “Abrir as portas do Fontinha Porto, Trademark Collection by Wyndham é o reflexo da confiança que temos no potencial do turismo em Portugal”, adiantou, salientando que o projeto garantirá 16 novos postos de trabalho para gestão, funcionamento do hotel, e nas atividades ligadas ao turismo da cidade. 

BNP Paribas compra dois edifícios em Lisboa para a sua nova sede O BNP Paribas completou a aquisição dos edifícios Aura e Echo, no campus Exeo, para a sua nova sede em Lisboa, reforçando o seu compromisso com Portugal. Com um total de 37 mil metros quadrados, para além de 13 mil de jardins abertos ao público, a sede do BNP Paribas terá capacidade para acolher cinco mil colaboradores em modelo de trabalho flexível. Na vanguarda da implementação de um modelo de trabalho flexível, criado antes da pandemia, o BNP Paribas concebeu este projeto para atender às necessidades das novas formas de trabalhar, nomeadamente o modelo híbrido. A nova sede visa responder às necessidades que advêm de um modelo implementado de forma estratégica

por um grupo com mais de 7.100 colaboradores, de uma forma integrada, através da implementação das mais modernas ferramentas digitais. Constituindo-se como um projeto de arquitetura moderno, inovador e altamente tecnológico, combinando arquitetura com paisagismo, a nova sede será também um espaço próximo da sociedade, com os seus jardins e infraestruturas comuns abertos à comunidade. “O novo campus BNP Paribas representa um compromisso claro do grupo com Portugal, dando resposta ao crescimento esperado dos próximos anos. Considerando a forte presença que já temos em Lisboa e no Porto, a localização escolhida aproxima-nos mais da comunidade, na medida em que

os espaços exteriores comuns são de utilização pública, e também dos nossos clientes, uma vez que o Parque das Nações é um espaço que alberga inúmeras empresas nacionais e internacionais”, refere Fabrice Segui, CEO do BNP Paribas em Portugal. Este projeto materializa também os compromissos do grupo ao nível da sustentabilidade, quer ao nível da construção, quer do sistema de mobilidade sustentável integrado. Os edifícios terão um depósito de águas pluviais para irrigar os jardins (cobrindo, pelo menos 50%, das necessidades de rega), painéis fotovoltaicos que permitirão suprir o consumo de energia das áreas comuns, parques de estacionamento com carregadores elétricos e parque para bicicletas. 

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR

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Eurorregião Norte e Galiza:

a cooperação como estratégia para dinamizar a economia Ergueram-se novas pontes a ligar as duas margens do rio Minho e anunciou-se que a primeira ligação de TGV entre Portugal e Espanha será entre o Porto e Vigo. Avançar na mobilidade continua a ser uma prioridade da Eurorregião Norte e Galiza, já que mais de metade da movimentação transfronteiriça de pessoas e mercadorias entre Portugal e Espanha se faz entre estas regiões. O pedaço da Península Ibérica, que se tornou em 2008 na terceira Eurorregião constituída na União Europeia, há muito que entende a cooperação como uma oportunidade e um ativo, que pode fazer a diferença em áreas como a agroalimentar, a florestal, a indústria automóvel e aeronáutica, o setor têxtil, as atividades ligadas à economia do mar, entre outras. As conquistas destes doze anos de Eurorregião só aceleram a vontade de aprofundar a cooperação para impulsionar o desenvolvimento da Galiza e do Norte de Portugal. Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org

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scuta-se galego a toda a hora, aos sábados, dia de feira, em Vila Nova de Cerveira. Na vila sede da Bienal de Arte mais antiga da Península Ibérica são muitos os galegos e portugueses que sobem ao miradouro do Cervo (escultura de José Rodrigues) para avistar a foz do rio Minho, a unir Caminha e o Monte de Santa Tecla (A Guarda): imagem icónica da Eurorregião Galiza-Norte de Portugal, criada em 2008 e a funcionar desde 2010. Tem personalidade jurídica e chama-se Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial GalizaNorte de Portugal (GNP-AECT), sendo a primeira Eurorregião da Península Ibérica e a terceira a nascer em toda a Europa, oficializando uma vontade comum aos dois lados da fronteira, a de fomentar a cooperação económica e cultural das duas regiões. O organismo tem dois associados: o Norte de Portugal, representado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional Norte de Portugal (CCDRN), e a Galiza, representada pela sua Xunta. Se o galego e o castelhano são línguas que quase todos os comerciantes das povoações transfronteiriças do Minho e de Trás-os-Montes entendem, não é diferente do outro lado da fronteira: na Galiza, também se percebe bem o português e o “portunhol” que os vizinhos portugueses usam para se expressar, sempre que pisam território espanhol, muitos deles para trabalhar. E quer uns, quer outros, pisam muitas vezes o respetivo país vizinho: o movimento médio diário de veículos pesados e ligeiros desta zona fronteiriça representa mais de metade de todos os intercâmbios existentes ao longo dos 2.000 quilómetros de fronteira terrestre entre Espanha e Portugal. Nuno Almeida, diretor do GNP - AECT, especifica que grande parte desse tráfego é feito

com o Minho. Além do transporte rodoviário de mercadorias, também “há muita gente que faz a sua vida dos dois lados da fronteira trabalhando num e vivendo no outro”. 6,4 milhões de pessoas A Eurorregião Galiza-Norte de Portugal ocupa uma superfície total de 51 mil quilómetros quadrados (29.575 relativos à Galiza e 21.284 ao Norte de Portugal) e concentra uma população de 6,4 milhões de habitantes (2,8 milhões na Galiza e 3,6 milhões na região Norte de Portugal). O Produto Interno Bruto das duas regiões estava a crescer até 2019, situando-se nesse ano nos 63,985 mil milhões de euros, na Galiza, e nos 62,244 mil milhões de euros na região Norte de Portugal de acordo com dados do Anuário Estatístico da Eurorregião. O Norte de Portugal concentra quase 35% da população residente em Portugal, assegura perto de 39% das exportações nacionais e representa cerca de 29% do PIB da economia nacional sendo a segunda região portuguesa com o maior PIB, atrás da Área Metropolitana de Lisboa. O subdiretor da Eurorregião, Xosé Lago, cita dados oficiais, informando que a Galiza contribui com 8% das exportações espanholas, tendo exportado no ano passado 25,2 mil milhões de euros (mais 21% do que em 2020 e mais 12% do que em 2019, antes da pandemia). França é o principal cliente da Galiza, com 5,206 mil milhões de euros em compras, logo seguido de Portugal, que importou o total de 3,2 mil milhões de euros, o que traduz um crescimento de 19,1% face a 2020. O subdiretor da Eurorregião especifica que “os setores com mais peso nas exportações galegas foram o têxtil, com 5 702 milhões de euros, mais 30,3% do que em 2020; o setor automóvel, com um volume de exportações de 7 041 milhões (+4,6%); a indústria do metal, que

supera os 1 865 milhões (+52,8%), e o setor agroalimentar, com perto de 3 527 milhões e uma subida de quase 14% em relação a 2020”. De salientar ainda “os setores naval, com uma subida interanual de 66,8% que lhe permite superar os 583 milhões, e o aeroespacial, um setor emergente que cresce 83,2%, situando-se acima dos 18 milhões”. O gestor nota que o número de empresas exportadoras também está a subir: em 2021 foram 9.360, empresas, mais 31,5% do que em 2020. “As exportadoras regulares, as que venderam produtos ao exterior nos últimos quatro anos de forma consecutiva, são agora 2.563 mais 44 do que em 2020”: França e Portugal são também os principais fornecedores da Galiza, sendo responsáveis por 26,47% e 10,03% das importações galegas, respetivamente. Relativamente à balança comercial entre Portugal e a Galiza, observa-se que tanto as exportações como as importações têm crescido nos últimos anos, no entanto, as exportações galegas para Portugal crescem a um ritmo superior das importações, pelo que o saldo, favorável à Galiza, tem vindo a dilatar-se. A interconexão é evidente, sendo a Galiza a região espanhola com a ligação económica e social mais expressiva a Portugal, sobretudo à região Norte, mas os responsáveis da Eurorregião não têm dúvidas de que há muita margem para melhorar. Nuno Almeida e Xosé Lago, atuais diretor e subdiretor do GNP-AECT, “trabalham há 30 anos no aprofundamento das relações entre a Galiza e o Norte de Portugal”, sendo por isso considerados os “pais” desta Eurorregião. Nuno Almeida já trabalhava na CCDR-N e Xosé Lago na Xunta de Galicia quando em 1991 foi criada a Comunidade de Trabalho GalizaNorte de Portugal, sob a égide da Convenção-Quadro Europeia sobre MAIO DE 2022

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a Cooperação Transfronteiriça entre Comunidades e Autoridades Locais e Regionais do Conselho da Europa em 1980. A Xunta de Galicia e a CCDR-N conduziram a partir daí o processo de criação do GNP-AECT, potenciando “a relação entre as duas regiões, as suas semelhanças e a progressiva projeção comunitária concedida pelas políticas de desenvolvimento regional” como se lê na página web da Eurorregião. Em 2008, foi assinada a Convenção Europeia entre os dois organismos para o estabelecimento do GNP-AECT, processo concluído em 2010, com a inauguração dos órgãos sociais. A presidência do GNP-AECT alterna anualmente entre a Xunta da Galiza e a CCDR-N. Desde 28 de julho, está o presidente da CCDR-N, António Cunha, a presidir também à instituição, tendo nomeado Nuno Almeida diretor e Xosé Lago subdiretor. “O trabalho é de tal maneira articulado entre Galiza e Norte de Portugal, que no mandato anterior era Xosé Lago o diretor e eu o sub-diretor. Funcionamos como uma só equipa dinamizadora da interconexão, aproximando instituições, empresas e cidadãos de ambos lados da fronteira, quando há interesses e objetivos comuns”, esclarece Nuno Almeida, acrescentando que 34 ACT UALIDAD€

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“o trabalho desenvolvido faz desta Eurorregião um exemplo de cooperação a nível europeu”. O primeiro passo foi encurtar distâncias, conta Nuno Almeida (à esq., na foto): “Construir as infraestruturas que ligassem as duas regiões era claramente a prioridade em 2010 porque não se pode fomentar o empreendedorismo entre os dois lados se não houver forma de comunicarem fisicamente. Tínhamos uma ponte rodoferroviária do século XIX (Valença-Tui) e agora temos cinco, ligando Melgaço e Arbo, Monção e Salvaterra do Miño, Vila Nova de Cerveira e Tomiño e uma nova ponte entre Valença e Tui.” É de salientar que “depois de concretizada a autoestrada Porto-Lisboa, a prioridade do governo português foi a A3”, a autoestrada de EntreDouro-e-Minho, que faz a ligação entre o Porto e a fronteira espanhola, em Valença, deixando clara “a sua aposta nas relações entre Portugal e a Galiza”, observa Nuno Almeida. TGV Lisboa-Porto-Vigo até 2030 A nível ferroviário, o ritmo tem sido mais lento e há muito que na Galiza e no Norte de Portugal se reivindica uma ligação de comboio de alta-velocidade, um tema repetido nas últimas cimeiras luso-

-espanholas, mas que aguarda concretização. Está previsto que depois do TGV Lisboa-Porto, será construída a linha de ligação do Porto a Vigo. O embaixador de Portugal em Espanha João Mira-Gomes, em entrevista ao diário La Voz de Galícia, adiantou que esta linha deverá estar pronta antes de 2030, sendo um dos argumentos a fortalecer a candidatura ibérica de realização do Mundial de Futebol de 2030. O embaixador reconheceu ao diário galego que “é preciso fazer mais em matéria de infraestruturas”, apontando como prioridade na alta velocidade a ligação Lisboa – Porto – Vigo (uma viagem de pouco mais de duas horas). O diplomata esclareceu que o TGV não avançou antes por razões “de política interior” e da “crise financeira”, mas “agora há consenso e dinheiro com o plano de recuperação europeu”. O TGV é o projeto principal do Programa Nacional de Investimentos (PNI) 2030, a cobrir quase na totalidade pelos fundos comunitários do quadro financeiro plurianual 2021-2027 e do Plano de Recuperação e Resiliência. No ano passado, Pedro Nuno Santos, na qualidade de ministro das Infraestruturas (função que mantém no atual Governo) declarava também ao La Voz de Galícia que a ligação Lisboa-Porto-Vigo é prioritária e deverá estar pronta até 2030. A linha de Alta Velocidade que liga Porto e Lisboa, com um investimento previsto de 4.500 milhões de euros, reduzirá a viagem das atuais 2h48, para 1h15, sem paragens. O PNI prevê também a criação de uma nova linha ferroviária Porto – Valença – Vigo encurtando a viagem de 2h22 para 55 minutos. Para tal é preciso que o Governo espanhol concretize a sua parte, nomeadamente a ligação ferroviária pelo sul de Vigo até Portugal em alta-velocidade (obra orçada em 200 milhões de euros). Recorde-se que Espanha


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possui a segunda rede ferroviária de alta velocidade mais extensa do mundo (depois da China), tendo o AVE (slta velocidade de Espanha) arrancado por altura da Expo 92, ligando Madrid a Sevilha. À Galiza, a alta velocidade chegou pela primeira vez em dezembro do ano passado, nomeadamente a Ourense, que fica assim a 2h15 de Madrid. Esta opção pelo TGV mais perto da costa, em detrimento da linha que ligaria Lisboa a Madrid, privilegia a competitividade portuária do eixo Atlântico. Os portos de Vigo, Viana do Castelo, Leixões (Porto), Aveiro e Lisboa estão localizados na margem do trajeto da ferrovia, mas portos ligeiramente mais afastados, como Setúbal e Sines (próximos de Lisboa), Pontevedra, Villagarcía, Corunha e Ferrol também poderão tirar partido da infraestrutura. O porto de Leixões continua a ser o mais representativo na região tendo movimentado no ano passado 15.187.768 de toneladas, menos 11% que as 17.076.091 movimentadas em 2020 de acordo com dados da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL). Na Galiza, lidera o porto da Corunha, com 11.878.196 toneladas de carga movimentada em 2021, uma subida face às 10.599.040 de 2020. A ligação aos transportes aéreos também será potenciada, nomeadamente aos aeroportos Francisco Sá Carneiro (Porto), Peinador (Vigo), Rosalía de Castro (Santiago), e de Alvedro (Corunha). Para Portugal, como assinala Nuno Almeida, “é fundamental que o TGV tenha ligação ao aeroporto do Porto”, onde já existe um espaço reservado para construir o terminal. O diretor da Eurorregião considera “evidente a importância estratégica do aeroporto Sá Carneiro, podendo servir os passageiros portugueses e galegos”. De acordo com números publicados na Pordata, pelo aeroporto do Porto passaram 13.112.453 de passageiros,

Nuno Almeida: “É fundamental que o TGV tenha ligação ao aeroporto do Porto, podendo servir os passageiros portugueses e galegos” em 2019. A pandemia fez recuar esse número para os 4.436.370, em 2020. O Plano de Investimentos Conjunto (PIC) da Eurorregião 2021/2027, além do comboio de alta velocidade, aponta ainda como necessárias a melhoria das ligações entre IC28/Arcos de Valdevez/Ponte da Barca à fronteira da Madalena e da fronteira da Madalena a Celanova. Este plano vai buscar financiamento aos fundos do Programa Operativo de Cooperação Transfronteiriça Espanha Portugal (POCTEP), procurando dar resposta às áreas em que os dois governos querem investir, de maneira a tornar as duas regiões mais competitivas. Nuno Almeida explica que “o PIC tenta conjugar o programa operacional da região norte com o programa operativo da Galiza, porque cada um tem que responder às prioridades nacionais”. A Eurorregião traba-

lha com fundos do POCTEP, cerca de 130 milhões de euros, informa o gestor, esclarecendo que “ao contrário do que aconteceu nos primeiros anos do AECT, este valor já não se destina a estruturas, mas sim para projetos imateriais de desenvolvimento regional”. Hoje “os valores já não são tão avultados como há 20 anos”, altura em que “financiavam pontes, ou organismos como o Laboratório Ibérico de Nanotecnologia, em Braga”. Relativamente à atribuição de fundos persiste uma dificuldade que afeta sobretudo Portugal, já que o critério europeu de base são as Nuts de fronteira, na Galiza, e as comunidades intermunicipais, do lado português. “Por cada euro do Feder que Portugal tem direito, Espanha tem três, o que causa um desequilíbrio do ponto de vista da capacidade de propor e de executar projetos, sendo que os interesses são os mesmos. A região norte tem mais população, mas menos dinheiro para a cooperação”, nota Nuno Almeida. O diretor do GNP-AECT considera que “há que ter em conta as diferenças na arquitetura institucional dos dois Estados, nomeadamente à escala regional”. Assim “o orçamento da Xunta de Galicia para 2022 é de 11.627 milhões de euros” e “o de 2021 foi de 11.563 milhões de euros”. No caso português, “não existindo regiões político-administrativas no Continente não se poderá fazer tal contabilização à escala regional (NUTS II)”. Ainda assim, “poderemos dizer que as dotações afetas aos Programas Operacionais Regionais contribuem para o reforço do investimento tanto do Norte de Portugal como da Galiza, estando a respetiva finalização de execução prevista para dezembro de 2023. E aos quais se somou em 2021 o REACT-EU.” Tanto Nuno Almeida como Xozé Lago reconhecem que “a Galiza, enquanto região autónoma, está MAIO DE 2022

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Trabalhadores transfronteiriços querem agilizar a mobilidade e Há cidadãos galegos a trabalhar no norte de Portugal e há portugueses a trabalhar na Galiza, como há também os que trabalham dos dois lados. Há os que residem onde trabalham e os que trabalham de um lado da fronteira e residem do outro, os chamados trabalhadores transfronteiriços. “Onde pagam os seus impostos? Para que que sistema de segurança social descontam? Podem usufruir desse sistema de segurança social nos dois países?” Os diferentes enquadramentos dos trabalhadores transfronteiriços suscitam distintas perguntas, como sugere Teresa González Ventín, responsável Gabinete de Coordenação do EURES Transfronteiriço Norte de Portugal – Galicia, organismo criado em 1997 no âmbito da rede europeia EURES por iniciativa do Instituto de Emprego e Formação Profissional, com o apoio da Comissão Europeia, para melhorar o funcionamento, a coesão e a integração laboral da Galiza e do Norte de Portugal, criando um mercado de emprego transparente e justo, desenvolvendo um sistema de cooperação e colaboração entre os serviços públicos de emprego e todos os restantes agentes económicos e sociais que representam a eurorregião com a capacidade de facilitar e impulsionar a mobilidade transfronteiriça voluntária de trabalhadores e de empregadores em termos de justiça e equidade”. A funcionar em Valença, onde partilha espaço com outras estruturas e entidades dedicadas ao desenvolvimento regional e transfronteiriço, este gabinete procura “dar visibilidade às oportunidades de emprego dos dois lados e ajudar a articular e a compatibilizar a tributação, a segurança social e as condições de trabalho, fazendo a ponte entre trabalhadores, centros de emprego,

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sindicatos, empresas e associações empresariais”, explica Teresa Ventín. A responsável do EURES-T G-NP considera que “a articulação entre a legislação dos dois países não constitui problema”, no entanto “há falhas nos procedimentos e entraves burocráticos”. Nesta região, “o encerramento da fronteira decretado devido à pandemia afetou muito a vida das pessoas dos dois lados, a fronteira voltou a ser uma fronteira”, frisa Teresa Ventín. Os dois governos definiram em que situações e em que condições se poderia cruzar a fronteira, mas a abrangência territorial excluía por exemplo, trabalhadores que vivem no Porto e trabalham na Corunha. Dos dois lados reivindica-se a formalização do estatuto do trabalhador transfronteiriço, que foi anunciada na cimeira ibérica realizada na Guarda, em outubro de 2020, como parte da Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço de Portugal e Espanha. Um ano depois, os Governos de Portugal e Espanha assinaram na cimeira ibérica de Trujillo um protocolo “que define as regras” desse estatuto e apontaram para o início deste ano a sua concretização, mas ainda não aconteceu, tendo apenas sido constituído um grupo de trabalho nesse sentido. Como explicou a ministra do Trabalho do Governo português, Ana Mendes Godinho, por altura da cimeira de Trujillo, este estatuto permitirá o acesso a serviços públicos em qualquer um dos países, nomeadamente “aos regimes de segurança social, a equipamentos sociais, como escolas ou creches, ou aos centros de emprego nos dois países”. Pretende-se “garantir que estes trabalhadores, bem como as suas famílias, tenham acesso a quaisquer destes equipamentos sociais” dos dois lados da fronteira.

Teresa Ventín acredita que “este ano se avançará na comunicação direta, através da implementação de ferramentas tecnológicas” de modo a agilizar a mobilidade entre os dois países. A gestora considera “fundamental transmitir às pessoas e aos empregadores a certeza de que podem aproveitar as oportunidades que a fronteira disponibiliza e que podem contar com o EURES Transfronteiriço Norte de Portugal – Galicia para os ajudar”. O último relatório de indicadores de Mobilidade Transfronteiriça elaborado pelo EURES Transfronteiriço Norte de Portugal – Galicia em 2021 contabiliza 7113 contratos de trabalho formalizados na Galiza com trabalhadores portugueses. De acordo com dados fornecidos pelos centros de emprego galegos, este número é inferior aos 9680 de 2019, no entanto é o segundo mais expressivo no que diz respeito a contratos de trabalho com estrangeiros, depois dos contratos com venezuelanos. Em Portugal não é possível analisar o número de contratos de trabalho formalizados com cidadãos espanhóis porque não existe a obrigação de os registar nos Centros de Emprego. No entanto, analisando o número de pessoas físicas com nacionalidade espanhola com remunerações declaradas nos centros distritais de Segurança Social do norte de Portugal, sabe-se que foram 4006 trabalhadores, em 2020, um valor também ligeiramente inferior aos 4225 de 2019. Espanha é, depois do Brasil, o país com mais trabalhadores registados na Segurança Social do norte de Portugal. Já o número de portugueses registados na Segurança Social da Galiza era 7820 em 2020. As províncias galegas de Pontevedra e da Corunha são as que registaram um maior número de contra-


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desburocratizar os seus direitos dos dois lados da fronteira tos, respetivamente 2934 e 1829. No Norte de Portugal, os distritos de Viana do Castelo e Porto acolhem o maior número de trabalhadores galegos, 1935 e 1201, respetivamente, de acordo com os registos na Segurança Social. Xozé Lago esclarece que “os setores da construção e do transporte são os que ocupam mais trabalhadores transfronteiriços na Galiza e em Portugal é a indústria manufatureira a que mais trabalhadores transfronteiros espanhóis absorve”. O vice-diretor do GNP-AEC informa ainda que “82% dos contratos registados em Espanha com trabalhadores portugueses residentes em Portugal são feitos com homens”. Das mais de 2400 pessoas residentes em Espanha que declaram remunerações na região Norte de Portugal, há um equilíbrio entre homens e mulheres. Na categoria de trabalhadores destacados, ou seja que são enviados temporariamente pelas suas empresas para trabalhar no país vizinho, sabe-se que 2.136 trabalhadores portugueses foram destacados para a Galiza e que 6279 trabalhadores galegos foram destacados para o Norte de Portugal. A EURES é uma rede criada pela Comissão Europeia, com representação em todos os Estados da União Europeia, para prestar serviços de informação, assessoria a empresas e a trabalhadores sobre o mercado de trabalho no Espaço Económico Europeu, ajudando na sua colocação. Dentro da Rede EURES, criou-se o Serviço EURES Transfronteiriço, que tem como objetivo dar resposta às necessidades de informação ligadas à mobilidade fronteiriça de trabalhadores e empresários. Até ao momento, existem em toda Europa doze EURES Trans-

fronteiriços, entre os quais o do Norte de Portugal – Galícia. Através deste gabinete, é possível: divulgar e consultar ofertas de emprego na Eurorregião; aceder a informação sobre legislação dos dois países em matéria laboral, fiscal, social… aplicada à mobilidade transfronteiriça; obter informação sobre os trâmites a realizar na contratação transfronteiriça; conhecer oportunidades de formação e práticas transfronteiriças. Para tal, o EURES-T G-NP disponibiliza atendimento personalizado no gabinete de Valença e em todos os Centros de Emprego onde está um conselheiro EURES, bem como informação nas páginas web do EURES, do EURES-T G-NP e portal European Online Jobs. De destacar que os Centros de Emprego do Instituto do Emprego e Formação Profissional da Região Norte de Portugal, registaram no primeiro semestre de 2020, o total de 15.912 ofertas de emprego, das quais mais de um quarto, concretamente 4.375, ou seja 27,49% das ofertas, correspondiam à procura de perfis de trabalhadores não qualificados e dentro deste grupo, trabalhadores não qualificados no setor extrativo

indústria, construção, indústria de transformação e transporte”. Os empregadores procuraram também perfis de trabalhadores qualificados da indústria, construção e artesãos com 2.951 ofertas e em terceiro lugar, os perfis mais procurados foram os de serviços pessoais, profissionais de proteção e segurança e vendedores com 14,54% do total de ofertas (2.314). Já o Serviço Público de Emprego Galego (SPEG) geriu um total de 11.410 ofertas de emprego durante o primeiro semestre de 2020, indica Xozé Lago, especificando que 41,11% (4.691) buscava trabalhadores em agricultura, pesca, construção, indústrias transformadoras e transportes. Em segundo lugar, com 961 ofertas, ou seja, 8,42% do total, surgiram vagas para trabalhadores qualificados da construção civil, exceto operadores de máquinas. A busca de trabalhadores de saúde e cuidados pessoais foi a terceira mais expressiva, com 820 ofertas. A taxa de desemprego na Galiza situava-se nos 12,6% no primeiro trimestre de 2020 e nos 11,9% no segundo. No norte de Portugal foi do 6.8% e 5.6% respetivamente.

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Iacobus, um “Erasmus” para a comunidade científica regional Alunos, professores, investigadores e funcionários de universidades, centros tecnológicos e fundações biomédicas Professores, investigadores; pessoal de administração e serviços, gestores da inovação e técnicos de I+D+i do norte de Portugal e da Galiza podem beneficiar das bolsas do projeto de intercâmbio Iacobus, criado pelo GNP-AECT para “fomentar a cooperação e o intercâmbio entre os recursos humanos de universidades, instituições de ensino superior e centros tecnológicos da Euroregião Galicia – Norte de Portugal”. O programa é pioneiro na Europa e procura dinamizar “a partilha de atividades formativas, de investigação e de divulgação”. Com esta permuta de conhecimento e de expe-

menos dependente de Madrid, do que o Norte de Portugal está de Lisboa” e isso influencia “a forma como se tomam decisões e a evolução das duas regiões”. O diretor do GNP-AECT sublinha que “cada região para ter acesso a fundos comunitários tem que ter uma estratégia de especialização inteligente, que no fundo é um guião de como devem ser gastos os fundos”. As prioridades estão alinhadas com as da UE, nomeadamente a descarbonização, a sustentabilidade, investigação, a criação de emprego, tendo a Eurorregião definido os setores em que quer apostar agora e no futuro, salienta Nuno Almeida: “A biomassa e o mar; o agroalimentar e a biotecnologia; a indústria 4.0, que em Portugal tem um programa específico; a mobilidade; as indústrias turísticas e criativas e a saúde e envelhecimento ativo pelas circunstâncias das duas regiões, que 38 ACT UALIDAD€

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riências, pretende-se também aproximar o meio académico e científico das empresas. O programa arrancou em 2008 e implicou um investimento de um milhão e meio de euros, tendo já somado 1203 estadias de investigação, em múltiplas áreas do conhecimento, com interessantes propostas científicas e uma elevada satisfação por parte dos participantes. Atualmente na nona convocatória, o Iacobus conta com um orçamento global de 200 mil euros. O AECT recebeu “mais de 300 candida-

se manifesta pela baixa natalidade e pela clivagem interior litoral (mais grave do lado da Galiza) e que obriga a que haja políticas para colmatar essa situação.” Aposta na inovação para potenciar a força industrial da Eurorregião A inovação é uma aposta incontornável desde o início da cooperação desta Eurorregião, que tem no Laboratório Internacional Ibérico de Nanotecnologia (INL), localizado em Braga, uma das suas bandeiras. Nuno Almeida recorda que o INL foi criado com fundos do Interreg destinados à cooperação transfronteiriça: “Na cimeira ibérica de 2006, “o governo português e o espanhol concordaram em colocar um centro tecnológico de investigação de ponta na eurorregião mais dinâmica da Península, projetando-a no mapa mundial da ciência.” O diretor do GNP-AECT frisa

turas” para a presente convocatória . Xozé Lago faz um balanço muito positivo: “De registar a crescente quantidade e qualidade dos projetos conjuntos apresentados pelas Universidades (e também Institutos Politécnicos portugueses e Centros Tecnológicos) da Eurorregião nas diferentes convocatórias. Há quatro anos, o Iacobus passou a financiar também a publicação de artigos científicos conjuntos entre professores da Eurorregião, tendo já financiado a publicação de 193 papers .” Desde o ano passado, o Iacobus abriu a possibilidade de financiar o registo de patentes, “para proteger e valorizar a investigação que é feita na Eurorregião, bem como promover a sua competitividade e notoriedade.”

que "a inovação é claramente uma aposta porque o tecido empresarial das duas regiões é forte e é sobretudo industrial", havendo "uma elevada especialização”. Nuno Almeida dá o exemplo do setor automóvel: “Portugal tem uma importante indústria de componentes automóveis no norte e no centro, a fornecer não só as fábricas galegas de automóveis como outras fábricas europeias. Temos estado a trabalhar em parceria com os fabricantes da Galiza e queremos continuar a ser uma região competitiva. Estamos a apostar na mobilidade do futuro, quer através das baterias quer do veículo do futuro. Na cimeira ibérica de 2021 aprovou-se trabalhar conjuntamente no automóvel do futuro, como a Eurorregião já o faz, pelo que o grupo de trabalho que tratar destas questões terá como principais agentes as empresas e os centros tecnológicos desta Eurorregião.” Nuno


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Almeida frisa que o Norte de Portugal está ao lado da Galiza na luta pela fábrica de baterias de lítio. “Se vier alguma para a Península Ibérica, achamos que faz sentido que venha para a Eurorregião, porque todos beneficiam”, argumenta. Do automóvel ao aeroespacial O gestor adianta ainda que o cluster automóvel está cada vez mais interligado com o aeroespacial, nomeadamente com o trabalho que está a ser desenvolvido por centros tecnológicos como o Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CEIIA), em Matosinhos (Porto) e polo Aeroespacial do parque tecnológico de Rozas (Lugo): “Quando falamos da mobilidade, estamos a falar do cluster automóvel a evoluir também para o aeroespacial e queremos tirar partido do trabalho que está a ser desenvolvido em Portugal e na Galiza. O polo de Rozas está a fazer importantes investimentos públicos em parceria com grandes empresas para o desenvolvimento de prototipos, de drones, aproveitando as competências da indústria dos dois lados. Esta investigação pode ser canalizada em benefício de outras áreas como agricultura, floresta, etc.” Xozé Lago lembra que “no final do ano passado, o presidente da CCDR-N e da Euroregião António Cunha visitou este polo aeroespacial, acompanhado por um conjunto de 16 empresas e centros de I+D+i”. Juntamente com Francisco Conde López, vicepresidente da Xunta de Galicia, “acordaram colaborar nesta matéria nomeadamente no âmbito do próximo quadro comunitário de apoio”. Cada vez “a cooperação não pode

A valorização dos recursos maríestar reduzida aos fundos europeus e regionais disponíveis, até porque timos é também uma das linhas temos pouco mais de 100 milhões em que a cooperação pode fazer a e um investimento a sério custa diferença. A Eurorregião tem em isso”, observa Nuno Almeida, res- curso o projeto BlueHuman, que salvando que as verbas do POCTEP “visa alargar o potencial comercial do Oceano Atlântico na Europa, propondo produtos inovadores para o campo biomédico”, aponta Nuno O automóvel do Almeida, explicando que “estes profuturo , os drones dutos serão produzidos não apenas a partir de uma exploração sustentáe a biotecnologia vel dos recursos marinhos, mas tamazul unem os bém valorizando as enormes quantidades de subprodutos disponíveis investigadores na região Atlântica”. Às atividades às indústrias da habituais ligadas principalmente à pesca e ao transporte marítimo, em Eurorregião que tanto o Norte de Portugal como a Galiza dão cartas, pretende-se estão mais vocacionadas para dinâ- “abrir caminho à biotecnologia azul micas imateriais como o programa apresentando novas soluções de elevado valor acrescentado“. Iacobus (ver caixa da página 38). A interligação do tecido empresa- A fileira florestal tem fomentarial passa tambem pelo setor têxtil, do também projetos de cooperação, muito forte nas duas regiões (a como a organização de jornadas Corunha acolhe a sede do grupo técnicas especificas dos dois lados. Inditex e o Norte de Portugal é Neste domínio, é de destacar o invesa morada de várias empresas têx- timento de mais de 700 milhões teis que produzem marcas interna- que a portuguesa Altri planeia fazer cionais e marcas próprias), e com numa fábrica a erguer na Galiza. vários projetos de cooperação ao Em comunicado, a empresa informa nível da investigação e da indústria. que assinou “com a Sociedade para MAIO DE 2022

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Um apoio crescente ao turismo e à cultura Conscientes da importância que as rotas do Caminho de Santiago têm para a Eurorregião, com “um grande potencial para o desenvolvimento socioeconómico deste território e cujo carácter transnacional o converte em senha de identidade e obriga à cooperação para a sua ordenação, gestão, proteção, conservação, valorização e promoção”, o GNP-AECT criou e gere o projeto "Fazendo Caminho", financiado pelo Interreg. Assente no princípio de “valorizar o património cultural e natural como suporte de base económica da Eurorregião”, o projeto procura “consolidar as rotas do Caminho de Santiago na Eurorregião Galiza - Norte de Portugal e impulsionar o seu aproveitamento sustentável como recurso patrimonial, cultural e natural transfronteiriço, capaz de gerar atividades turísticas e económicas que contribuam ao desenvolvimento socioeconómico deste território”, como se lê na página do projeto, na plataforma online do GNP-AECT. O Caminho de Santiago conta agora com uma nova rota certificada: o Caminho Português da Costa, que se estende ao longo 138 quilómetros e atravessa os concelhos do Porto, Matosinhos, Maia, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Esposende,

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Viana do Castelo, Caminha, Vila Nova de Cerveira e Valença. Recorde-se que foram antes certificados pelo Turismo de Portugal o Caminho Interior, que liga Viseu a Chaves, com saída para Espanha por Vilarelho da Raia, e do Caminho Central Português, que começa na Sé de Lisboa, passando por Tomar, Coimbra, Porto, Valença e depois entra na Galiza, por Tui. Aguarda certificação o Caminho de Torres, que liga Salamanca a Santiago de Compostela, passando pelo Douro, Guimarães e Valença.

publica o seu trabalho. Atualmente o programa promove também as Conversas Nortear; Exposições conjuntas anuais sobre um autor da Eurorregião; Intercâmbio de fundos bibliográficos destinados a aumentar a secção de língua portuguesa na Biblioteca da Galiza e de língua galega na Biblioteca da Direção Regional de Cultura do Norte de Portugal, bem com o projeto Escritores a Norte (rotas literárias e turísticas pela geografia literária de três autores da Euroregião).

Projeto Nortear

Guias para os mais novos

A cultura e a identidade das diferentes comunidades que integram a Eurorregião também são valorizadas pelo GNP-AECT. Nesse sentido existem projetos como o Nortear, que é um programa de intercâmbio cultural entre as duas regiões, que começou por criar um prémio literário, que distingue obras de escritores da Eurorregião e

No que concerne a publicações, o GNP-AECT alia a cultura e o turismo para trabalhar a identidade da Eurorregião junto dos mais novos. Esse é o propósito dos Guias Os Bochechas (Bolechas, na versão galega), que contam histórias que ajudam a conhecer a história e o património do Norte de Portugal e da Galiza.


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o Desenvolvimento de Proxectos Estratéxicos de Galicia (Impulsa) um Memorando de Entendimento para estudar em exclusivo e no contexto de uma parceria, a construção de uma biounidade industrial de raiz, equipada com as melhores tecnologias disponíveis a nível mundial, na região autonómica da Galiza”. Esta biounidade industrial destina-se a “fornecer o cluster têxtil do Noroeste peninsular, contribuindo para o reforço da economia circular e descarbonização de um importante setor económico como é o do setor têxtil”. Prevê-se que “a biounidade industrial venha a ter capacidade para produzir anualmente cerca de 200 mil toneladas de pasta solúvel e fibras sustentáveis, tendo em vista, principalmente, o fornecimento do setor têxtil, enquadrando-se no programa “Next Generation EU” e no Plano Nacional de Recuperação e Resiliência Espanhol, e prevê-se ainda o desenvolvimento de um plano técnico, operativo e comercial, no contexto do Proyecto de Gestión Sostenible de los Bosques Gallegos”. Caso se verifiquem “satisfatoriamente” as condições acordadas, o negócio será formalizado no segundo semestre deste ano, avança a Altri. Outro investimento também noticiado em abril foi a construção da nova fábrica de vacinas da biofarmacêutica galega Zendal, em Paredes de Coura. A nova unidade industrial custará 22 milhões de euros, ocupará uma parcela de 50 mil metros quadrados no Polígono Industrial de Formariz (Paredes de Coura), e deverá estar concluída no final deste ano, de acordo com a informação divulgada pela empresa durante a visita do embaixador de Portugal em Espanha, João Mira Gomes, à sede do grupo empresarial em Porriño, na Galiza, no mês passado. O forte desenvolvimento industrial galego dos últimos anos transbordou para o Minho, à boleia

da mão de obra mais barata, mas também da menor burocracia e do espaço empresarial disponível. “Os municípios portugueses são mais céleres a decidir a aprovação da localização de novas empresas”, comenta Nuno Almeida. Em Vila Nova de Cerveira, por exemplo, o Parque Empresarial do Fulão foi criado e é gerido pelo grupo galego Gradín, que opera na construção, serviços, segurança e aviação. O parque ocupa 40 hectares, destinando 300 mil metros quadrados à instalação de empresas industriais. O Plano de Trabalho do GNPAECT para este ano quer continuar a “intensificar a cooperação transfronteiriça de proximidade” e isso inclui “apoiar a cooperação empresarial através de protocolos de cooperação com associações empresariais na Eurorregião, nos clusters do têxtil, da exploração florestal, do automóvel e do turismo, bem como a especialização euroregional em novas áreas, das quais a aeroespacial é um exemplo”, acrescenta Nuno Almeida. Eurocidades: a cooperação local As cidades também protagonizam histórias de cooperação, nomeadamente as Eurocidades, como conta Nuno Almeida: “A fronteira terrestre entre os dois lados da Euroregião é pontuada por vários locais de atravessamento que se têm vindo a consolidar sob a forma de eurocidades. Existem sete ao longo da fronteira entre os dois países, duas delas tendo já assumido a forma de Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (ChavesVerin e Vila Real de Sto António - Castro Marin - Ayamonte). Acabámos de celebrar o 10 aniversário de Tui-Valença e o AECT da Eurorregião Galicia – Norte de Portugal assinou um protocolo de colaboração com as duas Câmaras Municipais. A dinâmica, entretanto, conseguida nas áreas da cultura,

turismo, proteção civil, levam os respetivos autarcas a enveredarem agora pelo reforço institucional desta figura, situação a que daremos a melhor atenção. Mas também Monção-Salvaterra do Minho, Vila Nova de Cerveira-Tominho, Melgaço-Arbo e Chaves-Verin têm demonstrado enorme vitalidade ao nível da resolução dos problemas quotidianos dos respetivos cidadãos. Veja-se a tomada de posição conjunta das sete por altura do mais recente encerramento da fronteira por motivos sanitárias relacionados com a pandemia.” Além das referidas, existem ainda parcerias entre as cidades de Matosinhos e Vila Garcia, A Guarda e Caminha, Famalicão e Arteixo, Caldas de Reis e Visela, Silled e Paredes de Cousa, Lalín e Cabeceiras de Basto e Baião e Moraña. O primeiro 112 transfronteiriço Outra conquista prende-se com a estreia ainda este ano na Eurorregião do projeto-piloto para a concretização do 112 Transfronteiriço, que deverá no futuro abranger as restantes regiões de fronteira. Este projeto prevê que sejam acionados os meios de emergência que estiverem mais próximos da ocorrência que chega ao 112, bem como a obrigação de partilha de informação entre as autoridades dos dois países envolvidas em cada resposta. A equipa do GNP-AECP faz um “balanço positivo” destes 12 anos de funcionamento, mas tem os olhos postos no futuro da Eurorregião, que passará pala contínua evolução da mobilidade e da conectividade, bem como pelas apostas no tecido industrial da região, alicerçadas na inovação e nos projetos ligados ao mar. Sem esquecer os laços culturais e a promoção turística das duas regiões, que têm argumentos fortes nessa matéria: como o Douro Património Mundial, ou os Caminhos de Santiago.  MAIO DE 2022

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ADVOCACIA E FISCALIDADE

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Uría Menéndez-Proença de Carvalho, melhor escritório de fusões e aquisições em Portugal

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Ur í a M e n é n d e z- P r o e n ç a de Car valho recebeu, no final de março, pelas mãos da “Mergermarket”, o prémio de melhor escritório de advogados em Portugal em fusões e aquisições, numa cerimónia celebrada em Londres. Este galardão é o reconhecimento do trabalho do escritório na assessoria a este tipo de operações em 2021”, afirma o escritório luso-espanhol, cuja área de fusões e aquisições se destacou em 2021, sobretudo pelo trabalho desenvolvido pelas sócias Catarina Tavares Loureiro e Joana Torres Ereio (na foto). Nesta última edição dos “Mergermarket Europe M&A Awards”, foram premiados os melhores assessores financeiros e escritórios de advogados de dezanove jurisdições, tendo em conta o valor e o número de operações nas quais intervieram durante este ano. As candidaturas foram examinadas por um júri composto por editores da Mergermarket e por especialistas em M&A que analisou a natureza estratégica das operações, a sua complexidade,

novidade e os requisitos financeiros. Receber o “Portugal M&A Legal Adviser of the Year” consolida a liderança da Uría Menéndez-Proença de Carvalho neste tipo de operações, e reconhece o trabalho de excelência realizado pela equipa de M&A do escritório, que, com dez sócios e cinquenta advogados, prestou assessoria a algumas das transações mais complexas realizadas nos

últimos doze meses em Portugal. A Uría Menéndez é um escritório líder no mercado iberoamericano, com presença em 12 cidades da Europa e América. Fundada em 1946, atualmente conta com mais de 600 advogados que prestam assessoria de alto valor acrescentado em todas as áreas do direito dos negócios português, espanhol e da União Europeia (www.uria.com). 

CRS Advogados distinguida em diretórios internacionais

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CRS Advogados manteve o seu posicionamento na edição 2022 do diretório “Media Law International (MLI)”, que reconhece a sociedade na área de direito dos media. Esta área é assegurada na sociedade pelos advogados Telmo Semião (na foto) e Catarina Enes Oliveira. Esta referência resulta do reconhecimento na prestação de serviços jurídicos de excelência da CRS Advogados, em contexto nacional e internacional, no setor dos media, nomeadamente estações televisivas, produtoras, rádios e

revistas, adianta a sociedade. O diretório “MLI” baseia a sua pesquisa em análises de mercado junto de mais de 50 jurisdições que se concentram exclusivamente na área de direito dos media. Entretanto, a CRS Advogados foi também distinguida nos rankings de 2022 nomeados pela “The Legal 500 (Legalease)”, na área de employment . Além da área de prática distinguida nos rankings deste ano, está considerada como “Firms To Watch” em dispute resolution .  Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Foto DR

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aBOGACÍA Y FISCALIDAD

ADVOCACIA E FISCALIDADE

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opinião opinión

Por Luís Filipe Faria*

O direito ao esquecimento

nos contratos de seguros

E

ntrou em vigor no início deste ano a Lei 75/2021, de 18 de novembro que veio reforçar o acesso ao crédito e aos contratos de seguros por pessoas que tenham superado ou mitigado situações de risco agravado de saúde ou de deficiência, proibindo práticas discriminatórias e consagrando o direito ao esquecimento. Apesar de ainda existirem inúmeras interrogações quanto à aplicabilidade e exequibilidade deste diploma, importa analisar algumas das implicações que o mesmo poderá vir a ter no âmbito do mercado segurador. O direito ao esquecimento já se encontra previsto em outros ordenamentos jurídicos europeus, como por exemplo França, Países Baixos, Bélgica ou Luxemburgo, estando agora a dar os primeiros passos no nosso país. A ideia subjacente a este direito é a de que uma pessoa que tenha superado ao longo da sua vida um problema grave de saúde ou de deficiência, não possa ser prejudicado ou discriminado no âmbito do acesso ao crédito à habitação e ao consumo, bem como aos contratos de seguros associados aos referidos créditos. Inicialmente pensado sobretudo para pessoas que tivessem superado o cancro, o diploma alargou posteriormente o seu

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âmbito de aplicação passando a incluir também outras doenças. O primeiro aspeto a destacar é que este regime apenas se irá aplicar aos consumidores, excluindo-se, no entanto, os beneficiários do regime de concessão de crédito bonificado à habitação a pessoa com deficiência. Por outro lado, no que concerne à contratação de seguros, o âmbito de aplicação por excelência desta Lei serão os contratos de seguro de vida associados ao crédito à habitação, embora não seja de excluir que possa aplicar-se também aos contratos de seguro de vida de previdência. Para uma melhor compreensão do diploma, importa também esclarecer o conceito de “pessoas com risco agravado de saúde”. Assim, estarão nesta situação as pessoas que sofram de toda e qualquer patologia que determine uma alteração orgânica ou funcional, de longa duração, evolutiva, potencialmente incapacitante e que altere a qualidade de vida do portador a nível físico, mental, emocional, social e económico e seja causa potencial de invalidez precoce ou de significativa redução de esperança de vida. Esta Lei veio prever que estas pessoas não possam ser sujeitas a um aumento de prémio de seguro ou exclusão de garantias

de contratos de seguro. Para além disso, nenhuma informação de saúde relativa à situação médica que originou o problema de saúde / deficiência poderá ser recolhida ou objeto de tratamento pelas instituições de crédito ou seguradores em contexto pré-contratual. Ou seja, as empresas de seguros não poderão solicitar nenhum dado de saúde sobre a referida situação desde que tenham decorrido de forma ininterrupta, os seguintes prazos: a) 10 anos desde o término do protocolo terapêutico, no caso de risco agravado de saúde ou deficiência superada; b) Cinco anos desde o término do protocolo terapêutico, no caso de a patologia superada ter ocorrido antes dos 21 anos de idade; c) Dois anos de protocolo terapêutico continuado e eficaz, no caso de risco agravado de saúde ou deficiência mitigada. Uma das críticas que se poderá apontar é que, se é verdade que o diploma estabelece objetivamente os casos em que uma pessoa supera uma situação de risco agravado de saúde ou de deficiência, o mesmo já não acontece nos casos de mitigação, deixando no ar inúmeras dúvidas interpretativas e colocando mesmo em causa a exequibilidade desta parte da norma.


opinión

A Lei 75/2021 veio também alterar o artigo 15º da Lei do Contrato de Seguro e aditar os artigos 15º-A e 15º-B a este diploma. Não obstante se tratar de um outro regime jurídico, a verdade é que apenas uma leitura conjunta com estes artigos permite uma compreensão integral da Lei do Direito ao Esquecimento. No que a este tema mais importa, cumpre destacar especialmente o artigo 15º-A da Lei do Contrato de Seguro, onde se estabelece que o Estado deverá celebrar e manter um acordo nacional relativo ao acesso ao crédito e a contratos de seguros (“ANACS”) por parte de pessoas que tenham superado ou mitigado situações de risco agravado de saúde ou de deficiência. Este acordo será celebrado com as associações setoriais representativas de instituições de crédito e das empresas de seguros e resseguros e terá como objeto, entre outras coisas:

- Assegurar o acesso sem discriminação ao crédito à habitação e ao crédito ao consumo por parte deste grupo de pessoas; - Definir categorias específicas de dados e informações que possam ser exigidas e operações de tratamento desses dados e informações e das suas garantias de sigilo; O ANACS irá também definir um procedimento de fixação de uma grelha de referência, a qual será pública, que permita definir os termos e prazos para cada patologia ou incapacidade, em linha com o progresso terapêutico, os dados científicos e o conhecimento sobre o risco de saúde, de crédito ou segurador que cada patologia ou incapacidade represente. Este ANACS irá funcionar assim como um ponto de referência deste regime, essencial para, esperemos, se poder aplicar a Lei 75/2021 em toda a sua plenitude. No entanto, uma vez que o aludido ANACS ainda

opinião

não foi celebrado, nem se prevê que o venha a ser num futuro próximo, o regime do Direito ao Esquecimento continuará a suscitar inúmeras dúvidas, nomeadamente no que concerne à sua aplicabilidade a determinadas doenças. Em conclusão, apesar de ser de aplaudir o objetivo inicial desta Lei, no sentido de impedir atos discriminatórios relativamente às pessoas que se encontrem nas situações por ela abrangidas, a verdade é que a ausência de uma linguagem clara e da referência às patologias a que a mesma se aplica, colocou um enorme problema a todo o mercado segurador que, apesar de pretender aplicar a lei, não tem em seu poder todas as ferramentas necessárias para o fazer, sendo por isso necessária uma análise cuidadosa e criteriosa dos processos, nesta fase inicial de aplicação.  *Advogado da Belzuz Abogados Email luis.faria@belzuz.com.pt

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MAIO DE

Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 2 0 E-mail: 22 ccile@ccile.org Website: www.portugalespanha.org

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ciência e tecnologia

Ciencia y tecnología

Minsait e iberdrola juntas num projeto para promover a transição energética com IA A

Minsait, uma empresa da Indra, será o parceiro tecnológico da Iberdrola no IA4TES, um projeto de investigação liderado pela energética e financiado com fundos Next Generation UE, que visa desenvolver tecnologias de inteligência artificial (IA) para acelerar a transição energética. O projeto, com um investimento previsto de 16,2 milhões de euros, dos quais 12,5 milhões serão financiados pelos fundos, prevê a criação de mais de 30 empregos nos próximos anos. Além disso, é a única proposta para o setor energético aprovada pela Secretaria de Estado da Digitalização e Inteligência Artificial do Governo espanhol, no âmbito do convite para o programa “Missões de I&D&I na IA”, uma iniciativa que atribui fundos a projetos de investigação a longo prazo apresentados por consórcios constituídos por grandes empresas, instituições académicas e PME.

Na qualidade de principal parceiro tecnológico, a Minsait será responsável pelos três módulos de trabalho relacionados com a implementação de soluções avançadas de inteligência artificial nas áreas de produção, distribuição e consumo de eletricidade: produção sustentável inteligente, rede inteligente e consumo inteligente. Além disso, a empresa contribuirá com a sua experiência e conhecimento para facilitar a integração ótima de produção renovável nos mercados de energia. Especificamente, a Minsait coordenará projetos que irão estudar a aplicação de tecnologias inteligentes para otimizar a operação e manutenção de ativos utilizados na produção eólica e fotovoltaica. Para tal, a companhia trabalhará no desenvolvimento de sistemas que facilitem a deteção em tempo real de riscos operacionais e em modelos de aprendizagem automática para prever falhas

nas baterias e estimar a vida útil do equipamento. A Minsait irá também liderar o desenvolvimento de tecnologias que permitam às redes de distribuição abordar de forma eficiente e flexível a penetração imparável dos recursos energéticos distribuídos (DER). Para o efeito, proporá sistemas capazes de antecipar o impacto destes recursos a longo, médio e curto prazo e de planear a sua integração, otimizando o investimento, bem como outras soluções para antecipar os riscos de falhas e os impactos cruzados de todos os componentes e equipamentos da rede que possam afetar a continuidade e a qualidade do fornecimento. Finalmente, a Minsait aplicará IA ao desenvolvimento de um novo quadro de serviços de coordenação de energia que permita a participação “inteligente” de clientes residenciais e comerciais nos mercados energéticos. 

Primavera disponibiliza oferta cloud para instituições de ensino A Primavera BSS acaba de lançar o Rose Education, uma solução cloud desenvolvida nativamente para ambientes na “nuvem”, adaptada à realidade do ensino, com o objetivo de proporcionar às instituições de ensino profissional e superior a possibilidade de promoverem aulas práticas que permitam aos estudantes o contacto com tecnologia de última geração, facilitando a sua integração no mercado de trabalho. Além da licença de utilização da sua mais recente plataforma cloud de gestão empresarial endereçada à componente prática do ensino, designada Rose Education, a tecnológica vai ainda formar mais de 150 professores e cerca de 50 técnicos do ensino supe-

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rior para que estes possam contribuir ativamente para a capacitação digital dos estudantes, alavancando a disseminação em larga escala das competências necessárias à nova era digital de gestão empresarial. Com a plataforma Rose Education já disponível para o próximo ano letivo, a tecnológica estima dotar de competências digitais cerca de 11 mil alunos em cada ano letivo, reduzindo assim o tempo necessário de adaptação dos recém-formados à realidade prática das empresas. “É nas instituições de ensino que se preparam os futuros profissionais, por isso, o seu papel é determinante para a evolução da sociedade em geral. É nesse sentido que acabamos de dispo-

nibilizar a nossa tecnologia de última geração para que estas instituições possam formar profissionais com uma visão de futuro e preparados com as competências práticas necessárias para contribuírem ativamente para a evolução digital do tecido empresarial e para a rápida criação de valor nas empresas”, salienta David Afonso, senior vice president da Primavera. A tecnológica pretende com este programa educacional apoiar à transição digital do ensino prático através de uma solução suportada por tecnologia cloud based, que, simultaneamente, promove um modelo de trabalho colaborativo entre docentes e estudantes, que garante uma aprendizagem mais ajustada à tendência de mobilidade. 


Ciencia y tecnología

ciência e tecnologia

Dia da Internet mais segura relembra importância da prevenção de ciberataques A s violações da cibersegurança são atualmente uma ameaça, não só para as empresas, mas também para a estabilidade da economia mundial, como o Fórum Económico Mundial tem vindo a destacar na sua conferência anual em Davos, desde 2016. De acordo com o Instituto Ponemon, no último ano, o custo médio de uma falha de cibersegurança foi de 4,26 milhões de euros. A preparação pré-incidente e a gestão subsequente são os fatores determinantes que podem minimizar o impacto de um ciberataque. Por estas razões, quando se assinalou o Dia da Internet Mais Segura, a 8 de fevereiro, a Cipher, a divisão de cibersegurança da Prosegur, reuniu uma lista com as recomendações mais úteis para salvaguardar uma empresa ou organização, caso sofra um ataque informático. Assim, o primeiro aspeto será centralizar “a coordenação da resposta ao incidente: todas as medidas após um ataque informático devem ser perfeitamente coordenadas a partir de um único ponto e, em particular, não devem ser tomadas medidas unilaterais

por diferentes departamentos, pois podem distorcer a informação durante o processo de threat hunting”. Em segundo lugar, confirmado o ataque, “o desafio é identificar, com a maior precisão possível, tanto os vetores de ataque como as provas ou indicações provenientes do incidente. Deve ser efetuada uma análise exaustiva a fim de determinar os IoC (indicadores de compromisso) do incidente, bem como o modus operandi do grupo criminoso envolvido, no caso de, através de mecanismos de ciberespionagem, haver informação disponível sobre o mesmo que possa ser útil para a definição dos próximos passos”. A terceira medida a adotar será “implementar uma estratégia de contenção dos elementos infetados para travar a propagação de vírus: as estratégias de contenção dependerão do tipo de incidente e dos recursos e capacidades de contenção disponíveis, tendo em conta ainda a eventual necessidade de preservar provas forenses da atividade criminal e a sustentabilidade de uma solução definitiva ou temporária. Al-

guns exemplos são o corte completo de ligações ao exterior, limitar a conectividade em protocolos de comando e controlo identificados (por exemplo, HTTPS) e o estabelecimento de uma situação de VLAN de contenção, em que os elementos afetados sejam isolados”. O passo seguinte, ainda de acordo com a Cipher, será a “erradicação e recuperação: após um computador ter sido contido devido a uma ameaça, o trabalho de erradicação e recuperação deve começar, para que a normalidade diária de toda a empresa possa eventualmente ser reposta. Nesta fase, existem várias possibilidades, como a reinstalação do equipamento, a restauração de um backup anterior ao incidente ou a limpeza do equipamento de elementos maliciosos”. 

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Foto DR

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Sponsors Oficiais Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola

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eventos eventos

Carlos Moedas: desafios atuais e futuros das cidades devem assentar na sustentabilidade, inovação e cultura A resolução dos problemas sociais da comunidade e uma visão de futuro “supracional”, assente em pilares como a sustentabilidade ou a inovação, são algumas das preocupações centrais da política seguida pelo novo presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) para adequar a capital portuguesa aos novos tempos. Segundo Carlos Moedas, a cidade tem igualmente de agradecer o contributo que, ao longo dos anos, tem sido dado por empresas e investidores espanhóis, como sublinhou, no mais recente almoço de empresários promovido pela CCILE.

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Texto Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org

o primeiro almoço de empresários sob a sua presidência, Miguel Seco (foto ao lado), o novo presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola (CCILE), salientou a importância do orador convidado do evento, Carlos Moedas, não só pela sua participação no setor privado, mas também pela sua passagem pelo Governo de Passos Coelho, entre 2011 e 2014, enquanto secretário de Estado Adjunto do primei-

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ro-ministro, e pouco depois, entre 2014 e 2019, enquanto comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação. Por seu turno, Carlos Moedas (foto em cima) começou por destacar o contributo dos empresários e investidores espanhóis,


eventos

eventos

nas últimas décadas, pelo impacto no no passado dia 31 de março e que foi desenvolvimento da cidade que gere o primeiro ao fim de quase 25 meses O combate desde o início da pandemia. desde outubro, e também para o resto às alterações Salientando o novo paradigma do país, que tem beneficiado da globaeuropeu, lização económica, em especial vinda climáticas e os desa- administrativo-político centrado na gestão regional ou local, de Espanha. fios da ciência Esta ligação não é apenas económica, destacou a importância do que designou por “plataformas supranacionais” mas também social, com a partilha de e inovação – assentes na relação entre a União Eucostumes e valores comuns, sublinhou e da cultura estão no ropeia e as cidades–, por exemplo, na o autarca, no mais recente almoço de resposta à pandemia, em que foram empresários organizado pela CCILE. centro das as cidades que deram o apoio ao proPerante uma plateia de quase 140 preocupações cesso de vacinação, ou, ainda, apoio empresários, gestores e outras indiviaos mais carenciados e afetados pela dualidades de ambos os países ou com do novo presidente mesma. “O Estado social passou a ser atividades ligadas ao mercado ibérico, da Câmara Municipal local”, enquadrou Carlos Moedas. Carlos Moedas frisou ainda que “as Com a atual guerra às portas da Eucâmaras de comércio têm tido um pade Lisboa, ropa, também o papel das cidades tem pel importantíssimo ao longo da hiso social-democrata sido relevado, e a CML tem já tamtória”, sobretudo pela capacidade de bém disponível um centro de acolhiinovação e de proximidade às pessoas Carlos Moedas mento de refugiados ucranianos. e às empresas que alavancam, permitindo designadamente o networking Relativamente aos desafios a curto entre várias indústrias. É este o caso referiu ainda Carlos Moedas, orador e médio prazo das cidades, defendeu da CCILE e dos eventos que promove, principal do almoço-debate realizado que “os presidentes de câmara, hoje, MAIO DE 2022

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eventos eventos

têm de ser pessoas diferentes na maneira de atuar”, face à emergência dos processos digitais e de outras transformações. “Essa visão de futuro tem de ser aplicada por especialistas diferentes”, que transformem a visão que a União Europeia propõe para que se concretize e para que os cidadãos a entendam. É o caso de temas como as mudanças climáticas, foi o caso da 50 ACT UALIDAD€

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gestão da pandemia e da compra de los cidadãos quando se tomam medivacinas, exemplificou. das concretas e enunciou algumas das Para tal, Carlos Moedas enumerou medidas previstas pela autarquia. O os três pilares estruturantes para o fu- conjunto principal de medidas neste turo da cidade de Lisboa, como sendo, campo está reunido no Plano de Ação o pilar da sustentabilidade, o pilar da Climática até 2030, da CML, destainovação e, finalmente, o da cultura. cou, frisando que a autarquia, “até Sobre o primeiro pilar, sublinhou 2026, vai investir quase 500 milhões que as mudanças climáticas só pode- de euros na ação climática, que são rão ser percebidas e incorporadas pe- quase 40%” do seu orçamento. Neste


eventos

âmbito, estão previstas ações como: a utilização dos imóveis da câmara (mais de 3.700 edifícios) para a instalação de painéis fotovoltaicos, que irão abastecer não só as necessidades energéticas da Câmara, como ainda criar “comunidades de energia”, para fornecer energia mais barata a quem precisa. “O problema, hoje, da energia é grave, e a Câmara” irá contribuir através deste programa– designado Lisboa Solar– para produzir energia fotovoltaica para todos os residentes no município; a iluminação pública será convertida, passando as 30 mil luminárias da cidade a ter lâmpadas led, para “pouparmos mais de 80% em energia”, garantiu Carlos Moedas; a Câmara aposta na poupança de água potável, passando a regar os parques do município com águas residuais tratadas– neste âmbito, a Câmara obteve já a primeira licença de produção de água de rega para os 30 hectares do

Parque Tejo (perto de Sacavém). Será uma poupança em água potável “significativa” e que será estendida a toda a cidade. Por outro lado, a autarquia continuará a investir na eletrificação dos transportes, para combater as emissões gasosas na cidade. Além do pilar da sustentabilidade ambiental, realce para o segundo pilar do plano de futuro a seguir pela CML, que é o da ciência e inovação. “Nos últimos 10 anos, fizémos um trabalho fantástico de pôr Lisboa no mapa” da inovação, mas isso ainda é insuficiente. Projetos como a Web Summit, e outros, “não chegam para ser a melhor cidade da inovação da Europa”. Porque a inovação exige um trabalho e um esforço especiais no sentido da criação de um ambiente tecnológico. O que necessitará da implementação de uma “fábrica de unicórnios”, como tinha já defendido o autarca durante

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a campanha eleitoral para a conquista da Câmara Municipal de Lisboa. “Vamos lançar ainda este ano esta grande fábrica de unicórnios, que vai ser no Hub do Beato”, para permitir o lançamento de inúmeras startups, que depois se transformam em grandes empresas. “A inovação vai ser agregadora”, com o objetivo de “trazer os melhores do mundo para Lisboa”, antevê o autarca social democrata. Quanto ao terceiro pilar de orientação para o futuro, trata-se do investimento em cultura, essencial, no seu entender, para ligar todos estes aspetos, afirma Carlos Moedas. Investir na criatividade dos jovens e no mérito será o novo paradigma que a CML quer dinamizar. “A inovação, hoje, vai deixar de ser tão tecnológica e vai resultar, sim, desses cruzamentos entre a cultura e a própria tecnologia”, preconizou Carlos Moedas. E deu o exemplo da MAIO DE 2022

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eventos eventos

cupações da edilidade. Atualmente, estão seis mil pessoas à espera de casa em Lisboa, revelou Carlos Moedas. Além do bem-estar social dos cidadãos, está em causa evitar a gentrificação da cidade, ou seja, que esta se torne apenas uma capital turística, alterada por novas características e construções viradas para os visitantes estrangeiros, afetando a capacidade dos habitantes tradicionais, com menores posses, de se manterem nas zonas centrais da cidade. No período de perguntas e respostas dos gestores presentes que finalizou a sua intervenção, Carlos Moedas referiu mais uma vez a importância de uma maior sustentabilidade ambiental na Europa e a nível local, defendendo que “as cidades devem desenvolver o seu papel para a eficiência Garantir o acesso à habitação aos energética”. E, com esses ganhos de eficiência, poderá haver lugar a uma mais carenciados A resolução dos problemas sociais redução de impostos, taxas e licenças, das populações mais vulneráveis e, defendeu ainda. A Câmara tem apostado também nomeadamente, o acesso à habitação em condições acessíveis (rendas na digitalização dos serviços, para acessíveis), tem sido uma das preo- melhorar a eficiência e transparência

transformação que foi imposta pelas fintech ao setor bancário– contribuindo para perceber melhor o cliente e conseguir melhores formas de chegar até ele. Também na energia e na saúde terá de haver essa adaptação na forma de pensar e de interagir entre estas áreas, defendeu o autarca. “Lisboa deve estar na agenda cultural, como outras grandes cidades”, para se tornar a melhor cidade para viver, concluiu o autarca. No seu discurso, fez questão de frisar a importância que a sua equipa quer dar aos aspetos sociais. “Acredito numa cidade em que o centro são as pessoas”, que beneficiam de um “Estado social local, de inovação, cultura e sustentabilidade”, resume o autarca da edilidade lisboeta.

na resposta aos concidadãos, tendo sido criado, nomeadamente, um Conselho de Cidadãos com inscrições online para ouvir e discutir os problemas da cidade, que deverá reunir-se anualmente. No final do discurso de Carlos Moedas e da sessão de debate, a embaixadora de Espanha em Portugal, Marta Betanzos (na primeira foto da pág. 50), elogiou a política seguida pelo novo presidente da CML, sublinhando desde logo as preocupações sociais manifestadas por esta nova presidência. E afirmou a disponbilidade da Embaixada em colaborar com as ações que a CML venha a desenvolver para colmatar as carências da atual população e as que venham a surgir com a chegada de refugiados ucranianos. Carlos Moedas também elogiou o papel de Enrique Santos à frente da CCILE, nas últimas duas décadas, e incentivou o novo presidente da CCILE e a sua equipa a continuar o projeto de fomento da interligação entre as duas economias.  PUB

Patrocínios:

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eventos

eventos

Investimento estrangeiro disparou em 2021 e exportações mantêm-se em alta

O investimento direto estrangeiro em Portugal disparou em 2021, para o valor recorde de mais de 2.670 milhões de euros, estando as exportações também no bom caminho, revelou a AICEP, num evento realizado dia 21 de abril, e que reuniu representantes e empresas associadas de 16 câmaras de comércio bilaterais sediadas em Portugal. O primeiro Fórum Internacional-Exportação e Internacionalização promoveu diversas iniciativas de networking e apoio a empresas de várias nacionalidades.

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Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org

recorde alcançado em 2021 pelo volume do investimento direto estrangeiro (IDE) contratualizado para Portugal demonstra o esforço que o Governo português tem feito com as entidades privadas para alavancar a economia nacional, salientou Luís Castro Henriques, presidente da AICEP, no Fórum InternacionalExportação e Internacionalização, promovido no passado dia 21 de abril, em Lisboa.Assim, durante o ano de 2021, a AICEP terá captado 2.678 milhões de euros em IDE em Portugal, ou seja, superando em mais 229% o recorde de 2019, que foi de 1.172 milhões, recordou Luís Castro Henriques, no referido fórum, o qual foi organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa, em colaboração com outras 16 câmaras bilaterais, incluindo a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola. De frisar que o maior destes investimentos se refere ao projeto de ampliação do Complexo Industrial de Sines da Repsol, no valor de 657 milhões de euros. Ao nível das exportações, o crescimento tem estado de forma consistente acima da média do PIB e, nos útimos 10 anos, todos os setores cresceram, em especial o das máquinas e veículos, seguindo-se os metais e plásticos, dois setores que tradicionalmente, em termos de imagem, não estão identificados com Portugal, sublinhou o mesmo responsável. Na sessão de abertura do Fórum, o secretário de Estado da

Internacionalização, frisou o papel que as câmaras de comércio bilaterais têm na promoção de negócios das empresas estrangeiras em Portugal e ao nível das “oportunidades conjuntas das empresas portuguesas com estas câmaras” e ainda em direção “a mercados terceiros”. Bernardo Cruz enumerou, contudo, diversos desafios que estas empresas enfrentam, como os da transição energética e climáticos, ou a transformação digital, aliados à pandemia recente e à guerra atual, tendo esta vindo pressionar ainda mais as empresas para ultrapassarem aqueles desafios. Durante o fórum, além das conferências com os representantes das câmaras, as empresas presentes tiveram acesso a espaços dedicados, como sejam, uma mini-feira com expositores das 16 câmaras, bem como da AICEP e do IAPMEI, e puderam ainda solicitar reuniões com especialistas de 17 mercados. Foram promovidas ainda conferências com intervenções temáticas ou técnicas realizadas pelas câmaras

ou pelos parceiros privados ou institucionais associados ao evento. Ao longo do dia, decorreu ainda uma bolsa de compradores, com a participação de cinco empresas francesas à procura de novos fornecedores em Portugal, em setores diversos. No total, foram 17 os países participantes do evento além de Portugal: Espanha, França, Grã-Bretanha, Alemanha, Argentina, Brasil, Bélgica, China, Japão, Luxemburgo, Hong Kong, Itália, Marrocos, Turquia, Indonésia, Angola e Holanda. Além dos contactos empresariais diretos, o evento contou com várias iniciativas de caráter institucional junto de entidades governamentais ou junto da Presidência da República, que tiveram início dia 20 de abril, com um jantar promovido pelos principais representantes das 16 câmaras de comércio participantes com Marcelo Rebelo de Sousa.  MAIO DE 2022

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intercâmbio comercial intercambio comercial

Intercambio comercial

hispano-portugués en el periodo de enero-febrero de 2022

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os datos estadísticos del comercio hispano portugués referente al primer bimestre del año confirman aumentos significativos tanto de las ventas españolas: 48,2% (3.153,11 millones de euros en 2021, frente a los actuales 4.673,03 millones), como de las compras: 20% (1.906,72 millones en 2021 y los actuales 2.285,93 millones). Estas variaciones en la balanza comercial hispano portuguesa han generado un saldo positivo favorable a España, de 2.387,1 millones de euros, y una tasa de cobertura que supera los 204,4%. Por lo que a la distribución geográfica del comercio exterior español se refiere, que recogemos en los cuadros 2 y 3, no se detectan alteraciones sig-

nificativas en las posiciones cimeras, excepto el fulgurante crecimiento del mercado chino como mercado proveedor del mercado español (cuadro 2). Portugal mantiene la cuarta posición entre los principales clientes de España con un peso relativo del 8,3%, y en la demanda española el mercado portugués ocupa la sétima posición con un peso relativo del 3,4% sobre el total de las importaciones totales españolas. Tal comportamiento también se verifica en la distribución sectorial del comercio hispano portugués. La relación de las principales partidas vendidas al mercado vecino de Portugal está encabezada por la partida 27-combustibles, aceites minerales por valor de 755,7 millones de euros,

seguido de la partida 39-las materias plásticas; sus manufacturas, con 297,6 millones, y la 87-vehículos automóviles, tractor, con 292,7 millones. La cuarta posición la ocupa la partida 84-máquinas y aparatos mecánicos, con una cifra de ventas que supera los 288,2 millones de euros, y la 85-aparatos y material eléctricos, con 253,7 millones. Por fin, y en la sexta posición, destaca la partida 72-fundición, hierro y acero, con 239,8 millones de euros. En el caso de las compras españolas a Portugal, la lista está encabeza por la partida 87-vehículos automóviles, tractor, con compras por valor de 224,6 millones de euros, seguido de la partida 39-Materias plásticas; sus manufacturas, con 195,3 millones, y

Balanza

1. Balanza comercial España - Portugal en febrero 2022 VENTAS ESPAÑOLAS 22

COMPRAS ESPAÑOLAS 22

Saldo 22

VENTAS COMPRAS Cober 22 % ESPAÑOLAS 21 ESPAÑOLAS 21

Saldo 21

Cober 21 %

ene

2 201 585,87

1 114 092,73

1 087 493,14

197,61

1 581 387,44

897 431,77

683 955,67

176,21

feb

2 471 447,64

1 171 838,19

1 299 609,45

210,90

1 571 724,32

1 009 320,52

562 403,80

155,72

mar

0,00

2 008 010,68

1 095 762,87

912 247,81

183,25

abr

0,00

1 980 168,47

1 071 108,28

909 060,19

184,87

may

0,00

2 118 632,54

1 065 230,82

1 053 401,72

198,89

jun

0,00

2 065 822,03

1 237 518,11

828 303,92

166,93

jul

0,00

2 149 500,37

1 130 197,83

1 019 302,54

190,19

ago

0,00

1 838 711,61

872 511,37

966 200,24

210,74

sep

0,00

2 325 987,73

1 293 862,46

1 032 125,27

179,77

oct

0,00

2 470 465,85

1 208 942,41

1 261 523,44

204,35

nov

0,00

2 478 874,06

1 358 894,23

1 119 979,83

182,42

dic

0,00

2 281 979,08

1 358 692,68

923 286,40

167,95

24 871 264,18

13 599 473,35

11 271 790,83

182,88

Total

4 673 033,51

2 285 930,92

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

54 ACT UALIDAD€

MAIO DE 2022

2 387 102,59

204,43


Rankings 2.Ranking principales países clientes de España febrero 2022

la 72-fundición, hierro y acero, con 169,9 millones. Le siguen las partidas 84-máquinas y aparatos mecánicos, con compras de 149,4 millones de euros, y la 27-combustibles, aceites minerales, con 139,7 millones. En la sexta posición, surge la partida 15-grasas, aceite animal o vegetal, con una cifra de ventas que superó en dicho periodo los 95,7 millones de euros. Se habrá de destacar que este grupo de seis partidas representó en dicho periodo 44,3% del comercio bilateral. Por lo que a la distribución por CC.AA. se refiere, Madrid lidera tanto las ventas (1.110,3 millones de euros) como las compras (415,4 millones). En la oferta española, le sigue Cataluña, con 863,4 millones de euros, y Galicia, con 552 millones. En la demanda española, Galicia ocupa la segunda posición, con 398,7 millones de euros, seguido de Cataluña, con 320,6 millones de compras de servicios y productos a Portugal. De destacar que estas seis CC. AA. representan el 77,2% de la oferta española a Portugal y el 73% de la demanda. 

Las empresas que deseen información más concreta sobre el comercio bilateral deberán ponerse en contacto con la Cámara que con mucho gusto les facilitará los datos: Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola Email: ccile@ccile.org

Orden País

Importe

4.Ranking principales productos comprados por España a Portugal febrero 2022 Orden Sector

Importe

1

001 Francia

8 554 907,86

1

87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR

224 649,74

2

004 Alemania

5 736 936,78

2

39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.

195 305,25

3

005 Italia

4 724 429,19

3

72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO

169 940,26

4

010 Portugal

4 673 033,51

4

84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS

149 388,32

5

006 Reino Unido

3 464 084,75

5

27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.

139 681,45

6

017 Bélgica

3 282 262,51

6

15 GRASAS, ACEITE ANIMAL O VEGETA

95 671,64

7

400 Estados Unidos

2 589 897,99

7

48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA

90 710,44

2 159 982,97

8

85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS

74 312,91

9

73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO

8

003 Países Bajos

9

204 Marruecos

1 759 918,41

10

060 Polonia

1 294 683,42

71 827,87

TOTAL

2 285 930,92

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

11

720 China

1 148 981,34

12

039 Suiza

1 038 079,76

13

052 Turquía

970 249,47

14

952 Avituallamiento terceros

714 622,12

15

412 México

692 130,04

1

27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.

16

951 Avituall.y combust. intercambios comunitarios

649 153,57

2

39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.

297 618,35

17

061 República Checa

530 013,34

3

87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR

292 700,51

18

732 Japón

4

84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS

288 160,03

19

030 Suecia

459 280,04

5

85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS

253 737,42

20

009 Grecia

435 509,88

6

72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO

239 804,13

SUBTOTAL

45 395 505,59

7

76 ALUMINIO Y SUS MANUFACTURAS

132 878,16

TOTAL

56 521 120,78

8

02 CARNE Y DESPOJOS COMESTIBLES

117 415,78

9

48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA

116 383,52

517 348,64

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

3.Ranking principales países proveedores de España febrero 2022 Orden País

5.Ranking principales productos vendidos por España a Portugal febrero 2022 Orden Sector

Importe 755 720,11

TOTAL

4 673 033,51

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia

Importe

1

720 China

2

004 Alemania

6 515 270,40

3

001 Francia

6 336 563,56

4

400 Estados Unidos

5 034 118,68

5

005 Italia

4 039 975,53

6

003 Países Bajos

2 759 968,36

7

010 Portugal

2 285 930,92

8

006 Reino Unido

1 816 278,54

6.Evolución del intercambio comercial febrero 2022

7 512 657,83

9

017 Bélgica

1 727 011,78

10

052 Turquía

1 668 172,80 1 538 740,40

11

039 Suiza

12

204 Marruecos

1 455 611,36

13

288 Nigeria

1 354 068,46

14

208 Argelia

1 199 762,38

15

075 Rusia

1 179 910,46

16

060 Polonia

1 158 802,60

17

664 India

864 958,02

18

508 Brasil

831 858,49

19

061 República Checa

804 810,73

20

412 México

793 088,74

SUBTOTAL TOTAL

7.Ranking principales CC.AA proveedoras/clientes de Portugal febrero 2022 CC.AA. Madrid, Comunidad de Cataluña

VENTAS ESPAÑOLAS 22

COMPRAS ESPAÑOLAS 22

1 110 282,77

Madrid, Comunidad de

415 361,70

863 417,42

Galicia

398 690,72

Galicia

551 947,86

Cataluña

320 596,55

Andalucía

459 251,00

Andalucía

223 078,69

50 877 560,04

Castilla-La Mancha

313 103,35

Comunitat Valenciana

192 462,25

67 295 810,52

Comunitat Valenciana

308 312,26

Castilla-La Mancha

116 683,52

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

MAIO DE 2022

AC T UA L I DA D € 55


oportunidades de negócio

56 ACT UALIDAD€

MAIO DE 2022

oportunidades de negocio


oportunidades de negocio

oportunidades de negócio

Empresas Portuguesas BUSCAN

REFERENCIA

Empresas de madereros en España

DP220401

Empresas españolas productoras de huevos de codorniz

DP220203

Empresas españolas que fabrican contenedores de reciclaje y papeleras

DP220204

Empresas/inversores que quieran invertir en Portugal

DP220202

Empresas que buscan un representante en Portugal

DP220201

Técnico Comercial que domine a língua espanhola

OP220401

Oportunidades de

negócio à sua espera

Empresas Espanholas PROCURAM

REFERÊNCIA

Empresas portuguesas joalharia Empresas portuguesas de estructuras de invernaderos Empresas portuguesas fabricantes de roupa Empresas portuguesas produtoras de kiwis

DE220402 DE220401 DE210603 DE210602

Legenda: DP-Procura colocada por empresa portuguesa; OP-Oferta portuguesa; DE - Procura colocada por empresa espanhola; OE- Oferta espanhola

Las oportunidades de negocios indicadas han sido recibidas en la CCILE en los últimos días y las facilitamos a todos nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un fax (21 352 63 33) o un e-mail (ccile@ccile.org), solicitando los contactos de la referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de las mismas. As oportunidades de negócio indicadas foram recebidas na CCILE nos últimos dias e são cedidas aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um fax (21 352 63 33) ou e-mail (ccile@ccile.org), solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo das mesmas.

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Vende-se propriedade com 53,838 hectares

Propriedade com 53,838 hectares, dos quais 3,21 hectares estão dentro do PDM, com viabilidade de construção ou realização de um projeto turístico. A quase totalidade é terra limpa, com boa aptidão agrícola. Em duas áreas, Norte e Sul, existe energia da EDP. Existem 500m2 de instalações agrícolas em ruínas. Tem uma vista magnífica para a Serra d’Ossa e situa-se a sete minutos da autoestrada para Lisboa e Espanha.

Localiza-se na freguesia de Bencatel, concelho de Vila Viçosa, distrito de Évora. A cota mais alta da propriedade confina com a estrada municipal EM 508. Coordenadas de GPS----N38º 45 4,8 W7º 27 13,5 Contacto: anavarelas@sapo.pt Telemóvel: 918 312 675

MAIO DE 2022

AC T UA L I DA D € 57


calendário fiscal calendario fiscal

>

maio Prazo Imposto Até

Declaração a enviar/Obrigação

S

D

S

T

Q

Q

S

S

D

F 9 10 11 12 13 14 15 23 24 25 26 27 28 29

T

Q

2 16 30

3 4 17 18 31

5 19

6 20

7 21

8 22

Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação

Q

S

S

Observações

Declaração de rendimentos pagos e de retenções, contribuições sociais e de saúde e quotizações, referentes a abril de 2022 (trabalho dependente)

Declaração mensal de remunerações

IVA

Comunicação dos elementos das faturas referentes a abril de 2022

n/a

Comunicação deverá ser efetuada: • por transmissão eletrónica em tempo real; • por transmissão eletrónica de dados, mediante remessa de ficheiro normalizado estruturado com base no ficheiro SAF-T (PT), criado pela Portaria n.º 321-A/2007, de 26 de março, na sua redação atual; • por inserção direta no Portal das Finanças; • por outra via eletrónica, nos termos a definir por portaria do ministro das Finanças

20

IVA

Envio da declaração periódica referente ao mês de março de 2022, e anexos, para os contribuintes no regime mensal

Declaração Periódica

Envio de anexos adicionais, em caso de reembolso

20

IVA

Pagamento das contribuições relativas a abril de 2022

n/a

20

IVA

Envio de declaração recapitulativa mensal referente a abril de 2022

Declaração recapitulativa: Transmissões intracomunitárias de bens e operações assimiladas/prestações de serviços

Aplicável a: • sujeitos passivos no regime mensal; e, • sujeitos passivos no regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens a incluir na Declaração Recapitulativa tenha, no trimestre em curso ou em qualquer um dos quatro trimestres anteriores, excedido 50.000 €

20

IVA

Envio da declaração periódica referente ao 1.º trimestre de 2022, e anexos, para os contribuintes no regime trimestral

Declaração Periódica

Envio eletrónico de informação adicional, em caso de reembolso

20

IRS / IRC / Selo

Pagamento do IRC e IRS retidos e do Imposto do Selo referentes a abril de 2022

Declaração de retenções na fonte de IRS/IRC Declaração Mensal de Imposto do Selo (DMIS)

25

IVA

Pagamento do IVA referente ao mês de março de 2022

n/a

Documento de pagamento gerado no Portal das Finanças após submissão da Declaração Periódica de IVA

25

IVA

Pagamento do IVA referente ao 1.º trimestre de 2022

n/a

Documento de pagamento gerado no Portal das Finanças após submissão da Declaração Periódica de IVA

31

IRS / IRC

Declaração de rendimentos pagos ou colocados à disposição de sujeitos passivos não residentes em março de 2022

Modelo 30

-

31

Preços de Transferência

Comunicação da identificação da entidade declarante e da respetiva jurisdição fiscal referente a 2021 (Country by Country Report)

Modelo 54

Comunicação deve ser efetuada: • eletronicamente; • por qualquer entidade, residente ou com estabelecimento estável em Portugal, que integre um grupo sujeito à apresentação do Country-by-Country Report

31

IMI

Pagamento do Imposto Municipal sobre Imóveis

Documento de cobrança

Pagamento – O IMI é pago: • em uma prestação no mês de maio, quando o seu montante seja igual ou inferior a 100 €; • em duas prestações nos meses de maio e novembro, quando o seu montante seja superior a 100 € e igual ou • inferior a 500 €; • em três prestações nos meses de maio, agosto e novembro, quando o seu montante seja superior a 500 €

31

IRC

Envio da declaração Modelo 22 relativa a 2021; pagamento do IRC, da Derrama e da Derrama Estadual

Modelo 22 Modelo P1

No caso de período de tributação não coincidente com o ano civil, até ao último dia do 5º mês seguinte à data do termo do período de tributação

31

IVA

Envio da declaração mensal referente às obrigações declarativas decorrentes do regime de importação do Balcão Único, relativa ao mês de abril de 2022

Declaração mensal

10

IRS / IRC / Seg. Social

12

Fonte: PwC Portugal

58 ACT UALIDAD€

MAIO DE 2022


bolsa de trabajo Bolsa de trabalho

Página dedicada à divulgação de Currículos Vitae de gestores e quadros disponíveis para entrarem no mercado de trabalho Código

Sexo

Data de Nascimento Línguas

BE200151

F

ESPANHOL/ FRANCÊS/ INGLÊS/ ITALIANO/ PORTUGUÊS

ADVOCACIA

BE200152

F

19/01/1992

INGLÊS/ PORTUGUÊS

ADVOCACIA

BE200153

F

01/12/1975

ESPANHOL/ INGLÊS/ PORTUGUÊS

ADMINISTRAÇÃO/ LOGÍSTICA/ PRODUÇÃO/ ÁREA COMERCIAL

BE200154

M

18/02/1993

ESPANHOL

ADVOCACIA

BE200155

F

23/10/1980

PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS

SECRETÁRIA DE DIREÇÃO / TESOURARIA

BE200156

M

ESPANHOL/ALEMÃO/INGLÊS/PORTUGUÊS/ITALIANO

COMERCIAL DE MÁQUINAS DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL

BE200157

F

BE200158

F

06/03/1979

Área de Atividade

INGLÊS

ADVOCACIA

INGLÊS/ ESPANHOL/PORTUGUÊS

ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS / COMÉRCIO EXTERNO MARKETING

BE200159

F

ESPANHOL/INGLÊS/PORTUGUÊS

BE200160

F

ESPANHOL/ INGLÊS/ FRANCÊS/ PORTUGUÊS

DESIGNER DIGITAL

BE200161

F

ESPANHOL/PORTUGUÊS/INGLÊS

Gestão de StockS / Logística / Transporte

BE20162

M

BE20163

M

BE20164

F

BE20165

F

01/09/1971

01/01/1959

PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS/ ALEMÃO/ FRANCÊS

GESTÃO

PORTUGUÊS/ INGLÊS/ ESPANHOL/FRANCÊS

ADVOCACIA

INGLÊS/ FRANCÊS/ ESPANHOL

GESTÃO DE PRODUÇÃO DE ARTES GRÁFICAS

INGLÊS

DESIGN E PROGRAMAÇÃO WEB

Os Currículos Vitae indicados foram recebidos pela CCILE e são cedidos aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo dos mesmos. Los Currículos Vitae indicados han sido recibidos en la CCILE y los facilitamos a nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando los contactos de cada referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de los mismos.

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novembro de 2014

ac t ua l i da d € 59


espaço de lazer

espacio de ocio

José Saramago, en sus palabras y fotografías En el álbum biográfico “Saramago. Sus nombres”, la voz del autor se entrelaza con un notable repertorio fotográfico. Una obra que se complementa con la exposición en Casa de América, en la que se reúnen algunas fotografías sobre la figura del Nobel portugués en distintos escenarios de Latinoamérica.

S

Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos Casa de América

abio y emocional son las dos es difícil elegir una foto de toda la obra, palabras con las que Pilar del aunque algunas tienen por detrás una Río (foto arriba), presidenta de bonita historia. Entre ellas, la imagen de la Fundación José Saramago, la postal que el escritor envió a su madre define el recién publicado desde La Habana, “con un texto breve y álbum biográfico del Premio Nobel de sencillo, porque la madre era analfabeta, Literatura. “Saramago. Sus nombres” para que alguien se la pudiese leer”. O la (Edición Alfaguara) ve la luz el año del de la portada en la que se ve al Premio centenario del escritor portugués gracias Nobel, pensativo, con una piedra en la al trabajo del argentino Alejandro García mano junto a la orilla de una playa de Schnetzer y del brasileño Ricardo Viel. Lanzarote. Una foto que estaba en los Tras dos años de investigación en archi- archivos de la revista portuguesa “Caras”, vos públicos y privados de Iberoamérica, que no se había publicado antes. Cuando ambos han conseguido organizar (en la vio, Pilar se dio cuenta que la piedra 359 páginas) un total de 459 imáge- era una de las que Saramago guardaba nes y 1.500 textos procedentes de toda en su colección y, con previo permiso de la Guardia Civil, la sacó de la isla para ser también protagonista en la presentación de la obra. A lo largo de todas las páginas, los autores han querido transmitir “el retrato que Saramago hizo del mundo” resaltando la “universalidad de su obra”. De hecho, es la propia voz del escritor luso la que guía la lectura de las páginas en la que enseña y comenla producción literaria y testimonial de ta lugares, personas, lecSaramago. Y lo han hecho estructurando turas, temas y personajes más de 200 nombres claves en cuatro ejes: de sus obras. Un álbum espacios, lecturas, escritos y personas. biográfico que también se “El libro es sabio porque está muy bien ha presentado en Portugal, organizado y es emocionante porque próximamente lo hará en contiene la vida de muchas personas y Brasil y la editorial ya está demuestra la universalidad de la obra de preparando la versión itaJosé”, continúa Pilar del Río. Para ella liana y griega.

60 ACT UALIDAD€

MAIO DE 2022

Exposición fotográfica Como complemento del libro, Casa de América reúne un repertorio fotográfico sobre la figura del escritor en distintos escenarios de Latinoamérica. “En esta exposición se muestra el influjo de Saramago en toda América Latina y su compromiso ético con el ser humano”, destaca Enrique Ojeda, director general de Casa de América. La muestra deja constancia del vínculo existente entre el Nobel portugués con Iberoamérica, su compromiso personal con algunas iniciativas puestas en marcha en el continente americano y su relación con figuras como Gabriel García Márquez, Mario Benedetti o Juan Gelman. La muestra es también exponente del tiempo, de la memoria y de los espacios que Saramago hizo propios en América Latina y que llevan a recorrer Argentina, Brasil, Colombia, Cuba. Chile, México, Perú y Uruguay. La exposición, de entrada libre, permanecerá abierta al público hasta el próximo 27 de mayo. 


espacio de ocio

espaço de lazer

MAIO DE 2022

AC T UA L I DA D € 61


espaço de lazer

espacio de ocio

Café de especialidad en el centro de Madrid

Café del Art es una de las tres grandes cafeterías de especialidad de toda Europa. En pleno barrio madrileño de La Latina, este espacio creado y dirigido por un matrimonio luso es toda una referencia para los apreciadores de un buen café. Un lugar muy cosmopolita donde también se aprecia un especial toque portugués.

E

Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

n pocos meses y con la pandemia de por medio, Café del Art se ha convertido en uno de los espacios más frecuentados en Madrid por los amantes del buen café. Situado en la Plaza del Cascorro, en pleno centro de la capital española, este singular espacio ha conquistado a madrileños y turistas, siendo pionero en Europa en apostar por el café de especialidad, altamente seleccionado. “Tenemos cafés de 26 orígenes diferentes. Vienen directamente del productor”, explica Edgar Fonseca, dueño del establecimiento. Tanto él como su mujer Sandra Almeida (ambos en la foto celebrando los 13 años que llevan en Madrid), naturales de Aveiro,

62 ACT UALIDAD€

MAIO DE 2022

llegaron a España procedentes de es un café comercial. Todo nuestro Inglaterra y abrieron un puesto en equipo está especializado en café”, el Mercado de San Miguel. Cuando indica Sandra Almeida. Apuestan aterrizaron en Madrid, pronto se dieron cuenta de que no había buen café y se hicieron un hueco en el emblemático mercado vendiendo café portugués, dulces típicos de su país y vino de Oporto, entre otros muchos productos. Llegaron a tener varios puestos. Tras participar a la vez en muy diversas actividades relacionadas con el mundo de la cultura y gastronomía, este matrimonio quiso dar un paso más y lanzarse a otro proyecto con identidad propia. Acostumbrados al buen café portugués, Café del Art defiende la especialización de esta bebida. “No


espacio de ocio

por productos biológicos, que sean sostenibles, y saben que las nuevas generaciones “son más exigentes, quieren productos de calidad”, añade. Además de encontrar café de origen de todo el mundo, también se utilizan para su elaboración distintos métodos de extracción, como el sifón, infusionado artesanalmente mediante el método japonés de inmersión o el filtro colombiano. Todo ello siempre a la vista del cliente curioso que puede disfrutar de un espectáculo visual y aromático recomendable. El espacio en sí es otro de los responsables del éxito de Café del Art. Sandra y Edgar optaron por un local con historia, “un edificio protegido que fue reconstruido tras la Guerra Civil y que durante 30 años fue una tienda de maletas. Mantiene el suelo de origen y las vigas”, resaltan los dueños. Y todo lo que se ve en este espacio tiene una historia por detrás. “Las puertas eran las del hospital de O´Donell de Madrid y los floreros del Bingo”, señala Edgar. Las cortinas eran de un teatro, las sillas de madera de embarcaciones y “casi todo está reutilizado”. Tienen también una estufa colonial y en su interior se encuentra un mapa mundial del café que invoca la historia de los inicios de la globalización de esta bebida. Recrear el ambiente de las cafeterías clásicas portuguesas, como un espacio de tertulia, fue una de las principales motivaciones a la hora de lanzar este nuevo proyecto que abrió sus puertas en septiembre de 2019 y que poco después se vio forzado a cerrar unos meses por causa de la pandemia. Pero tras esa pequeña pausa no han parado de crecer y cuentan con una clientela muy fiel. Además del café, es posible encontrar otras bebidas de origen portugués, como licores o vino de Oporto. Para acompañar, pasteles de nata o algunas de sus ya famosas tartas caseras. Sus tos-

tas, cinco diferentes, cuentan con muy buena fama. Hay también infusiones y cacao natural y trabajan mucho las copas artesanales. Con un horario de 9 a 24 horas, todos los días, la cocina está siempre abierta. Ambos hablan de una clientela muy cosmopolita, “entre semana muchos vienen a trabajar, con su ordenador, y los fines de semana hay colas para entrar”, sobre todo los domingos por estar a las puertas de El Rastro, el popular mercadillo madrileño. Planes no faltan para esta pareja emprendedora que quiere que su local sirva para lanzar marcas y productos portugueses, que se sientan en casa. Además, en sus paredes

espaço de lazer

exponen siempre la obra de algún artista y quieren organizar conciertos. Este café ya ha sido escenario de sesiones de fotos, rodajes, presentaciones de libros, catas de vinos y debates. “Creamos sinergias entre el café y lo que pasa fuera”, cuenta Sandra Almeida. Los proyectos de esta pareja pasan en gran parte por el mundo del café, también fuera de Madrid, y en breve prometen contar más novedades. 

Café del Art Dirección: Plaza de Cascorro, 9 Madrid Metro: La Latina Teléfono: 91 528 92 11

MAIO DE 2022

AC T UA L I DA D € 63


espaço de lazer

espacio de ocio

Agenda cultural Livro

“Empreender sem desculpas”, de Ana Cristina Rosa

Da Paixão ao Negócio é o lema de Ana Cristina Rosa, que acaba de lançar o livro “Empreender sem desculpas”. Trata-se de “um relato na primeira pessoa de uma empreendedora que viveu na pele este mar de rosas com espinhos que é o empreendedorismo”. Funcionando como “um guia para todos os que queiram iniciar-se no mundo do empreendedorismo sem desculpas”, a obra “é o culminar de mais de dez anos de experiência de Ana Cristina Rosa, que mostra os diferentes perfis existentes e que devem ser tidos em conta para empreender, em detrimento daqueles que devem ser evitados”. A autora ajuda o leitor a questionar-se e a perceber “se é um Empreendedor com cem desculpas para desistir ou sem desculpas para avançar”. Em 2011, Ana Cristina Rosa criou a sua empresa, através da qual “tem orientado centenas de pessoas a desbravar o mundo do Empreendedorismo”. Em 2019, a empreendedora criou a primeira certificação em Instrução Online, em Portugal, e, desde então, deu um valioso contributo para uma nova geração de empreendedores que utiliza o digital para criar negócios sem fronteiras, sendo frequentemente oradora convidada em palestras internacionais sobre empreendedorismo digital. O prefácio do livro é da autoria de James McSill, fundador da McSill Story Studio e consultor anglo-brasileiro de storytelling , com mais de 30 livros publicados.

64 act ACT ualidad€ UALIDAD€

Ma m A iI o O d De E 2022

Exposições

Carlos Bunga no Palácio de Cristal, em Madrid Chama-se “Contra a Estravagância do Desejo” o novo projeto do portuense Carlos Bunga, que pode ser visto no Palácio de Cristal, no Parque do Retiro, em Madrid. A instalação dialoga com o ambiente que a envolve, como é habitual nas propostas de Carlos Bunga: “A natureza efémera das construções de Carlos Bunga, compostas por simples caixas de cartão e fita adesiva, está relacionada com os conceitos de tempo e de lugar, dirigindo a nossa atenção às arquiteturas nómadas, de materiais precários”, lê-se no texto sobre a exposição. As suas instalações são muitas vezes maquetas de grande escala, “apelam à multiplicidade de possibilidades de uma arquitetura em plena potência”. Os “pisos, tetos, paredes e pilares provisórios introduzem temporalidade nas formas construtivas, uma vez que a sua própria desmontagem já está implícita na montagem da instalação”. Assim, “a documentação gráfica do processo é a única ´ruína´, a única memória, de uma arquitetura que já existiu”. Estas “formas de fazer e desfazer sublinham tanto a constante mutabilidade do processo artístico quanto a natureza performativa de sua interação social”. Este projeto para o Palácio de Cristal “é uma continuação das referidas investigações anteriores com as quais incorpora novas camadas de leitura a um local que já tem o seu próprio significado”. Desta forma, “os ciclos da natureza que circundam o Palácio, bem como o contexto em que o edifício foi originalmente construído, constituem algumas das chaves da sua nova instalação, que liga a dialética entre o interior e o exterior dos discursos”. Nascido no Porto, em 1976), o artista inicia a sua carreira na pintura, mas logo experimenta a tridimensionalidade que lhe permite explorar as interrelações entre os corpos e os espaços. “A sua obra contesta a conceção de arquitetura como linguagem de poder, questionando inércias arraigadas como ordem, solidez ou eternidade. Bunga dispensa voluntariamente a grandiloquência dos materiais tradicionais e aposta, em vez disso, na precariedade das estruturas compostas apenas por folhas de cartão e fita adesiva”. Até 4 de setembro, no Parque do Retiro, em Madrid

Retrospetiva de Paula Rego no Museu Picasso Pinturas, colagens, gravuras e desenhos da portuguesa Paula Rego podem ser vistos no Museu Picasso de Málaga. A exposição “refere-se à sua notável trajetória, revelando o caráter autobiográfico de grande parte de sua arte, o contexto sociopolítico em que se enraíza e o amplo espectro de suas referências, do humor à pintura histórica”. Oportunidade para conhecer na Andaluzia “a obra de uma artista incorruptível, com uma imaginação extraordinária que redefiniu a arte figurativa e revolucionou a representação da mulher”. Através de mais de oitenta obras, a exposição foca-se na produção da pintora, desde os anos sessenta e setenta em que os seus trabalhos vincam a oposição à ditadura, “até as cenas ricamente estruturadas e estratificadas das duas primeiras décadas deste século”.


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A artista também explora “os contos populares enquanto representações da psique e do comportamento humano, como em Brancaflor, O demónio e a sua mulher na cama (1975). Em 1980, a pintora deixa as colagens para se dedicar à pintura, “combinando recordações de infância com as suas experiências de mulher, esposa e amante”. A pintora sempre apreciou a narração de histórias, como se vislumbra na serie Nursery Rhymes (1989), sobre a crueldade das músicas tradicionais infantis britânicas. Enquanto artista residente da National Gallery, Rego também se inspirou na história da arte, homenageando artistas como Hogarth e Velázquez em pinturas protagonizadas por mulheres. A mostra integra ainda as grandes figuras femininas em pastel, realizadas entre 1990 e 2010, das series como “Mulher cão” e “Aborto” (usadas na campanha pela legalização do aborto em Portugal). Comissariada por Elena Crippa, conservadora de Arte Moderna e Contemporânea na Tate Britain, a exposição foi organizada pela Tate Britain em colaboração com Kunstmuseum Den Haag e o Museo Picasso Málaga. Até 21 de agosto, no Museu Picasso, em Málaga

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Teatro

Espanha é o país convidado do - Festival Internacional de Teatro do Alentejo A Companhia Atalaya e o Teatro Clássico de Sevilha, o Centro Dramático Galego de Santiago de Compostela e o Centro Extremeño de Danza y Artes del Movimiento integram a programação da IX Edição do FITA - Festival Internacional de Teatro do Alentejo, que decorre entre os dias 5 a 14 de maio de 2022, em onze municípios, do alto ao baixo Alentejo. Num ano em que Espanha é o país convidado do festival, a programação conta também com atores e companhias da Argentina, do Brasil, do Chile, Colômbia, Equador, México e Uruguai. O FITA é o maior Festival de Teatro do Alentejo e integra duas importantes redes - a REDELAE e a CLT - que em conjunto representam cerca de 60 festivais ibero-americanos. O festival é organizado pela Lendias d’Encantar, companhia profissional de teatro de Beja, que também é responsável pela revista ibero-americana “Escenarios”, bilingue e totalmente dedicada ao teatro que se faz no espaço ibero-americano, com periodicidade trimestral, bem como pela “Coleção Nova Dramaturgia Portuguesa”, com oito novos textos por ano. Até 14 de maio, no Alentejo Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

“Europa Oxalá”, na Gulbenkian O olhar de 21 artistas cujas origens familiares se situam nas antigas colónias em África, representado através de 60 obras de arte (pintura, desenho, escultura, filme, fotografia, instalação), estrutura a mostra “Europa Oxalá”, que “testemunha o poder criativo da diversidade cultural europeia, abrindo novas perspetivas à noção de Europa”. Estes artistas, “que cresceram já num contexto pós-colonial, propõem aqui uma reflexão sobre o seu património, a sua memória e a sua identidade”, lê-se no comunicado da Fundação Gulbenkian, onde pode ser vista a exposição. Com curadoria de António Pinto Ribeiro, Katia Kameli e Aimé Mpane, a mostra integra “artistas cujas obras se tornaram incontornáveis na arte contemporânea europeia”: Aimé Mpane, Aimé Ntakiyica, Carlos Bunga, Délio Jasse, Djamel Kokene-Dorléans, Fayçal Baghriche, Francisco Vidal, John K. Cobra, Katia Kameli, Mohamed Bourouissa, Josèfa Ntjam, Malala Andrialavidrazana,

Márcio Carvalho, Mónica de Miranda, Nú Barreto, Pauliana Valente Pimentel, Pedro A. H. Paixão, Sabrina Belouaar, Sammy Baloji, Sandra Mujinga e Sara Sadik. A mostra propõe uma reflexão sobre a descolonização das artes: “Os seus pais e avós nasceram ou viveram no Congo, em Angola, na Guiné, no Benim, na Argélia, em Madagáscar, e estes artistas herdaram deles não apenas as vozes, sons e gestos, mas também as imagens e as recordações das suas culturas de origem. Neste sentido, as suas obras alimentam uma reflexão original sobre o racismo, a descolonização das artes, a desconstrução do pensamento, conjugando muitas vezes a linguagem contemporânea com os processos tradicionais. As visitas à exposição darão a conhecer este poder e diversidade, estimulando uma reflexão sobre uma ideia de Europa e de identidade europeia que é dinâmica, diversa, em permanente mudança e construção.” Até 22 de agosto, na Galeria Principal da Fundação Gulbenkian, em Lisboa mMaAi IoO d De E 2022

AC tT ua ac UA lL iI da DA d D € 65


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Statements Para pensar

“[Ao contrário do que se tem afirmado sobre a guerra diminuir a quota de cereais na Europa] os cereais que importamos dos países envolvidos no conflito servem em boa parte para produção de rações animais ou biocombustíveis– 2/3 dos cereais importados têm como destino a alimentação de gado. Precisamente uma das potenciais causas de insegurança alimentar dos europeus é o excesso de consumo de alimentos de origem animal– além dos problemas de saúde e ambientais sobejamente conhecidos. Na verdade, uma das formas de tornar o nosso sistema alimentar mais autónomo, resiliente e sustentável, salvaguardando também a saúde dos europeus, seria através da redução do consumo de alimentos de origem animal e do incentivo a formas de produção animal menos dependentes de rações e fertilizantes” Tiago Luís, técnico de Ciências do Ambiente e Especialista em Alimentação na Associação Natureza Portugal/ World Wild Fund (ANP/WWF)

“Os enormes desafios ambientais que enfrentamos não começaram com este conflito (...) Assim, é importante (e urgente) repensar o Plano Estratégico da PAC (PEPAC) para que este possa contribuir positivamente para a promoção da biodiversidade, a mitigação e adaptação às alterações climáticas e para o bom estado dos recursos água e solo, assim como o desenvolvimento das comunidades rurais de forma inclusiva” Idem, ibidem

“Os bancos vão trabalhar pro bono para fazer grandes investimentos numa transformação enorme na sua estrutura e, ao mesmo tempo, cumprir com as exigências de regulação [a nível da sustentabilidade]. Diz-se que [a sustentabilidade] não é uma corrida de 100 metros, mas os testes de stresse climáticos são amanhã e sem nenhum benefício. São os bancos que vão pagar uma parte importante desta fatura” João Oliveira e Costa, CEO do BPI, falando dos desafios a que o setor bancário está sujeito nos próximos

66 ACT UALIDAD€

MAIO DE 2022

tempos, em termos do chamado financiamento “verde” e sublinhando concordar com os objetivos, mas não com a forma da sua execução, “Jornal de Negócios”, 7/4/2022




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