PIONEIRISMO
O PRIMEIRO físicas, mas a falta de alinhamenuando o curitibano Robson À frente da to com os outros três sócios acaPrivado era adolescente, bou levando a iniciativa ao fim – startup era uma palavra que ainda MadeiraMadeira, o dois deles saíram logo de início não existia no vocabulário. Àquela empresário curitibano e o terceiro não estava disposto época, por mais que tivesse em casa o exemplo de dois empreendeRobson Privado planeja a a investir tanto quanto Robson. Foi depois de um MBA na Fundores, os pais de origem nordestiexpansão da companhia dação Getulio Vargas e uma exna que se mudaram para Curitiba no fim da década de 1970 e acapara o off-line enquanto periência de três anos na Leroy Merlin, onde chegou como traibaram fundando uma faculdade na qual atuaram por mais de 30 trabalha para que o rótulo nee e saiu como gerente comercial, que o destino de Robson se anos, o que Robson queria mesmo de “primeiro brasileiro à MadeiraMadeira. Nessa era ser jogador de basquete, mas negro cofundador de um juntou mesma época, a empresa fundaa vontade não prosperou por dois fatores que ele agora enxerga co- unicórnio” funcione como da pelos irmãos Daniel e Marcelo Scandian com capital próprio mo claros: a altura – 1,79 metro – e a falta de habilidade. O gosto pelo exemplo para incluir outros passava por sua primeira rodada de investimentos. Ele chegou a esporte, presente até hoje na práempreendedores ser entrevistado para uma vaga tica de surfe, inclusive, chegou a na companhia, que buscava allevá-lo a cursar educação física na POR NINA RAHE guém com mais experiência paUniversidade Federal do Paraná. ra integrar o time. Não satisfeito Graças às orientações de seu pai, no entanto, ele resolveu tocar, ao mesmo tempo, o cur- com a conversa, Robson resolveu ir conhecer a sede so de administração no negócio da família, a Faculdade e os fundadores do negócio. “Era 2012, ninguém falava em startup em Curitiba. Eu sempre fui antenado e de Ciências Sociais e Aplicadas do Paraná (Facet). Se quando era mais novo Robson não almejava as para mim isso era algo que estava muito lá em frente”, startups, tampouco sonhava em se tornar cofundador explica o empresário de 37 anos que, no encontro com de um unicórnio, quando soube de uma oportunidade a dupla de sócios, lembra ter enfatizado inúmeras vena MadeiraMadeira – hoje maior loja de e-commerce zes que não estava em busca de um emprego. “Ganhade produtos para casa no Brasil, ultrapassando a mar- va muito mais na época, meu salário cairia lá embaixo, ca de US$ 1 bilhão em valor de mercado – chegou lo- mas havia a oportunidade de me tornar sócio”, explica. Assim, a partir do convite para liderar o portfólio de go dizendo que não queria um emprego, mas um projeto. “Cresci em um ambiente de empreendedorismo produtos, nos últimos nove anos, com exceção da área e isso teve bastante impacto na minha vida. Ver meus financeira, Robson já se envolveu em todas os setores pais trabalhando ajudou na construção dos meus prin- da companhia, de marketplace a novos negócios, torcípios e valores”, explica o empresário, que percebeu nando-se COO, diretor de operações, há cerca de um já na faculdade que o seu “negócio era o negócio”: ain- ano. “Era uma área que eu já operava, mas sem a logísda no início de sua trajetória profissional, trabalhan- tica, que agora entra no meu escopo. Hoje estou com do em uma academia, ele criou sua primeira empresa, logística, vendas, novos negócios, lojas físicas... esse é desenvolvendo um serviço terceirizado de avaliações um pouco do resumo”, diz.
32 PODER JOYCE PASCOWITCH
FOTO VICTOR NUNES/DIVULGAÇÃO MADEIRAMADEIRA
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DA FILA