GNARUS - 189
Entrevista
MESTRE BIMBA, DIRETOR DA BANDA HARMONIA DO SAMBA: QUANDO O ARTISTA REFLETE A HISTÓRIA Por Diego da Rocha Viana Muniz
A
banda de Pagode Baiano, Harmonia do Samba, teve auge de popularidade, no final anos 90 e início dos anos 2000. Além dos inúmeros pagodes baianos de sucesso, como Vem Neném, Nova Dança, Desafio, Nossa Paradinha, Destrambelhada, Joga o Laço e Comando; a banda, também, sempre dialogou com outros gêneros musicais. O Harmonia Light, foi um álbum especial só com MPBs, Bossa Nova, Pagode Romântico e outros estilos. Chamam atenção as influências de jazz, merengue, salsa etc., no repertório, que iremos detalhar posteriormente. Numa conversa quase informal que tivemos, eu e Mestre Bimba - baixista e Diretor de Harmonia, da banda – falamos sobre as influências de todos esses ritmos e gêneros em seu repertório. Nascido nos anos 90, e vindo de uma família tradicional musicalmente, fui criado ouvindo
tanto músicas “tradicionais” como jazz, samba de raiz, gafieira, MPB e chorinho – classificados como “música boa” pelos mais antigos da família - quanto músicas mais novas que curtia com pessoas da minha geração. Além de escutar desde a infância e ter pesquisado sobre o Axé Music e o Pagode Baiano durante a minha trajetória universitária; o repertório do Harmonia do Samba, desde o começo, me chamou atenção pelo diálogo que fazia entre o Pagode Baiano (com origens diversas que remetem ao samba de roda, samba-chula e o samba-duro), e outros gêneros/ritmos como a salsa, o merengue, o jazz, ritmos relacionados à MPB etc. Lembro da alegria com que conversava com meus professores da UERJ ao mostrar os naipes de algumas músicas. Samba Merengue, como o nome evidencia, é uma mistura extremamente bem sucedida do Pagode Baiano com o Merengue. Os naipes de Uva e Casa do Harmonia são salsas
Gnarus Revista de História - VOLUME XI - Nº 11 - OUTUBRO - 2020