Carlos Vilarinho. Advogado e poeta. Pai do Ícaro, do Martim, da Ana Clara e do Théo. Reside em Palmeira das Missões – RS. - Coletânea 501 Poetrix para ler antes do amanhecer. - Coletânea Fagulhas Poéticas, vol. II. - Antologia Poetrix 5. – Livros individuais: Meia-lua, ed. Viseu/2018, e Sentimentos Indecifráveis (2008 – Ingrapal). – Coluna “Poesia do Vila” no jornal A Madrugada de Palmeira das Missões /RS. - Publicações no site Recanto das Letras – recantodasletras.com.br/autores/vila; no Twitter (@chevilarinho), no Instagram e no Facebook.
PARA OS QUE FORAM DORMIR MAIS CEDO A madrugada se anunciava quando saímos de um baile, ou de uma festa. Insisti que era cedo, dava para encontrar alguma coisa aberta. Estava cansado e foi para casa dormir. Caminhei um tempo, a deambular. Quando notei, amanhecera, um céu oprimido, tão próximo, tão concentrado e restrito, cansado, e ainda, ao que parecia, longe de casa, pensei – a esta hora deve estar dormindo tranquilo e eu aqui numa rua infinda, invulgar, num relance desconhecida. Tive um fio de inveja. Mas continuei a andar. Pela manhã avisaram que João havia falecido, naquela madrugada, após dias de luta no leito cândido da solidão asseada e alheia do hospital em Passo Fundo.
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