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LETRAMENTO LITERÁRIO: A LINGUAGEM LITERÁRIA NOS VIDEOCLIPES ................................. Lília Batista da Conceição

RESUMO LETRAMENTO LITERÁRIO: A LINGUAGEM LITERÁRIA NOS VIDEOCLIPES

Lília Batista da Conceição1

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Este relato de prática docente trata de uma experiência vivenciada nos anos letivos de 2014/2015 na disciplina Literatura que ocorreu, por intermédio das aulas presenciais, bem como orientações online nas redes sociais WhatsApp e Facebook sobre o estudo da linguagem árcade em videoclipes musicais. Essa proposta pedagógica teve como objetivo geral identificar a linguagem árcade nos videoclipes musicais, a fim de proporcionar uma aprendizagem significativa, na qual se estabelece um liame literário com os videoclipes musicais. As discussões teóricas fundamentam-se em Coutinho (1975), Eco (1999), Kleiman (2007), Móran (2000), Moterani (2013), Paulino (1998), Soares (2020) e Zilberman (2001). Essa experiência ressalta a importância do uso dos videoclipes musicais, pois estes apresentam uma linguagem que desperta o interesse dos jovens. Durante o desenvolvimento das aulas, observei que alguns discentes apresentaram dificuldades em trabalhar em equipe, assim como realizar pesquisas na internet. No entanto, as dificuldades foram contornadas durante a realização desta prática pedagógica. Nessa perspectiva, o fazer pedagógico faz diferença no processo ensino-aprendizagem, visto que o público estudantil interage neste processo de ensino-aprendizagem. Assim sendo, a construção do conhecimento parte das experiências vivenciadas pelo aluno, visto que o celular torna-se uma ferramenta pedagógica para realizar pesquisas na sala de aula.

Palavras-chave: Literatura. Ensino. Linguagem árcade. Videoclipes musicais.

1 INTRODUÇÃO

Com base nesse relato, fomento reflexões importantes a respeito do ensino da Literatura na contemporaneidade, uma vez que alguns discentes da EEEM Irmã Carla Giussani apresentavam dificuldades com relação à compreensão de textos literários, devido a diversos fatores que interferem nestes, inclusive, a própria concepção de leitura. Diante desse desafio, planejei e executei a proposta de trabalho nas turmas de 2º ano do Ensino Médio sobre a identificação da linguagem dos textos árcades nos videoclipes musicais, com o propósito de promover a prática da leitura de forma mais efetiva, bem como conhecer melhor o estilo literário Arcadismo. Outrossim, busco estimular questionamentos acerca do processo de letramento literário. Pois, o letramento é indissociável das práticas sociais. Daí a importância de fazer uso de determinados gêneros textuais que estejam relacionados ao cotidiano do educando. Considerando que

A formação de um leitor literário significa a formação de um leitor que saiba escolher suas leituras, que aprecie construções e significações verbais de cunho artístico, que faça disso parte de seus fazeres e prazeres. Esse leitor tem de saber usar estratégias de leitura adequadas aos textos literários, aceitando o pacto ficcional proposto, com reconhecimento de marcas linguísticas de subjetividade, intertextualidade, interdiscursividade, recuperando a criação de linguagem realizada, em aspectos fonológicos, sintáticos, semânticos e situando adequadamente o texto em seu momento histórico de produção (PAULINO, 1998, p. 56).

1 Mestra em Linguagem e Saberes na Amazônia, com ênfase em Leitura e Tradução Cultural (UFPA). Integrante do Grupo de Estudo em Literatura Comparada do Nordeste Paraense – GELCONPE. e-mail: lilia_._batista@hotmail.com

Por esse viés teórico, entende-se que a concepção de leitura não se restringe a uma mera decodificação, mas sim vai muito além desse conceito, pois envolve aspectos, como por exemplo, a experiência literária, o contexto e assim por diante que são consideradas imprescindíveis na formação de um leitor literário. Outro aspecto digno de nota na concepção de leitura é o pacto ficcional estabelecido entre leitor/produção literária. Pois, esse contrato acordado entre ambos é uma forma de não se questionar o mundo ficcional do texto literário. Ou seja, uma espécie de aceitação ou não aceitação do universo ficcional em um determinado texto. Tendo em vista também que a obra possivelmente estabeleça vínculos com a realidade concreta. Assim sendo,

Quando entramos nos bosques da ficção temos de assinar um acordo ficcional com o autor e estar dispostos a aceitar, por exemplo, que o lobo fala; mas, quando o lobo come a Chapeuzinho Vermelho, pensamos que ela morreu (e essa convicção é vital para o extraordinário prazer que o leitor experimenta com a sua ressureição). [...] Porque isso é o que acontece no mundo de nossa experiência (ECO, 1994, p. 83).

Essa proposta pedagógica teve como objetivo geral identificar a linguagem árcade ou neoclássica nos videoclipes musicais, a fim de proporcionar uma aprendizagem significativa, a qual se estabelece uma interconexão literária entre os poemas árcades e os videoclipes musicais. De forma específica, buscou-se:  Desenvolver o letramento literário;  Aproximar o ensino de Literatura da realidade cotidiana dos estudantes;  Utilizar diferentes gêneros textuais nas aulas de Literatura. A EEEM Irmã Carla Giussani é uma instituição da rede estadual de ensino que atende jovens e adultos nos turnos matutino, vespertino e noturno. A referida escola está localizada na Rua João Paulo II, s/nº, Bairro São Miguel Arcanjo do município de São Miguel do Guamá-PA. Este relato refere-se a uma prática pedagógica desenvolvida nos anos mencionados anteriormente durante as aulas de Literatura no primeiro período bimestral com os discentes matriculados nas seis turmas de 2º ano. O público alvo é oriundo de áreas periféricas e possui as seguintes especificidades: jovens que apenas estudam (Turno Matutino), jovens que moram no campo (Turno Vespertino) e jovens e adultos que trabalham durante o dia e estudam à noite (Turno Noturno). Nessa época, havia oferta de formação continuada em Ensino a Distância – EAD financiada pelo Instituto UNIBANCO que interferiu, de fato, no desenvolvimento desta experiência educacional. Essa prática pedagógica justifica-se pela importância de aproximar a realidade cotidiana dos educandos às aulas de Literatura ao utilizar o celular, o qual os estudantes normalmente estão manuseando, como uma ferramenta pedagógica, bem como possibilitar uma aprendizagem mais significativa aos alunos. Tendo essa concepção em vista, acredita-se que é preciso romper determinados eixos paradigmáticos que ainda se encontram associados a uma educação tradicional.

Frente ao tradicionalismo nas aulas de Literatura, nas quais se utilizam apenas fragmentos de obras literárias da tradição cânone para explicar a historiografia literária, observa-se que há necessidade de aulas mais dinâmicas no contexto escolar, para que o público alvo torne-se ativo, participante e faça parte da construção do conhecimento tanto no espaço escolar, quanto fora dele, uma vez que as aulas de Literatura não se restringem ao estudo cronológico de movimentos literários nem ao ensino fragmentário de textos. Deste modo, faz-se necessário apresentar outra concepção de leitura nas aulas de Literatura, a qual mantenha uma estreita relação com a experiência de vida do aluno.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

As discussões teóricas fundamentam-se, sobretudo em Coutinho (1975), Móran (2000), Zilberman (2001) e outros autores , os quais enfatizam um ensino de Literatura divergente no período contemporâneo que valoriza o processo de letramento literário e salienta estratégias de ensino na era digital. Considerando que

Letramento é palavra e conceito recentes, introduzidos na linguagem da educação e das ciências linguísticas há pouco mais de duas décadas. Seu surgimento pode ser interpretado como decorrência da necessidade de configurar e nomear comportamentos e práticas sociais na área da leitura e da escrita que ultrapassem o domínio do sistema alfabético e ortográfico, nível de aprendizagem da língua escrita perseguido, tradicionalmente, pelo processo de alfabetização (SOARES, 2004, p. 96).

Esse fazer pedagógico associa a historiografia literária e a linguagem árcade nos videoclipes musicais sem descontextualizar o estudo da Literatura, uma vez que esta estratégia proporciona reflexões acerca das práticas sociais. Portanto, apenas aulas expositivas sobre cronologia não são suficientes para entender uma produção literária. Haja vista que

o que é geral é o método expositivo, são exposições panorâmicas, em ordem cronológica, o mais dos casos reduzidos a um catálogo de nomes e títulos de obras, acompanhadas às vezes de dados bibliográficos, resumos de enredos ou classificação dos autores por escolas. Não será mal dizer que nada disso é Literatura (COUTINHO, 1975, p.118).

Por esse prisma, Moterani (2013), fundamentada nos estudos teóricos do professor e antropólogo Brian Street, acentua que a escola apresenta, na maioria das vezes, um ensino descontextualizado. Nesta perspectiva, o modelo ideológico de letramento, o qual se importa com as práticas discursivas pode ser uma abordagem satisfatória. Deste modo, a concepção de leitura/ escrita no âmbito escolar pode evidenciar os diversos contextos sociais. Essa convicção tende a valorizar as práticas pedagógicas que exploram a tríade leitura, oralidade e escrita. Além da inclusão de gêneros textuais vinculados ao contexto social dos grupos minoritários, como por exemplo, letras de música. Destaca-se que

[...] o professor que adotar a prática social como princípio organizador do ensino enfrentará a complexa tarefa de determinar quais são essas práticas significativas e, consequentemente, o que é um texto significativo para a comunidade. A atividade é complexa porque ela envolve partir da bagagem cultural diversificada dos alunos que, antes de entrarem na escola, já são participantes de atividades corriqueiras de grupos que, central ou perifericamente, com diferentes graus e modos de participação (mais autônomo, diversificado, prestigiado ou não), já pertencem a uma sociedade tecnologizada e letrada (KLEIMAN, 2007, p.09).

Por este ângulo, sugere-se que a seleção de gêneros textuais poderiam ser trabalhados nas aulas de Literatura para servir de suporte pedagógico na aquisição de uma aprendizagem significativa. Deste modo, é possível destacar que o videoclipe musical, por exemplo, apesar das especificidades textuais, é considerado apenas um complemento para compreender o texto literário enquanto objeto de leitura e análise. Kleiman (2007) preconiza que as bagagens culturais, embora sejam diversificadas, tornam-se aliadas ao aprendizado exitoso, uma vez que o usuário da língua materna precisa ter conhecimento das variadas situações na escola. Isto porque essa diversidade de práticas culturais contribui com a interação dos interlocutores no contexto escolar. Outrossim, o ensino tradicional de Literatura valoriza o discurso hegemônico, que por sua vez tende a considerar a tradição cânone, menosprezando, na maioria das vezes, as vozes periféricas. Esse discurso hegemônico foi sendo cristalizado nos países da América Latina, em decorrência das marcas de um passado colonial que tendem a silenciar as vozes literárias que não se enquadram no cânone. Na concepção de Zilberman (2001), a escola, a crítica literária, a academia e a imprensa podem legitimar algumas produções artísticas em detrimento de outras. A autora ressalta que:

Essas entidades estabeleceram e fixaram a concepção de literatura enquanto “belas letras”, operada a partir da consolidação da sociedade burguesa e do capitalismo, garantindo sua permanência. A seguir, passaram a colocar normas e exigências aos criadores, que eles devem adotar ou não para serem reconhecidos pelo meio e aceitos enquanto artistas. (ZILBERMAN, 2001, p.82)

No entanto, acredita-se que o ensino, por meio da literatura que adote a perspectiva de gêneros textuais mais próximos da realidade juvenil atual, pode resultar em práticas significativas. Partindo dessa premissa, observa-se que o pensamento hegemônico existe, inclusive, no meio literário, uma vez que este tende a excluir o que não se enquadra no perfil de uma obra canônica. Por conseguinte, a proposta pedagógica fomenta reflexões da tradição cânone em outras linguagens mais acessíveis ao público juvenil, visto que os videoclipes musicais fazem parte do cotidiano do estudante, de modo particular nos momentos de entretenimento. Segundo Móran (2000, p.39), “As linguagens da TV e do vídeo respondem à sensibilidade dos jovens e da grande maioria da população adulta. São dinâmicas, dirigem-se antes à afetividade do que à razão”. Por este viés teórico, compreende-se que as práticas pedagógicas com o uso da tecnologia e recursos multimídias possivelmente se tornam um estimulante eficaz ao aprendizado. Constata-se que o videoclipe musical pode ser considerado uma motivação no processo de ensino-aprendizagem. Pois, esta seria uma possibilidade de aplicar estratégias que utilizem gêneros midiáticos nas aulas de literatura, a partir da relação entre as linguagens dos poemas árcades e os videoclipes musicais.

4 PERCURSO METODOLÓGICO

A prática docente ocorreu no primeiro bimestre dos anos letivos 2014/5 nas aulas de Literatura. Essa experiência ressalta a importância do uso dos videoclipes musicais, com a finalidade de compreender a linguagem dos poemas árcades. Sendo assim, esta se desenvolveu da seguinte forma:

A priori, foi explicado sobre o Arcadismo dentro do contexto histórico, as características principais, alguns autores, como Manuel Maria Barbosa Du Bocage e Tomás Antônio Gonzaga. Depois, os alunos leram poemas dos respectivos escritores e assistiram ao clipe “Casa no Campo”, de Elis Regina, para se familiarizarem com a proposta de trabalho. Essa atividade introdutória foi desenvolvida em quatro momentos. Os alunos foram orientados a pesquisar no You Tube videoclipes musicais relacionados ao que foi proposto, para que fizessem um seminário a respeito das características árcades identificadas nos videoclipes. Ou seja, uma espécie de analogia entre a linguagem árcade e os videoclipes musicais. Vale ressaltar que a estratégia aplicada influenciou intensamente no processo ensinoaprendizagem. Além do mais, era perceptível certo prazer em cada orientação, visto que os procedimentos metodológicos adotados pareciam uma novidade para os discentes. Os videoclipes estavam relacionados, principalmente, ao cenário bucólico e à expressão latina Carpe Diem, os quais foram enfatizados durante as aulas, por meio de cenas dos filmes, como “A lagoa Azul”, “De volta à lagoa Azul” e “Sociedade dos poetas mortos” que também constam como sugestões de filmes no livro didático de Língua Portuguesa para o Ensino Médio, de William Roberto Cereja e Thereza Cochar. Isto porque esses trazem ilustrações sobre o cenário bucólico e algumas características da linguagem árcade. Após as orientações (ocorridas em sala de aula e pela rede social Facebook) e pesquisas na internet, o público alvo realizou um seminário sobre a linguagem árcade presente nos videoclipes. Durante o trabalho, alguns utilizaram data show e notebook para apresentar os videoclipes Além do Horizonte (Roberto Carlos), Shimbalaiê (Maria Gadú), Saudade da minha terra (Chitãozinho e Chororó), Tempos Modernos (Lulu Santos), Seio de Minas (Paula Fernandes), Sem trânsito, sem avião (Victor e Léo), Deus e eu no sertão (Victor e Léo) e Majestade o Sabiá (Roberta Miranda). Ressalta-se, portanto, a culminância dessa proposta pedagógica, posto que alguns alunos trouxeram violão e cantaram a música para introduzir o seminário, enquanto os alunos com deficiência intelectual, bem como os discentes surdos fizeram apresentação na Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS junto com outros alunos da turma e também organizaram um mural literário, com a finalidade de apresentar a oposição entre campo versus cidade.

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Durante o desenvolvimento das aulas, observei que alguns discentes apresentaram dificuldades em trabalhar em equipe, assim como realizar pesquisas na internet, principalmente no 3º turno (alunos da zona rural) e 4º turno (jovens e adultos trabalhadores). Entretanto, tais obstáculos foram contornados, pois se comunicavam através da própria mídia para solucionar dúvidas e realização do trabalho. Graças ao esforço de cada membro, as turmas começaram a compreender a concepção árcade através desta proposta pedagógica que envolve o gênero musical, a tecnologia, e os recursos multimídia no âmbito escolar. É válido destacar que nessa experiência utilizou-se, ainda, filmes como referências no procedimento metodológico para trabalhar a linguagem literária em sala de aula. Essa relação entre Literatura/Cinema/Música facilitou a compreensão da linguagem árcade nos videoclipes musicais. Deste modo, afirmo que esta estratégia foi bastante positiva, pois o fato da música ter uma proximidade com o poema contribuiu de forma efetiva com o processo ensinoaprendizagem dos educandos, os quais apresentaram maior interesse nas aulas. Por conseguinte, aplicar outras estratégias é um desafio, uma vez que é necessário buscar outros métodos, para que o aluno adquira não apenas conhecimento, mas também perceba o valor deste para as práticas sociais. Destaca-se, ainda, que essa experiência resultou na publicação do capítulo de livro intitulado Letramento, Literatura e Motivação: O uso de videoclipes musicais no contexto da sala de aula que foi publicado no livro Caminhos nas letras: Abordagens nos estudos da linguagem (2018), volume 01, sob a organização do professor Marcos dos Reis Batista2. Este capítulo supracitado refere-se a experiência educacional vivenciada na EEEM Irmã Carla Giussani. Atualmente, com esse período pandêmico da COVID-19, participei das formações continuadas ofertadas pelo Centro de Formação de Profissionais da Educação Básica do Estado do Pará – CEFOR/SEDUC e pela Coordenação de Tecnologia Aplicada à educação – CTAE e estas contribuíram com uma outra versão da proposta pedagógica denominada atualmente de Interconexão Literária que propõe o ensino híbrido em tempos de pandemia.

6 CONCLUSÃO

Em síntese, constata-se que o letramento literário interfere intensamente em uma aprendizagem mais significativa para o educando, uma vez que este passa a relacionar o próprio cotidiano com a linguagem literária. Em virtude dessa proximidade, pode-se afirmar que o processo ensino-aprendizagem torna-se mais prazeroso.

2 Doutorando em Letras, com ênfase em Linguística e Teoria Literária (UFPA). Professor efetivo da Faculdade de Letras do Campus Universitário de Bragança (UFPA). Coordenador do Projeto de Extensão Agenda Acadêmica (Metodologia Científica). e-mail: iobrasiliano@gmail.com

Ademais, a estratégia adotada à luz do processo de letramento abre caminhos para as vozes periféricas silenciadas pela tradição cânone. Pois, por meio do método aplicado foi possível observar a linguagem literária em videoclipes musicais. Deste modo, refletiu-se sobre o ensino de Literatura não se basear exclusivamente nas obras canônicas, é importante sim dar a estas o devido reconhecimento, mas também incluir outras produções literárias, de igual valor que favoreçam a formação do leitor literário, bem como o processo ensino-aprendizagem. Partindo desse pressuposto, entende-se que o propósito dessa experiência docente nas aulas de Literatura evidencia as críticas ao ensino de Literatura exclusivamente canônico, uma vez que a tradição cânone apresenta sim valores estéticos indispensáveis à formação de um leitor literário. Nessa perspectiva, o fazer pedagógico faz diferença no processo ensino-aprendizagem, visto que o público estudantil interage de maneira mais interativa. Além disso, há a construção do conhecimento, o qual parte das experiências vivenciadas pelo aluno ao usar o celular como uma ferramenta pedagógica para realizar pesquisas na sala de aula. Isso evidencia, portanto, que o uso da tecnologia é de suma importância no âmbito escolar, basta saber adequá-la como estratégia de ensino.

REFERÊNCIAS

COUTINHO, A. O Ensino da literatura. Rio de Janeiro: Departamento de Imprensa Nacional, 1975.

ECO, U. Seis passeios pelos bosques da ficção. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

KLEIMAN, A. B. Letramento e suas implicações para o ensino de língua materna. Signo. Santa Cruz do Sul, v. 32 n 53, p. 1-25, dez, 2007. MÓRAN, M. J.et al. Novas Tecnologias e mediações pedagógicas. Campinas, São Paulo: Papirus, 2000.

MOTERANI, N. G. O modelo ideológico de letramento e a concepção de escrita como trabalho: um paralelo. Acta Scientiarum . Language and Culture. Maringá, v. 35, n. 2, p. 135 – 141, abr – jun, 2013.

PAULINO, G. Letramento literário: cânones estéticos e cânones escolares. Caxambu: ANPED, 1998 (Anais em CD ROM).

SOARES, M. Alfabetização e Letramento: Caminho e Descaminhos. Disponível em: <https:// acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/40142/1/01d16t07.pdf>. Acessado em 29/09/2020.

ZILBERMAN, R. Fim do livro, fim dos leitores? São Paulo: Editora do SENAC, 2001.

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