Eramos felizes e não sabíamos
Adília Cruz
Esta é uma frase que tenho ouvido e lido muito ultimamente. Embora pareça um clichê traduz, verdadeiramente, aquilo que sinto. Neste confinamento aprendi que era feliz e não sabia. Era feliz porque... Tinha voltado a lecionar, após ter exercido, em exclusivo, o cargo de Presidente/Diretora da escola. Comecei por ter algum receio pois há muito tempo que estava afastada da sala de aula. Também, porque algumas vozes faziam questão de me dizer que, agora, já não saberia “dar aulas”, como se isso fosse algo que se esquecesse. Se a gestão de uma escola foi muito importante para mim, pois permitiu-me desenvolver um outro desafio profissional que me cativa, era na sala de aula que eu sabia que teria as minhas maiores alegrias. O contacto com os alunos foi e será sempre o que melhor me define enquanto profissional. Rapidamente consegui envolver-me na rotina escolar, desenvolvendo projetos e atividades que me realizavam e me mostravam o caminho a seguir para motivar e envolver os meus alunos na aprendizagem. Organizar um concurso fotográfico sobre paisagens naturais no Geopark Arouca foi um desses projetos, entre tantos outros em comum com outras colegas igualmente entusiastas da inovação pedagógica. Projetos que saíam das paredes da sala de aula, que envolviam várias parcerias, de dentro e fora da escola, e que permitiam aos alunos desenvolver capacidades e competências que permanecem até hoje, numa sustentabilidade pedagógica que assegura o seu crescimento académico e pessoal. Entrei numa comunidade reflexiva de aprendizagem, através do doutoramento, que me dá liberdade para ser autora da minha própria ação. O envolvimento que tenho tido neste projeto tem sido uma aprendizagem e crescimento intelectual muito grande,
63