E@D – experiências inovadoras a replicar
Generosa Pinheiro
Estes tempos desafiadores de E@D poderão vir a alavancar um conjunto de mudanças urgentes nas nossas escolas: a passagem de uma pedagogia transmissiva a uma pedagogia da autonomia, da responsabilidade e da interação; a transformação dos modos de trabalho pedagógico assentes no uso das tecnologias para gerar implicação e aprendizagem por parte dos alunos; a transformação do professor num autor de materiais relevantes, assim como num guia e mediador de aprendizagens ativas e significativas, com a missão essencial da formação integral dos alunos com quem trabalha. Neste contexto tão desafiador para as escolas e com o intuito de percebermos o que poderá ter aberto as portas a um novo rumo tão reclamado e desejado, procurámos fazer um balanço reflexivo deste período de E@D com os nossos alunos mais desafiantes: aqueles que não gostam da escola, para quem esta não faz a diferença e que concentraram as mais legítimas preocupações seja de Governantes, seja de Diretores Escolares, Professores ou Encarregados de Educação. Numa conversa afável, cúmplice e surpreendente, chegámos a conclusões inesperadas e constatámos o quanto estes alunos têm a consciência de que a escola não se sabe moldar à sua maneira de aprender, nem ao seu ritmo de aprendizagem. Mais arrebatador ainda foi a forma lúcida como conseguiram fazer o balanço destes tempos de mudança. A surpresa começou, desde logo, quando, no geral, fizeram um balanço positivo desta modalidade de ensino e, com um sorriso nos lábios, alguns deles verbalizaram mesmo: “Até subi as minhas notas”. As primeiras palavras destes alunos reportaram-se ao tempo de aula e ao tipo de trabalho dinamizado nas mesmas: “É mais tranquilo para nós assistirmos às aulas online, 112