Os momentos construídos em situações poderiam ser considerados como os momentos de ruptura (...) as revoluções na vida cotidiana tradicional (GROSSMAN, 2006, p.82).
Não há registros de situações praticadas pelo grupo da IS, nem um descritivo do que viria a ser uma situação com potencial de promover tal ruptura e o não condicionamento do homem perante as estruturas sociais. Sabe-se que o objetivo das situações era o de promover uma intervenção ordenada na vida cotidiana e nos espaços urbanos, lugares nos quais não só se identifica a decomposição, mas sobretudo se reconhece um potencial de ação.
O caminhar. O visível. O invisível Careri, na introdução do seu livro Walkscapes: caminhar como prática estética, pontua
que desde o início da vida humana o ato de atravessar o espaço nasce da necessidade natural de mover-se na busca do alimento e das informações necessárias para a sobrevivência. Mas, uma vez satisfeitas as exigências primárias, o caminhar transformou-se numa fórmula simbólica que tem permitido que o homem habite o mundo e modifique os significados do espaço atravessado. Sendo o percurso uma das primeiras ações estéticas que adentrou os territórios do caos, construiu assim um novo modo sobre o qual se tem desenvolvido a arquitetura dos objetos situados. (CARERI, 2010, p.27). No último século o percurso passou a ser utilizado como prática artística para experimentos de deambulações no espaço. A cidade tornou-se um local ideal de coleta de matéria-prima para muitos artistas, intelectuais e pensadores, por abrigar uma diversidade de indivíduos, cenários e relações construindo uma vasta teia de estímulos afetivos, sonoros e visuais. “A cidade passou pelo crivo da experiência subjetiva, que a mediu segundo os seus próprios afetos e paixões 28