Infopharma nº1 feb 2020

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Alimentação infantil: De pequenino…. Bons hábitos alimentares têm impacto em toda a vida A ALIMENTAÇÃO NOS PRIMEIROS ANOS DE VIDA É ESSENCIAL PARA UM ADEQUADO CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E AINDA PARA A MODULAÇÃO INDIVIDUAL DO RISCO DE DOENÇAS CRÓNICAS NO ADULTO. CONHEÇA AS RECOMENDAÇÕES DA DIREÇÃO-GERAL DA SAÚDE SOBRE ESTE TEMA. Autor: Camila da Mota Neves, Medicina Geral e Familiar

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Direção-Geral da Saúde (DGS) lançou em outubro de 2019 o “Manual de Alimentação Saudável dos 0-6 anos” dirigido a profissionais de saúde e educadores, no sentido de uniformizar as recomendações relativamente à alimentação infantil. A criação de bons hábitos alimentares e de um estilo de vida saudável desde cedo tendem a persistir até à idade adulta. A alimentação nos primeiros anos de vida é essencial para um adequado crescimento, desenvolvimento cognitivo e ainda para a modulação individual do risco de doenças crónicas no adulto. De uma forma geral, o manual assenta na premissa de que a alimentação infantil deve basear-se na roda dos alimentos, em produtos não processados e isentos da adição de sal e açúcar. É consensual que nos primeiros seis meses de vida o leite materno

é o alimento ideal: previne infeções, obesidade e diabetes. Para além disso, está sempre pronto e à temperatura ideal, sendo económico e de fácil digestão. Para a mãe, a amamentação previne hemorragias no período pós-parto, reduz o risco de osteoporose, cancro da mama e cancro do ovário, ajudando ainda a recuperar o seu peso pré-gravidez. O recém-nascido deve iniciar a amamentação na primeira hora de vida mantendo-o em exclusivo e em livre demanda até ao mais próximo possível do 6º mês. A mãe deve adotar uma alimentação variada e equilibrada, sem evicção de qualquer alimento de modo a promover o treino do paladar do bebé. Na impossibilidade do aleitamento materno devem ser utilizadas fórmulas infantis standard pelo menos até ao final do 1º ano. A fórmula infantil para lactente ou fórmula 1 pode ser mantida até aos 24-36 meses. Caso se opte por uma fórmula infantil de transição (fórmula

AFP-ASSOCIAÇÃO DE FARMÁCIAS DE PORTUGAL

2) a partir do 6º mês, esta deve ser de baixo teor proteico. As fórmulas infantis especiais (anti-refluxo, etc) devem apenas ser utilizadas mediante indicação médica, e pelo mínimo de tempo possível. A partir dos 6 meses recomenda-se a introdução progressiva de outros alimentos. A diversificação alimentar pode ocorrer entre os 4 meses e 1 semana e os 6 meses e 1 semana (idealmente o mais próximo dos 6 meses), mantendo o aleitamento materno. A diversificação alimentar deve ocorrer de igual forma num lactente com ou sem história familiar de atopia (alergia), não havendo indicação para atrasar ou proibir nenhum alimento. A introdução de cada grupo de alimentos pode ser feita sequencialmente, com intervalos de 2-3 dias. Pode iniciar-se pelo creme de legumes ou papa de cereais com glúten (desde os 4 meses, preferindo as sem açúcares adicionados). A proteína animal (carne ou peixe) não deve exceder as 30 g/dia, >

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