Detalhes Depois de me contar todo o episódio do dia anterior, Justino se lembrou da lista que já estava quase no fim e, consequentemente, do motivo principal de tudo o que acontecera até aquele dia de sua vida. Ele precisava encontrar o assassino do seu irmão. Aurélio era um garoto, ainda não tinha 17 anos completos. Queria se casar com uma menina lá pras bandas de Minas Gerais e ter, no mínimo, cinco filhos. Moça de família respeitada na cidade. Família política. Ele ia à igreja todo domingo para encontrá-la. Tinha sonhos. Queria ser pistoleiro, mas por devoção ao seu irmão, por quem tinha o mais sincero respeito. E tudo acabou cedo, com o mesmo veneno das balas de Justino, que guardava um profundo rancor pelo assassino de seu irmão, mesmo sem saber quem era. Um dos informantes de Justino ouviu dizer que um homem com as mesmas características do assassino tinha se mudado para o centro da cidade havia alguns meses e foi até a fazenda alertá-lo. O jagunço ficou obcecado pela ideia de matar o indivíduo. Queria saber exatamente da sua rotina para não falhar. Decidiu que, antes de tudo, aproximar-se-ia dele, numa conversa bastante informal, descobriria seus interesses e esperaria o momento certo para descobrir qual o motivo que o levou a matar Aurélio. E, como pensado, seguiu-o. Descobriu que o tal homem construía perto da igreja, atrás da praça do centro 74