As Ciências Naturais e as memórias das aprendizagens do período remoto — POR ANGELA CRISTINA RAIMONDI A profissão de educador, independente da área, faixa etária dos estudantes, tipo de escola, sempre carregou em si a particularidade de exigir de seus atores a constante busca por aprimoramento, em todos os sentidos. Todos os sentidos? Não acho exagero abrir assim esse texto. Ora, com 18 anos de atuação como educadora, e com um perfil observador do comportamento das pessoas de dentro e no entorno do meu ambiente de trabalho, percebi que o passar dos anos foi nos trazendo mudanças que aceleraram o mundo de uma forma cada vez mais difícil de acompanhar. Em bate-papos informais entre educadores, é muito comum surgir a nostalgia de tempos em que parecia que dávamos conta das demandas do trabalho, às custas, sim, de alguns momentos de sacrifícios pessoais, mas dentro de uma margem, pelo menos, aceitável. Aqueles que mergulham na docência – e se realizam profissionalmente - carregam em si a consciência do ônus da carga de trabalho nos bastidores da sala de aula. Ingênuo é aquele pensa que ser educador é uma profissão como outra qualquer. Nunca foi! Em qualquer época, ENSINAR alguém sempre envolveu interpessoalidade em um nível sinérgico que nos coloca em um lugar bem distante de uma mera prestação de serviços. Essa percepção, por parte de boa parte da população, foi uma daquelas “lições” que os meses de distanciamento social, devido à quarentena da COVID-19, trouxeram. Porém, faço uma ressalva aqui: não vamos confundir percepção com reconhecimento, no sentido de valorização explícita, a partir do momento que, de uma hora para outra, o ato de ensinar teve que ser adaptado a um plano virtual e, principalmente para as séries
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