A aprendizagem da História em um momento de transição — P O R R O D R I G O P. B A N H O Z Em meados de março de 2020, sobreveio a notícia, que era pressentida e tão pouco compreendida: ficaríamos em quarentena e nosso ensino seguiria o modelo a distância, com o correto e firme propósito de salvaguardar a vida de educadores e educandos e de auxiliar o governo a prevenir um impacto mais dilacerante de uma pandemia que se avizinhava. A princípio, cuidadosos quanto ao rumo a tomar, indicamos tarefas que deveriam ser realizadas pelos estudantes com o fim de promover um distanciamento produtivo, que poderiam ser brevemente revistas diante de um esperado retorno às aulas e encaradas como ponto de partida da retomada de nossos estudos presenciais. Na terceira semana, a convicção de um isolamento mais duradouro nos enevoava e os primeiros sinais de uma estrutura de ensino à distância mais robusta transpareciam em nossas reuniões. Tinha início uma jornada marcada por uma metodologia desconhecida, embebida num modo de vida atípico, animado por diretrizes governamentais erráticas e contraditórias, que acentuavam nossa insegurança e nos lançavam em aturdidas reflexões sobre a finitude. O Moodle seria a espinha dorsal desse aprendizado, não mais apenas um repositório de roteiros, tal como eu o usava até então. Seria o locus de criação e alojamento de nossos instrumentos avaliativos, associado às aulas gravadas e às lives semanais. A criação de material não me assombrava, pois estamos acostumados a produzi-los em nosso trabalho, mas a elaboração de aulas gravadas tirava-me o sono. Apesar da satisfatória desenvoltura em sala de aula, sou tímido e não aprecio demasiada exposição pública – não utilizo sequer redes sociais –, imaginar minhas aulas sendo vistas, revistas, armazenadas e compartilhadas me preocupava e me sentia bastante desconfortável. Aprendi a produzi-las rapidamente, e gostei de aprender várias técnicas que desconhecia... estava mais sereno e seguro com o tema pelos idos de junho.
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