Tempos de (des)confinamentos
Rosário Queirós7 “O mundo não é, está sendo.” Paulo Freire
Sou Diretora, como tal não tenho testemunho direto de ensino à distância. Pedi ajuda a uma aluna do 7ºano, 13 anos acabados de fazer. Prontificou-se de imediato e perguntou: - É para isto funcionar melhor? - Claro, querida, é para isto funcionar melhor. Se formos capazes. E assim com a ajuda da Rita (nome fictício) e com o que fui colhendo dos professores, vou tentar dar a minha opinião. A pergunta era: o que aprenderam os professores neste segundo confinamento, entre Fevereiro e Março? Penso que devo começar pelo princípio: o que aprendemos no 1º confinamento e o que tivemos de desaprender neste segundo, para voltar a aprender coisas diferentes. E saber guardar o que correu bem. Ouvimos mais, lemos mais, estudamos mais, partilhamos mais – percebemos que não sabíamos tudo, que não percecionámos os tempos de concentração das crianças, deixámos pouca autonomia aos professores – havia quase que uma receita que servia a todos na escola. Verificamos que era um grande disparate e colocamos a questão essencial: ´- Como é que os alunos aprendem? Os mecanismos são semelhantes na escola ou em casa? Pus a questão à minha companheira de 13 anos: - Aprendes melhor em casa ou na escola?
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Diretora do Agrupamento de Escolas Clara de Resende, Porto
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