CRCEA-SE CENTRO REGIONAL DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO SUDESTE
CRCEA CRC EA-SE
Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Sudeste
H Á 75 A N O S Z E L A N D O P E L A E XC E L Ê N C I A N O S S E R VI ÇO S DE CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO DO BRASIL 90 CRCEA-SE • 75 ANOS
92 CRCEA-SE • 75 ANOS
CRCEA-SE CENTRO REGIONAL DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO SUDESTE
HÁ 75 ANOS ZELANDO PELA EXCELÊNCIA NOS SERVIÇOS DE CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO DO BRASIL
CRCEA-SE • 75 ANOS
1
CRCEA CRC EA-SE
Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Sudeste
04
EditoriaL – 75 anos de profissionalismo dedicados ao controle do espaço aéreo brasileiro
06
Palavras do Diretor-Geral do DECEA – CRCEA-SE produz resultados pensando no futuro
08
CRCEA-SE – O berço do controle radar no espaço aéreo brasileiro
13
Selo comemorativo aos 75 anos do CRCEA-SE
14
Ex-comandantes
16
O efetivo
22
Divisão de Administração – A manutenção da qualidade nos serviços administrativos
26
Divisão Técnica – Um trabalho contínuo e de qualidade
30
Divisão de Operações – Integrada com os objetivos estratégicos do CRCEA-SE
36
Um projeto pioneiro na América Latina: Torre de Controle de Aeródromo Digital em Santa Cruz
41
Helicontrol – o controle do tráfego aéreo da maior frota de helicópteros do mundo
44
Projeto TMA-SP Neo – uma nova concepção de espaço aéreo para a maior terminal da América do Sul
50
CRCEA-SE – Precursor em Tecnologia de Controle de Tráfego Aéreo
54 Enjoy your flight: o inglês aeronáutico nos céus do CRCEA-SE 59 SIPACEA - a busca contínua da segurança operacional com qualidade e parceria
2 CRCEA-SE • 75 ANOS
62
Mulheres: uma breve história de como “invadimos" o SRPV-SP/CRCEA-SE
66
Minha vida na FAB - Momentos de Superação
70
Francisco Drezza - Exemplo para o controle de tráfego aéreo
76
Coordenação de Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo: disciplina, amor e coragem
Expediente Revista Comemorativa aos 75 anos do CRCEA-SE Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Sudeste Produzida pela Assessoria de Comunicação Social do DECEA Diretor-Geral do DECEA Tenente-Brigadeiro do Ar João Tadeu Fiorentini Assessor de Comunicação Social do DECEA Major Aviador Douglas Luna Lopes da Costa Chefe da Seção de Comunicação Social do CRCEA-SE 1º Tenente Pedagoga Lívia Donnini Carneiro Jornalista Responsável e Revisão Daisy Meireles (RJ 21523 JP) Projeto Gráfico Aline da Silva Prete (MTB 38334 RJ) Fotografias Fábio Maciel (RJ 33110 RF) CB Matheus da Silva Pereira (CRCEA-SE) 3S Vitor Cesar Mazzoni (IV COMAR) Contato CRCEA-SE www.crcease.decea.mil.br Endereço: Av. Washington Luís, s/n - 2º andar - Prédio da Torre de Controle - Aeroporto de Congonhas - CEP 04626-911- São Paulo-SP Telefone: (11) 2112-3555 Editado em junho de 2022
CRCEA-SE • 75 ANOS
3
EDITORIAL
CRCEA-SE
75 anos de profissionalismo dedicados ao controle do espaço aéreo brasileiro
A
o prefaciar esta edição comemorativa alusiva
ao Voo de São Paulo (SRPV-SP), nomenclatura
aos 75 anos do Centro Regional de Controle do
que permaneceu até 31 de março de 2021, quando
Espaço Aéreo Sudeste (CRCEA-SE), fazemos uma
ocorreu a estruturação atual do CRCEA-SE.
breve retrospectiva histórica desta organização,
A história registra em seus anais o pioneiris-
que tem a sua gênese nos primórdios das operações
mo e a tenacidade daqueles que nos antecederam,
de controle de tráfego aéreo no Brasil, remontando
superando adversidades de toda ordem e consoli-
ao dia 27 de junho de 1947, data da inauguração
dando o caminho para o progresso do sistema de
do Serviço de Rotas da 4ª Zona Aérea (SR4), marco
controle de tráfego aéreo. Esses princípios, surgi-
inicial da primeira Estação de Comunicações,
dos no passado, foram concebidos sob a égide de
sistema que foi integrado à operação da Torre e do
patriotismo, profissionalismo e idealismo, perme-
Centro de Controle do Aeroporto de Congonhas. Em
ando até hoje os valores do CRCEA-SE.
1962, ainda de forma precursora, entra em operação
Motivados por este virtuoso legado, permane-
o primeiro radar de São Paulo e da América do
cemos uníssonos na missão de prover os serviços
Sul. Nesta trajetória diacrônica, a Diretoria de
de controle do espaço aéreo e telecomunicações,
Eletrônica e Proteção ao Voo (DEPV) promove uma
bem como conduzir as aeronaves na área definida
reestruturação sistêmica e, em 1976, o SR4 passa
como de sua responsabilidade. Essa é a essência
a ser denominado Serviço Regional de Proteção
de nossa missão!
4 CRCEA-SE • 75 ANOS
Durante o curso desses 75 anos, o CRCEA-SE,
disponibilidade dos sistemas e equipamentos
sempre esteve na vanguarda do controle de trá-
de energia, climatização, informática opera-
fego aéreo no Brasil.
cional e dos auxílios à navegação aérea, a qual
Em 2019, inauguramos a primeira Torre de
possui indicadores de disponibilidade acima
Controle Remota, do inglês, Remote Air Traffic
de 99%, resultado de um trabalho profícuo e de
Services (R-TWR) da América Latina, que pas-
um programa de manutenções realizado por
sou a operar no aeródromo de Santa Cruz, pro-
uma equipe qualificada e sob os mais rigorosos
jeto de grande relevância para o Departamento
protocolos técnicos.
de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e para o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), que foi concebido sob os mais rigorosos padrões de qualidade e segurança, permitindo a integração dos sistemas e o aumento significativo da consciência situacional dos controladores de tráfego aéreo (ATCO); além de um outro grande projeto que consolidou a Nova Terminal São Paulo Neo, beneficiando a Terminal de São Paulo, por meio de um sistema denominado Point Merge System, que otimiza o sequenciamento das aeronaves, direcionando-as para um ponto de convergência (Merging
Point), especialmente nos momentos de maior fluxo, reduzindo o tempo de espera. Modelagem esta que trouxe uma nova dinâmica à operação, contribuindo para a redução da carga de trabalho dos operadores, na comunicação entre o controle e os pilotos, no aumento da pontualidade da malha aérea, na economia de
Não há espaço para estagnação na atividade de controle de tráfego aéreo, a velocidade da tecnologia exige o desenvolvimento de novas competências e da constante capacitação de recursos, com a finalidade de acompanharmos o processo evolutivo. Nosso caminho ratifica a nossa visão prospectiva e foca o olhar no futuro, nos mantendo vigilantes para os novos desafios que virão. Assim, ao comemorarmos o nosso Jubileu de Diamante, 75 anos dedicados aos serviços de controle do espaço aéreo brasileiro, congratulo-me com todo o efetivo desta dileta organização, agradecendo o profissionalismo, a abnegação e a dedicação de cada integrante, exortando a todos que continuem a honrar o patrimônio histórico deixado por nossos antecessores, e a manter o compromisso com a nossa missão institucional.
combustível e, consequentemente, na redução
Desejo a todos uma ótima leitura e
de CO2 na atmosfera, beneficiando diretamente
àqueles que não pertencem ao SISCEAB
o meio ambiente.
compartilhamos
O padrão do SISCEAB é reconhecido mundialmente pelos órgãos constitutivos da aviação internacional, pela segurança e pela quali-
a
oportunidade
de
conhecerem um pouco mais do trabalho realizado no CRCEA-SE. Obrigado a todos!
dade na prestação de serviços à sociedade. Neste diapasão, a operação e a segurança operacional no CRCEA-SE, que gerencia 0,4% do espaço aéreo brasileiro e responde por 37%
MAURO Carrinho de Moura
do volume de tráfego da Circulação Aérea Geral
Coronel Aviador
(CAG), estão associadas a um elevado nível de
Comandante do CRCEA-SE
CRCEA-SE • 75 ANOS
5
PALAVRAS DO DGCEA
CRCEA-SE produz resultados pensando no futuro O
Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo
circulação aérea do eixo Rio-São Paulo com segu-
Sudeste (CRCEA-SE) é a organização precur-
rança e eficiência.
sora da América do Sul na utilização de radares
Muito nos orgulha que a Organização busque
de controle de tráfego aéreo, por isso, também é
excelência e primor na prestação de seus servi-
conhecido como o "berço do controle radar no
ços, com foco no melhor atendimento aos usuá-
espaço aéreo brasileiro”. Em 75 anos de história,
rios do controle de tráfego aéreo, e ainda procure
segue adotando a inovação com propriedade, ba-
manter os elevados índices de proficiência opera-
seada em valores fundamentais de liderança e
cional, técnica e administrativa.
administração qualificada.
Em 2021, o CRCEA-SE colocou em prática um
Responsável pelo espaço aéreo com maior
dos mais inovadores projetos do Departamento
densidade de fluxo no Brasil, o CRCEA-SE tam-
de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), o TMA-
bém controla os movimentos aéreos das Termi-
SP Neo, permitindo que a estrutura da Terminal
nais de São Paulo e Rio de Janeiro. Por incorpo-
São Paulo comportasse o crescimento da aviação
rar em sua estrutura um complexo de atividades
civil.
abrangentes e altamente especializadas, fruto de
Outra atividade pioneira foi a implementação
um compromisso superlativo, o Centro viabiliza a
da torre de controle digital, a primeira da
6 CRCEA-SE • 75 ANOS
América Latina, em 2019, em Santa Cruz, aumentando, significativamente,
a
consciência
situacional
do
controlador de tráfego aéreo. Destacamos, ainda, o controle de helicópteros em São Paulo, o Helicontrol – serviço prestado de forma integrada - que maximiza a capacidade de circulação sem impactos nas aproximações e permite que o controlador de tráfego aéreo trabalhe com os mais avançados recursos tecnológicos. O CRCEA-SE mantém seu compromisso com o usuário do espaço aéreo e produz resultados pensando no futuro, fortalecendo sua imagem no cenário da aviação. A organização continua adotando a inovação com propriedade, baseada em valores fundamentais de liderança e administração qualificada. Por meio dessa revista comemorativa, estamos revivendo a história deste Centro e de profissionais que acreditaram no avanço tecnológico, e continuam abraçando seus valores fundamentais para o crescimento da aviação. O futuro está à nossa porta, e sua história, CRCEA-SE, será contada por novos personagens e novos desafios da aviação, como a revolução da mobilidade urbana com a chegada do e-VTOL. Tenente-Brigadeiro do Ar João Tadeu Fiorentini Diretor-Geral do DECEA
CINDACTA CRCEA-SEI • 45 75 ANOS
7
HISTÓRICO
CRCEA-SE
O berço do controle radar no espaço aéreo brasileiro A história da organização precursora da América do Sul na utilização de radares de controle de trafego aéreo Por LÍVIA Donnini Carneiro 1º Tenente Pedagoga Chefe da Seção de Comunicação Social
destinada ao Serviço de Proteção ao Voo em São Paulo e, em 27 de maio de 1945, quando entrou em operação a primeira Torre e o Centro de Controle no mesmo aeroporto. A primeira sede do SR4 foi instalada ao lado
C
riado em 27 de junho de 1947, o Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Su-
deste (CRCEA-SE) teve como primeira denominação o Serviço de Rotas da 4ª Zona Aérea (SR4). Sua área de jurisdição, então, era constituída pelos Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso (antes da divisão), Goiás e pelo Triângulo Mineiro. Entretanto, as verdadeiras origens da Organização remontam ao ano de 1943, quando foi instalada no aeroporto de Congonhas a primeira Estação de Comunicações
da Estação Tática, no prédio do Quartel-General da Quarta Zona Aérea, no Largo Santa Efigênia, centro antigo de São Paulo. No dia 20 de janeiro de 1962, foi inaugurado o primeiro radar de São Paulo (e da América do Sul). Em 5 de fevereiro de 1969, o SR-4 passou a se chamar Divisão de Proteção ao Voo (DPV-4). Com a criação da Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Voo (DEPV), em 25 de maio de 1972, em substituição à Diretoria de Rotas Aéreas (DR), altera-se a designação do órgão de Proteção ao Voo de São Paulo para Serviço Regional de Eletrônica e Proteção ao Voo (SRPV-4).
Controladores de Voo em visita à torre de São Paulo (1947-1948) 8 CRCEA-SE • 75 ANOS
A Portaria Ministerial nº 320,
Para o cumprimento de sua
lidade, o CRCEA-SE tem como
de 28 de abril 1976, estabeleceu
missão, o CRCEA-SE conta com
missão prover os Serviços de
para a Organização uma outra
oito Destacamentos de Controle
Controle do Espaço Aéreo e de
do Espaço Aéreo (DTCEA): São
Telecomunicações do Comando
denominação: Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP) e, em 12 de janeiro de 1978, o SRPV-SP foi elevado à categoria de Unidade Administrativa, de acordo com a Portaria nº 048/GM3. Em 5 de outubro de 2001, a DEPV foi desativada, criando-se o Departamento de Controle do
Paulo, São José dos Campos, Santos, Campo de Marte, Guaratinguetá, Campo dos Afonsos, Galeão e Santa Cruz. Com tamanha responsabi-
da Aeronáutica, bem como conduzir as aeronaves que têm por obrigação a manutenção da integridade e da soberania do espaço aéreo brasileiro nas suas áreas de jurisdição.
O CRCEA-SE é responsável pela maior densidade de
Espaço Aéreo (DECEA), ao qual
fluxo aéreo do País, controlando os movimentos das
o SRPV-SP passou a ser subordi-
terminais de São Paulo e Rio de Janeiro
nado, tendo como área de jurisdição as Terminais São Paulo e Rio de Janeiro e, ainda, o chamado “Tubulão” - que interliga as duas Terminais. Finalmente, no dia 1º de abril de 2021, pela Portaria nº 60/GC3 do Gabinete de Aeronáutica, de 17 de março de 2021, o SRPV-SP passou a se chamar Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Sudeste (CRCEA-SE), adequando sua nomenclatura à área atendida pela Organização. O CRCEA-SE é responsável pela maior densidade de fluxo aéreo do País, controlando os movimentos das terminais de São Paulo e Rio de Janeiro - a quarta rota mais movimentada
A visão do CRCEA-SE é ser referência no SISCEAB
do mundo - gerenciando sete
pela aplicação de gestão baseada nas necessidades
dos principais aeroportos do Brasil, sendo eles: Guarulhos,
do usuário e na transparência; pela excelência no
Congonhas, Viracopos, Galeão,
atendimento das demandas operacionais de rotina e
Santos Dumont, Campo de Marte e Jacarepaguá.
dos eventos extraordinários atribuídos CRCEA-SE • 75 ANOS
9
10 CRCEA-SE • 75 ANOS
O CRCEA-SE incorpora um complexo de atividades abrangentes e altamente especializadas, fruto de um compromisso superlativo, que viabiliza a circulação aérea desse intenso fluxo de voos com segurança e eficiência
CRCEA-SE • 75 ANOS 11
12 CRCEA-SE • 75 ANOS
Selo comemorativo aos 75 anos do CRCEA-SE E
m junho de 2021, um concurso foi criado para a elaboração do logotipo dos 75 anos do Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Sudeste (CRCEA-SE). A princípio, o concurso foi aberto para todo o efetivo, incluindo os militares dos Destacamentos subordinados. O vencedor ganharia a publicação do logotipo no site do CRCEA-SE, uma placa de homenagem pelo trabalho e um kit institucional. O concurso foi um sucesso e os oficiais superiores encararam o desafio de escolher os três melhores layouts para concorrer publicamente e serem votados pelos 1.500 militares do CRCEA-SE. A votação foi acirrada entre os trabalhos da Primeiro Tenente Assistente Social Luciara Bertolin da Silva, e do então Sargento Especialista em Eletrônica Lucas Correa Moreira dos Reis. Porém, o logotipo eleito como o mais completo e que melhor simbolizava os 75 anos do CRCEA-SE foi o desenho criado pela Tenente Bertolin. “Quando pensei em participar do concurso do selo, a primeira ideia era criar algo especial que simplificasse a importância da missão do CRCEA-SE” – revela a
Tenente Bertolin. Desta forma, ela reuniu alguns símbolos, elementos chaves para a criação do selo. São eles: O RADAR representa a segurança e a confiabilidade das operações no monitoramento das aeronaves A TORRE DE CONTROLE simboliza o controle de tráfego aéreo. O brilhante no topo da torre reflete a modernização em tecnologia e comunicação digital. O SÍMBOLO DAS BODAS E A AERONAVE representam a missão de conduzir as aeronaves com segurança, eficiência e economia, além de assumir o compromisso de reduzir os impactos ambientais. O maior desafio para a Tenente Bertolin, após desenhar de forma manuscrita o selo, foi formatar digitalmente e para isto contou com a colaboração do amigo Badr Bouabid, que passou o desenho para o formato digital. “Criar o selo e ser premiada foi algo muito especial, foi a forma de presentear o CRCEA-SE e marcar a minha passagem pela organização” – finaliza a Tenente Bertolin - chefe da Assessoria de Serviço Social.
CRCEA-SE • 75 ANOS 13
Ex-Comandantes Serviço de Rotas da Quarta Zona Aérea
Divisão de Proteção ao Voo da Quarta Zona Aérea
Major Aviador Otávio Pinto de Farias
Major Aviador Antero Sérgio da Silva Corrêa
Junho/1947 – Agosto/1950
Janeiro/1969 – Julho/1970
Major Aviador Roberto Pinto de Oliveira
Major Aviador Sérgio Martins Pina
Agosto/1950 – Maio/1954
Julho/1970 – Maio/1971
Major Aviador Edson Rocha
Major Aviador Alex Barroso
Maio/1954 – Agosto/1956
Maio/1971 – Agosto/1971
Major Aviador Roberto Pinto de Oliveira
Major Aviador João Fares Neto
Agosto/1956 – Maio/1958
Agosto/1971 – Setembro/1971
Major Aviador Milton Braga Furtado
Major Aviador Manoel da Silva Amorim Rego
Maio/1958 – Maio/1961
Setembro/1971 – Janeiro/1972
Major Aviador Onofre Ramos
Tenente-Coronel Aviador Gilson Macedo Rosemberg
Maio/1961 – Junho/1962
Janeiro/1972 – Julho/1972
Major Aviador Gilberto Cordeiro Miranda Junho/1962 – Março/1963
Serviço Regional de Eletrônica e Proteção ao Voo
Major Aviador Edson Rocha
Tenente-Coronel Aviador João Fares Neto
Junho/1963 – Agosto/1966
Julho/1972 – Fevereiro/1973
Major Aviador Milton Lobo da Veiga
Tenente-Coronel Aviador Deodato Fernandes de Carvalho
Agosto/1966 – Julho/1968
Fevereiro/1973 – Março/1974
Capitão Aviador Alberto Valeixo
Tenente-Coronel Aviador João Fares Neto
Julho/1968 – Janeiro/1969
Março/1974 – Maio/1974
14 CRCEA-SE • 75 ANOS
Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo
Coronel Aviador Roberto de Carvalho Rangel 20/05/1974 – 27/01/1977
Tenente-Coronel Aviador João Mutti de Almeida 27/01/1977 – 19/11/1979
Tenente-Coronel Aviador José Flávio Celestino 30/01/1980 – 22/01/1982
Tenente-Coronel Aviador Roberto Alves Teixeira 22/01/1982 – 25/01/1984
Coronel Aviador Eden de Oliveira Asvolinsque 23/07/1985 – 14/07/1987
Coronel Aviador Hélio Pereira Rosa 14/07/1987 – 26/01/1990
Coronel Aviador Geraldo Ribeiro Júnior 26/01/1990 – 17/01/1992
Coronel Aviador Genaldo Maia Paes 17/01/1992 – 17/01/1994
Coronel Aviador Ney Antunes Cerqueira 23/01/1996 – 26/01/1998
Coronel Aviador Ricardo Nogueira da Silva 26/01/1998 – 31/01/2011
Coronel Aviador Hélio Severino da Silva Filho 31/01/2001 – 22/01/2004
Coronel Aviador Luiz Cláudio Ribeiro da Silva 22/01/2004 – 27/01/2006
Coronel Aviador Carlos Minelli de Sá 24/01/2007 – 23/01/2008
Coronel Aviador Jeferson Ghisi Costa 23/01/2008 – 29/01/2009
Coronel Aviador Frederico José Moretti Silveira 29/01/2009 – 13/01/2011
Coronel Aviador César Augusto Borges Tuna 13/01/2011 – 17/01/2018
Tenente-Coronel Aviador Judimar das Chagas 25/01/194 – 22/07/1985
Coronel Aviador Reginaldo dos Santos Guimarães 19/01/1994 – 23/01/1996
Coronel Aviador Ramão Galvarros Bueno 27/01/2006 – 24/01/2007
Coronel Aviador Fernando César da Costa e Silva Braga 17/01/2013 – 15/01/2014
Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Sudeste Coronel Aviador Jarbas de Oliveira Pinto 15/01/2014 – 18/12/2015
Coronel Aviador Eduardo Wanderley Mano Sanches 18/12/2015 – 19/12/2017
Coronel Aviador Anderson da Costa Turola 19/12/2017 – 15/01/2020
Coronel Aviador Chrystian Alex Scherk Ciccacio 15/01/2020 – 29/04/2022
CRCEA-SE • 75 ANOS 15
EFETIVO
Divisão de Operações: integrada com os objetivos estratégicos do CRCEA-SE
16 CRCEA-SE • 75 ANOS
CRCEA-SE • 75 ANOS 17
EFETIVO
Divisão de Administração: a manutenção da qualidade nos serviços administrativos
18 CRCEA-SE • 75 ANOS
CRCEA-SE • 75 ANOS 19
EFETIVO
Divisão Técnica: um trabalho contínuo e de qualidade
20 CRCEA-SE • 75 ANOS
CRCEA-SE • 75 ANOS 21
Divisão de Administração
A manutenção da qualidade nos serviços administrativos
A
visão do Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Sudeste (CRCEA-SE) é ser referência no Sistema de Controle do Espaço
Aéreo Brasileiro (SISCEAB) pela aplicação de gestão baseada nas necessidades do usuário e da transparência e, ainda, pela excelência no atendimento às demandas operacionais de rotina e dos eventos extraordinários atribuídos. Por CRISTIANO Barbosa dos Santos Primeiro Tenente Especialista da Aeronáutica em Serviços Administrativos
Desafios da reestruturação A Divisão de Administração tem a responsabilidade de proporcionar todo o apoio administrativo e de serviços necessários ao funcionamento do CRCEA-SE. Ao longo dos últimos anos, passou por vários desafios durante o processo de reestruturação determinado pelo Comando da Aeronáutica (COMAER), no que
22 CRCEA-SE • 75 ANOS
se refere à concentração das ativi-
lo. O deslocamento do militar in-
O pioneiro foi o da Subdivisão
dades de apoio das Organizações
teressado em solucionar alguma
de Intendência com a criação do
Militares (OM) da mesma loca-
situação administrativa demanda
Portal INT, que apresenta indica-
lidade no Grupamento de Apoio
tempo, tanto para o desempenho
dores das atribuições desempe-
(GAP).
das atribuições, quanto para o
nhadas pelos seus setores, além
descanso dos que atuam em regi-
de orientações acerca dos traba-
me de escala.
lhos a serem desempenhados pe-
Com a ativação do GAP-SP, em 2017, o desafio foi o de manter a qualidade dos serviços adminis-
Mesmo com o uso do Portal do
las diversas comissões.
trativos oferecidos – apesar da
Militar, havia a demanda por in-
movimentação de boa parte do
terfaces que otimizassem o con-
disponibiliza ferramentas para o
efetivo vinculada à área de paga-
tato entre os setores da Divisão
acompanhamento de contratos,
mento de pessoal e da gestão or-
de Administração e o efetivo dos
além de diversos procedimentos
çamentária, e – também - da dis-
Destacamentos.
na área de gestão orçamentária,
O
Portal
INT
também
tribuição dos oito Destacamentos
Devido a carência de militares
oferecendo
aos
militares
de Controle do Espaço Aéreo de
especializados em construção de
servidores
civis
São Paulo e do Rio de Janeiro, su-
sites, a Divisão de Administração
do CRCEA-SE e dos DTCEAs
bordinados ao CRCEA-SE.
encarou os portais digitais como
subordinados orientações para
ferramentas de transparência e de
o pleno desempenho de suas
Ferramentas WEB
padronização de procedimentos.
atribuições sem que haja solução
De acordo com a Diretriz de
De forma voluntária, cumulativa-
de continuidade.
Comando do CRCEA-SE, um dos
mente às atribuições que já de-
Outro website elaborado pelos
pontos citados é o da transforma-
sempenhavam, alguns graduados
graduados foi o da Subdivisão de
ção digital, virtualização da orga-
elaboraram portais que abarca-
Recursos Humanos: o Portal ARH
nização com alto índice de trans-
ram as subdivisões que compõem
- com o objetivo de servir como
parência e de padronização das
a Divisão de Administração.
uma ferramenta para facilitar a
do
e
efetivo
atividades executadas. Os diversos documentos e processos, até então ainda tratados fisicamente, passaram a ser digitalizados para tramitação eletrônica e até mesmo gerados dentro dos arquivos digitais, com uso intensivo do Sistema Informatizado de Gestão Arquivística de Documentos da Aeronáutica (SIGADAER). Uma das peculiaridades do CRCEA-SE é a distância da sede para os DTCEAs subordinados. Apenas dois Destacamentos estão localizados na cidade de São Paulo: Campo de Marte e São Pau-
CRCEA-SE • 75 ANOS 23
Tenente-Coronel Intendente FÁBIO Moraes Carneiro Chefe da Divisão de Administração
monial, assim como ao efetivo e às instalações físicas. Após
a
reestruturação
do
COMAER, o CRCEA-SE permaneceu oferecendo seus serviços de apoio às áreas técnica e operacional, vida do efetivo tanto do Regional,
apoiado, no intuito de apresentar
quanto
Destacamentos
as atividades de serviço social,
nos
diversos
saúde ocupacional, segurança do
assuntos sob a responsabilidade
trabalho e meio ambiente, bem
da área de Gestão de Pessoal.
como os convênios e parcerias
dos
subordinados,
Além dos indicadores, o Por-
desenvolvidos
com
diversas
tal ARH oferece o “Manual do
instituições, públicas ou privadas,
Usuário”, ferramenta que orienta
para o apoio aos militares e
procedimentos de solicitação de
servidores civis.
diversos direitos financeiros e administrativos sem a necessidade
A interação em prol do efetivo
de entrar em contato com algum
A Divisão de Administração
militar do efetivo da ARH.
tem a responsabilidade de propor-
Por fim, o Portal SAIN, da Subdivisão
de
Integrada,
que
cionar todo o apoio administrati-
Assistência
vo e de serviços necessários ao
está
em
funcionamento do CRCEA-SE nos
desenvolvimento e servirá como
assuntos relacionados à execução
interface entre o setor e o efetivo
orçamentária, financeira e patri-
por
meio
de
planejamento
orçamentário, gestão dos contratos, manutenção
da
infraestrutura
– obras, transporte, controle e distribuição de material logístico. Assim, continuou dando suporte ao efetivo, com o auxílio da gestão de pessoas e de hospedagem, garantindo a proteção social e o bem-estar aos servidores civis e militares. A
Subdivisão
de
Recursos
Humanos (ARH) é responsável pela gestão de pessoal militar e civil na área sob responsabilidade do CRCEA-SE, num total próximo de 1.360 pessoas. Mesmo com o uso de ferramentas desenvolvidas pela Divisão de Tecnologia da Informação – Portal do Militar e suas aplicações, dentre várias – há a necessidade de que haja profissionais das especialidades voltadas à Administração, com experiência na área de pessoal militar. Só no ano de 2021 foram realizadas cerca de 4.733 concessões de direitos financeiros dos militares e de 718 processos concluídos – mesmo com a presença do GAP-SP como OM apoiadora. A ARH possui papel fundamental para a realização dos futuros projetos do CRCEA-SE quanto ao planejamento, à movimenta-
24 CRCEA-SE • 75 ANOS
ção e à classificação de militares nos vários setores, em consonância com as demandas das áreas operacional e técnica. A Subdivisão de Intendência é responsável pela aquisição de produtos e serviços, bem como acompanhamento de execuções orçamentária, financeira e patrimonial, dentre outras atribuições, tanto para o CRCEA-SE quanto para os Destacamentos subordinados. Com a reestruturação, o efetivo da Subdivisão de Intendência sofreu severa redução com a transferência de militares para o GAP-SP, devido a concentração administrativa das atividades pertinentes ao pagamento de pessoal e de fornecedores, dentre as várias atribuições. Porém, pelas especificidades do CRCEA-SE, a demanda de missões das áreas operacional e técnica tornou necessária a criação da Seção de Aquisição e
Acompanhamento
Contábil
(AIAC), no intuito de acompanhar a gestão dos recursos financeiros e de pagamentos junto às unidades apoiadoras, bem como efetuar a análise dos termos de referência ou projetos básicos. As interações da ARH e da INT com o GAP-SP têm produzido excelentes resultados administrativos, desencadeando na pronta solução de problemas de pagamento de militares, bem como na redução nos prazos de pagamento de diárias de 25 dias em 2021 para 16 dias em 2022.
Nos últimos dois anos, a Sub-
Ainda tratando da IES, convém
divisão de Infraestrutura (IES) es-
ressaltar o trabalho desenvolvido
teve envolvida em vários projetos
pela Seção de Transportes (AETR),
de recuperação e de melhorias es-
responsável pelo gerenciamento
truturais:
e
• reforma da parte externa da
de
pela
manutenção
veículos
do
da
frota
CRCEA-SE
e
Torre de Controle do Galeão
Destacamentos
subordinados,
(TWR-GL);
exercendo gestões para que as
• construção da nova Estação
demandas por transporte sempre
Meteorológica de Altitude do
sejam atendidas, mesmo com a
Galeão (EMA-GL);
carência de militares portadores
• ampliação
e
reforma
do
de habilitação categoria “D”.
Destacamento de Controle do Espaço
Aéreo
dos
Afonsos
Por fim, vale a pena relacionar o
trabalho
desenvolvido de
pela
(DTCEA-AF), que se encontrava há
Subdivisão
Assistência
muitos anos sem as necessárias
Integrada
manutenções estruturais;
o Programa de Ações Sociais
(SAIN).
Seguindo
• construção do alojamento femi-
Integradas do COMAER (PASIC),
nino no Destacamento de Con-
o setor oferece programas de
trole do Espaço Aéreo de São
apoio ao efetivo, que vão desde a
José dos Campos (DTCEA-SJ),
promoção familiar – campanhas
face ao incremento do efetivo fe-
de educação financeira e de
minino e subdimensionamento
orientação,
da estrutura existente;
passando pela atenção ao idoso,
dentre
outros
–
• reforma predial da Divisão
lazer e cultura, além da realização
Técnica, bem como do prédio
do Projeto Integrar – atenção aos
da IES, dentre várias outras
militares e civis recém-chegados
obras realizadas ou em pleno
e dos vários projetos na área de
desenvolvimento.
assistência social. CRCEA-SE • 75 ANOS 25
Divisão Técnica
Um trabalho contínuo e de qualidade Compete à Divisão Técnica (DT) do Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Sudeste (CRCEA-SE) coordenar e controlar as atividades de planejamento, manutenção e suprimento necessárias para assegurar a operacionalidade dos equipamentos e instalações técnicas, na área sob sua responsabilidade. VANDERLEI Roberto dos Santos Tenente-Coronel Especialista em Comunicações
26 CRCEA-SE • 75 ANOS
C
om o intuito de possibilitar a implantação de me-
Em 2021, com a nova setorização formulada pela
lhorias na infraestrutura e na provisão de servi-
Divisão Operacional para o revolucionário projeto
ços de navegação aérea existentes nas Áreas de Con-
TMA-SP Neo, a Divisão Técnica realizou abrangen-
trole de Terminal (TMA) de São Paulo e Rio de Janeiro,
te estudo de remanejamento de frequências e ca-
a Subdivisão de Telecomunicações teve importante
nalizações, combinado com estudos de cobertura e
atuação nos estudos para a evolução da capacidade
testes de alcance operacional, para atendimento às
operacional nas suas mais importantes transições
diversas modificações demandadas.
recentes: a mudança para a metodologia PBN (Perfor-
Com muito profissionalismo e árduo trabalho
mance Based Navigation) e o projeto da reestrutura-
técnico e logístico de implantação e remanejamen-
ção da Terminal São Paulo, a TMA-SP Neo.
to de equipamentos de telecomunicações, a Divisão
Assim, prevendo a necessidade de implantação
Técnica cumpriu mais uma importante missão
de novas estações de radiocomunicações, a DT
para o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasi-
implantou duas Estações de Apoio de Controle do
leiro (SISCEAB), otimizando o atendimento de Ser-
Espaço Aéreo em Cunha (EACEA-HCN) e Salesópolis
viço Móvel Aeronáutico (SMA) às novas TMA-SP e
(EACEA-HSA) – cidades do Estado de SP, permitindo
RJ e dando espaço para a implantação operacional
a aplicação do PBN, além de extenso potencial de
do projeto TMA-SP Neo. Todo esse trabalho ressalta
melhorias às capacidades operacionais do Regional,
a dimensão da capacidade de planejamento e visão
devido ao amplo alcance combinado destas EACEAs
estratégica dos profissionais presentes da Divisão
que, em conjunto, oferecem cobertura no nível de voo
Técnica do CRCEA-SE.
FL100 para praticamente toda a área de jurisdição do
Outra importante área da DT que realizou sig-
CRCEA-SE, conforme o mapa abaixo, constituindo-se
nificativa participação nos últimos anos é a Sub-
em um dos maiores avanços técnicos e estruturais da
divisão de Tecnologia da Informação (STI), que
história recente da Organização.
atua no gerenciamento dos Serviços e Sistemas de
CRCEA-SE • 75 ANOS 27
Tecnologia da Informação que são utilizados pelo
de infraestrutura virtualizada e gerenciável de
efetivo do CRCEA-SE, nas áreas de informática
servidores e link de Internet dedicado aos DTCEAs
operacional (TIOP), administrativa (TIAD), meios
subordinados; implementação de solução para
computacionais (TIMC) e segurança da informa-
capacitação de usuários (Moodle) e integração do
ção (TISI). Além disso, é responsável por coor-
sistema de monitoramento elétrico de auxílios à
denar as atividades de TI que são realizadas nos
navegação.
Destacamentos subordinados, prestando suporte
Nesse contexto, para manter um regime de 24
necessário ao efetivo das Organizações Militares
horas ininterruptos de funcionamento dos siste-
(OM) e aos técnicos locais.
mas que atendem a proteção ao voo, a Subdivisão
Dentre os projetos realizados pela equipe
de Eletromecânica tem participação essencial nas
de TI destacam-se: implementação de solução
revitalizações das instalações elétricas e sistemas
de segurança de perímetro Next Gen Firewall
de climatização do CRCEA-SE. Dentre as atividades
Palo Alto; migração das licenças do Sistema
realizadas para atingir esse patamar, destacam-se
Operacional dos servidores do CRCEA-SE e
as padronizações da diagonal de substituição de
Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo
baterias, das unidades de supervisão de corrente
(DTCEA) para a versão MS Windows 2019
alternada (USCA) e das fontes de alimentação inin-
Server; migração do domínio www.srpvsp.gov.br
terrupta (UPS), as obras de interligação da subesta-
para
ção principal aos auxílios à navegação do Aeroporto
www.crcease.decea.mil.br;
implantação
Internacional de São Paulo (SBSP) e da alimentação Tenente-Coronel Engenheiro CLÁUDIO Alves Baptista Chefe da Divisão Técnica
Integrantes da Divisão Técnica: profissionalismo, integridade e comprometimento 28 CRCEA-SE • 75 ANOS
dedicada de energia em São José dos Campos, as revitalizações elétricas da Torre de Controle de São Paulo (TWR-SP), da EACEA-HSA e da rede de du-
Quadro de comando - DTCEA-SJ
tos e tanques de combustíveis nas
periódico dos resultados dos pro-
garantir o controle das aeronaves
EACEAs dos radares de Momba-
cessos e da implementação de
e a segurança nas operações aére-
ça, Campinas e Congonhas. Des-
métodos de checagem de desem-
as aos pilotos e usuários do serviço
tacam-se também a aquisição de
penho da equipe visando manter o
nas proximidades dos aeroportos
novos geradores para instalação
rumo em direção as metas e objeti-
do Rio de Janeiro e São Paulo.
em Destacamentos subordinados,
vos traçados.
Durante a realização dos grandes
bem como a aquisição de gerado-
Diante disso, conforme de-
eventos no Brasil, como a Jornada
res transportáveis para atendi-
monstrado no gráfico acima, a
Mundial da Juventude em 2013, o
mento de emergências.
eficiência do trabalho prestado
Grande Prêmio Brasil de Fórmula
Para cumprir tão importante e
pelos militares da Divisão Técni-
1, a Latin American Business
crítica missão do CRCEA-SE, é es-
ca aliada ao orgulho em vestir a
Aviation Conference & Exhibition
sencial saber aonde chegar, e com
camisa da Força Aérea Brasileira,
– LABACE e a Copa do Mundo
foco em resultados eficazes deve-
garantiram altos índices de dis-
2014, a Divisão Técnica realizou a
-se planejar ações com o propósi-
ponibilidade dos equipamentos
montagem de equipamentos para
to de alcançar as metas definidas
com qualidade na sua atuação, e
atender aos sistemas de controle
pela Organização. Estas ações na
com isso a segurança do espaço
de tráfego aéreo em áreas remotas
Divisão Técnica são de responsa-
aéreo se manteve em altos pa-
e que permitiram que os controles
bilidade da Subdivisão de Planeja-
drões.
das aeronaves nessas ocasiões
mento Técnico e da Subdivisão de
Ademais, além das manuten-
ocorressem
com
segurança
e
Controle Técnico, onde são realiza-
ções preventivas e corretivas reali-
dos continuamente diagnósticos
zadas pela equipe da Divisão Téc-
Por fim, com profissionalismo,
de possíveis fraquezas presentes e
nica nos sistemas implantados nas
integridade e comprometimento,
futuras, planejando e controlando
organizações sob responsabilidade
os integrantes da Divisão Técnica
a execução de processos com foco
do CRCEA-SE, a Divisão Técnica
apresentam à FAB e ao País um tra-
na missão, visão e valores da Orga-
participa prontamente apoiando os
balho contínuo com qualidade, de
nização. Com este intuito, o suces-
órgãos operacionais quando ocor-
modo a garantir a segurança e efici-
so de um planejamento estratégico
rem eventos externos demanda-
ência das operações áreas sob res-
depende de um acompanhamento
dos pela Divisão Operacional, para
ponsabilidade do CRCEA-SE.
eficiência extremas.
CRCEA-SE • 75 ANOS 29
Divisão de Operações
Integrada com os objetivos estratégicos do CRCEA-SE Por Robson Laube Roque MOREIRA Tenente-Coronel Aviador Chefe da Divisão de Operações
O
s estados de São Paulo e Rio de Janeiro estão acostumados com superlativos. Entre as maio-
res cidades do maior País da América Latina encontra-se o eixo econômico e populacional do Brasil. As atividades desenvolvidas na região, que é um celeiro de inovações - e também de desafios, revestem-se de grande importância: aqui se produz, consome, se cria e se transforma. Nesse contexto, ergueu-se o Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Sudeste (CRCEA-SE), unidade que - desde a sua fundação no ano de 1947, e ainda antes com a inauguração da Torre de Controle do Aeroporto de Congonhas, em 1945 - se confunde com o desenvolvimento da aviação no Brasil. Braço opera-
30 CRCEA-SE • 75 ANOS
cional do Regional, a Divisão de Operações (DO) tem por atribuição coordenar as atividades operacionais na área de responsabilidade do CRCEA-SE, apoiando e fiscalizando os expedientes de 214 Órgãos Operacionais de Informações
O CRCEA-SE tem se destacado como um dos principais agentes de fomento da aviação não tripulada no País
Aeronáuticas, Meteorologia, Controle de Tráfego Aéreo e/ou Telecomunicações Aeronáuticas, pertencentes à Força Aérea Brasileira, ao Exército Brasileiro, à Marinha do Brasil, à NAV Brasil S/A e a diversas empresas privadas concessionárias prestadoras de serviços de navegação aérea. Além destas atividades, a DO analisa projetos e emite pareceres técnicos de objetos projetados no espaço aéreo e de aeródromos, por meio da Subdivisão de Aeródromos (AGA), visando à manutenção da segurança operacional da circulação aérea. Também é importante lembrar que a missão da Divisão de Operações está totalmente integrada com os objetivos estratégicos do Regional, tendo para isso desenvolvido Missão, Visão e Valores próprios, sempre primando pelo mais alto nível de qualidade no atendimento aos clientes internos e externos:
Missão Gerenciar as atividades operacionais necessárias à execução dos serviços do Controle do Espaço Aéreo, com foco na segurança e fluidez, bem como apoiar as missões de manutenção da integridade e da soberania do espaço aéreo brasileiro, na área de responsabilidade do CRCEA-SE.
A Divisão de Operações sempre foi marcada pelo pioneirismo e esteve ligada a grandes eventos que influenciaram o controle de tráfego aéreo no Brasil CRCEA-SE • 75 ANOS 31
TMA-SP Neo - Projeto inovador do CRCEA-SE reestruturou o espaço aéreo mais movimentado e complexo do País, proporcionando a otimizaçào da circulação aérea dos principais aeroportos de São Paulo
32 CRCEA-SE • 75 ANOS
Visão Ser referência no Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) pela aplicação de gestão baseada nas necessidades do usuário e na transparência e pela excelência no atendimento
•
transformação da realidade
gonhas, a instalação do primeiro
interna e de influência na área
controle radar da América do Sul,
de atuação. Visão estratégica
em 1962, passando pela constru-
e capacidade de superação de
ção das novas rotas para o novo
desafios, com criatividade e
aeroporto de São Paulo – Guaru-
coragem.
lhos em 1985, até a implantação
Visão global com ação regio-
das demandas operacionais de
nal - Pensamento global, com
rotina e dos eventos extraordiná-
ação regional, como alavanca
rios atribuídos.
de produtividade, através da
Valores
utilização do que há de melhor
Nossa gente faz voar - Pessoas
mundo sem fronteiras e de va-
competentes e comprometi-
lorização da diversidade.
•
em cada lugar. Visão de um
das que trabalham em equipe erência, respeito e confiança
•
mútua. •
Foco nos clientes - Conquista meio da sua satisfação. Estabelecimento de parcerias base-
•
adas em comprometimento e flexibilidade. •
Buscamos a excelência organizacional - Ação organizacional orientada para simplicidade, agilidade, flexibilidade e segurança, com permanente busca da melhoria contínua e da excelência. Atitude empre-
• • •
Baseada em Performance – PBN – em 2013, o que trouxe rotas mais curtas e otimizadas, devido à independência da necessidade de auxílios de solo como NDB (rádio
Fiscalização das atividades
cia muito alta) para o desenho de rotas e procedimentos de navegação aérea. A atuação também foi signi-
bordinados e jurisdicionados;
ficativa com os grandes eventos
Emissão de certificado, autori-
que marcaram a década de 2010,
zação provisória e Habilitação
como a Jornada Mundial da Ju-
Técnica de navegação aérea;
ventude, em 2013, que contou
Análise das implantações de
com a visita do Papa Bento XVI,
edificações e de aeródromos
ocasião em que foi instalada um
Elaboração de procedimentos
AFIS - estação rádio provisória
de navegação aérea;
- para coordenar o elevado tráfee
go de helicópteros em Aparecida
e
- SP; os Jogos Mundiais Militares
oportunas aos aeronavegantes.
do Rio, também em 2013; além da
Informações
aeronáuticas
meteorológicas
confiáveis
Copa do Mundo de Futebol de 2014 Durante os 75 anos de exis-
e os Jogos Olímpicos e Paralímpi-
tência do CRCEA-SE, a Divisão de
cos Rio 2016 - eventos esportivos
Operações sempre foi marcada
que, em estreita coordenação com
pelo pioneirismo e esteve ligada
os demais órgãos do Departamen-
diretamente aos grandes eventos
to de Controle do Espaço Aéreo
Inovação e vanguarda - Van-
que influenciaram o controle de
(DECEA), a Divisão de Operações
guarda técnica, organização
tráfego aéreo do País. Desde o es-
e órgãos subordinados atuaram
que aprende continuamente,
tabelecimento da primeira torre
para a absorção de elevada de-
capacidade de inovação, de
de controle do Aeroporto de Con-
manda com o mesmo nível de
endedora calçada em planejamentos integrados, delegação responsável e disciplina de execução. •
Gerenciamento e planejamen-
executadas pelos órgãos su-
da confiança dos clientes por
novos conceitos de Navegação
farol omnidirecional em frequen-
to da circulação aérea; •
mente desenhada seguindo os
farol não direcional) e VOR (rádio
Serviços Entregues
e agem com integridade, co-
da primeira Terminal completa-
CRCEA-SE • 75 ANOS 33
segurança e eficiência que marcaram os serviços prestados pelo CRCEA-SE nos seus 75 anos de existência. Já no final da década passada, movida pelo espírito de inovação característicos da unidade, a Divisão de Operações se engajou em diversos projetos de vital importância para o desenvolvimento do Brasil, por meio da melhoria da infraestrutura do espaço aéreo
Centro de Operações (COP) - instalações modernas e
e também otimizações de opera-
confortáveis de apoio, demonstrando o foco do DECEA no elo mais importante do sistema: o ser humano
ções de tráfego aéreo visando o aproveitamento máximo da infraestrutura de solo existente. Dentre esses projetos, podemos citar o AGILE GRU, que aumentou a ca-
de apoio receberam instalações
pacidade de absorção de aerona-
modernas e confortáveis de apoio,
ves pela Torre de Controle do Ae-
demonstrando o foco do DECEA
roporto de Guarulhos por meio de
no elo mais importante do siste-
procedimentos de aproximações
ma: o ser humano.
e decolagens otimizados. O pro-
ao espaço aéreo brasileiro no SARPAS (Sistema de Solicitação de Acesso ao Espaço Aéreo Brasileiro de
Aeronaves
Remotamente
Pilotadas, com 80.607 intenções
Quando falamos em inovação,
de voo preenchidas pelos usuários
não podemos nos olvidar do veloz
para sua área de responsabilidade.
desenvolvimento das aeronaves
Dentre os principais projetos que
não tripuladas. A realização em
o Regional fez parte nessa área,
2019, em São Paulo, do I Simpósio
podemos destacar a campanha
de Tecnologias Antidrones possi-
antidrones, ocorrida em 2019, na
bilitou iniciar uma ampla discus-
cidade de São José dos Campos
Em 2019, com o objetivo de
são com a comunidade aeronáu-
– SP; o Simpósio Regional de
otimizar a gestão operacional e
tica sobre tecnologias que visam
Sistemas
reduzir trâmites administrativos,
reduzir o impacto de voos de ae-
Tripuladas
foi criado o Centro de Operações
ronaves não tripuladas em locais
2020; a participação no curso de
(COP), órgão operacional compos-
não permitidos, como áreas próxi-
formação de pilotos remotos da
to pelo Controle de Aproximação
mas a aeroportos.
Polícia Militar do Estado de São
jeto, que está em sua terceira fase – que visa possibilitar decolagens ou pousos simultâneos sucessivas – foi tão bem sucedido que foi ampliado para os Aeroportos do Galeão e Campinas.
de São Paulo (APP-SP) e subordinado diretamente à Divisão de Operações, que cresceu para receber a nova tarefa. Juntamente com a nova estrutura, os controladores de tráfego aéreo e efetivo 34 CRCEA-SE • 75 ANOS
O CRCEA-SE tem se destacado como um dos principais agentes de
fomento
da
aviação
não
tripulada no País, tendo sido
de
Aeronaves
Não
(SiReSANT),
em
Paulo – PMESP; a elaboração do conceito operacional de UAM (Mobilidade
Área
Urbana)
no
Brasil.
responsável por cerca de 33% do
Com o objetivo de acompanhar
número de solicitações de acesso
o acelerado desenvolvimento da
aviação, a DO sempre procurou
controladores de tráfego aéreo e
primeiros dados de performan-
desenvolver princípios de gestão
representantes de entidades rela-
ce demonstram que os objeti-
por projetos e processos, criando
cionadas a aviação civil puderam
vos de aumento de capacidade,
programas formais, baseados na
nivelar conhecimentos a respeito
metodologia
gerenciamen-
da complexidade de se executar
redução de esperas, redução no
to de processos PMBOK (Project
uma remodelação completa de
Management Body Of Knowle-
um espaço aéreo como o da Ter-
dge)
para coordenar de forma
minal São Paulo: o maior movi-
eficiente as demandas apresen-
mento de tráfego aéreo da Améri-
tadas. Exemplo recente foi a re-
ca do Sul, três grandes aeroportos
Hoje, após 75 anos de criação
alização do Projeto TMA-SP Neo,
com rumo assimétrico de cabe-
do Centro Regional de Contro-
um projeto inovador marcado
ceira de pistas, além do Campo de
le do Espaço Aéreo Sudeste, os
desde a sua primeira atividade
Marte e diversos outros aeropor-
homens e mulheres que fazem
pelo trabalho colaborativo entre
tos menores que servem a avia-
todos os stakeholders.
a Divisão de Operações se orgu-
ção geral e executiva.
lham de ter a oportunidade de
de
consumo de combustível e de emissão de gases causadores do efeito estufa pelas aeronaves foi atingido.
Ainda em novembro de 2017,
Após três anos e meio de pla-
servir à Força Aérea Brasileira
foi realizado no então Serviço
nejamento, treinamento e execu-
na nobre missão de coordenar
Regional de Proteção ao Voo de
ção, a nova Terminal São Paulo
as atividades operacionais de
São Paulo (SRPV-SP) pelo Sub-
foi implementada, apresentando
tráfego aéreo na região mais di-
departamento de Operações do
conceitos modernos de contro-
DECEA o I Workshop de Planeja-
le do espaço aéreo como o Point
nâmica do País.
mento de Espaço Aéreo, ocasião
Merge System e aplicação de sa-
em que pilotos da aviação comer-
ídas desimpedidas para os prin-
cial, geral de asa fixa e rotativas,
cipais aeroportos, sendo que os
Parabéns, CRCEA-SE! que venham mais 75 anos de bons serviços prestados ao Brasil! CRCEA-SE • 75 ANOS 35
Um projeto pioneiro na América Latina:
Torre de Controle de Aeródromo Digital em Santa Cruz A tecnologia digital permite um ganho de consciência situacional ao controlador de tráfego aéreo, contribuindo para uma melhor prestação do serviço de controle de aeródromo Por Fernando Andrade CÔRTES – Major Aviador Comandante do DTCEA-SC
36 CRCEA-SE • 75 ANOS
A primeira TWR Digital da América Latina é um marco para a história do controle do espaço aéreo brasileiro
N
o dia 18 de outubro de 2019,
sual dos 360 graus do aeródromo
Sistemas Indicador de Rampa de
mais uma vez o Brasil foi
é disposta numa vista panorâmi-
Aproximação de Precisão (PAPI),
pioneiro, ao implantar a primeira
ca única, composta por telas for-
farol rotativo e balizamento do
torre de controle de aeródromo
mando um painel contínuo. Dessa
Aeródromo, contudo, o serviço de
digital (TWR) no aeródromo de
forma, o serviço de controle de ae-
controle digital oferece melhores
Santa Cruz, zona oeste do Rio de
ródromo é prestado de forma di-
condições e recursos de visualiza-
Janeiro.
gital, com a visualização da área
ção do tráfego na área de atuação,
manobras e do circuito de tráfego
elevando a consciência situacio-
por meio de um conjunto de câ-
nal dos controladores durante a
meras posicionadas próximas à
operação.
Estabelecida pelo Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), a primeira TWR Digital da América Latina é um
pista.
O sistema de visualização é
marco para a história do contro-
Nessa torre digital é realizada
composto por 16 câmeras fixas
le do espaço aéreo brasileiro e
a mesma atividade de controle
e três câmeras móveis com a
solidifica a digitalização total do
prestada em uma torre convencio-
tecnologia Pan Tilt Zoom (PTZ),
serviço ATC (controle de tráfego
nal: autorização de pousos, deco-
que
aéreo).
lagens, cruzamentos, taxiamento
aumentar a imagem em até 24
de aeronaves, informação de voo,
vezes, sem perder o foco. Esses
mensagens meteorológicas e in-
equipamentos estão interligados
formações aeronáuticas dispo-
a uma sala de controle, que
níveis, além do acionamento de
contém
auxílios visuais terrestres, como
polegadas de alta definição (4K),
O conceito de torre digital consiste em visualizar, por meio de câmeras de alta definição, a área sob responsabilidade da torre de controle, onde a apresentação vi-
permite
14
ao
controlador
monitores
de
55
CRCEA-SE • 75 ANOS 37
que proporcionam uma visão
etiquetas
360 graus numa única vista
das
panorâmica,
com o Sistema
comprimida
em
de
aeronaves,
das pistas em uso, circuito de
conjugado
tráfego, hotspot nas taxiways;
Avançado de
tracking, que permite que a
240° de tela, assim, o controlador
Gerenciamento
Informações
câmera acompanhe o movimento
não precisa girar a cabeça para
de Tráfego Aéreo e Relatórios de
das aeronaves durante os pousos,
procurar o setor oeste ou leste,
Interesse Operacional (SAGITARIO);
decolagens e taxiamento. Dessa
ele mantém o foco tanto na área
labels - marcação de qualquer
forma, o conceito de torre digital
de manobras (pista e taxiway),
movimento acima de 4 pixels
permite
quanto a visão do circuito de
na tela panorâmica; presets, que
entre homem e máquina num
tráfego.
permitem que a câmera focalize
simples toque de um dedo, similar
posições estratégicas, como final
ao uso dos smartphones.
Além da visão panorâmica, há, nessa sala de controle, três posições de controle, Torre, Solo e Radar de Aproximação de Precisão (PAR). Nas posições Torre e Solo estão instalados dois tablets de 32 polegadas, um com os Sistemas TATIC (do inglês Total Air Traffic
Information Control)
e ACAMS
(do inglês Airport Control and
Monitoring System) conjugados, que tratam das mensagens de plano de voo, fichas de progressão de voo eletrônicas,
display
com informações meteorológicas, status de monitoramento de auxílios à navegação terrestre, visualização de publicações e cartas aeronáuticas e dashboard dos auxílios visuais luminosos, como PAPI, farol rotativo e balizamento de pista. Já o outro tablet, permite a interação do controlador com as PTZs e a tela panorâmica, Dentre os comandos temos o overlay, que são linhas que realçam na tela panorâmica as margens da pista,
taxiways,
intersecções,
área de pouso dos helicópteros (quadrados) e barra de parada, 38 CRCEA-SE • 75 ANOS
de
identificação
uma
total
interação
Na concepção do conceito de
exemplo. Além disso, os tablets
garantindo
torre digital, em 2019, nem todas
que permitem a interação das
na operação. Também houve a
as facilidades foram instaladas de
PTZs das posições Torre e Solo
atualização dos tablets, tornando
imediato na torre de Santa Cruz.
não poderiam ser manuseados
a interação das PTZs das posições
No início, havia apenas duas
de forma simultânea. A partir de
Solo
PTZs (PTZ 1 e PTZ 2) instaladas,
outubro de 2021, houve a instalação
e
que cobriam totalmente a visão
da PTZ 3, próximo à cabeceira
a
360 graus, contudo a final da
23 do aeródromo de Santa Cruz
controle de aeródromo. Essas
pista 23 necessitava ainda de
(SBSC), permitindo maior precisão
atualizações foram passadas aos
uma
nas
controladores e técnicos por meio
visualização
aproximada,
para check farol dos F-5EM, por
visualizações
de
pousos
e decolagens dessa cabeceira,
de
e
maior
Torre
simultâneas, eficiência
dos
treinamentos
segurança
independentes aumentando serviços
de
ministrados
O serviço de controle digital oferece melhores condições e recursos de visualização do tráfego na área de atuação, elevando a consciência situacional dos controladores durante a operação
CRCEA-SE • 75 ANOS 39
O conceito de torre digital permite uma total interação entre homem e máquina num simples toque de um dedo, similar ao uso dos smartphones
pela Comissão de Implantação
O prédio consiste por diversos
do Sistema de Controle do Espaço
compartimentos, como recepção,
Aéreo
ATC
alojamentos e banheiros masculi-
Systems, garantindo a interface
nos e femininos, sala de descan-
homem-máquina na operação,
so, copa, sala de briefing, sala de
bem como melhor preparo dos
reunião, dos servidores e sala de
técnicos das especialidades BET
controle, na qual estão instaladas
(Eletrônica) e SIN (Informática)
o conjunto de hardware e softwa-
nos casos de manutenção de todo
re, que permitem o controle do ae-
o sistema.
ródromo digital e as informações
(CISCEA)
e
pela
As instalações, por sua vez, com 410 m², foram construídas em
gura e com integridade.
seis meses por meio de módulos
A implantação desse projeto
pré-fabricados, tipo contêiner, o
pioneiro na América Latina, no
que reduziu os custos em 30% e
aeródromo de Santa Cruz, lide-
o tempo de construção em 60%
ra uma importância ímpar no
em relação à torre convencional,
serviço ATC, pois a partir desse
uma
construção
novo conceito digital, a Força Aé-
recorde,
rea Brasileira e, acima de tudo, o
meses.
Brasil mantêm a referência em
Por se tratar de prédio térreo,
termos de tecnologia, qualidade e
houve a facilidade de aprovação
segurança aos usuários do espaço
do projeto em obediência às
aéreo brasileiro.
levou,
vez em
que
a
tempo
aproximadamente
seis
normas vigentes, inclusive os dispositivos legais de impacto ambiental,
sem
mencionar
o
melhor conforto e ergonomia para os controladores.
40 CRCEA-SE • 75 ANOS
que neles trafegam, de forma se-
HELICONTROL
O controle do tráfego aéreo da maior frota de helicópteros do mundo São Paulo, segundo levantamento realizado pela Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero (ABRAPHE), é a cidade com a maior frota de helicópteros do mundo, ficando à frente de cidades como Nova York (2ª) e Tóquio (3ª).
E
ste cenário, trouxe diversos desafios ao serviço de controle de tráfego aéreo da região. Atualmente, a cidade conta com 260 helipontos
e a distribuição geográfica dessa infraestrutura não é uniforme. Deste montante, 139 estão concentrados na região que coincide com a área de aproximação da pista (RWY) 17 do aeroporto de Congonhas, abrangendo um quadrilátero entre as avenidas Paulista, Faria Lima, Berrini e bairro do Por ROBERTO Manoel Francisco Junior Major Aviador Comandante do DTCEA-SP
Morumbi com aproximadamente 54 Km².
O histórico Até o ano de 2004, a circulação de helicópteros na região era baseada no uso de corredores visuais de helicópteros e sob coordenação via rádio em uma frequência de coordenação entre aeronaves (FCA). Porém, este modelo começou a mostrar-se insuficiente para a manutenção das operações de forma segura, pois o crescimento no número de operações de aeronaves no aeroporto e de helicópteros na área localizada na aproximação da RWY 17, era diário.
CRCEA-SE • 75 ANOS 41
solução que objetivava garantir a convivência segura e fluída de aviões e helicópteros na área de aproximação do aeroporto de Congonhas. O Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de São Paulo (DTCEA-SP), com sua história de pioneirismo e eficiência, foi escolhido para prestar o novo serviço. Imediatamente após a sua criação, o nível de descontinuidades de aproximações no aeroporto devido a RA apresentou sensível decréscresci-
aeronaves, o chamado Resolution
mento do número de aeronaves
Advisory (RA), situação indeseja-
dotadas com os sistemas antico-
da e com significativo risco ope-
lisão aerotransportados (ACAS)
racional.
Progressivamente,
o
evidenciaram os entraves que a circulação vigente à época apresentava. O cenário de alta densidade de movimentos no aeroporto e a concentração de helipontos em uma pequena área geográfica coincidente com as aproximações da RWY17, criando um cenário adverso e com elevado número de reportes de proximidade entre as
O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), junto ao Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Sudeste (CRCEA-SE), então Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP), formularam, em 2004, uma solução
cimo, comprovando a efetividade do novo serviço. O benefício à sociedade foi imediato, pois o menor nível de arremetidas no aeroporto proporciona economia de combustível das aeronaves, reduz o nível de ruídos na região urbana e diminui as restrições à circulação de helicópteros, promovendo, também, ganho operacional e de segurança.
inédita em nível mundial. Foi
Na área de competência do
criado o serviço de controle na área
HELICONTROL, que apesar de
de helicópteros (HELICONTROL),
abranger um pequeno espaço geográfico, foram controlados mais de 40 mil helicópteros em 2019 – na fase pré-pandemia - número que superou a movimentação de outros importantes aeroportos e terminais do País, como Manaus, Campo Grande e Ribeirão Preto.
A estrutura O controlador de tráfego aéreo (ATCO) conta com os mais avançados recursos tecnológicos para orientar o serviço, tendo à dispo42 CRCEA-SE • 75 ANOS
TWR-SP
sição: uma tela repetidora radar do Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego Aéreo e Relatórios de Interesse Operacional
(SAGITARIO),
O serviço é prestado de forma integrada com as aproximações da TWR-SP, maximizando, assim, a capacidade de circulação na área sem que haja impactos nas aproximações do aeroporto
pelo
qual é possível observar as aproxi-
proximidade física maior com a
Diversos estudos estão em
mações e distâncias entre aerona-
população urbana, o que leva a um
andamento no DECEA e no
ves; o Controle Total da Informa-
grande desafio futuro.
CRCEA-SE com o objetivo de
ção de Tráfego Aéreo (TATIC), que
Como atuar de maneira efetiva
é um sistema específico para in-
no controle dos helicópteros em um
serção das informações dos voos;
cenário de crescimento no número
além de outras facilidades como
de voos de aeronaves de decolagem
centrais de frequências/telefones,
e pouso vertical (eVTOL) e outras
para realizar as comunicações
remotamente pilotadas (RPA)?
planejar
uma
convivência
segura entre os novos modais de transporte e as atuais aeronaves de asa fixa ou rotativa. É a história se repetindo com novos personagens e desafios.
com os helicópteros e outros órgãos operacionais. Todo o serviço é prestado de forma integrada com as aproximações da Torre de Controle de São Paulo (TWR-SP), maximizando, assim, a capacidade de circulação na área sem que haja impactos nas aproximações do aeroporto.
O futuro Na região de controle, a quase totalidade das operações ocorrem em helipontos elevados, que são os que se encontram no alto de edifícios. Naturalmente, existe uma
CRCEA-SE • 75 ANOS 43
PROJETO TMA SP-Neo
Uma nova concepção de espaço aéreo para a maior terminal da América do Sul Por Sérgio Luiz Marques MALECKA Major Aviador Gerente do Projeto TMA-SP Neo
44 CRCEA-SE • 75 ANOS
As consequências destas inovações não se restringem a benefícios para o tráfego aéreo: menor consumo de combustível, logo, menor emissão de CO2 na atmosfera e menor emissão de ruído aeronáutico - ganhos advindos do projeto
O
ano de 2021 ficou marcado na
de Comunicação, Navegação e Vi-
história do Centro Regional de
gilância (CNS), como também pelo
Controle do Espaço Aéreo (CRCEA-SE)
emprego das práticas mais eficien-
e da aviação brasileira. Um dos mais
tes de Gerenciamento de Tráfego
inovadores projetos do Departamento
Aéreo (ATM).
de Controle do Espaço Aéreo (DECEA)
No Brasil, as projeções da Se-
– e, também, dos mais abrangentes –
cretaria de Aviação Civil (SAC) do
teve sua implementação concretizada.
Ministério da Infraestrutura feitas
Foram mais de três anos de trabalho
em 2017, estimaram incrementos
conduzido
Subdepartamento
de 3,7% ao ano. Isso apontava na
de Operações (SDOP) do DECEA
mesma direção que a OACI, para a
e gerenciado pelo CRCEA-SE que
necessidade iminente de prepara-
permitirá que a estrutura da porção
ção e dava destaque aos aeroportos
do espaço aéreo mais disputada do
mais movimentados País.
pelo
País comporte o apetite crescente da aviação civil, indo ao encontro das expectativas e projeções mais importantes.
E, neste aspecto, só a Terminal São Paulo (TMA-SP) contém quatro entre os 12 aeroportos mais movimentos do Brasil no ano de
Isso porque a Organização da
2019: Guarulhos, Congonhas, Cam-
Aviação Civil Internacional (OACI),
pinas e Campo de Marte. Os três
por meio da quarta edição do Plano
primeiros somam mais de 35%
Global de Navegação Aérea (DOC
do movimento de passageiros no
9750/2013), já indicava que, des-
País. Trata-se, portanto, da Termi-
de 1977, o volume de tráfego aéreo
nal brasileira mais movimentada,
mundial tem dobrado, consisten-
uma quantidade que supera o mo-
temente, a cada 15 anos. Esse aler-
vimento da Região de Informação
ta serviu de estímulo aos países
de Voo de Brasília (FIR-BS) e é duas
membros para preparar terreno – e
vezes maior que a TMA-RJ.
céus – para este crescimento, pela adoção de ferramentas modernas
A rota SP-RJ, a famosa ponte aérea, figura frequentemente enCRCEA-SE • 75 ANOS 45
tre as dez mais movimentadas do
reo (IATA), Associação Brasileira
dos aeroportos mais movimen-
mundo, tendo sido a quarta nos
das Empresas Aéreas (ABEAR) e
tados seriam servidas pelas ro-
anos de 2018 e 2019.
Associação Brasileira de Avia-
tas mais eficientes;
Era então evidente a necessi-
ção Geral (ABAG), que partici-
dade de voltar a atenção para este
param efetivamente nos debates
as aeronaves consomem mais
centro de gravidade da aviação
pelo uso mais eficiente da maior
combustível) seriam prioriza-
brasileira. E, assim, o DECEA criou
terminal do país. Além disso, en-
das em relação as chegadas
o Projeto TMA-SP Neo. Parte de
volveu diversos órgãos do DECEA,
(fase do voo na qual as aerona-
um dos 30 empreendimentos do
além do CRCEA-SE: Centro de
ves consomem menos combus-
Programa SIRIUS Brasil, Otimiza-
Gerenciamento
tível), com perfis desimpedidos
ção do Espaço Aéreo Nacional, este
Aérea (CGNA), Primeiro e Segun-
propõe desenvolver e implementar
do Centros Integrados de Defesa
conceitos inovadores para otimi-
Aérea e Controle de Tráfego Aé-
zar rotas ATS (Serviço de Tráfego
reo (CINDACTA I e II), Instituto
Aéreo), bem como procedimentos
de Cartografia Aeronáutica (ICA),
em áreas terminais.
Instituto de Controle do Espaço
O projeto adotou, desde sua concepção, o conceito de decisão
da
•
Navegação
Aéreo (ICEA) e Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV).
colaborativa, dando voz a impor-
Seu principal objetivo era ala-
tantes entes da aviação, como
vancar a capacidade desta com-
Agência Nacional da Aviação Ci-
plexa terminal a um nível pelo
vil (ANAC), Empresa Brasileira
menos 10% superior à demanda
de Infraestrutura Aeroportuária
projetada para os próximos dez
(INFRAERO), companhias aéreas
anos. E, para isso, foram estabele-
e associações, como Associação
cidas como premissas:
Internacional de Transporte Aé-
•
as cabeceiras mais utilizadas
as saídas (fase do voo na qual
ao máximo praticável; •
a estrutura do espaço aéreo seria menos complexa que aquela até então em uso. O projeto pretendia com a apli-
cação de tais premissas - além do já mencionado aumento de capacidade - reduzir esperas e atrasos, diminuir a carga de trabalho de pilotos e controladores, manter os elevados índices de segurança operacional e contribuir com o meio ambiente, emitindo menos gases poluentes e ruídos aeronáuticos para a vizinhança dos aeroportos. Todos esses anseios foram sintetizados, então, pela proposta oficial do projeto: “Elaborar o conceito do espaço aéreo da TMA-SP, considerando os aeroportos de operação IFR (Regras de Voo por Instrumentos) de
A rota SP-RJ figura entre as dez mais movimentadas do mundo.
maior movimento como prioritários na definição das melhores trajetórias, aplicando, sempre que possível, os conceitos de navegação baseada em performance.” Para atingir tais propósitos, dois cenários foram desenvolvidos e testados em simulação em tempo acelerado. O primeiro foi concebido
46 CRCEA-SE • 75 ANOS
a partir de uma abordagem “de dentro para fora”, ou seja, a estrutura interna da Terminal foi totalmente redesenhada e a rede de rotas externa, ajustada a ela. O segundo cenário, apesar de também ter sido estruturado como novo, foi a rede de rotas externa à terminal e não sofreu alterações. Após avaliações multidisciplinares, o Cenário 1 foi tido como o de maior vantagem operacional resultados
pelo globais
SDOP.
Seus
mostraram-
se superiores, e foi, então, levado à próxima fase: Simulação em
minho estava sendo corretamente
(Publicação de Informação Aero-
Tempo Real (STR). Nesta etapa,
trilhado.
náutica) e todo trabalho foi entre-
o novo cenário foi submetido à avaliação técnico-operacional dos controladores de tráfego aéreo do Controle de Aproximação São Paulo (APP-SP) e outros órgãos envolvidos. Era esperada uma resistência à mudança significativa de estrutura e filosofia de controle neste primeiro contato com a nova circulação, mas surpreendeu o fato de que a avaliação foi positiva. Isso indicou que o cuidado em tornar a estrutu-
Passada a avaliação em si-
gue com mais de três ciclos AIRAC
mulação em tempo real (STR),
(Regulamentação e controle de in-
iniciou-se a fase de elaboração e
formação aeronáutica) de anteci-
publicação de procedimentos de
pação. Isso permitiu às empresas
chegada, aproximação e saída por
provedoras e companhias áreas
instrumentos, bem como atualiza-
conhecerem as mudanças a fundo
ção de cartas de rota. Foi um traba-
e atualizarem seus bancos de da-
lho grandioso do ICA em conjunto
dos completamente.
com o GEIV. Foram criados e voa-
O treinamento dos controladores
dos mais de 200 procedimentos, 36
de tráfego aéreo (ATCO) foi a última
cartas de área ou rota; mais de 400
fase antes da implementação. Para
modificações em páginas do AIP
que
estivessem
adequadamente
ra menos complexa, de fato, surtiu efeito, com destaque ao critério de “capacidade de controle”, com uma média muito próxima de quatro (melhor). Para se ter ideia, a maior avaliação na mudança ocorrida em 2017, a Navegação Baseada em Performance (PBN SUL), a média do critério melhor avaliado foi 2,89 - abaixo da faixa de neutro. Este resultado reforçou a confiança dos membros do projeto de que o ca-
CRCEA-SE • 75 ANOS 47
preparados a prestar serviços no
bém apresentou um ganho mais
estarem preparadas, ao chegarem
novo cenário, mais de mil con-
modesto, de 6%.
no sistema, para percorrer todo o
troladores estiveram envolvidos
Um dos principais responsá-
arco antes de serem direcionadas
no extenso treinamento realiza-
veis pelo incremento de capaci-
ao ponto de convergência (merging
do em duas fases – ambientação
dade, redução de complexidade e
point). Cabe, então, ao controlador
e complementar - no Laborató-
da carga de trabalho da circulação
definir o momento da curva, de
rio de Simulação (LABSIM) do
IFR para o aeroporto de Guaru-
acordo com a separação que pla-
ICEA.
lhos foi a implementação do Point
nejou para a aeronave precedente.
Merge System. A sistemática de
Para isso, o controlador pode utili-
namento, o CGNA procedeu uma
sequenciamento
desenvolvida
zar como auxílio marcas de distân-
medição provisória de capacidade,
pela Organização Europeia para
cias (range marks), que permitem
que já deu indícios de redução da
a Segurança da Navegação Aérea
um refinamento maior e eficiência
complexidade e aumento de capa-
(EUROCONTROL) consiste, basi-
superior aos sequenciamentos re-
cidade.
camente, de dois arcos de entrada,
alizados de forma convencional
separados lateralmente em três
- somente por vetorações. Além
milhas náuticas e verticalmente
disso, os tráfegos ingressam e dei-
em 1000 pés. O arco interno, mais
xam o sistema com velocidade in-
próximo do ponto de convergên-
dicada pré-estabelecida em carta, o
cia, neste caso o fixo SANPA (mer-
que permite maior previsibilidade
ge point), recebe o maior fluxo de
sobre o comportamento dos trá-
chegada na terminal, proveniente
fegos. Grosso modo, pode-se dizer
do setor nordeste da TMA, adja-
que o Point Merge System funcio-
cente à FIR-BS.
na como uma “espera linear”, di-
Em um dos períodos de trei-
Tomando como indicador a circulação desenvolvida pelo projeto para o aeroporto de Guarulhos (considerado como o mais crítico pelo seu volume de demanda e seu retrospecto de quantidade de esperas associadas) foi observado um incremento total na capacidade de cerca de 32% em comparação à circulação anterior. Destacou-se o
O externo, por sua vez, conduz
aumento de cerca de 80% para o se-
os fluxos do setor noroeste, tam-
tor noroeste da terminal, alimenta-
bém provenientes da FIR-BS, e do
do pelo centro de Controle de Área
setor sudoeste, oriundos da FIR-CW
Brasília (ACC-BS). O fluxo do setor
(Curitiba). Tem como grande van-
norte, apesar de já saturado, tam-
tagem o fato de que as aeronaves
ferindo das convencionais por ser possível utilizar frações de espera, já que a qualquer momento pode autorizar o início da curva. O aumento da capacidade de absorção se dá precisamente pela redução das comunicações permitida pelas autorizações de voo direto, em
Entry Point
comparação à que seria necessária para vetorações. O projeto apresentou, ainda, como uma de suas entregas, os benefícios da revisão das Cartas de Altitude Mínima sob Vigilância ATC – controle de tráfego aéreo (ATCSMAC), as quais, em resumo, estabelecem a altitude mínima para descida de aeronaves pelos Entry Point
48 CRCEA-SE • 75 ANOS
controladores, incorporando novas
técnicas de cálculo que permitiram
redução no consumo de combus-
na quantidade de esperas de 23%,
uma precisão maior na definição
tível com a nova estrutura figura
indicativos robustos de que o
destas altitudes. Além disso, incor-
entre 1,5 e 3%, o que significa dei-
ganho de capacidade pretendido
porou as áreas de vetoração para
xar de lançar até 55 mil toneladas
foi, de verdade, atingido.
aproximação final (FAVA) nos aero-
de gás carbônicos na atmosfera a
portos, flexibilizando a ação.
cada ano.
Destacam-se, também, novas
dioso projeto, por todos os seus
Em 20 de maio de 2021, o
foi
reflete o pioneirismo presente no
ída IFR convencional (SID OMNI),
finalmente implementado, e já
espírito do CRCEA-SE, o qual, des-
que independem de auxílios à na-
apresentou resultados positivos.
de o advento do primeiro controle
vegação para todos os aeroportos
Segundo o grupo de estudos de
radar no Brasil, mostra seu arrojo
da Terminal que operam IFR - um
Performance ATM do DECEA, os
para estar sempre à vanguarda do
ganho amplo em acessibilida-
indicadores apontam para uma
tráfego aéreo.
de, especialmente em situações
economia, de junho a dezembro
Com a visão de ser referência
meteorológicas
de 2021, da ordem de quatro
no Sistema de Controle do Espaço
milhões de litros de querosene
Aéreo Brasileiro (SISCEAB) e ter
As consequências destas ino-
de aviação, em comparação com
seu foco voltado à excelência na
vações não se restringem a bene-
2019. E, confrontando-se os meses
qualidade na prestação de um ser-
fícios para tráfego aéreo: menor
de dezembro de 2020 e janeiro de
viço essencial à sociedade, o Proje-
consumo de combustível, logo,
2021 com os meses de dezembro de
to TMA-SP alavancou a qualidade
menor emissão de CO2 na atmos-
2021 e janeiro de 2022, houve uma
do serviço do APP-SP a um novo
fera e menor emissão de ruído
redução de 62% na aplicação de
patamar, preparando sua equipe
aeronáutico - ganhos advindos do
medidas táticas de gerenciamento
para os desafios futuros.
projeto.
de fluxo de aeronaves (como
favorá-
veis.
De acordo com estudos conduzidos pela INFRAERO, estima-se, só para os entornos do aeroporto
TMA-SP
Neo
aspectos técnicos e suas entregas,
cartas com procedimentos de sa-
menos
Projeto
A implementação deste gran-
esperas em solo e distanciamento em rota). Mesmo com a diminuição destas medidas, houve uma queda
de Congonhas, uma redução de mais de 15% do ruído aeronáutico. E, conforme a análise das empresas que participaram do projeto, a
TMA TM A - SP Neo
Era esperada uma resistência à mudança significativa de estrutura e filosofia de controle neste primeiro contato com a nova circulação, mas surpreendeu o fato de que a avaliação foi positiva
CRCEA-SE • 75 ANOS 49
CRCEA-SE - Precursor em Tecnologia de Controle de Tráfego Aéreo Tecnologia eficiente tem sido um dos principais condicionantes para atividades críticas necessárias ao bem-estar e ao progresso social. Entre elas destaca-se o Tráfego Aéreo, que ora figura como vetor de desenvolvimento, ora como um instrumento de medida do nível de evolução já logrado.
Por Luiz GUSTAVO Domingues Pereira 2º Sargento Controlador de Tráfego Aéreo
50 CRCEA-SE • 75 ANOS
N
o sentido de medida, o recen-
Outra característica da região
lógicas prejudiciais à navegação
te nível de atividade aérea
contribui igualmente para essa
aérea, cabendo à habilidade dos
atesta a relevância da região su-
complexidade: a curta distância
controladores de tráfego aéreo a
deste na economia nacional. Se-
entre três dos quatro principais
imediata reorganização dos céus
gundo o Centro de Gerenciamento
aeroportos brasileiros – Guaru-
de modo a manter a segurança e a
da Navegação Aérea (CGNA) – em
lhos, Congonhas e Viracopos. Pelo
eficiência das operações.
2020, pelas regiões de São Paulo
ponto de vista de planejamento,
e Rio de Janeiro – que, sozinhas,
monitoramento e demais ações
correspondem a mais de 15% do
necessárias ao controle de tráfego
Produto Interno Bruto (PIB) nacio-
aéreo, tem-se aí um cenário ím-
nal – passou, no ano de 2019, um
par no contexto nacional, pois, em
volume de tráfego de mais de 912
uma região de descidas e subidas
mil movimentos. Vale lembrar que
– momentos críticos para a opera-
se situam nessas capitais sete dos
ção aérea – essa proximidade faz
12 principais aeródromos do País
com que a maioria dos perfis de
e, entre elas, a ponte aérea Rio-São
voo desses aeroportos acabem por
Paulo, quarta rota mais voada do
influenciar significativamente uns
mundo, com mais de 39 mil parti-
aos outros. Assim, o maior movi-
das que atenderam a 3,6 milhões
mento do País inserido na região
de passageiros no período. Com-
mais densa em trajetórias gera
parativamente, a soma do volume
uma carga de trabalho deveras exi-
de tráfego das Terminais São Pau-
gente em termos de cruzamentos,
lo e Rio de Janeiro correspondeu
volume e constância. Tal cenário
a mais da metade do volume total
torna-se ainda mais desafiador em
das dez principais do Brasil, tendo
períodos que envolvem o verão,
sido também 80% maior do que o
pois, nessas épocas, pilotos neces-
movimento da Região de Informa-
sitam desviar suas aeronaves dos
ção de Voo Brasília (FIR-BS), a prin-
perfis previstos com frequência
cipal do País.
para evitar formações meteoro-
Esse panorama de alta demanda em um contexto de complexidade desafiadora não é de hoje. Desde a popularização do meio aéreo como modal de transporte, a região mantém o status de primeira em demanda. Em uma linha que vai da época de criação do Campo de Marte, em 1929, e do Aeroporto Santos-Dumont, em 1936, até os dias atuais, os aeroportos das Terminais Rio e São Paulo sempre foram destinos de elevada conveniência por motivos logísticos e econômicos. Tornou-se necessário, então, implementar ferramentas robustas e inovadoras para permitir o atendimento a um fluxo cada vez mais vigoroso de aeronaves sem que os níveis requeridos de eficiência e desempenho da segurança operacional fossem comprometidos.
Acompanhando essa expressiva demanda, existe, ainda, um fator gerador de complexidade: o tamanho do espaço aéreo. Considerando-se apenas a região de São Paulo, no período houve 660 mil movimentos em 55,7 mil km², contra os 503 mil movimentos em 1,41 milhões de km² da FIR-BS. Em termos de aeronave por km², os céus paulistas apresentam uma densidade quase 40 vezes maior. Fonte: Anuário Estatístico 2019 - CGNA CRCEA-SE • 75 ANOS 51
Nessa visão, foi instalado, em 1962, no Aeroporto de Congonhas, o ASR-3, primeiro radar do Brasil – e da América do Sul. Atualizações se sobrevieram, marcadas pela adoção de equipamentos para treinamento de manutenção, bem como os sistemas de tratamento e visualização de dados (STVD) Thomson (em suas duas versões) e o X-4000 - com suas inovações - cada um, à sua época, empregando as soluções de tecnologia da informação mais eficientes do momento. Atualmente, encontra-se em uso nos Controles de Aproximação (APP) de São Paulo e Rio de Janeiro o Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego Aéreo e Relatórios de Interesse Operacional (SAGITARIO), alimentado por nove radares em cada região, como também uma robusta rede de sítios de comunicações ar-solo em VHF baseada em mais de dez instalações amplamente modernizadas. Os respectivos salões operacionais totalizam mais de 35 consoles operacionais munidos de telas de visualização de situação aérea, equipamentos de comunicação, apresentação de cartas, dados meteorológicos, impressoras de fichas de voo, periféricos e suas necessárias redundâncias.
52 CRCEA-SE • 75 ANOS
Há, ainda, em sede um simulador de tráfego aéreo
tão de Chegadas (AMAN - ferramenta de sequen-
composto por 11 posições de controle e dez de pilota-
ciamento de aeronaves), modernização de casas de
gem de simulação. Importante destacar também os
força (KF), aprimoramento de acessos e sistemas de
avanços alocados às Torres de Controle, como o Con-
vigilância, além de empreendimentos diversos para
trole Total da Informação de Tráfego Aéreo (sistema
o futuro.
TATIC) e a adoção de Comunicação por meio de Enlace de Dados (DCL), que, substituindo a voz por dados durante a transmissão de autorizações, otimiza tempo e carga de trabalho de pilotos e controladores. Tudo para tornar o espaço aéreo seguro e rápido para quem dele precisa, seja para resolver assuntos triviais do dia a dia, seja para colocar em curso ações que mudarão o mundo. E a marcha da tecnologia não para. Constantes aperfeiçoamentos dos sistemas atuais e implementações de novos, como, por exemplo, o Sistema de Ges-
Abraham Lincoln dizia que, se lhe fossem dadas duas horas para cortar uma árvore, utilizaria uma e meia para afiar seu machado. Sintonizados nesse pensamento, prosseguimos nossa missão, fazendo com que o progresso seja não apenas um conceito, mas uma realidade. Mais que segurança, produzimos eficiência. Mais que eficiência, empregamos tecnologia de ponta em nossos serviços, buscando nada menos que a excelência, constantemente, há 75 anos. Está em nosso DNA. CRCEA-SE • 75 ANOS 53
Enjoy your flight: o inglês aeronáutico nos céus do CRCEA-SE Os passageiros podem não se dar conta, mas os céus em que voam são, no mínimo, bilíngues Por THALITA DINIZ de Souza Moraes Segundo Sargento Especialista em Controle de Tráfego Aéreo e NATÁLIA de Castro GUERREIRO Professora de Inglês
54 CRCEA-SE • 75 ANOS
Workshop para os Jogos Olímpicos - Rio 2016 no DTCEA-MT e no DTCEA-GW
N
o âmbito do Centro Regional
exemplo, na fraseologia padrão,
de
cleared
Aéreo
Controle Sudeste
do
Espaço
significa
convencionou
chamar
de
plain
as
mundial e inequivocamente, uma
e
autorização para levantar voo, ao
A OACI também estabeleceu um
serviços de tráfego aéreo (ATS)
passo que qualquer frase similar com
grupo de trabalho (GT) para analisar
podem ocorrer em português ou em
departure não autoriza a decolagem
incidentes e acidentes aeronáuticos
inglês, sendo - esta última língua
imediata. Se o saudoso Garrincha
em que falhas na proficiência de
usada
aqui
que,
inglês, a língua internacional da
com os voos internacionais, que
ao contrário de seu técnico, a
aviação, possam ter sido um fator
correspondem a aproximadamente
aviação, sim, combinou as táticas
contribuinte ou determinante. Com
12% dos movimentos desta região que
com os russos, bem como com os
base no resultado desses estudos,
é a mais movimentada do País.
americanos, asiáticos etc.
o GT desenvolveu os requisitos de
comunicações
(CRCEA-SE),
take-off
for
da Aviação Civil Internacional (OACI)
entre
sobretudo
na
pilotos
interação
Evidentemente, a língua inglesa
estivesse,
perceberia
É claro que nenhuma lista de frases
e
sigla em inglês), que estabeleceu, no
de tráfego aéreo (ATCO) e operadores
abarcar a infinidade de situações
Anexo 1 da OACI, que todos os pilotos,
de estação aeronáutica (OEA) não
que podem ocorrer na aviação. Por
ATCO e OEA deverão apresentar um
é a mesma que se aprende na
exemplo, embora uma alternância de
nível de proficiência (NP) mínimo
escola ou nos cursos livres. A bem
destino esteja prevista na fraseologia,
nas línguas em que operam, que seria
da verdade, mesmo o português
informar que o motivo de tal
o nível quatro de proficiência (NP4)
falado
soaria
mudança é um passageiro sofrendo
em sua escala de seis níveis.
estranho aos ouvidos dos brasileiros
um derrame ou um infarto já foge
leigos
do
à fraseologia. Para esses casos, é
aeronáutico, os ATCO e OEA do
conhecimento prévio das situações
necessário que os pilotos, ATCO e
Brasil são avaliados pelo EPLIS,
aeronáuticas, o entendimento das
OEA recorram às suas habilidades
o
interações piloto x ATS exige o
de se expressar e de compreender
Inglês Aeronáutico do Sistema de
conhecimento do que chamamos
para além da fraseologia padrão,
Controle do Espaço Aéreo Brasileiro
de “fraseologia padrão”, uma lista de
ainda
a
(SISCEAB), desenvolvido e aplicado
palavras e sentenças que embutem
concisão e precisão que requerem as
pelo Instituto de Controle do Espaço
procedimentos
comunicações aeronáuticas.
Aéreo (ICEA).
radiotelefonia
em
aviação.
Além
operacionais
e
são previstas na documentação nacional
e
internacional.
Por
que
ser
tentando
exaustiva
proficiência linguística (LPRs, na
empregada por pilotos, controladores
na
poderia
language ou “língua comum”.
manter
No
que
Exame
tange
de
ao
inglês
Proficiência
em
A esse uso linguístico para além
Assim, a elevação dos níveis de
da fraseologia padrão, a Organização
proficiência e o uso seguro do inglês CRCEA-SE • 75 ANOS 55
aeronáutico motivaram a criação
material. Nesse GT, os instrutores
oficiais temporários, especializados
da, então, Subseção de Idiomas, em
de inglês aeronáutico do Regional
em magistério em inglês, para
meados de 2014, pelos sargentos
desenvolveram apostilas, revisando
reforçar
controladores (Sgt BCT) Daudt e
os principais desafios que o controle
conhecimento didático e linguístico,
Brenzink, com o apoio do Capitão
de espaço aéreo brasileiro poderia
enquanto os sargentos controladores
Alessandro Geronimo Bonani, chefe
viver no ano seguinte. Com o
de tráfego aéreo continuavam a
da Seção de Instrução e Atualização
material em mãos, a equipe passou
contribuir com seu conhecimento
Técnica (SIAT) à época. Com o
a ministrar as oficinas em sede e
operacional
intuito de prover o estudo recorrente
nos Destacamentos de Controle do
práticas didáticas no ICEA. Como
da língua inglesa para o efetivo de
Espaço Aéreo (DTCEA).
consequência, a subseção de Idiomas
controladores de tráfego aéreo da
Em
2016,
houve
após
com
curso
seu
de
uma
do CRCEA-SE passou a contar com
e
a chefia do Primeiro Tenente Rony
reestruturação
da seção foi ministrar aulas de inglês
Suboficial R1 Spalado, controlador
semanalmente, utilizando o livro
de tráfego aéreo, deu início a
No ano seguinte, a 2S Thalita
Aviation English da Macmillan,
duas novas atividades ao longo
Diniz, da subseção de Idiomas, e
além de monitorar a participação dos
de um ano: aulas de inglês geral
a 2S Stephanie Faria, na época
controladores do regional em curso
para o efetivo em horário fora do
no DTCEA-GL tiveram a ideia
contratado pelo Departamento de
expediente e revisão de fraseologia
de criar um perfil no Instagram
Controle do Espaço Aéreo (DECEA)
para o efetivo do DTCEA-SP, como
para
e
acompanhar
foi
alunos a reverem o vocabulário
de
proficiência
indicadores
oferecidos
pelo
requisitado
equipe
equipes
sede, uma das primeiras atividades
os
na
as
pelo
chefe
o
do
órgão.
Anderson de Lima.
ajudar
seus
colegas
e
de inglês aeronáutico. O nome a
An Eye on You (AEOY) foi fruto
Em 2015, a Sargento Thalita
subseção de Idiomas é responsável
de uma ilustração que a Sargento
Diniz, controladora de tráfego aéreo,
por coordenar e aplicar os cursos
Stephanie, artista autodidata, fez
substituiu o Sargento Daudtt na
PAEAT (Programa de Atividades de
ainda na escola de formação em
subseção de Idiomas. Visando à
Ensino e Atualização Técnica) de
alusão à invisibilidade da profissão
preparação do efetivo do Regional
inglês aeronáutico e fraseologia em
de controlador de tráfego aéreo:
para as operações aéreas durante os
inglês no âmbito do Regional. Com
“You may not see us, but you can
Jogos Olímpicos Rio 2016, a equipe
a crescente demanda de tarefas nas
be sure that we keep an eye on
organizou o primeiro grupo de
seções de Inglês Aeronáutico em todo
you.” (você pode não nos ver, mas
trabalho para desenvolvimento de
o País, em 2018, o DECEA convocou
pode ter certeza de que estamos
EPLIS.
Além
dessas
atividades,
cuidando de você). No decorrer do ano, o projeto foi se expandindo para cobrir todas as categorias avaliadas pela Escala de Níveis de Proficiência da OACI, contando com o apoio da professora Natália
Controladores de Tráfego Aéreo da TWR-SP na instrução de revisão de fraseologia 56 CRCEA-SE • 75 ANOS
Workshop de Doutrina Operacional, sob organização do Capitão Geziel, em 2019
Guerreiro,
recém-transferida
do
para sediar o GT de reformulação do
comandante,
curso de fraseologia de emergência
Chrystian Alex Scherk Ciccacio,
Em 2019, a 2S Stephanie Faria
em inglês, o CTP004, contando com
a equipe da seção de Idiomas
também foi responsável por criar
o acompanhamento didático da
mergulhou no ensino a distância e
Food4Thought,
Tenente Pedagoga Lívia Donnini
remoto, aprendendo e inovando com
aulas de inglês aeronáutico que
Carneiro, então chefe da SIAT, e a
o processo.
acompanhavam um pequeno lanche
participação de quatro instrutores
Assim,
que instrutora e alunos traziam. Além
do Regional. Por fim, em atenção ao
aumentou
a
disso, sob pedido do comandante
Manual do Comando da Aeronáutica
postagens
no
do DTCEA-AF, ela fez uma análise
(MCA) 37-225, a subseção de Idiomas
an.eye.on.you, criou o site bit.ly/
de necessidades de inglês dessa
solicitou sua promoção ao status
aneyeonyou para aqueles que não
localidade através da observação
de seção, mudança aprovada pelo
tinham acesso à rede social poderem
do serviço e de entrevistas com
Regimento Interno (RICA).
acompanhar o conteúdo e, a pedido
ICEA.
no
DTCEA-GL
o
os OEA da Rádio Afonsos. A partir
Dentre as iniciativas planejadas formalizado
2020,
a
equipe
frequência
comandantes
das
dos
@
DTCEA,
para
o
elaborou verificações mensais para
conduziu uma oficina de fraseologia
Food4Thought também para São
poder haver um acompanhamento
e inglês aeronáutico com base
Paulo, que teve sua aula inaugural
dos indicadores de aprendizagem.
nas dificuldades e nas situações
em uma hora de jogos de tabuleiro
Na segunda metade do ano, ainda
específicas da rádio.
em inglês aeronáutico no Controle
foi desenvolvida uma identidade
de Aproximação (APP-SP) e DTCEA-
visual
Marte.
às lives, entrevistas ao vivo no
do Capitão Geziel, então chefe da
foi
em
Aviador
disso, ela elaborou um material e
Já em São Paulo, a convite
2020,
dos
Coronel
do
AEOY,
dando
início
Doutrina Operacional, a 2S Thalita
Infelizmente, a necessidade de
Instagram, para as quais foram
Diniz e a professora Natália Guerreiro
isolamento social, a partir de 16
convidados diversos profissionais
participaram das duas edições do
de março de 2020, suspendeu as
da aviação do Brasil e do mundo,
Workshop de Doutrina Operacional,
iniciativas presenciais planejadas.
como Michael McCormick, gerente
palestrando sobre a história e a
No entanto, nem a pandemia de
do ACC Nova York durante o 11 de
relevância do inglês aeronáutico
COVID-19 esmoreceu a vontade de
setembro,
dentro da segurança operacional do
fazer do CRCEA-SE a referência na
Pulido, piloto mexicana a quem o
controle de tráfego aéreo. Ainda em
capacitação em inglês aeronáutico.
livro Latinas in Aviation dedicou
2019, o DECEA escolheu o CRCEA-SE
Com
um capítulo por seu pioneirismo.
enorme
apoio
do
então
e
Capitão
Jacqueline
CRCEA-SE • 75 ANOS 57
Além disso, sob sugestão do Coronel
rever o MCA 100-16 - Fraseologia de
elaborar material e de promover uma
Ciccacio e, em parceria com a Seção
Tráfego Aéreo, então em PRENOR.
reciclagem e troca de conhecimentos,
de Investigação e Prevenção de
Essa iniciativa inédita foi elogiada
contando para isso com a palestra
Acidentes/Incidentes (SIPACEA) e o
pelo Subdepartamento de Operações
do Coronel Especialista em Controle
Centro de Operações (COP), começou
(SDOP) do DECEA, que incorporou
de Tráfego Aéreo Eduardo Silverio
a série “Phraseology Refresher” no
muitas sugestões do CRCEA-SE,
de Oliveira, mestre em Linguística
Instagram, para retomar pontos de
e gerou convite da Infraero para
Aplicada pela Universidade de São
fraseologia aeronáutica em inglês,
que três de nossos instrutores
Paulo (USP) e então chefe da SIPACEA,
hoje sob responsabilidade de Thiago
ministrassem uma oficina virtual
que discorreu sobre a importância da
Silva, do DTCEA-GL.
de fraseologia para os controladores
integração do ensino de inglês com
daquela empresa.
o reforço da cultura de segurança
Ainda em 2020, a equipe dedicou todo o mês de julho para conduzir,
Por fim, em um ano em que
de voo, e com encerramento pelo
através da plataforma WebEx, o
circunstâncias excepcionais exigiram
Coronel Ciccacio, que falou da
novo Getting Ready 4 EPLIS, que
esforços ainda mais excepcionais,
relevância do trabalho da equipe de
se concretizou na forma de uma
o Coronel Ciccacio implementou o
inglês e da formação continuada para
palestra sobre os mitos ao redor
prêmio Destaque EPLIS para o efetivo
os profissionais. Em 2021, também
do EPLIS e de sete miniaulas sobre
do Regional, homenageando, no
foram organizadas versões híbridas
cada parte do exame. Nas críticas
Dia Internacional do Controlador de
do workshop preparatório para o
dessa iniciativa, além de uma
Tráfego Aéreo, aqueles que tiveram
EPLIS e se acompanhou a primeira
grande aprovação das instruções
o melhor desempenho na prova e,
turma do novo curso contratado pelo
e dos instrutores, dentre os quais
também, o controlador com maior
DECEA junto à Universidade Embry-
estavam os Sargentos Franz, Ritter
nível de inglês no seu órgão de
Riddle, na Flórida, a qual alguns de
Varich e Suelen Gouvea, pode-se
atuação. No fim do ano, o comandante
nossos instrutores e controladores já
notar
preferência
também reconheceu o trabalho da
tiveram a oportunidade de conhecer
dos controladores por abordagens
Seção de Idiomas com placas em
em treinamento presencial.
virtuais.
agradecimento.
uma
enorme
Sem ferir as orientações de
Com
a
O resultado desse trabalho convolta
à
junto foi visto no retorno da ava-
afastamento social, a Seção de
normalidade, a seção de Idiomas
liação EPLIS em 2021, quando o
Idiomas organizou um grupo de
organizou
de
CRCEA-SE recebeu uma menção
trabalho em agosto de 2020 para
Instrutores em 2021, com o objetivo de
elogiosa do DECEA por ter galgado
um
gradual Encontro
posições entre os Regionais. Esse reconhecimento reforçou a consciência do papel e da responsabilidade de buscar conhecimento e trabalhar incansavelmente, com o apoio e a dedicação do efetivo operacional e de suas chefias, a fim de contribuir para a cultura de segurança aeronáutica do CRCEA-SE através de comunicações solo-ar ainda mais seguras em inglês.
58 CRCEA-SE • 75 ANOS
GT de reformulação do CTP004
SIPACEA - a busca contínua da segurança operacional com qualidade e parceria Por JULIANA Maria Nogueira Henriques - 1º Tenente Psicóloga CLÁUDIA Freitas Daemon de Oliveira - Psicóloga CARLOS Marculino da Silva - Capitão R1 Eduardo COSTA e Silva - Capitão R1 Alberto MENDONÇA de Almeida - Capitão R1
CRCEA-SE • 75 ANOS 59
A Seção de Investigação e Pre-
todologias de gestão de processos
âmbito operacional, assim como a
venção de Acidentes e Incidentes
no âmbito do CRCEA-SE, através
saúde mental dos profissionais na
do Controle do Espaço Aéreo Su-
do Sistema de Informações Ge-
prestação de (ATS).
deste (SIPACEA-SE), desde a sua
renciais do Controle do Espaço
criação no ano de 1995, atua de
Aéreo (SIGCEA).
Essa área passou a atuar ativamente na SIPACEA a partir de 2012
forma profícua na assessoria ao
Uma das ações da SIPACEA-SE
e conta com uma equipe de psicó-
comandante do Centro Regional
volta-se à busca do aperfeiçoa-
logos em São Paulo e no Rio de
de Controle do Espaço Aéreo Su-
mento contínuo nas confecções
Janeiro para atuar em atividades
deste (CRCEA-SE) e aos Destaca-
dos pareceres de Serviço de Trá-
de prevenção de acidentes e inci-
mentos de Controle do Espaço Aé-
fego Aéreo (ATS) e Registro de In-
dentes aeronáuticos, participan-
reo (DTCEA) subordinados, assim
vestigação do Controle do Espaço
do de eventos relacionados com
como às Instituições Operacionais
Aéreo (RICEA), por intermédio de
investigações de tráfego aéreo,
Jurisdicionadas: Estações Presta-
treinamentos cíclicos aos Oficiais
de Conselhos Operacionais para
doras de Serviços de Telecomuni-
de Segurança Operacional do Con-
habilitação nas diversas funções
cações e Tráfego Aéreo – EPTA;
trole do Espaço Aéreo (OSCEA) e
desempenhadas nos Órgãos de
Comando de Aviação do Exército
Técnico de Segurança Operacio-
Controle, participando de treina-
– CavEX; Base Aérea Naval de São
nal do Controle do Espaço Aéreo
mentos para o efetivo operacional
Pedro da Aldeia - BAeNSPA.
(TSCEA).
e, oferecendo suporte psicológico
As ações da SIPACEA-SE estão
Dentro do campo de prevenção
pós-acidente e incidentes.
pautadas em múltiplas áreas que
de acidentes e incidentes do con-
Outras atividades da equipe
dão suporte às questões voltadas
trole do espaço aéreo, destaca-se o
de psicologia traspassam pela
à prevenção e investigação de in-
gerenciamento da segurança ope-
análise de Reportes Voluntários
cidentes aeronáuticos.
racional constituído de especialis-
com temas voltados aos fatores
A Assessoria de Investigação
tas na área dos Fatores Humanos,
humanos e para o gerenciamento
nasceu com a SIPACEA-SP, atu-
cujo principal objetivo é a obser-
da fadiga.
almente SIPACEA-SE. A partir do
vação de aspectos que podem
Estes minuciosos labores bus-
ano de 2016, passou a utilizar me-
afetar o desempenho humano no
cam a contínua identificação e mitigação de condições latentes e perigos nas diversas interações dos seres humanos com os outros elementos presentes no nosso sistema complexo de tráfego aéreo. Atualmente,
a
SIPACEA-SE
tem envidado especial esforço no gerenciamento da fadiga, uma vez que se possa tornar um perigo identificado com potencial de afetar o desempenho operacional e a saúde dos controladores de tráfego aéreo. Logo, no dia a dia
60 CRCEA-SE • 75 ANOS
da SIPACEA-SE, o conhecimento
do tendências e propondo ações
da segurança operacional por
sobre o comportamento, a cognição
que incrementem a cultura de se-
intermédio de métodos e ferra-
e o estado emocional dos seres
gurança operacional positiva no
mentas de gestão processuais.
humanos
Sistema de Controle do Espaço
Implementou-se um banco de
Aéreo Brasileiro (SISCEAB).
dados do SMS-SIPACEA, o qual
é
aplicado
para
a
melhoria contínua nas interações com os equipamentos e softwares
Um
importante
dispõe de informações e indi-
relaciona-se
cadores relativos às ocorrências
Segurança
operacionais envolvendo as áre-
Safety
as subordinadas e jurisdiciona-
de controle, nos procedimentos e
da
práticas operacionais aplicadas,
à
na
os
Operacional
indivíduos, no trabalho em equipe,
Management
que,
das, as quais podemos citar: os
na organização de tarefas, na
apesar de relativa recenticidade
DTCEAs, as EPTAs e os órgãos
interação com os ambientes físicos
de
ATS e ATC da NAV Brasil Servi-
operacionais, ou seja,
buscando
substancialmente, incorporando
um ambiente organizacional que
ferramentas conexas ao contínuo
favoreça o acerto e mitigue o erro
monitoramento
cenário
dos e indicadores viabilizam
humano.
operacional dos órgãos ATS e ATC
às autoridades interessadas o
Como novo desafio, identi-
(Controle de Tráfego Aéreo), qual
acompanhamento do cenário
fica-se a necessidade de im-
seja, Planejamento – Execução –
da segurança nas diversas lo-
plementação
Verificação – Implementação de
calidades sob a responsabilida-
Correções (PDCA).
de do CRCEA-SE e possibilitam
comunicação
de
entre
Indicadores
de Desempenho de Segurança
SIPACEA-SE
setor
Assessoria
de (SMS
-
System)
atuação,
progride
do
ços de Navegação Aérea. A coleta e a análise dos da-
Operacional (SPI) que permi-
O SMS da SIPACEA-SE tem
a atuação oportuna e efetiva no
tam analisar dados sob uma
contribuído com eficácia no
processo da melhoria contínua
perspectiva preditiva, mapean-
processo de melhoria contínua
do SMS. CRCEA-SE • 75 ANOS 61
MULHERES
uma breve história de como “invadimos“ o SRPV-SP/CRCEA-SE Fomos nos adaptando ao ambiente e ele a nós: novos pontos de vista, maneiras diferentes de pensar e enfrentar os desafios do cotidiano
Por VANESSA Vieira VAZ – 1º Sargento Especialista em Eletrônica Seção de Informática Administrativa (TIAD)
62 CRCEA-SE • 75 ANOS
Ano 2003 Depois do Curso de Formação de Sargentos (CFS), na Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR), agora Especialista em Eletrônica e orgulhosa por fazer parte da primeira turma mista do Curso de Formação de Sargentos (CFS), cheguei a São Paulo, com ótimas referências sobre minha nova Unidade: o Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo – SRPV-SP. Comigo,
chegaram
algumas
das primeiras controladoras de tráfego aéreo militares da Força Aérea Brasileira (FAB), para se dividirem entre o Controle de Aproximação (APP-SP) e a Torre de Controle de Aeródromo (TWR-SP) São Paulo. Na recepção de chefias e colegas, um misto de curiosidade e desconfiança, afinal as mulheres eram bem poucas na Organização Militar (OM): algumas civis, uma Tenente e três Sargentos formavam todo o quadro feminino na época!
retrógrado que ainda insistia na
Ano 2022
“inferioridade feminina” ou na
Quase 20 anos depois, nos-
ideia equivocada de um “sexo
sa presença cresceu exponen-
frágil”.
cialmente e, hoje em dia, é raro
Mas não nos acanhamos, ao
encontrar algum departamento
contrário, agarramos a oportuni-
exclusivamente masculino. Em
dade e, a cada ano, o número de mulheres nas Academias Militares e Escolas de Formação só aumentava. Felizmente, a maioria compreendeu que, da mesma forma
Algumas adaptações de ordem
como as empresas, as faculdades
prática: banheiros, alojamentos,
ou a política, os quartéis também
vestiários e estávamos prontas e
passariam a contar com presença
dispostas a desempenhar nossas
feminina cada vez maior.
funções.
No SRPV-SP não foi diferente,
alguns deles, o número de mulheres já supera o de homens! O SRPV-SP cresceu, mudou, assumiu novos desafios e se transformou em Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Sudeste (CRCEA-SE). Tenho convicção de que as grandes profissionais que passaram por aqui, ao longo destes anos, ajudaram a construir essa
Aos poucos, fomos nos adap-
mais e mais mulheres chegavam,
tando ao ambiente e ele a nós:
em cada vez mais especialidades
novos pontos de vista, maneiras
diferentes: meteorologistas, supri-
diferentes de pensar e enfrentar
mentistas, especialistas em infor-
os desafios do cotidiano.
mações aeronáuticas e adminis-
nhos, superando barreiras, mos-
tração, advogadas, intendentes,
trando profissionalismo e forjan-
entre tantas outras.
do o futuro.
Algumas dificuldades, diferenças com um ou outro espírito
história de sucesso. Às que virão, fica meu desejo: continuem a trilhar novos cami-
CRCEA-SE • 75 ANOS 63
64 CRCEA-SE • 75 ANOS
As grandes profissionais que passaram por aqui, ao longo destes anos, ajudaram a construir essa história de sucesso
CRCEA-SE • 75 ANOS 65
Juramento à Bandeira Nacional, em 1975, na Academia da Força Aérea
Minha vida na FAB
Momentos de Superação
Por Paulo GUEDES da Silva Suboficial SAD R1
66 CRCEA-SE • 75 ANOS
I
ngressei
na
Força
Aérea
Brasileira (FAB) em 1975, na
Academia da Força Aérea (AFA), para servir por um ano. Longínquo 1975, lá se vão 47 anos. Nas proximidades da incor-
sempre bons motivos para continu-
no serviço ativo para os Cabos, co-
ar na vida castrense.
mecei a me preparar para as pro-
Transcorridos os anos e conclu-
gressões da carreira, ingressando
ídos os cursos iniciais, atinava para
em curso preparatório para a Es-
a pretensão de seguir e permanecer
cola de Especialistas da Aeronáu-
na carreira militar.
tica (EEAR); o currículo do concur-
poração, ainda na cidade de Votu-
Nesse ínterim, após os primei-
poranga – SP –, vivenciava os últi-
ros anos, ingressei na Faculdade
mos meses, frequentando o colégio
de Ciências Econômicas de Ribei-
e rodas de amigos.
rão Preto – SP.
so exigia reaprender as matérias básicas. No ano de 1984, criou-se o Grupamento de Voluntários Especiais
Recebida ordem para me apre-
Quatro anos se passaram, viaja-
(VE) do Quadro de Suboficiais e
sentar na AFA, uma das providên-
va 220 km (Pirassununga – Ribei-
Sargentos, estendendo oportuni-
cias era cortar os cabelos no pa-
rão Preto – ida e volta) por noite.
dades de progressão aos Cabos e a
drão “recruta” (máquina zero, com
Chegava por volta da 1h30 da ma-
necessidade de aumentar o efetivo
quatro dedos).
drugada, e às 7h já estava pronto
de Graduados.
Na ocasião, houve, também,
para seguir e cumprir o expedien-
O ano correu e, já casado e com
concurso para a Polícia Militar do
te, das 8h às 16h30, diariamente,
minha esposa grávida, em 1985,
Estado de São Paulo, onde os apro-
na AFA.
abriu o concurso para o Grupamen-
vados convocados deveriam adotar o mesmo corte de cabelos.
Já promovido a Cabo e com
to. Em 45 dias de estudos inten-
sacrifício e extenuado, tive a sa-
sos, logrei êxito na aprovação. Este
Em uma das rodas, um dos
tisfação de colar o Grau de Bacha-
concurso é, hoje, o atual Estágio de
confrades questionou “PM?”. Eu,
rel em Ciências Econômicas, or-
Adaptação à Graduação de Sargen-
todo orgulhoso, respondi: “Não –
gulhoso por ter completado mais
tos (EAGS). Fomos precursores de
Força Aérea!”.
uma etapa.
um novo concurso para a gloriosa
Da incorporação, passaram-se
Com o retorno da estabilidade
EEAR.
Recebimento da Medalha Santos Dumont, em julho/2003, no SRPV-SP
CRCEA-SE • 75 ANOS 67
faleceu a minha mãe, que padecia, havia sete anos, com a doença de Alzheimer. Já formado Primeiro Sargento, fui promovido em 1º de agosto de 2000, exercendo a função de Encarregado da Subdivisão de Pessoal - a famosa DA-1. O mundo se convulsa. O terrorismo volta a mostrar a sua “cara” e a sua saga de ódio aos ocidentais. As Torres Gêmeas em Nova York – EUA vêm abaixo, implodida pela insanidade de mentes pervertidas e odiosas. Na linha do tempo decorrida, vieram as eleições de 2002, com
Dezembro de 1987 - com as filhas Juliana (no colo) e Mariana, após receber as medalhas Bartolomeu de Gusmão e de bronze (10 anos de FAB)
o Partido dos Trabalhadores emplacando o cargo máximo da Nação.
Realizadas as primárias do con-
apresentação,
já
fui
designado
curso, recebi a notícia de aprovação
como escrivão de uma sindicância
no mesmo dia em que minha filha
(um tanto “pesada”), que envolvia
nasceu.
um militar do efetivo em assalto à
Após todos os procedimentos de praxe e com o resultado final, recebi
mão armada e uso de drogas ilícitas.
ordens, em 18 de novembro de 1985,
Concluída a sindicância, logo
de me apresentar no Parque de Ma-
após de ter terminado o Estágio, fui
terial de Eletrônica da Aeronáutica
designado para o Boletim e, mais
do Rio de Janeiro (PAME-RJ), para
uma vez, designado para a Comis-
realizar o estágio militar, uma vez
são de Elaboração do Regimento In-
que todos os aprovados já eram téc-
terno do SRPV-SP.
nicos nas várias especialidades exigidas.
A denominação da atual Subdivisão de Infraestrutua – IES – foi
Concluído o estágio, fui classifi-
minha sugestão e acatada pelo Pre-
cado no Serviço Regional de Prote-
sidente da Comissão do Regimento
ção ao Voo de São Paulo (SRPV- SP),
Interno.
onde me apresentei em 28 de janei-
Os anos passaram e, com a gra-
ro de 1986, para o Estágio Probatório
ça de Deus, cumpri todas as minhas
de seis meses.
obrigações da carreira.
Logo no primeiro dia, após a 68 CRCEA-SE • 75 ANOS
No ano de 1997, em 25 de abril,
Chega o ano de 2003 e tudo se reinicia e toda a rotina se restabelece. No dia 25 de fevereiro de 2003, uma semana antes do carnaval, eis que estou escalado para o serviço de guarda do SRPV-SP, como Adjunto ao Oficial de Dia. Cumpridas as praxes para a assunção do serviço, passadas a orientações e tudo o mais transcorria normalmente. Por volta das 20h, saí da guarda para a ronda noturna e verificação do pernoite das viaturas. Ao retornar, deparo-me com situações estranhas e não previstas. O Cabo da Guarda informa que estávamos sendo assaltados por dois facínoras, disfarçados de entregadores de pizza. Estes renderam a sentinela do portão das armas, foram até a sala e renderam o Cabo e tomaram-lhe a
pistola 9mm. Um dos facínoras foi
Passados, aproximadamente, 50
para o alojamento dos soldados e o
dias, como a recuperação era lenta
outro, levando consigo a sentinela,
e inspirava cuidados extremos, fui
seguiu para o alojamento do Oficial
transferido para o Hospital Sírio-Li-
de Dia.
banês, permanecendo hospitaliza-
Ao receber o relato do Cabo, saquei e carreguei a pistola; quando o primeiro elemento volta do
do por dois meses, obtendo melhoras importantes. Durante
o
período
de
alojamento, começamos a trocar
convalescença no HFASP, o então
tiros. Ele recebeu dois impactos
comandante da Aeronáutica, o
fatais; um segundo elemento re-
Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos
agiu e disparou contra mim; ele
Alberto da Silva Bueno, veio à São
também foi alvejado e, devido ao
Paulo para me entregar a Ordem do
seu posicionamento, não teve fa-
Mérito Aeronáutico.
talidade.
No desfile de 7 de setembro, em 2006
Tinha sido matriculado no Curso
Na reação dos elementos, fui
de Aperfeiçoamento de Sargentos
gando ao uso de bolsa de colos-
atingido por sete tiros dispersos,
(CAS) no início de 2003, porém, não
tomia.
ainda bem que eram péssimos ati-
pude realizá-lo na época, estando
radores.
plenamente impossibilitado.
No segundo semestre do ano de 2005, fui novamente submeti-
As Polícias Federal e Militar
Obtive alta hospitalar, pela graça
do à cirurgia, para sanar as fístu-
foram acionadas e, prontamente,
de Deus, após melhoras sensíveis,
las que persistiam, desta vez no
atenderam à ocorrência.
porém, permanecendo com o abdo-
Hospital Santa Isabel, vinculado à
Ferido, fui conduzido pela Polí-
me “aberto”, protegido com a Tela de
Santa Casa de Misericórdia de São
cia Militar ao Hospital Dr. Sabóia, no
Marley - utilizada para cirurgias de
Paulo.
bairro Jabaquara, e submetido à ci-
reparação de órgãos e que funciona
Tínhamos um intensivista na
rurgia de emergência, que estancou
criando uma reação fibrótica que
UTI do HFASP, que cursava o Dou-
a hemorragia.
fortalece as estruturas da parede
torado em cirurgia gástrica que,
abdominal.
provocado, agilizou o procedimen-
O Hospital das Forças Armadas de São Paulo (HFASP - na época
No mês de julho de 2003, fui
to e junto com o seu orientador e
HASP) foi acionado e, por volta das
agraciado com a Medalha Mérito
titular da cátedra, a cirurgia foi re-
4h do dia seguinte, e após terem es-
Santos-Dumont e nova cirurgia foi
alizada e as “panes sanadas”; esta
tabilizado o meu estado de saúde,
agendada para a remoção da Tela
durou o tempo de uma viagem de
fui removido para lá.
de Marley; nova complicação sur-
São Paulo à Nova York, segundo
O caso complicou após essa ci-
giu pois, partes da tela aderiram em
o orientador. Esta foi a última ci-
rurgia, alguns órgãos (rim e intes-
órgãos. Removida a maior parte, ab-
rurgia a que fui submetido. Tempo
tino) foram atingidos.
dome fechado.
total da convalescença: um ano e
Nova cirurgia, já no HFASP, foi
Depois de muitas idas e vin-
necessária, devido à expansão do
das e várias passagens pelo Cen-
E, graças às bençãos de Deus,
abdome, por conta da infecção ge-
tro Cirúrgico do HFASP, as partes
estou hoje narrando mais esta su-
neralizada que sucedeu, permane-
que não foram removidas causa-
peração.
cendo com o abdome “aberto”.
ram fístulas intestinais, me obri-
sete meses.
Outras estórias...
CRCEA-SE • 75 ANOS 69
“Atlântica 8003, autorizado para Brasília, nível dois oito zero, upper alfa três uno dois, saída porto, após decolagem curva a esquerda, chame controle Rio uno uno nove decimal cinco, acione código alfa quatro uno zero sete, coteje”.
Francisco Drezza
Exemplo para o controle de tráfego aéreo 70 CRCEA-SE • 75 ANOS
E
m 1943, o governo do Estado
formado pela Civil Aeronautics
de São Paulo cedeu para o
Administration (CAA), que era a
Ministério
Por KAROLINE RIBEIRO Segundo Sargento Especialista em Informações Aeronáuticas
Francisco Drezza marcou uma época e definiu o perfil profissional do controlador de tráfego aéreo brasileiro
da
Aeronáutica
as
agência responsável pelo controle
instalações da Hospedaria dos
de tráfego aéreo, programas de
Imigrantes
(hoje
segurança
Imigrante),
localizada
Memorial à
do Rua
Visconde de Parnaíba, 1316, no
e
desenvolvimento
das vias aéreas nos Estados Unidos.
bairro da Mooca, para ali ser
Os dois meses primários eram
instalada a Escola Técnica de
destinados à instrução militar, que
Aviação (ETAv), com a finalidade
ficava a cargo dos cinco Sargentos
de formar técnicos e especialistas
do Exército que atuavam na Escola.
para os trabalhos de manutenção
As aulas teóricas, ministradas na
das aeronaves da Força Aérea
língua inglesa e por professores
Brasileira.
americanos, só começaram após
Em 3 de março de 1944, iniciou-
esse período de adaptação, no qual
se o primeiro curso de formação dos
os alunos obtinham treinamento
denominados “Controladores de
de ordem unida, maneabilidade,
Voo ou Controladores de Torre” na
hinos, armamento, tiro e ética
ETAv, sob a direção de Mr. Walter
militar.
Fields, navegador da American
A
Airlines e especialista em aviação
conclusão
da
primeira
turma de controladores de voo
CRCEA-SE • 75 ANOS 71
foram encaminhados para o Rio de Janeiro e iniciaram o estágio na Torre de Controle do Aeroporto Santos Dumont. Logo depois, em meados do mês de maio, uma parte do grupo foi para São Paulo inaugurar a Torre de Controle de Congonhas. Nesse grupo estava o jovem Drezza. Em 1943, foi instalada em Congonhas a primeira Estação de Comunicações, no então chamado Serviço de Rotas da Quarta Zona Aérea (SR4), que englobava os estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso (antes da divisão), Goiás e parte de Minas Gerais (Triângulo Mineiro).
Drezza - aluno da Escola Técnica de Aviação, 1944 (arquivo Embry-Riddle Aeronautical University)
se deu em 3 de março de 1945, habilitando-os como os primeiros operadores do País. Francisco Drezza foi o primeiro colocado dessa turma. Nascido em 9 de outubro de 1924, em Itatiba, cidade do interior de São Paulo, Drezza - ao saber da existência da ETAv - fez a inscrição para o concurso com o objetivo de se tornar mecânico de aviões. Drezza já tinha formação em Mecânica Industrial e trabalhava na
Companhia
Paulista
de
Estradas de Ferro. Quando soube da aprovação, pediu demissão e ingressou no curso. Nas etapas eliminatórias, durante os testes de aptidão, foi designado para o Curso de Operador de Torre. Os
egressos
72 CRCEA-SE • 75 ANOS
dessa
turma
Ao
chegar
de
se comparava a de hoje. O trabalho
seja, um oficial e um graduado.
recém-inaugurada,
era feito sem o auxílio do radar, os
As autorizações de tráfego aéreo
não encontraram mapas nem
controladores operavam no modo
eram entendidas como quebra de
procedimentos para auxiliar na
conhecido como “convencional”. O
hierarquia. Os aviadores, nessa
operação. Então, os primeiros
controlador emitia as autorizações
época oriundos do Exército, não
mapas
de tráfego em função das posições
aceitavam
reportadas pelos pilotos.
subordinados.
Congonhas,
à
começaram
Torre
a
ser
desenhados pelo então terceiro sargento Drezza, para ter certeza
receber
ordens
de
Quando o serviço de controle
Drezza foi fundamental na
passou a ser prestado pelo efetivo
orientação dos mais modernos
militar (recém-formado na Escola)
neste
Drezza foi o responsável por
não foi um período fácil, por
conselho era ter paciência e
criar procedimentos numa época
envolver o diálogo na fonia entre
inteligência
em que a tecnologia existente não
um aviador e um controlador, ou
dificuldades. Em algum tempo,
da
segurança
dos
pousos
e
decolagens.
obstáculo para
inicial. superar
Seu as
Primeira turma de controladores de tráfego aéreo formada no Brasil (1945)
CRCEA-SE • 75 ANOS 73
os pilotos passaram a confiar no
também a instrução prática, já
(SRPV-SP). Ele recebeu das mãos
serviço prestado e o obstáculo foi
preparando a operação por radar.
do Terceiro Sargento Luiz Antonio
superado.
O treinamento acontecia todos os
Venancio Júnior, na época o
Drezza
dias para garantir a segurança
controlador de tráfego aéreo mais
Diretoria
dos conhecimentos e habilidades
moderno da unidade, uma placa
auxiliando
dos instruendos. Atualmente, a
de homenagem que materializava
dos
formação de controlador dispõe de
documentos de tráfego aéreo,
simuladores e inúmeros recursos
a admiração dos seus colegas
oriundos da ICAO (Internacional
tecnológicos. O primeiro radar de
Civil Aviation Organization). De
São Paulo (e da América do Sul)
1951 até 1956, Chico Drezza figurou
foi inaugurado em 1962.
Entre
1950
trabalhou
na
e
1951,
antiga
de
Rotas
Aéreas,
na
interpretação
prática
como elemento de ligação entre
Serviu à FAB até 1972 e era o
o SR4 e as chefias operacionais.
Suboficial mais antigo. Passou
Como bom orientador, frequentou
toda a sua carreira em São
a Torre e o Centro de Controle,
Paulo, consolidando o Controle
instruindo,
de Tráfego Aéreo na Torre de
e
demonstrando
motivando
os
grupos
de
Congonhas.
Unidos
em
missão,
onde
Homenagens O
Suboficial
Drezza
foi
realizou um curso básico para
reconhecido nas comemorações
Controladores de Voo.
do Dia do Controlador de 2018
Com em
1959,
seus
conhecimentos,
passou
a
integrar
primeiros
no, então, Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo
CINDACTA •I 75 • 45ANOS ANOS 74 CRCEA-SE
considerado
de Controle do Aeroporto de Congonhas. Já em 2019, durante as comemorações e na ocasião da ativação do COP (Centro de Operações), que foi reformado e
repaginado, SRPV-SP,
Anderson
da
inaugurou
o
o
então
chefe
Coronel
Aviador
Costa
Turola,
novo
auditório,
que passou a levar o nome de “Francisco Drezza”. “Obrigado homenagem.
por
esta
Naquele
linda tempo
tudo era diferente. Foi desafiador e
“Não importa quem esteja trabalhando na posição operacional, o padrão deve ser sempre o mesmo e o melhor possível! Sem o crédito dos usuários não seremos reconhecidos e nada será construído. Todos nós somos um só. Nós somos parte do Serviço de Proteção ao Voo (SPV) do Brasil" Francisco Drezza
ATCO,
um dos fundadores da Torre
do
controladores. Em 1957, foi para os Estados
de trabalho e por ser um dos
gratificante”
disse
Drezza
emocionado, na ocasião. Despedida O militar que marcou a história da Força Aérea Brasileira (FAB) e principalmente a história do CRCEA-SE partiu na manhã do dia 10 de novembro de 2020, em Alphaville (SP). Prezando pela excelência no cumprimento
de
sua
missão,
Drezza sempre foi – e sempre será – um exemplo para todos os controladores de tráfego aéreo brasileiros.
Os pioneiros do controle de tráfego aéreo no Brasil - da esquerda para a direita: Alberto Bertolucci, Irineu Tonon, Moacyr Perez, Remy G. Ferreira e Francisco Drezza (sentado)
CRCEA-SE • 75 ANOS 75
Coordenação de Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo: disciplina, amor e coragem
Quando me pediram para escrever sobre a Coordenação de Destacamentos (CDT) do Centro Regional do Controle do Espaço Aéreo Sudeste (CRCEA-SE), a Canção do Especialista veio forte à minha mente. Confesso que a minha relação com esse tipo de epifania sempre foi boa e amigável, mas, nesse caso, não foi bem assim. Não conseguia estabelecer nenhum tipo de relação entre a CDT e a canção. E quanto mais eu lutava para me afastar dessa ideia, mais a primeira estrofe da música vinha à minha cabeça. E pensando no que e como escrever,
Por Eduardo SILVERIO de Oliveira – Coronel Especialista em Controle de Tráfego Aéreo R1 Chefe da Coordenação de Destacamentos e Subcomandante do CRCEA-SE
compreendi que a CDT é uma força que impulsiona “para a frente, com garbo varonil” a consecução dos objetivos dos nove Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) subordinados. Assim, resolvi incorporar trechos da canção a este texto, para torná-lo mais interessante e desafiador. E vamos ver como me saio.
76 CRCEA-SE • 75 ANOS
Esses são os nossos Destacamentos:
Apesar de a nossa área de atuação compreender
• DTCEA-SP - No Aeroporto de Congonhas (São Paulo/SP)
apenas 0,4% do espaço aéreo sob jurisdição brasileira,
• DTCEA-MT - No Campo de Marte (São Paulo/SP)
controlamos aproximadamente 37% do movimento
• DTCEA-ST - Em Santos/SP
aéreo nacional. Somos o responsável pelo espaço
• DTCEA-SJ - Em São José dos Campos/SP
aéreo com mais densidade de fluxo de tráfego aéreo
• DTCEA-GW - Em Guaratinguetá/SP
do Brasil – “quando passa uma asa altaneira sob
• DTCEA-GL - No Aeroporto do Galeão (Rio de Janeiro/RJ)
o céu, sobre a terra e o mar, devorando o espaço,
• DTCEA-AF - No Campo dos Afonsos (Rio de Janeiro/RJ)
ligeira, nós sentimos orgulho sem par”.
• DTCEA-SC - Na Base Aérea de Santa Cruz (Rio de Janeiro/RJ)
Controlamos os movimentos aéreos das Terminais de São Paulo e Rio de Janeiro, sendo
A CDT é, em parte, a grande responsável pela eficácia
o trecho RJ-SP a 4ª rota mais movimentada
dos DTCEA sob a jurisdição do CRCEA-SE, pois é o elo
do mundo (Forbes, 2019). De modo geral,
entre a execução propriamente dita e a Sede, ou seja,
gerenciamos
uma espécie de mediador. O seu trabalho se constitui
aeroportos com movimento bastante expressivo,
em orientação, agilização, disponibilização de recursos
tais como: Galeão, Congonhas e o Campo de
financeiros e, principalmente, em apoio à missão de
Marte. E não para por aí: controlamos o tráfego da
cada um deles. Na verdade, somos a prova concreta de
maior frota de helicópteros do mundo (Abraphe,
que “com os pilotos e asas seremos um conjunto de todo
2013). CRCEA-SE, “agiganta a tua obra sem par;
eficaz.”
sob o céu deste grande Brasil”.
os
pousos
e
decolagens
de
Cada Destacamento tem a sua peculiaridade e suas
A CDT sente-se orgulhosa por fazer do coro
batalhas diárias, mas é fato que: “por mais forte o inimigo
que entoa bem alto o grito de guerra do FAB:
não vemos; que possamos temê-lo, jamais”. Assim, a
“Defender. Controlar. Integrar. Força Aérea.
missão é cumprida com “orgulho sem par”.
Brasil”, porque, de certo modo, ele “nos aponta a ordem e o progresso”.
CRCEA-SE • 75 ANOS 77
DTCEA - AF
Afonsos (RJ)
78 CRCEA-SE • 75 ANOS
DTCEA - GL
Galeão (RJ)
CRCEA-SE • 75 ANOS 79
DTCEA - GW
Guaratinguetá (SP)
80 CRCEA-SE • 75 ANOS
DTCEA - MT
Campo de Marte (SP)
CRCEA-SE • 75 ANOS 81
DTCEA - SJ
São José dos Campos (SP)
82 CRCEA-SE • 75 ANOS
DTCEA - SP
São Paulo (SP)
CRCEA-SE • 75 ANOS 83
DTCEA - ST
Santos (SP)
84 CRCEA-SE • 75 ANOS
DTCEA - SC
Santa Cruz (RJ)
CRCEA-SE • 75 ANOS 85
CRCEA-SE – 75 ANOS DE EXCELÊNCIA NO CONTROLE DO TRÁFEGO AÉREO DO BRASIL
86 CRCEA-SE • 75 ANOS
CRCEA-SE • 75 ANOS 87
O Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Sudeste (CRCEA-SE) é a unidade regionalizada do DECEA, responsável pela área de maior densidade de fluxo de tráfego aéreo do Brasil. A Organização é precursora da América do Sul na utilização de radares de controle de tráfego aéreo. Conhecido como “berço do controle radar no espaço aéreo brasileiro”, o CRCEA-SE está localizado no Aeroporto de Congonhas e é responsável pelo gerenciamento das terminais aéreas de São Paulo e Rio de Janeiro, que inclui seis dos aeroportos de maior volume de fluxo aéreo do País: Congonhas, Guarulhos, Tom Jobim, Santos-Dumont, Marte e Jacarepaguá. O CRCEA-SE incorpora um complexo de atividades abrangentes e altamente especializadas, fruto de um compromisso superlativo que viabiliza a circulação aérea desse intenso fluxo de voos com segurança e eficiência - o que se traduz na prestação de serviços de Controle de Tráfego Aéreo, Informações de Voo, Informações Aeronáuticas, Meteorologia Aeronáutica, Telecomunicações Aeronáuticas, Serviços de Navegação Aérea, bem como deliberações para voos de aeronaves remotamente pilotadas, aeródromos e construções. A Unidade dispõe de oito Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) e mais de 170 Estações Prestadoras de Serviços de Telecomunicações e de Tráfego Aéreo (EPTAS), distribuídas pelos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, para a execução operacional de suas atribuições.
www.decea.mil.br