A Escola ausente
Teresa Pombo15
1. De que é feita a Escola O núcleo da Escola, algo que tendemos a esquecer, é a relação pedagógica. A própria etimologia da palavra “pedagogo” no-lo recorda: no processo pedagógico, o mestre conduz o discípulo através de um percurso de descoberta que é também de autoconhecimento. Na verdade, todos os outros sinónimos reforçam essa mesma relação (cf Ciberdúvidas). Trata-se, inclusive, de um processo em continuum como deixa entrever esse quase gerúndio de outro termo: docente, aquele que ensina. Quando, devido à necessidade de confinamento social provocado pela Pandemia que ainda vivemos, houve necessidade de encerrar os portões do edifício Escola, temeuse que fosse a morte dessa mesma Escola. Como poderia ser criada uma Escola diferente? Na verdade, a preocupação maior só poderia ter sido uma, manter bem forte a relação pedagógica pelos meios ao dispor. Para tal, era preciso (i) que os meios existissem e (ii) - volto a sublinhar, o mais importante - que a relação pedagógica estivesse criada. E a relação pedagógica faz sempre pressupor algo, vontade de aprender. Não falo apenas dos alunos. 2. De que é feita a vontade de Aprender Mistério e fascínio. Acredito que o desejo de aprender seja inerente a todo o ser humano e que a aprendizagem provoca sempre deslumbramento. O que nem sempre se passa na Escola que temos. Do lado dos Professores porque se sentem cansados, sobrecarregados por anos de desvalorização social do seu papel (tomado por certo mas financeiramente pouco recompensador quando comparado com outras profissões que exigem não só a mesma preparação académica mas uma formação contínua
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Escola Básica Carlos Gargaté / PNL2027
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