SEM GRAVATA
JULIANO SEABRA Após cinco anos à frente da maior fomentadora do empreendedorismo no país, a Endeavor Brasil, Juliano Seabra faz um balanço dos avanços de sua gestão, diz que não pretende empreender por si só e garante que seu sonho é fazer uma grande festa de encerramento das atividades da ONG por aqui por fábio dutra
fotos miguel lebre
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ilho de um sociólogo e de uma procuradora aposentada do município de São Paulo, estudante de relações internacionais, a trajetória de Juliano Seabra parecia que seguiria rumo à academia ou ao serviço público. ONU, quem sabe? Nada disso. Ao ingressar como trainee no Senac, ele se deparou com um convite inusitado: capitanear os projetos de empreendedorismo, neologismo que ele mal sabia do que se tratava de fato, uma das metas da instituição para a primeira década do novo milênio. Seabra topou, fez o dever de casa e foi estudar o assunto, ainda incipiente no Brasil. Por conta da fun-
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ção, a partir de 2002 se aproximou dos poucos personagens, ONGs e faculdades que se dedicavam ao tema até que foi convidado para um evento de uma tal de Endeavor, organização mundial trazida ao país por Jorge Paulo Lemann dedicada exclusivamente a fomentar um ambiente de empreendedorismo. “Foram ótimos painéis, teve show do Gilberto Gil, e eu pude ver toda a efervescência de uma tribo que começava a se formar”, lembra, ainda hoje encantado. Encerrou seu ciclo no sistema S em 2008 e começou a empreender com dois sócios numa empresa que se dedicava a fazer a interface entre negócios e políticas públicas, mas apenas poucos meses