Forum Estudante #336

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Saberes O que esperam os alunos no regresso às aulas?

Revista Forum Estudante | Setembro+outubro 2021 | Edição nº 336 | Mensal l Diretor: Gonçalo Gil l Disponível apenas por assinatura com o custo mensal de 1€

IPDJ Começa a aquecer para a Semana Europeia do Desporto! IEFP Portugal no Campeonato Europeu das Profissões

Tiago Leitão

Conhece o youtuber que faz do estudo uma tendência GANHA UM MONTE DE PRÉMIOS! ulas em grande

Regressa às a pos Forum! m te a s s a , p s o com as de prémios n e z e d r a h n a Sabe como g torola G100. o M te s e o d in inclu



3 | Forum Estudante | set+out’21 /Passatempos

GRANDE

Passatempos Forum! Regressa às aulas em www.forum.pt Telefone 218 854 730 E-mail geral@forum.pt DIREÇÃO Gonçalo Gil goncalo.gil@forum.pt FOTOGRAFIA Dreamstime, Freepik, Pexels, Unsplash DESIGN Miguel Rocha miguel.rocha@forum.pt REDAÇÃO Fábio Rodrigues fabio.rodrigues@forum.pt Colaboração: José Maria Archer Rúben de Matos

Entra no ano letivo com o pé direito com estes passatempos Forum. Para participar em cada um deles, visita a conta de Instagram da Forum Estudante (@forumestudante) ou o site forum.pt. Boa sorte!

Motorola G100

O Motorola G100 é o modelo topo de gama Moto G da Motorola, que entrou no mercado português em agosto. O Moto G100 está equipado com um processador Snapdragon 870 e inclui a plataforma Ready For. Habilita-te a ganhar o Moto G100 que temos para oferecer e começa o ano em grande.

ASSINATURAS Paula Ribeiro Tel.: (218 854 730) pribeiro@forum.pt Anuidade: 10,00€ PUBLICIDADE Félix Edgar (Tel.: 218 854 103) felix.edgar@forum.pt COMUNICAÇÃO&DISTRIBUIÇÃO Vítor Silva (Tel.: 218 854 755) vitor.silva@forum.pt PROJETOS ESPECIAIS José Maria Archer josemaria.archer@forum.pt FORUM ESTUDANTE Revista de Cursos, Escolas e Profissões PRODUÇÃO Finepaper Tiragem: 20 mil exemplares Propriedade e Edição de: Press Forum, Comunicação Social, Lda. Capital Social: 17.000,00€ NIF: 502 981 512 Composição do Capital da Entidade Proprietária: Detentores de 5% ou mais do capital social: Rui Manuel Pereira Marques 29,9%; Roberto Artur Da Luz Carneiro 26,7%; Maria Francisca Castelo Branco De Assis Teixeira 21,7% Periodicidade Mensal Depósito Legal n.º 510787/91 Nº ERC: 114179 Sede da Redação e do Editor Tv. das Pedras Negras, nº 1 - 4.º 1100-404 Lisboa Tel.: 218 854 730 | Fax: 218 877 666 Estatuto Editorial Disponível em www.forum.pt

Gerência Rui Marques Gonçalo Gil Félix Pinéu

Saberes O que esperam os alunos no regresso às aulas?

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IPDJ Começa a aquecer para a Semana Europeia do Desporto! IEFP Portugal no Campeonato Europeu das Profissões

Tiago Leitão

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Regressa às aulas s Forum! os, com os passatempo r dezenas de prémi Sabe como ganha ola G100. Motor incluindo este

PASSATEMPOS

CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO: Estes passatempos decorrem até 30 de outubro de 2021, salvo indicação em contrário no próprio passatempo. Apenas serão atribuídos prémios a residentes em Portugal e somente um prémio por pessoa e morada em cada passatempo. Só será aceite, de cada concorrente, uma participação por dia. O não preenchimento correto do formulário de participação em www.forum.pt/passatempos, leva à desclassificação do participante. Aos vencedores, os prémios serão enviados via CTT. Após notificação, os vencedores têm um prazo de 15 dias para reclamar o prémio. Os prémios devolvidos não serão reenviados. A idade máxima de participação é de 25 anos, inclusive, a confirmar por documento de identificação. OS PREMIADOS SÃO ANUNCIADOS EM FORUM.PT. NOTA: as cores e modelos apresentados podem não corresponder às imagens apresentadas.

SUMÁRIO

#22 Entrevista ao youtuber Tiago Leitão

04 Passatempos Prémios, prémios e mais prémios 10 Escolas A atualidade escolar 12 Saberes O regresso às aulas pela voz dos estudantes 14 Cinema O (desafiante) regresso de Duna 16 Ensino Superior Como é viver numa residência? 20 Inside Job Por dentro das profissões 22 Pancadas Nun’Álvares Cabral dá a tática 26 IEFP Tudo sobre o EuroSkills 2021, em Graz 28 IPDJ Sabe como participar na Semana Europeia do Desporto 38 Tanto Mar Diário de bordo da academia do mar

Aos 17 anos de idade, o estudante do ensino secundário Tiago Leitão tem já cinco anos de experiência como youtuber. Os temas que aborda, explica, estão ligados à sua vida, o que faz com que “partilhar conteúdos sobre estudo aconteça organicamente”. Em entrevista à FORUM, o estudante revela como esta partilha aumenta a sua própria motivação para o estudo, bem como a dos seus seguidores.

Revista Forum Estudante #336 // Setembro e outubro de 2021 // e-mail: geral@forum.pt // www.forum.pt


4 | Forum Estudante | set+out’21 /Passatempos

Sets LEGO® Harry Potter ™ Hedwig - 75979

Encontra a companhia ideal para este ano letivo com a ajuda da LEGO® e da Forum Estudante. Com este set de LEGO® Harry Potter ™ Hedwig - 75979, podes contar com a Hedwig no teu local de estudo. Temos 3 sets para oferecer. LEGO e o logotipo LEGO são marcas registadas do Grupo LEGO. ©2021 The LEGO Group

Cartões Lyca Nacional M

Ganha um cartão SIM pré-pago que junta 20 Gb de dados para usar em Portugal (mais 8.5 Gb em roaming) com mil minutos de chamadas e SMS. Temos 5 cartões para oferecer, em conjunto com a Lycamobile

Packs Ambar

Uma mochila, duas agendas escolares, uma bolsa e dois cadernos constituem o pack que a Forum e a Ambar têm para te oferecer, para que entres no novo ano letivo sem faltas de material escolar. Ganha um dos três packs que estamos a oferecer neste passatempo!

Jogo de cartas “Vidrado”

No jogo de cartas “Vidrado”, o jogador veste a pele de um trabalhador de uma pequena fábrica de azulejos. Será que consegues levar a fábrica a bom porto? Mostra as tuas qualidades de artista e de gestor com uma das três unidades que temos para oferecer.


5 | Forum Estudante | set+out’21 /Passatempos

Mochilas Adidas

Não está na hora de “reformar” a tua velha mochila? Encontra um novo “lar” para o teu material escolar e impressiona neste regresso às aulas! Temos 10 unidades de mochilas Adidas para te oferecer.

OneBlade Face&Body Philips

O conjunto Philips OneBlade Face&Body barbeia, apara e contorna pelos de qualquer comprimento. Regressa às aulas de “cara lavada” com este modelo da Philips. Temos um para oferecer!

Escova Alisadora Philips

Com a escova alisadora BHH880/00 da Philips, vais conseguir um cabelo naturalmente liso e brilhante em apenas 5 minutos. Aposta numa mudança de estilo para o início deste ano letivo e habilita-te a ganhar a unidade que temos para oferecer.


6 | Forum Estudante | set+out’21 /Passatempos

Para participar, visita a conta de Instagram da Forum Estudante (@forumestudante) ou o site forum.pt

Mochilas Monte Campo

Começa o ano letivo da melhor maneira! A Forum e a Monte Campo têm para te oferecer uma de 3 mochilas para que regresses às aulas em grande estilo.

Livro “Tudo o que Somos Juntos” Packs Mr. Wonderful

A Mr. Wonderful e a Forum juntaram-se para garantir que começas o ano com todo o material necessário. Participa e habilita-te a ganhar um de três packs composto por um caderno, um necessaire, uma agenda, uma mochila e um conjunto de sublinhadores.

A Editorial Presença e a Forum têm 3 exemplares do romance “Tudo o Que Somos Juntos”, de Alice Kellen, para te oferecer. A obra conclui a história iniciada em “Tudo o Que Nunca Fomos”, acompanhando a amizade de Axel e Leah. Temos três exemplares para te oferecer.

Jogos digitais Playstation

À procura de uma nova experiência de gaming? A PlayStation e a Forum têm para te oferecer 1 exemplar de cada um dos três seguintes jogos: Marvel’s Spider Man: Miles Morales (PS5); Call of Duty: Black Ops Cold War (PS4) e Days Gone (PS4).


7 | Forum Estudante | set+out’21 /DECO Jovem Publirreportagem

A preparar o novo ano letivo?

Conta com a DECOJovem! A DECO aposta em grande na promoção da educação do consumidor nas escolas! Consigo, vamos trabalhar para formar jovens consumidores para um futuro mais sustentável, mais digital e cada vez mais desafiante. Preparamos um vasto conjunto de atividades para este ano letivo e estamos preparados para trabalhar com as escolas DECOJovem em qualquer que seja o cenário, online ou presencial. Os jovens num mundo mais sustentável Consumers go green A DECOJovem preparou um ciclo de conferências digitais para as escolas sobre o a sustentabilidade e o consumo sustentável. As conferências CONSUMERS GO GREEN são dinâmicas e interativas e ajudam os alunos a refletir sobre os impactes do seu consumo e os benefícios das suas escolhas, enquanto consumidores, para o planeta. A próxima é já a 22 de setembro, sobre a mobilidade sustentável. Inscreva já a sua Escola! Saber mais em decojovem.pt

Natal sem resíduos... De plástico Na Semana Europeia da Prevenção de Resíduos (#SEPR21), em novembro, queremos que as escolas reutilizem os plásticos para as mais lindas e maiores árvores de Natal. Esta é uma ação de sensibilização para a urgência de reduzir e reutilizar as embalagens de plástico! Saber mais em decojovem.pt

alimentos. A ideia é combater o desperdício alimentar em casa e na escola e não deitar nada para o lixo. Protegemos o ambiente e ainda poupamos na nossa carteira. Participa neste iniciativa para um mundo melhor. Saber mais em decojovem.pt

Jovens mais preparados para o mundo digital Nascem estrelas com o Sitestar.PT 9

Os jovens devem ter uma participação mais ativa na internet como exploradores e criadores de conteúdos. O Sitestar.pt dá prémios às equipas com os melhores sites preparados nas escolas. Conheça esta iniciativa da DECO e do .PT com o objetivo de promover o desenvolvimento de competências digitais dos jovens para uma cidadania + ativa e + inclusiva. Saber mais em decojovem.pt

Estamos convidados para ir à tua escola? Consumer.Talks

Green Chef contra o desperdício alimentar Convidamos as crianças e jovens e as suas famílias a produzirem vídeos com as melhores receitas culinárias a partir de sobras alimentares de refeições e/ ou com melhor aproveitamento dos

Com adaptação ao digital, as nossas sessões informativas continuam com as temáticas favoritas das escolas e

temas de interesse para os jovens consumidores! Em outubro, começamos com a alimentação. Mas, vamos ainda tratar das finanças pessoais, do plástico a mais, da segurança online, dos direitos do consumidor, entre outros. Conheça todos os temas que preparamos para as escolas e receba a visita das nossas equipas Saber mais em decojovem.pt

Conhece os nossos recursos educativos

Para apoiar as escolas na educação de consumidor, a DECOJovem tem disponíveis vários recursos digitais: Propriedade Intelectual › Jogo interativo https:// decojovem.pt/brainideas/ recursos/brain-ideas-20 Internet Segura › Quiz NET VIVA E SEGURA https://netvivaesegura.pt › Vídeos Sitestar https://www.sitestar.pt/recursos Consumo Sustentável › Fichas didáticas MundON https://old.decojovem.pt/ iniciativa/mundon/ Literacia Financeira › Gerir e Poupar https://decojovem. pt/pt/recursos/projeto/gerir-epoupar

Vai valer a pena. Votos de um bom ano de trabalho!


8 | Forum Estudante | set+out’21 /Escolas

Entre 13 e 30 de setembro, estima-se que as escolas portuguesas do 1.º ciclo do ensino básico realizem um total de 800 testes à Covid-19 por dia. Um total de 10 mil alunos deverá ser testado durante esta campanha.

Abertas mais 3000 vagas no superior Depois de, em 2021, 63 878 estudantes se candidatarem à primeira fase do Concurso Nacional de Acesso, o Governo anunciou que seria realizado um reforço excecional das vagas inicialmente disponibilizadas (cerca 52 mil vagas), com o objetivo de que “ninguém fique de fora”. As primeiras estimativas do MCTES apontavam para mais 2000 vagas, sendo que o resultado final se fixou nas 3080, um crescimento de cerca de 6%. Em comunicado, o Gover-

no esclareceu que 160 destas cerca de 3000 novas vagas surgem

em alguns dos cursos com maior concentração de alunos, tendo

em conta que quatro dos cursos com as médias de acesso mais elevadas em 2020/2021 estão incluídos nesta lista. Tal como no ano letivo passado, este reforço de vagas foi conseguido através da canalização para o Concurso Nacional de Acesso de vagas destinadas a concursos especiais (como de estudantes internacionais ou concurso para Maiores de 23 anos). Os resultados da 1.ª fase do CNA são conhecidos a 27 de setembro.

Escolas com regras de isolamento mais flexíveis A Direção-Geral da Saúde comunicou as medidas de contenção da pande-

mia da Covid-19, para o ano letivo 2021/2022. Grande parte das regras

de segurança sanitárias são mantidas, nomeadamente a obrigatoriedade da utilização de máscara a partir dos 10 anos, sendo as mesmas “fortemente recomendada” para os e as estudantes do 1.º ciclo. A principal novidade prende-se com a flexibilização das regras de isolamento, uma vez que, depois da deteção de um caso positivo, deixa de existir a obrigatoriedade de isolamento para toda a turma, uma vez que os contactos de baixo risco ou que testem negativo devem regressar às aulas.

Calendário Escolar 2021/2022 1.ª Período

› 14 a 17 de setembro até 17 de dezembro

2.º Período

› 3 de janeiro a 5 de abril (Interrupção letiva do Carnaval – 28 de fevereiro a 2 de março)

3.º Período

› 19 de abril a 7 de junho (11.º e 12.º ano); › 19 de abril a 15 de junho (5.º ao 10.º ano); › 19 de abril a 30 de junho (1.º ciclo e pré-escolar)

Missão Continente vai levar hábitos saudáveis a 600 escolas O programa Escola Missão Continente está de volta em 2021/2022 e com um âmbito de atuação alargado, chegando agora ao pré-escolar e ao 2.º ciclo do ensino bá-

sico, para além do 1.º ciclo. Ao longo do ano letivo, a iniciativa espera alcançar cerca de 600 escolas, através do desenvolvimento de atividades lúdicas, desafios

e visitas de estudo. Estas ações têm como objetivo promover um estilo de vida ativo, que inclua prática desportiva, uma alimentação saudável e um consumo

consciente. De acordo com números partilhados pela Missão Continente, durante o ano letivo passado, a iniciativa chegou a mais de 40 mil alunos.


9 | Forum Estudante | set+out’21 /Internet Segura Publirreportagem

#DigitalDecade4YOUth. A Europa unida pelos direitos dos jovens online Campanha coordenada pela rede europeia Insafe tem como objetivo ouvir jovens e adultos, na construção de uma estratégia para “uma melhor Internet para os jovens”. Depois de centenas de crianças e jovens terem sido ouvidos, é a vez de pais e professores serem convidados a participar (ver caixa). tas contribuições, juntamente com O que pode ser feito para garantir as respostas ao inquérito online, seque o mundo digital é adequado aos rão utilizadas para construir a nova desafios do futuro? E como podemos Estratégia BIK (Better Internet for promover, proteger e respeitar os Kids), que será adotada em 2022. direitos de todas as crianças e joNa base deste trabalho, destaca a vens quando estão online? Estas são rede Insafe, está o desejo algumas das perguntas de garantir que “o munde partida da campaVê o vídeo da campanha do digital é adequado ao nha #DigitalDecade#DigitalDecade4YOUth: futuro e permite a todos 4YOUth, que está a beneficiar das oporturecolher contribuinidades que oferece”. A ções até dia 11 de iniciativa enquadra-se outubro, através de na Década Digital da Euum inquérito online. ropa, que traça algumas O processo de ausculmetas até 2030. No caso tação envolve várias dos direitos digitais, fases e a participação estes objetivos focam do Centro Internet temas como a liberdade Segura (CIS). Até ao de expressão, a proteção momento, já foram dos dados pessoais e da ouvidas cerca de 750 vida privada, bem como a proteção crianças de toda a Europa, através da propriedade intelectual. da criação de 70 grupos de foco. Es-

Pais e educadores convidados a participar A campanha #DigitalDecade4YOUth convida todos os interessados, nomeadamente pais, professores e educadores, a participar num inquérito online sobre as prioridades na defesa dos direitos digitais dos mais jovens. As questões colocadas focam temas como as oportunidades e benefícios apresentados a crianças e jovens online, os desafios e riscos que podem enfrentar ou as políticas necessárias para se alcançar mudança efetiva. “As suas visões são essenciais, em conjunto com as de jovens e crianças, para moldar o trabalho sobre princípios digitais que se encontra a decorrer”, destaca a rede Insafe. Para participar, visite: www.betterinternetforkids.eu/ digitaldecade

Sabe mais em www.betterinternetforkids.eu


10 | Forum Estudante | set+out’21 /Escolas

Academia de Líderes Ubuntu nas escolas

Tornar os estudantes

agentes de mudança O projeto Academia de Líderes Ubuntu – Escolas Ubuntu destina-se a estudantes do ensino básico, secundário e profissional, criando líderes ao serviço das comunidades. Sabe tudo sobre esta iniciativa do Instituto Padre António Vieira (IPAV) que já envolveu em contexto escolar mais de 2600 jovens e 550 educadores. Tornar os estudantes agentes de mudança ao serviço da comunidade que “ajudem a construir sociedades mais inclusivas, justas e solidárias”. Esta é uma das ideias-chave do projeto de capacitação Academia de Líderes Ubuntu – Escolas Ubuntu, a iniciativa do IPAV que visa desenvolver e promover as competências pessoais, sociais e cívicas dos educadores e alunos participantes. Ao longo dos últimos dois anos, o programa já passou por mais de 70 escolas de todo o país. A Academia de Líderes Ubuntu conta com a participação de estudantes do

ensino básico, secundário e profissional e é desenvolvido a partir do modelo de liderança servidora, tendo como inspiração figuras como Nelson Mandela, Martin Luther King ou Malala Yousafzai. Inspirados por estas figuras, o programa inclui um enfoque especial nas capacidades para a liderança ao serviço das comunidades, desde logo, da comunidade educativa. Os trabalhos realizados têm por base um método desenvolvido pelo Instituto Padre António Vieira, que tem, ao longo dos últimos anos, “um impacto positivo comprovado, em crianças, jovens e adultos”, destaca

o IPAV. A filosofia Ubuntu está na base deste método – uma filosofia de origem africana que se traduz na expressão “Eu Sou Porque Tu És”, valorizando a interdependência e a solidariedade.

O Método Ubuntu A criação de uma narrativa que trabalha diferentes competências está na base do método Ubuntu. A partir desse passo, são desenvolvidas competências socioemocionais – como o autoconhecimento, a autoconfiança, a resiliência, a empatia e o serviço – que são vistas como “os pilares essenciais do Método Ubun-


11 | Forum Estudante | set+out’21 /Escolas

«A Academia de Líderes Ubuntu foi uma experiência única, intensa e transformadora. Fez-me perceber que não sou apenas eu, mas nós» Pedro Santos

«O Escolas Ubuntu representa representa a mudança, o autoconhecimento e a ligação com os outros» Ricardo Ferreira Aluno do Agrupamento de Escolas da Batalha

Aluno da Escola Secundária de Odemira

«A formação de líderes Ubuntu foi uma experiência incrível de autoconhecimento e de ligação ao outro. Pensar no outro, ver o outro, ser o outro para poder ser eu é uma mudança de vida!» Sandra Gerardo, Professora no Agrupamento de Escolas Ferreira de Castro, Sintra

tu”. “Estes valores que a Academia de Líderes Ubuntu transmite são muito mais importantes agora, quando se fala também de reconstruir, olhar o futuro com esperança”, destacou a vereadora da Câmara Municipal de Lisboa, Catarina Vaz Pinto, durante um dos eventos da iniciativa. Além dos estudantes, o programa aposta ainda na capacitação de docentes e educadores, tendo em vista uma replicação consistente do projeto. Através da parceria com Instituições de Ensino Superior e através do Conselho Científico e Pedagógico da Formação Contínua, esta capacita-

ção está acreditada para docentes do 1º, 2º e 3º Ciclo e Secundário, para a apropriação especializada da metodologia. Nesta formação, são disponibilizados todos os conteúdos didáticos e

O que é a Semana Ubuntu? Uma das ferramentas do Método Ubuntu consiste na realização de cinco dias de atividades dinamizadas em contexto escolar, durante o período letivo, pela equipa de educadores – a Semana Ubuntu. Os dias de atividade são consecutivos e integram diferentes temas: “Liderar como Mandela”, “Construir Pontes”, “Ultrapassar Obstáculos”, “Vidas Ubuntu” e “I Have a Dream”. Ao longo destes cinco dias, são realizadas atividades como dinâmicas, jogos, debates, reflexões individuais e coletivas, visualização de filmes e vídeos, partilha de testemunhos  inspiradores, entre outras.

audiovisuais, para que possam aplicar no terreno escolar com os participantes. Os educadores colocam depois em prática as aprendizagem durante a Semana Ubuntu (ver caixa). Com o intuito de manter e desenvolver a dinâmica Ubuntu na escola e na comunidade, cada escola envolvida cria ainda o seu Clube Ubuntu, dinamizado por alunos acompanhados por educadores. Entre outras atividades possíveis, os clubes serão convidados a dinamizar ações de voluntariado na escola e na comunidade e a representar a Escola na Rede Ubuntu Nacional.


12 | Forum Estudante | set+out’21 /Saberes

O regresso às aulas pela voz dos estudantes

«Aproveitem ao máximo as oportunidades» Gonçalo Sousa Leiria, 17 anos, 12.º ano Gonçalo Sousa diz-se entusiasmado para o início do novo ano letivo.

“Quero tirar o melhor proveito e cumprir todos os meus objetivos”, revela.

Durante o ano que se avizinha, planeia regressar aos treinos de ténis de mesa no clube da escola, que conjugará com um estudo que “varia entre 30 minutos a uma hora por dia”. Aos restantes estudantes, deixa uma mensagem: “Estudem e aproveitem ao máximo as oportunidades. Se queremos uma vida estável e com boas condições, temos de trabalhar para isso”.

«O stress é inimigo do sucesso»

Renata Vieira Póvoa do Lanhoso, 16 anos, 11.º ano “Para este ano letivo, espero um regresso mais tranquilo, no que toca à situação pandémica”, começa por contar Renata Vieira. Para além de tirar o melhor proveito das aulas, a estudante de 16 anos pretende participar em vários projetos escolares, nomeadamente no âmbito da associação de estudantes. Quanto ao estudo, uma das principais técnicas que utiliza envolve a ajuda de alguém lá de casa, conta: “Gosto

de ler em voz alta e, por vezes, explicar toda a matéria à minha mãe, para ajudar a reter informação”. A todos os

estudantes que se preparam para entrar no ensino secundário, Renata aconselha “não entrar em pânico”: “A transição pode ser difícil, por vezes, exigimos demasiado de nós e o stress é inimigo do sucesso. Mas se fizermos o nosso melhor, acabamos por ter bons resultados”.

«Com trabalho, somos capazes de tudo» Gabriela Barros 16 anos, Paredes, 11.º ano As expectativas de Gabriela para o presente ano letivo são “muito altas”. “Este

ano, vou dar tudo de mim”, assegura. Para

além das sessões de estudo em que privilegia a resolução de exercícios, a estudante participa no clube de vólei da sua escola, por ser uma forma de diversificar a vida de estudante, “encontrando uma distração”. A vida de estudante, destaca Gabriela, pode ser desgastante, o que a leva a querer deixar uma mensagem aos colegas de todo o país: “Nunca desistam e lutem pelos vossos sonhos. Com trabalho, nós somos capazes de tudo”.


13 | Forum Estudante | set+out’21 /Saberes

Quais as expectativas dos estudantes para este ano letivo? Que atividades planeiam realizar? E de que métodos de estudo não abdicam? A FORUM falou com alunos do ensino secundário de todo o país, partilhando os seus desejos para 2021/2022.

«Espero que não faltem ideias, foco e criatividade» Tiago Rocha 16 anos, São Pedro do Sul, 11.º ano O regresso à normalidade é o principal desejo de Tiago Rocha para o presente ano letivo, destacando a importância do contacto de proximidade e das realização de atividades desportivas ou recreativas. Em 2021/2022, o estudante espera reativar a associação de estudantes da sua escola, “para ajudar e dar voz aos alunos”. Para se adaptar ao nível de exigência mais elevado, o estudante conta ter apostado numa maior regularidade de trabalho, recorrendo ainda a técnicas como o “Pomodoro” [divisão do estudo em unidades de 30 minutos com cinco minutos de intervalo] e o estudo em voz alta. A todos os seus colegas, Tiago deixa uma mensagem de força:

“Temos de ultrapassar muitos problemas devido à Covid-19. Espero

que não faltem ideias, foco e criatividade para podermos avançar e desenvolver as nossas capacidades”.

«A Escola é uma oportunidade de aprendizagem que nos estão a oferecer» Ana Leonor Amado 16 anos, Batalha, 11.º ano Fazer uma melhor gestão do tempo, estar com os amigos e praticar exercício físico são alguns dos objetivos de Ana Leonor para este regresso às aulas. “Acima de tudo, espero que não voltemos para o ensino à distância. Para mim, é muito importante aprender presencialmente”, conta. Durante o ano letivo que agora inicia, a estudante planeia continuar na oficina de jornalismo da escola, bem como participar em projetos como o clube Ubuntu e o Desporto Escolar. A aluna de 16 anos revela apostar sobretudo em sessões de estudo ao longo da semana, recorrendo a métodos como o “Pomodoro” [divisão do estudo em unidades de 30 minutos com cinco minutos de intervalo] e o uso de música ambiente. Numa altura em que milhares de estudantes regressam à Escola, Ana Leonor deixa ainda uma mensagem. “Gostaria que a Escola não fosse vista como como algo obrigatório e chato. É uma oportunidade de aprendizagem que nos estão a oferecer”, conta, antes de concluir: “Para além disso, ninguém está na escola sozinho, por isso, não devemos ter vergonha de pedir ajuda”.

«Equilibrar os horários é essencial» Margarida Silva 16 anos, Póvoa de Lanhoso, 11.º ano A “normalidade pré-Covid” é o principal desejo de regresso às aulas de Margarida Silva, que tenciona participar em várias atividades extra-curriculares como um programa de tutoria ou o Clube Comunitário da sua escola, que foca iniciativas de voluntariado. Ao longo do ano letivo, o seu estudo divide-se entre as vertentes teórica (revisão e resumo da matéria) e prática (realização de exercícios e criação de flashcards), com especial atenção aos apontamentos realizados em aula. Para a estudante, é importante ter em conta que o tempo passa rapidamente, quando pensamos na melhor preparação:

“Quando damos conta, já estamos no fim do ano. Como tenho muitos hobbies, sei que é difícil equilibrar os horários. Mas é possível e, acima de tudo, essencial”.


14 | Forum Estudante | set+out’21 /Cinema

Duna

O regresso aos ecrãs, 37 anos depois Com estreia marcada para 14 de outubro, Duna revisita o clássico livro de ficção científica de Frank Herbert, décadas depois de David Lynch o ter feito (e falhado). À dimensão do desafio correspondem as expectativas elevadas do público. Título: Duna Estreia: 14 de outubro de 2021 Elenco: Timothée Chalamet, Zendaya, Josh Brolin Depois de, em 2016, alcançar o sucesso com o filme de ficção científica Arrival, o realizador canadiano Denis Villeneuve não teve receio de abraçar projetos desafiantes. No ano seguinte, seria a vez de realizar a sequela do filme de culto Blade Runner, 35 anos depois da estreia do original. Em 2021, é a vez de Duna ser revisitado,

37 anos depois do lançamento de uma versão criada por David Lynch que o incónico realizador americano chegou a descrever como “o único verdadeiro falhanço” da sua carreira. Tendo em conta este contexto, as expectativas já seriam, à partida, altas. Contudo, há ainda um elemento adicional nesta fórmula, que aumenta o desafio da tarefa. A obra original – o romance homónimo de Frank Herbert de 1965 – é considerado por muitos o livro de ficção científica mais popular (e mais vendido) do mundo. Simul-

taneamente, é também visto como uma obra muito difícil de adaptar ao cinema, tendo em conta sua estrutura, linguagem e complexidade.

A história de Paul Atreides Dune (ou “Duna” em português) conta a história do jovem nobre Paul Atreides, num momento em que a sua família se instala no árido planeta Arrakis, a única fonte em todo o universo de melange – a especiaria mais valiosa e procurada do universo pelos poderes que confere. A partir desta

premissa, integrada numa sociedade complexa, o enredo explora temas como a cultura humana e a relação com o ambiente, bem como o desenvolvimento de um jovem protagonista, ao bom estilo de um romance de aprendizagem ou bildungsroman. A versão de Denis Villeneuve conta com Timothée Chalamet no papel principal, acompanhado de nomes


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15 | Forum Estudante | set+out’21 /Cinema

Duna conta com Timothée Chalamet no papel principal, acompanhado de nomes como Zendaya, Jason Momoa, Josh Brolin, Oscar Issac, Javier Bardem ou Dave Bautista. como Zendaya, Jason Momoa, Josh Brolin, Oscar Issac, Javier Bardem ou Dave Bautista. Numa entrevista à Vanity Fair, em 2020, o realizador admitiu que este era “de longe o trabalho mais difícil” que já fez na vida. Os primeiros sinais parecem encorajadores, com uma ovação de cerca de oito minutos, na sua estreia oficial, em Veneza, no dia 4 de setembro. De qualquer forma, Villeneuve parece já estar a pensar numa sequela: “Se houver ‘luz verde’, estarei pronto para começar a filmar [a segunda parte] em 2022, de certeza”.


16 | Forum Estudante | set+out’21 /Ensino Superior

Como é viver numa residência de estudantes?

Entrar no Ensino Superior dá início a um novo desafio, que é ainda maior para aqueles que estudam deslocados. A par com a incerteza das colocações, em muitos dos casos, está a dificuldade em encontrar um local para habitar. Entre casas, quartos e residências, estas últimas, se forem públicas, são mais económicas e podem abrir as portas para uma experiência surpreendente. Falámos com estudantes de vários pontos do país, para saber mais. Por Joana Silvério Nas residências, os quartos são, geralmente, partilhados por dois estudantes, e a opção de ter um quarto individual pode só estar disponível nos anos seguintes, nem sempre existindo. As cozinhas são partilhadas e as casas de banho também, para a grande maioria dos quartos. Não faltam salas de estudo e espaços de convívio, mas as práticas

não são todas comuns, assim como a experiência dos estudantes, que depende das pessoas que com que traçam este percurso. Incontornavelmente, os últimos meses fugiram à regra e proporcionaram menos momentos coletivos, devido à pandemia por covid-19. As universidades e institutos politécnicos disponibilizam alojamento para os estudantes, para o qual os recém-colocados se podem candidatar depois

do período de inscrições e matrículas. O número de camas é limitado e varia consoante a instituição, mas os alunos com bolsa têm um lugar prioritário. Entre pontos positivos e negativos, uma das maiores vantagens, e a mais destacada pelos estudantes, é o preço a pagar pelo alojamento, que no caso dos bolseiros pode ser nulo. Sendo, garantidamente inferior, ao valor a pagar por um quarto numa casa.


17 | Forum Estudante | set+out’21 /Ensino Superior

“Sinto-me muito feliz e faria tudo igual” A primeira viagem pelas residências foi até à Covilhã, para conhecer Diogo, estudante de Medicina, que vive ali desde que entrou no ensino superior, em 2016. Por ele, já passaram muitos colegas de quarto, preferindo sempre dividir com novos residentes. Grande parte do seu tempo é passado nas salas de estudo, e Diogo recorda uma “tradição” da residência – às 3h, o grupo que estava a estudar saía da residência e ia até uma fábrica comprar bolos para um lanche noturno.

“Estar na residência melhora o meu estudo, é bom ter um espaço só para estudar e não ter de fazer tudo no quarto”, conta o estudante, explicando que é impossível alguém sentir-se sozinho, porque há sempre colegas com quem conversar: “Eu sinto-me muito feliz por ter vindo para a residência quando era caloiro, as vantagens de viver aqui são mesmo as pessoas que conhecemos e que marcam o nosso percurso”. Dos 5 anos passados na residência, leva consigo uma maior capacidade de aceitação e compreensão multicultural - antes da covid-19, até jantares com um prato de cada país faziam.

“Ajudou-me a integrar mais facilmente” Seguindo para norte, a segunda paragem realiza-se em Braga, para conhecer Rafaela, de 18 anos, que é também uma estudante deslocada. Depois de um primeiro ano na residência, a estudante agora procura uma casa. Não adorou a experiência e não criou grandes ligações com os colegas dali, mas sim com os do curso. “As residências são boas principalmente para quem está no primeiro ano, porque são mais seguras e acompanhadas. A mim, ajudou-me a integrar mais facilmente”, conta. A covid-19 não permitiu tirar o melhor partido desta experiência. Rafaela conta que a pandemia levou os estudantes a isolarem-se, e que esse foi um período difícil. Havia várias questões com as quais não estava tão confortável, sentindo-se melhor quando ia a casa de amigos: “Para mim, o estudo, por vezes, era mais difícil por causa do barulho, e tinha de pôr fones, mas chegou a ser também uma ajuda, o facto de estar na residência, porque fiz chamadas com colegas de lá e havia entreajuda”.


18 | Forum Estudante | set+out’21 /Ensino Superior

“A grande vantagem são as pessoas” “Se pudesse, voltava para lá” Voltando a descer, até à cidade dos estudantes, conhecemos Eva, de 23 anos, que completou a licenciatura em Farmácia em Coimbra. Eva lembra que adorou os anos na residência e garante que, “se pudesse, voltava para lá”. Agora, que foi viver para uma casa, conta que sentiu “uma grande falta de chegar e ter a quem contar as coisas, com quem rir”. “Na minha ala, nós criámos uma confiança muito grande umas com as outras, jantávamos e saíamos todas juntas. E havia um grande sentimento de proteção”, explica. Como não desenvolveu relações mais intensas, por falta de identificação, com as pessoas do curso, a residência era o seu escape, o sítio onde chegava e se sentia em casa. A cozinha era o local onde passava mais tempo, até para estudar, e sempre com companhia. “Acho que toda a gente devia passar pela experiência de viver numa residência, cresce-se muito e contacta-se com coisas que nunca mais iremos contactar, tanto boas como más”, conta a estudante, que lembra os momentos vividos na residência como os mais marcantes da licenciatura. Ali, no seio do seu grupo de amigas, não eram necessárias ocasiões especiais para jantarem todas juntas. Nos aniversários, havia sempre um presente e um bolo, “éramos mesmo muito íntimas”.

Setúbal foi a última etapa, para falar com Marisa, estudante de Fisioterapia, que vive há dois anos numa residência. Marisa viveu os primeiros meses sem as consequências da pandemia, o que dividiu a experiência em dois momentos distintos. Agora, os quartos duplos tornaram-se individuais e aquele local sabe menos a casa do que soube anteriormente. “A grande vantagem de viver na residência é o preço, mas são também as pessoas. A maioria das pessoas mais próximas de mim, conheci na residência”, conta. A estudante sente que existe uma maior proximidade vivendo neste ambiente, particularmente entre as pessoas que dividem cozinha. De manhã, havia um grupo que se reunia para ir para a escola, e, depois das aulas, as atividades não faltavam. Juntavam-se todos nos quartos uns dos outros, ou só para beber chá, sair e até mesmo passar o serão a jogar às cartas. A paciência foi uma das características que ali trabalhou e melhorou, principalmente no que toca ao incumprimento das responsabilidades de limpeza dos espaços comuns. Mesmo dentro do quarto, a experiência foi mais complicada ao início, mas na maior parte do tempo a relação era boa, conclui: “Antes de escolher entre uma casa ou uma residência, o estudante deve ter em conta as possibilidades económicas e as condições das casas, porque algumas não compensam em relação à residência. Para além de que podem sempre experimentar e, se não gostarem, não voltam a repetir a experiência”.



20 | Forum Estudante | set+out’21 /Inside Job

A rubrica Inside Job vai dar-te a conhecer mais sobre profissões, durante os próximos meses. Conhece por dentro mais dos ofícios de áreas muito distintas.

O que faz um/uma Educador/a de Infância? Que funções?

Como o nome indica, o ou a Educador/a de Infância tem como responsabilidade orientar e apoiar a classe infantil (definida entre os quatro meses e os cinco anos de idade). Como tal, estes e estas profissionais procuram fomentar o desenvolvimento físico e intelectual das crianças, estimulando-as a descobrir a sua individualidade, ao mesmo tempo que lhes desperta o interesse para o contacto com os outros. Para o efeito, desenvolve atividades de aprendizagem e diversos tipos de jogos lúdicos, contando ainda com o apoio de um/a ou mais auxiliares. O seu trabalho é feito em proximidade com os pais ou encarregados de educação, procurando que o desenvolvimento da criança seja integrado e adequado

às suas condições específicas. De resto, a compreensão das necessidades particulares das crianças são a base a partir de qual o educador ou educadora de infância desenha o plano educativo que irá concretizar, bem como avaliar.

Que requisitos?

Para desempenhar estas funções será importante, antes de mais, gostar de estar e trabalhar com crianças, bem como possuir um elevado grau de responsabilidade, criatividade e disponibilidade constante. Resiliência para superar obstáculos, procurando estratégias alternativas para a solução de problemas, será também essencial. De igual forma, o educador ou educadora de infância deve ter a capacidade de estimular as crianças e despertar-lhes interesse para

o contacto com os outros. Como tal, deve estar atento às novidades e tendências, dominando os assuntos de interesse e possibilidades de inovação (a utilização de soluções tecnológicas é, hoje em dia, um exemplo relevante). Por fim, estes e estas profissionais devem ser especialistas em pedagogia e estar preparado para saber responder às necessidades e à curiosidade natural das crianças.

Onde exercer?

A profissão pode ser exercida em creches e jardins de infância, centros de atividades de tempos livres para crianças em idade escolar e pré-adolescentes, colónias de férias, bibliotecas infantis, serviços e museus, serviços de pediatria em hospitais e clínicas; centros para crianças em risco, entre outros.


21 | Forum Estudante | set+out’21 /Inside Job

O que faz um/uma Economista? Que funções? Os e as economistas têm como principais tarefas delinear previsões, desenvolver projetos e dar pareceres (a partir da análise dos dados económicos de que dispõe), estudando os fenómenos relacionados com a produção, distribuição e consumo de bens. Estas tarefas têm como objetivo resolver problemas financeiros, económicos e administrativos em qualquer ramo da atividade humana, seja na agricultura, na indústria, no comércio ou no sector dos serviços. Alguns exemplos de tarefas realizadas podem ser análises de mercado e auditorias a empresas ou instituições, bem como o estudo de questões económicas em grande escala, por exemplo. Nesse sentido, os economistas podem trabalhar na área de Finanças Públicas, estudando a definição da

política económica de um país ou município, elaborando de estudos, pesquisas e trabalhos sobre a entrada e saída de recursos e analisando as consequências económicas e sociais das medidas a serem tomadas. Já na área de Tecnologia e Desenvolvimento, estes profissionais estudam a avaliação dos impactos económicos e sociais do desenvolvimento tecnológico e da introdução de novos produtos no mercado. Podem ainda fazer a análise de diversos aspetos do mercado de trabalho, como por exemplo as consequências da introdução das novas tecnologias na produção e no nível de desemprego.

Que requisitos? Um ou uma economista deve possuir uma grande capacidade de

organização, observação e análise, bem como conhecimentos de História, Matemática e escrita. A facilidade em interpretar documentos financeiros será também relevante, bem como boa capacidade de comunicação, de forma a partilhar os resultados das suas investigações de forma simples, clara e concisa.

Onde exercer?

Os sectores financeiro e bancário são dos dos principais empregadores destes profissionais. Há ainda lugar nos ministérios, nos organismos comunitários, na indústria, em empresas de consultadoria e auditoria, em gabinetes de estudos económicos; no planeamento e direcção (serviços públicos) e na carreira universitária.


22 | Forum Estudante | set+out’21 /Pancadas

Entrevista a Nuno Álvares Pereira:

“É óbvio que a tática do quadrado é superior ao 4-3-3" Santo Condestável, São Nuno de Santa Maria, Nuno Álvares Pereira ou simplesmente Nun’Álvares. São muitas as formas como este general do século XIV é conhecido, como é conhecido o seu papel fundamental na independência portuguesa. Em entrevista à FORUM, depois do seu treino diário, em modo de flash interview, o estratega faz um balanço da sua carreira e tece alguns comentários sobre… futebol. Nasceu em Cernache do Bonjardim, em 1360. Quando é que a ligação militar surgiu na sua vida? [ofegante] Começou muito cedo, aos 13 anos. Na altura, as pessoas olhavam para mim e já diziam: “este miúdo vai longe, se não se estragar nem tiver lesões”. Sempre dei tudo pela vida militar, estudando as táticas para agradar aos portugueses, que são o mais importante. Isso e pensar batalha a batalha, claro. Foi por isso que consegui ter uma carreira longa e de sucesso: depois de começar por ser escudeiro da rainha D. Leonor Teles, cheguei à figura máxima do exército – que na altura se designava como Condestável do Reino. O que é que nos pode contar sobre a famosa Batalha de Aljubarrota? Foi uma vitória muito importante, em que superamos as dificuldades criadas pelo adversário. Batalhámos com menos homens, mas soubemos executar o plano que treinámos durante a semana. O segredo esteve em contornar a inferioridade numé-

rica com a aplicação da tática do quadrado, ganhando o meio-campo ao adversário e criando zonas de pressão inesperadas. É a prova de que há três coisas importantes neste mundo: trabalho, trabalho e arqueiros. Nuno Álvares Pereira teve um papel importante, ao aplicar essa tática que tinha aprendido com forças inglesas… Eu não vejo as coisas dessa forma. O Nun’Álvares é só mais um, encara cada batalha como a última, e está ao serviço do reino e dos súbditos. Essa é a forma de não perder o foco e a humildade. A carreira militar é curta e temos de estar preparados para tudo. Foi por isso que, já no século XV, me tornei membro da Ordem dos Carmelitas, distribuindo esmolas e refeições pelos mais necessitados. De tal forma que, em 2009, fui oficialmente

canonizado, tornando-me o Santo Condestável. Para terminar, tem algum comentário a tecer sobre a modernidade? Atualmente, as batalhas travadas entre povos e nações parecem ser de outra ordem, normalmente associadas, tanto quanto me disseram, a um conjunto de pessoas que chutam uma bola. Coisa estranha, não é? Ligo a televisão e tudo o que vejo são pessoas a comentar “táticas” e “estratégias” com “ataques pelos flancos”, “tiros do meio-campo” e “armas secretas” no banco. Ouço muita coisa, mas há algo que queria destacar. É óbvio que a tática do quadrado é superior ao 4-3-3.


23 | Forum Estudante | set+out’21 /Fama

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Entrevista por Joana Silvério | Fotografias de Humberto Lopes


24 | Forum Estudante | set+out’21 /Fama

Começaste a fazer vídeos para o YouTube com que idade? Acho que foi em 2016, quando estava no 7.º ano. Na altura, não publicava vídeos com regularidade, publicava cerca de um por mês. E eram vídeos muito aleatórios, nem sabia bem o meu rumo, inspirava-me muito no que via no YouTube. Não tinha o meu nicho, o meu conteúdo. Agora sei o que gosto de fazer e aquilo que o meu público gosta de ver. Na altura, ia só experimentando vídeos aleatórios.

«Partilhar conteúdos sobre estudo acaba por acontecer organicamente, e é algo que já percebi que as pessoas gostam de ver». Quem eram as tuas referências ao início? Eram sobretudo canais do YouTube português. Tinha muitas referências, sobretudo raparigas youtube. Uma delas era a Sofia Barbosa e também gostava muito dos vídeos da Mafalda Sampaio. Comecei por aí, mas entretanto fui descobrindo todo um novo mundo. Neste nicho de vídeos lifestyle há poucos rapazes e acho que, de certa forma, fiz um bocadinho a diferença. Agora, interesso-me muito pelo mercado americano e não só. Há muita gente a criar conteúdos em inglês que me inspiram e que oferecem novos pontos de vista. O que é que te levou até ao YouTube? Foi muito rápido. Quando comecei a ver youtube, senti “gostava mesmo de fazer isto”. Não comecei imediatamente porque, para os meus pais, era estranho o facto de ser tão novo e querer começar a publicar conteúdos, expondo-me para toda a Internet. Mesmo antes de começar a produzir vídeos para o YouTube, tinha o hábito de estar sempre a gravar tudo, a tirar fotografias – mesmo coisas que aconteciam em família, por exemplo. Já gravava alguns vídeos em que tentava replicar em casa coisas que via no YouTube. A certa altura, achei que devia começar a publicar. Sentes que tens muitas pessoas que se identificam contigo? Sim, acho que sim. Pelo menos, recebo mensagens de pessoas que

gostam dos meus conteúdos porque se identificam com aquilo que eu faço. O facto de eu estar na Escola também é uma ajuda. Muitos dos youtube que eu via já saíram da faculdade, já têm uma família, já têm uma vida adulta. Isso faz com que, se calhar, as pessoas da minha idade não se identifiquem tanto com eles, mas sim com youtube da minha idade – como a Maggy ou a Inês Teixeira – que fazem conteúdos que ligados à vida de estudante. Muitos dos teus conteúdos são sobre estudo: as horas que estudas, os locais onde estudar, como estudar, que materiais utilizar… Exato. E acho que também consigo inspirar ou motivar pessoas que podem não se sentir tão inspiradas para o estudo. Através das coisas que vou dizendo e mostrando o que faço, as pessoas podem pensar “se calhar também posso começar por aqui”. Isso pode inspirá-las para estudar ou para se dedicarem mais à escola. Sinto-me orgulhoso quando recebo mensagens de seguidores que me contam que conseguiram subir as notas, ou que estão motivados. Pode dizer-se que queres tornar o estudo uma tendência? Sinto que tudo o que for fazendo ao longo da minha vida será sempre o meu conteúdo. Às vezes, quando me perguntam se gostava de ser criador de conteúdos a tempo inteiro, até fico com receio porque sinto que não teria conteúdo para gravar (risos). Os meus conteúdos são à volta da minha vida – o que faço e o que estudo. Partilhar conteúdos sobre estudo acaba por acontecer organicamente, e é algo que já percebi que as pessoas gostam de ver.

«Sinto-me orgulhoso quando seguidores me contam que conseguiram subir as notas» É também uma motivação para o teu próprio estudo? O meu primeiro vídeo sobre estudo correu super bem e comecei a explorar mais esse tipo de conteúdos. Agora, o YouTube acaba por ser uma motivação para eu próprio estudar. Por vezes, posso não estar tão motivado, mas como estou a gravar, já há uma


25 | Forum Estudante | set+out’21 /Fama

certa motivação. Acaba por tornar o estudo mais giro e interessante. Que conselhos é que dás aos estudantes para conseguirem melhorar as notas ou terem mais motivação para estudar? Primeiro, que vejam os meus vídeos! (risos) Quanto a conselhos, sinto que isto vai ser um pouco cliché, mas a atenção nas aulas é mesmo importante. Quando às vezes “peco” e estou desatento, chego a casa e vejo que não sei nada sobre aquela matéria, enquanto que outra pessoa que esteve atenta na aula quase nem precisa de estudar. Sem atenção na aula, o estudo vai ser muito menos produtivo porque, quando chegamos a casa, temos de estudar o dobro ou o triplo. A atenção é mesmo importante. Depois, temos de encontrar o nosso método de estudo. Tu tens o teu estudo organizado diariamente, estudas todos os dias? Depende muito dos testes que estão marcados. Quando tenho vários testes numa semana, acabo por definir horários de estudo, para dividir bem as disciplinas. Tento também ir revendo, ao longo de todo o ano, a matéria que vou aprendendo nas aulas. Uso uma aplicação no telemóvel e computador que é o Notion e consigo organizar tudo a partir daí. Costumas estudar muito fora de casa? Na altura dos exames, gosto de ir para bibliotecas, jardins, esplanadas ou cafés. Gosto muito de ir para bibliotecas como esta [Biblioteca Nacional]. Não sendo perto de minha casa, é calma e tem um jardim grande. E acho que é muito bom poder estar com outros estudantes. Em casa, quando estamos sozinhos, pode faltar alguma motivação. Na biblioteca, há a parte positiva de nos motivarmos uns aos outros. Podemos tirar dúvidas, pedir ajuda… Como é conciliar o estudo com as tarefas de youtuber? Por vezes, é difícil de me organizar por causa do YouTube. Porque a escola é o que eu tenho de fazer e é uma grande prioridade, mas o YouTube torna-se cada vez mais uma prioridade. Se tiver um teste amanhã e um vídeo para publicar, nem sei como distribuo o meu tempo. Tenho de organizar-me muito bem e dividir as tarefas. Vou fazendo um malabarismo e vou-me desenrascado. Pelo

menos, tem corrido bem nas duas partes, tenho conseguido não falhar com nenhuma. Contaste, num dos teus vídeos, que tiveste um 11.º ano muito difícil... Sim, foram muitas disciplinas, muita matéria, e a pandemia não facilitou nada. Quando estávamos mesmo em confinamento, o ritmo foi mais relaxado, apesar de haver muitos trabalhos e apresentações. Mas, quando voltámos, houve um acumular de testes. Acabou por ser muito puxado porque eram coisas longas para fazer, em grupo. Mas finalmente acabou, e acabou bem – até me sinto concretizado!

«O YouTube acaba por ser uma motivação para eu próprio estudar […] Acaba por tornar o estudo mais giro e interessante» Também já contaste que os teus professores gostam de ver os teus vídeos. Isso resulta em alguma pressão? Há uma certa pressão. Quando um professor me diz que gosta de ver os meus vídeos, eu fico: “okay, não posso falar mal desta disciplina” (risos). Mas depois também sinto que tenho de ser transparente para os meus seguidores. Não vou dizer que adoro uma disciplina, quando não é aquela de que mais gosto. Tento encontrar esse equilíbrio. Que tipo de aluno és? És um aluno que participa muito nas aulas? Sou o tipo de aluno mais calado nas aulas. Não gosto muito de apresentações, sinto-me algo envergonhado. Para mim, falar é com a câmara, sem ter pessoas à frente (risos). Quando estou a falar para uma câmara, nem tenho noção da quantidade de pessoas que está do outro lado. É como se estivesse a falar para um amigo. O que esperas deste ano letivo? Espero que seja um ano letivo relaxado, em que possa ter tempo para mim – para a Escola, para o YouTube e para descansar. Durante o último ano letivo, por exemplo, praticamente não vi séries durante o ano. Não tinha grande tempo para mim, entre a Escola e o YouTube. Espero que seja um ano mais relaxado, sem grandes stresses. E com aulas presenciais.


26 | Forum Estudante | set+out’21 /IEFP Publirreportagem

EuroSkills Graz 2021

“Nós somos competência” Sabe tudo sobre o maior evento de educação e formação profissional da Europa que, este ano, se realiza na Áustria, de 22 a 26 de setembro.

Organizado de 2 em 2 anos, o EuroSkills reúne centenas de jovens com idade inferior a 25 anos, dos vários países Europeus, que competem pela oportunidade de ganhar uma prestigiada medalha na respetiva profissão. Este ano, de 22 a 26 de setembro de 2021, vamos assistir a 48 profissões em competição e demonstração, agrupadas em seis setores da indústria. Pela primeira vez, desde a criação do EuroSkills, este Campeonato Europeu terá lugar na Áustria. O EuroSkills é o evento principal da WorldSkills Europe, uma associação sem fins lucrativos que promove a educação e a formação profissional, numa lógica de resposta às necessidades da indústria e chama a atenção para a importância da existência de trabalhadores qualificados. Atualmente, a organização, da qual Portugal é membro fundador, por via do IEFP/WorldSkills Portugal, é composta por 31 países, que enviam regularmente concorrentes para o campeonato europeu das profissões.

avaliam os desempenhos muito de perto. No último dia, todas as tarefas são avaliadas e os vencedores em cada profissão, bem como o melhor concorrente europeu, são conhecidos durante a cerimónia de encerramento. O EuroSkills é realizado a cada dois anos num dos países membros.

O que vai acontecer no EuroSkills Graz 2021? A 7.ª edição do campeonato europeu das profissões vai focar-se na demonstração das competências profissionais de jovens qualificados, que após várias etapas de pré-seleção, competem em 48 profissões diferentes, distribuídas por seis categorias. Ao longo dos três dias de competição, os participantes vão executar tarefas previamente definidas e posteriormente avaliadas por especialistas nas diversas áreas. Os critérios são rígidos e os jurados

A participação Portuguesa A comitiva portuguesa é composta por 18 jovens, que vão competir em 15 profissões. Estes participantes chegaram a esta fase depois de ultrapassarem várias etapas e de terem sido selecionados pelo seu bom desempenho no campeonato nacional das profissões que decorreu em Setúbal, em fevereiro de 2020 (ver caixa). A comitiva portuguesa integra, ainda, 21 jurados (8 dos quais com funções de presidentes de júri/presidentes de júri assistentes) em 21 profissões. Recorde-se que no anterior campeonato europeu, que decorreu em Budapeste, no ano de 2018, Portugal ficou na 8.ª posição entre 28 países europeus. Conquistou, na altura, 3


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medalhas de bronze nas profissões de CNC, Refrigeração e Ar Condicionado e Robótica Móvel e 6 medalhas de excelência em CAD, Controlo Industrial, Gestão de Redes Informáticas, Mecatrónica Automóvel, Mecatrónica Industrial e Tecnologias da Moda. Este ano, e após a realização de 4 semanas de estágio, onde toda a equipa esteve reunida em ambiente de campeonato simulado, a organização da WorldSkills Portugal revela estar confiante de que vai ser uma participação de excelência e de superação.

Nome João Pedro Ferreira e Rodrigo Costa João Paulo Teixeira João Dinis Ferreira Pedro Ribeiro José Perry Edgar Monteiro Pedro Cunha Jéssica Bastos Seomara Cabrita Beatriz Julião e Niuka Oliveira Samuel dos Santos Benedita Rua Hugo Geraldo Messias Rodrigues e Alexandre Rangel Bruno Reis

Um campeonato seguro Após o adiamento por um ano, devido ao COVID-19, a organização do EuroSkills está confiante nas medidas de segurança implementadas. O local da competição, o Schwarzl Freizeit Zentrum, tem aproximadamente 70 000 m² e foi escolhido por ter sido considerado o mais adequado para receber um campeonato europeu de profissões nas condições atuais. Em conformidade com as exigências das autoridades públicas austríacas, a abordagem geral do conceito de prevenção COVID-19 no EuroSkills Graz

Profissão Mecatrónica (prova em equipa de 2) CAD Fresagem CNC Soldadura Eletrónica Controlo Industrial Marcenaria Cabeleireiro Estética Tecnologias da Moda (prova em equipa de 2) Cozinha Serviço de Mesa e Bar Refrigeração e Climatização Gestão de Redes Informáticas (prova em equipa de 2) Desenho Gráfico

2021, está em linha com estes 3 conceitos: Testado, Vacinado ou Recuperado, o que significa que qualquer participante terá de cumprir, obrigatoriamente, um dos requisitos. Adicionalmente, todos os participantes serão testados a cada 48 horas. No atual cenário, prevê-se um máximo de 20 000 visitantes por dia, distribuídos por 3 turnos. Admite-se, assim, um número máximo de 7 000 pessoas no local em simultâneo. Podes acompanhar a participação e resultados da equipa portuguesa nas redes sociais da WorldSkills Portugal.

Entidade Formadora CENFIM - Torres Vedras CENFIM - Ermesinde IEFP - Águeda ATEC - Palmela CINEL - Lisboa CENFIM - Trofa CFPIMM IEFP - Rio Meão IEFP - Barlavento MODATEX – Lisboa / Porto INSIGNARE - Associação de Ensino e Formação EHT do Douro-Lamego CENFIM - Porto ENTA - Escola de Novas Tecnologias dos Açores IEFP - Coimbra

Site: worldskillsportugal.iefp.pt Facebook: www.facebook.com/WorldskillsPortugal Instagram: www.instagram.com/worldskills_portugal YouTube: www.youtube.com/channel/UCrfETx2HxX15LHX17vSrA3w


28 | Forum Estudante | set+out’21 /IPDJ Publirreportagem

No Jamor, deu-se o tiro de partida para a Semana Europeia do Desporto Será entre 23 e 30 de setembro que o IPDJ coordena em Portugal a sétima edição da Semana Europeia do Desporto, com iniciativas em todo o país, sob o mote #BeActive. Na sessão oficial de lançamento, a 10 de setembro, foi possível conhecer o programa, ouvir os embaixadores da iniciativa e assinalar simbolicamente o seu início.

“[O desporto] promove a paz e aproxima os povos, sendo inclusivo, ao promover também a igualdade e o humanismo” João Paulo Rebelo, secretário de Estado da Juventude e do Desporto

Foi o presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), Vítor Cavaco, que deu as boas-vindas aos presentes, durante a sessão de apresentação da Semana Europeia do Desporto, no Centro de Alto Rendimento do Jamor, em Oeiras. “Estamos num local que é um espaço de trabalho para muitos atletas”, destacou o dirigente do IPDJ, sublinhando a afinidade dessa realidade com os objetivos da iniciativa europeia aí apresentada – “sensibilizar e chamar à atenção para a importância da atividade física e prática desportiva”. Em 2021, realiza-se a sétima edição da Semana Europeia do Desporto, uma iniciativa que tem, por isso, em Portugal, “um programa consolidado”, realçou Vítor Cavaco. Ao longo dos últimos anos, a criatividade e inovação têm também marcado a SED, acrescentou, nomeadamente na superação dos obstáculos colocados pela pandemia da Covid-19. Indepen-

dentemente do contexto, o objetivo continua o mesmo, garantiu: “O que queremos é uma população mais ativa, que se mexa de forma criativa, seja em contexto escolar, formal ou informal”. Depois da exibição de um vídeo de apresentação da Semana Europeia do

Os números da Semana Europeia do Desporto Desde 2016, já se realizaram cerca de 6500 atividades no âmbito da Semana Europeia do Desporto em Portugal. Uma tendência de crescimento interrompida em 2020, explicou a vice-presidente do IPDJ, Sónia Paixão, devido ao contexto pandémico. Ainda assim, durante o ano passado, a comunicação da iniciativa alcançou mais de 1 milhão de portugueses, com cerca de 1200 atividades em 150 municípios.


29 | Forum Estudante | set+out’21 /IPDJ

Desporto, foi a vez da vice-presidente do IPDJ, Sónia Paixão, partilhar alguns dos resultados alcançados ao longo dos últimos anos nesta iniciativa (ver caixa) e revelar algumas das atividades programadas de 23 a 30 de setembro, que se espalham por todos os distritos do país. Por

“O que queremos é uma população mais ativa, que se mexa de forma criativa, seja em contexto escolar, formal ou informal” Vítor Cavaco, presidente do IPDJ essa razão, a vice-presidente do IPDJ destacou o trabalho realizado pelas cinco direções regionais deste instituto, em articulação com as autarquias e parceiros. A mensagem a passar, através das atividades realizadas, realçou, é a de que “é possível alcançar uma melhor qualidade de vida, através da prática desportiva”.

o programa nacional integra temas diários, como desporto na Escola (24 de setembro), desporto em família (25 de setembro), desportos náuticos e outdoor (26 de setembro), desporto inclusivo (27 de setembro), desporto sénior (28 de setembro) ou desporto no trabalho (29 de setembro). Podes saber mais sobre o programa, visitando beactiveportugal.ipdj.pt. Em cada um dos dias, há atividades de âmbito local e nacional que são realizadas, como dias abertos para experimentação de modalidades, corridas ou caminhadas, campanhas de estímulo à prática da atividade desportiva em instituições e empresas ou distribuição de kits desporti-

Oito dias de atividade A Semana Europeia do Desporto realiza-se simultaneamente em 46 países. No dia 23 de setembro, decorre a abertura oficial, em Bled, na Eslovénia. A partir daí, os oito dias que se seguem serão dedicados a várias dimensões da atividade física e prática desportiva. Durante a sessão de apresentação no Jamor, Sónia Paixão detalhou a forma como

“É possível alcançar uma melhor qualidade de vida, através da prática desportiva” Sónia Paixão, vice-presidente do IPDJ

Fica a saber mais sobre as iniciativas do IPDJ

/ IPDJip

/ipdj_ip

/IPDJ_IP

vos. No dia 30 de setembro, realiza-se ainda o II Fórum Nacional de Desporto para Todos que explorará temas como o desporto inclusivo, a importância das mulheres no desporto e a partilha de boas práticas.

Pela voz dos embaixadores A sessão contou ainda com a subida a palco de alguns dos cerca de 25 embaixadores que promovem a Semana Europeia do Desporto em Portugal. “É um prazer ver esta família a crescer”, afirmou o antigo judoca Nuno Delgado, uma das primeiras personalidades do desporto nacional que se associou a esta iniciativa. Os vários embaixadores partilharam as suas expectativas para a edição de 2021 da SED, destacando a importância da iniciativa. A mesma ideia foi depois reforçada pelo secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo. “Estamos a trabalhar para a sociedade e para um mundo melhor”, afirmou o membro do Governo, destacando o papel do IPDJ e dos embaixadores. O desporto, sublinhou, “promove a paz e aproxima os povos, sendo inclusivo, ao promover também a igualdade e o humanismo”. Num contexto de uma “sociedade mais sedentária”, concluiu, estas iniciativa responde à “urgência” de promover a atividade física. A sessão de apresentação terminou com uma pequena corrida que assinalou simbolicamente o arranque da Semana Europeia do Desporto. Depois de um curto aquecimento, foi dado o tiro de partida. A pistola de largada esteve nas mãos de Luís Figueiredo, vice-presidente da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) e árbitro internacional de partida. “Foi um tiro diferente e importante”, disse à FORUM, antes de acrescentar: “esta semana pode e deve fomentar o desporto para todos”.


30 | Forum Estudante | set+out’21 /Transforma Portugal

TRANSFORMA

Pets & Friends Os cães não conhecem o isolamento Levar o cão à rua é um hábito inadiável na vida de quem tem este amigo de quatro patas em casa. E se toda a família estiver em isolamento profilático? O “Pets & Friends” resolve o problema. Por Rúben de Matos

Os confinamentos trouxeram mais tempo para estar em casa, e também para estar com os animais. Se nem todos são iguais, sabemos que os cães, especialmente, precisam sempre do seu passeio diário fora de casa. Com mais ou menos tempo, lá se arranja um furo na agenda para o conseguir. Em certas condições, durante a pandemia da Covid-19, realizar esse momento pode tornarse impossível. O cenário é hipotético, mas está longe de ser raro nos últimos meses. Numa casa onde toda uma família testou positivo à Covid-19, ou onde alguns estão infetados e outros têm que ficar em isolamento profilático, o que fazer quanto ao passeio diário do cão? A pergunta começou a pairar na cabeça de Sofia Gonçalves, de 20 anos, quando se deparou com um caso desses na família. A estudar Gestão de Atividades Turísticas no Politécnico do Porto, o surgimento do Transforma Portugal e o mote depois lançado pela Associação de Estudantes da qual faz parte permitiu dar início ao “Pets & Friends”. O movimento solidário chega agora a toda a Área Metropolitana do Porto, com o objetivo de tornar possível os passeios de animais cujos donos estão infetados ou em isolamento profilático. Os voluntários rondam os 20 anos e chegaram também por via da plataforma disponibilizada pelo Transforma Portugal. “Temos um papel importante de responsabilidade social. Queremos que as pessoas não se sintam tentadas a quebrar o isolamento, por não terem sintoma nenhum ou

“Acho que estamos a perder um bocadinho o que é ser humano. E ser humano é ajudar os outros da forma mais básica que conseguirmos, como fazemos com o Pets.”

por sentirem que podem nem estar infetadas”, destaca a estudante. Está já apontada uma meta a cumprir em breve: chegar a ainda mais pessoas que possam querer usufruir do projeto. Essa responsabilidade faz-se também sentir no tipo de conteúdos que a equipa continua a partilhar nas redes sociais da iniciativa. A ligação entre os voluntários disponíveis e aqueles que se inscrevem no projeto é importante, mas a equipa quer também ajudar a desconstruir alguns mitos que existem sobre determinadas raças, ou até alertar para o aumento exponencial da venda ilegal de animais durante os últimos tempos. Este é um projeto de compromisso que, conclui Sofia, lhe permita ganhar um conjunto de competências para o futuro, também a nível pessoal: “Acho que estamos a perder um bocadinho o que é ser humano. E ser humano é ajudar os outros da forma mais básica que conseguirmos”.


A voz dos estudantes que fazem voluntariado. Nesta edição, trazemos-te as histórias de mais dois projetos apoiados pelo movimento Transforma Portugal. Em breve, a Forum vai publicar o Guia do Voluntariado, publicação que te vai dar a conhecer outros exemplos  de ações e iniciativas de estudantes que fazem a diferença no terreno. Sabe mais em transformaportugal.pt

Reciclar Saúde Ajudar e receber Sempre estiveram numa situação de vulnerabilidade. Agora ainda mais. “Reciclar Saúde” é a iniciativa que pretende ajudar os sem-abrigo de Lisboa e, ao mesmo tempo, tirar grande parte do lixo das ruas. Se, para alguns, férias são isso mesmo, para Diana Rosa e duas colegas do curso de Psicologia a definição da palavra é um bocadinho diferente. Terminado o primeiro semestre e com dois meses de férias pela frente, a abertura de candidaturas do Transforma Portugal fez nascer uma perspetiva de que, pelo menos, iam ter algo com que se entreter nos próximos tempos. O ponto de partida pode ser traduzido em duas questões simples: “Como é que podemos ajudar os sem abrigo? E como é que podemos ajudar o planeta?”. A resposta surgiu com o “Reciclar Saúde”. A plataforma disponibilizada pelo Transforma ajudou a recrutar voluntários, o que permite que a equipa esteja divida em duas frentes na cidade. Diana destaca ainda o apoio dado pela Comunidade Vida e Paz, que ajudou a identificar os sem-abrigo que poderiam ser ajudados pelo projeto. Duas equipas no Cais do Sodré ou em Santa Apolónia, no Rossio ou na zona da Avenida Almirante Reis, distribuíram kits de proteção contra a Covid-19 e alimentos. A equipa de voluntários recolheu ainda o lixo que possa estar acumulado para depois

“Os sem-abrigo conversam e ficam sempre agradecidos. No início tinham receio, o que é normal. Não sabiam quem éramos, nem quais eram as nossas intenções. É também uma forma de se protegerem pelas histórias complicadas que alguns já viveram” fazer a reciclagem. Neste campo, a separação das rolhas permite até já ajudar quem se pode servir desse material para conseguir pagar tratamentos de saúde. Apesar de não haver uma história igual, o sentimento é sempre o mesmo. “Os sem-abrigo conversam e ficam sempre agradecidos. No início tinham receio, o que é normal. Não sabiam quem éramos, nem quais eram as nossas intenções. É também uma forma de se protegerem pelas histórias complicadas que alguns já viveram”, conta a jovem de Sintra.


32 | Forum Estudante | set+out’21 /Redescobrir a Terra

Conhece o que o Redescobrir a Terra tem preparado para ti este ano letivo Eventos educativos, academias de atividades e programas escolares são as principais oportunidades que o programa Redescobrir a Terra reserva para este ano letivo. Sabe mais sobre cada uma delas.

#1 Dia Nacional de Agricultura na Escola A primeira edição do Dia Nacional de Agricultura nas Escolas realizou-se em 2017. Desde então, neste dia, são mobilizadas escolas do 1.º ao 12.º ano de todo o país, para a realização de atividades de divulgação e promoção da agricultura junto dos seus alunos. A cada ano, em média, participam no DNAE cerca de 200 escolas de todo o país, sendo que cada edição tem um foco num tema em específico. Em 2021, este dia vai realizar-se em

novembro, em data a anunciar. Neste dia, estudantes e instituições de ensino assinalam a importância da agricultura para um desenvolvimento sustentável, despertando potenciais vocações para o setor. Workshops, exposições, passatempos ou encontros com profissionais são apenas alguns dos exemplos de ações já realizadas ao abrigo desta iniciativa da Forum Estudante e da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP). Todas as escolas estão convidadas a participar nesta iniciativa. Em 2020, o foco esteve no tema “Evolução Tecnológica da Agricultura”, sendo que, para a dinamização deste dia, é disponibilizado no site do projeto um kit pedagógico com ideias e materiais destinados a professores, para ajudar ao desenvolvimento das atividades mais adequadas à sua escola e comunidade. Contudo, poderão ser integradas nesta atividade quaisquer ações que cumpram o objetivo de evidenciar a importância da agricultura, do mundo rural e do desenvolvimento sustentável.

#2 Programa Agroescola Hortas pedagógicas, aulas na horta, plantação de árvores ou criação de sistemas de compostagem. Estas são algumas das formas como o Agroescolas tem levado o tema da Agricultura até aos escolas nacionais. O programa descreve-se como uma ação de “incentivo junto das escolas para o desenvolvimento de boas práticas e atividades anuais ligadas à agricultura e ao mundo rural”. O objetivo final é “aumentar a literacia agronómica junto dos jovens”. Durante a edição de 2020/2021 participaram neste programa escolas distribuídas por 16 distritos de Portugal


Continental e Ilhas, sendo que o programa está aberto a inscrições por parte das escolas (de todos os ciclos de ensino) que tenham interesse em aderir. Esta adesão é realizada através de inscrição no site Agroescolas, preenchendo o formulário de contacto em redescobriraterra.forum.pt. Para formalizar a adesão, as escolas devem apresentar um plano de ação que inclua atividades continuadas que envolvam a comunidade escolar e que contribuam para o principal objetivo do projeto – levar a Agricultura até à escola, promovendo a literacia agronómica junto dos jovens. Depois de realizada a inscrição, as escolas poderão contar com o acompanhamento especializado de técnicos da Confederação dos Agricultores de Portugal, bem como acesso a materiais, formações, entre outras vantagens. No final, a ação realizada por estas escolas será reconhecida pela atribuição do Agroselo, distinguindo o trabalho elaborado no âmbito do projeto.

#3 Programa Agricool O Agricool leva 50 estudantes do ensino secundário ou profissional a

fazer atividades presencias, durante três dias, numa Instituição de Ensino Superior ligada ao ensino agrário. Através destas ações que combinam aprendizagem e diversão, o objetivo é que os estudantes possam conhecer melhor a agricultura e o mundo rural, desconstruindo alguns preconceitos e ideias erradas sobre o setor agrícola. O programa desta academia tem como prioridade a inclusão de atividades práticas, que poderão servir para descobrir ou encontrar vocações e profissões ideais para diversos perfis. Alguns exemplos de atividades realizadas em edições anteriores são atividades em laboratório, experimentação de tecnologia aplicada à agricultura ou workshops práticos.

«O objetivo desta iniciativa é mesmo Redescobrir a Terra. A maioria das pessoas têm uma ideia completamente errada do que é fazer hoje agricultura em Portugal. O setor modernizou-se e nós quisemos dar a conhecer aos jovens aquilo em que Agricultura se tornou», frisou o secretário-geral da CAP, Luís Mira, na sessão de encerramento da primeira edição da Agricool. Depois de uma primeira edição presencial, em junho de 2019, este programa teve uma edição online – a Agricool Live –, durante o ano de 2020, devido à pandemia da Covid-19. Uma nova versão presencial está pensada até ao final de 2021. As inscrições deverão abrir em breve e estarão disponíveis em forum.pt.

uma iniciativa

C o fi n a n c i a d o p o r :

parceiros

Escola Profissional Agrícola

Afonso Duarte


34 | Forum Estudante | set+out’21 /Justiça para Tod@s

Leva a tua turma a tribunal! O Justiça para Tod@s está de volta

⚖💪

A Forum Estudante volta a dinamizar o projeto Justiça para Tod@s, em parceria com a Abreu Advogados. Iniciativa dá a conhecer o funcionamento da Justiça, através de jogos de simulação.

O início do ano letivo 2020/2021 marca o regresso do Justiça para Tod@s, a iniciativa que te permite conhecer por dentro o sistema judicial, simulando um julgamento em conjunto com os teus colegas de turma. As inscrições deverão abrir ainda em 2021, por isso, fica atento a todas as novidades. Depois da inscrição, tudo começa quando as turmas ou grupos de estudantes participantes (entre os 12 e os 18 anos) começam por escolher um dos casos propostos para julgamento. O passo seguinte consiste em preparar e encarnar

os diferentes papéis envolvidos – vítimas, acusados, advogados ou testemunhas. Depois da preparação do caso e dos papéis a desempenhar, a simulação do julgamento será realizada em tribunal ou por videoconferência, dependendo dos constrangimentos colocados pela pandemia da Covid-19. Apenas o papel de juiz não será atribuído, uma vez que será desempenhado por um juiz verdadeiro que, no final, dará a sua sentença e explicará todos os detalhes e procedimentos envolvidos.

Os casos são variados e ligam-se a temas como a violência no namoro ou bullying, mas também a assuntos como a linguagem e os crime de ódio/intolerância, o tráfico de seres humanos e a liberdade religiosa. Durante as atividades, vais poder apurar o teu sentido da Justiça, compreender o processo legislativo e o papel dos tribunais, entre outras oportunidades de crescimento (ver caixa). Ao longo dos últimos anos, milhares de estudantes já participaram nesta iniciativa. Podes ficar a saber mais em www.justicaparatodos.net.


35 | Forum Estudante | set+out’21 /Justiça para Tod@s

🖐5 razões para participares

Justiça para Tod@s

no Justiça para Tod@s #1 Conhece o sistema jurídico Para além de ficares a conhecer na teoria como funcionam os tribunais em Portugal, com o Justiça Para Tod@s tens a oportunidade de visitar um tribunal, assistir a um julgamento real e ter contacto com juízes que estarão presentes na última fase do projeto, presidindo os trabalhos e interrompendo sempre que seja necessária uma explicação.

#2 Aprende fazendo Uma das grandes diferenças do Justiça Para Tod@s é a possibilidade oferecida aos estudantes de “colocar as mãos na massa”. A turma será dividida em várias personagens para que todos desempenhem os vários papéis de um julgamento: arguido, testemunhas, advogados, juízes e funcionários judicial. É a oportunidade perfeita para entrares na tua série de crime favorita e seres um dos protagonistas!

#3 Desconstrói mitos sobre o sistema judicial português Numa primeira fase, em sala de aula, vais aprender os princípios bases do direito: o que é a lei, como funcionam os tribunais e muito mais. Mais à frente, depois de escolhido em turma, vais poder debater sobre temas atuais e importantes para a

vivência em sociedade. A última fase é a simulação do julgamento. Depois de todas estas fases do projeto, vais desconstruir algumas ideias erradas do que é a justiça, saber como ela funciona em Portugal e assim tornares-te um cidadão mais informado e consciente.

confirmar se é realmente algo que queres fazer para o resto da vida.

#4 Encontra novas carreiras

Toda a preparação do caso escolhido em turma envolve bastante pesquisa, debate sobre a temática e o funcionamento das leis. Estas atividades vão ajudar-te a desenvolver novas competências relevantes para o teu futuro profissional e pessoal, tais como capacidade de análise de um problema e de argumentação de um ponto de vista. Fala com a tua turma e vem descobrir os mitos e verdades do sistema judicial.

Ao participar neste projeto podes vivenciar e conhecer o mundo da Justiça na primeira mão, percebendo se será uma possível encontrar nesta área uma carreira ideal para ti. Se já pensaste em ser advogado/a ou juíz, podes tirar as tuas dúvidas e

#5 Desenvolve competências


36 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Capital Jovem da Segurança Rodoviária

A Capital Jovem da Segurança Rodoviária 2021/2022 vai arrancar! Município de Cascais acolhe a oitava edição desta iniciativa que resulta da parceria da Forum Estudante, Automóvel Club de Portugal, BP e Brisa. Inauguração decorre durante a Semana Europeia da Mobilidade.

CASCAIS

Promotores

Apoios

EDUCAÇÃO


37 | Forum Estudante | jul+ago’21 /Capital Jovem da Segurança Rodoviária

Será de 16 a 22 de setembro que arranca a nova edição da Cascais Capital Jovem da Segurança Rodoviária (CJSR). A escolha da data coincide com a Semana Europeia da Mobilidade, a iniciativa europeia dedicada à mobilidade sustentável (cujo tema este ano se liga às áreas da Segurança e Saúde). Para assinalar o arranque da nova edição da CJSR 2021/2022, a Forum Estudante e os parceiros da iniciativa vão realizar ações digitais de sensibilização para a importância da segurança rodoviária. Poderás acompanhar a partilha destes conteúdos (artigos informativos, vídeos, entre outros), através das redes sociais da Forum Estudante.

Um ano dedicado à segurança Depois de Braga, Aveiro, Coimbra, Porto, Leiria, Viseu, Castelo Branco e Lisboa, será agora a vez de Cascais acolher esta iniciativa anual que volta a organizar várias atividades de sensibilização e prevenção rodoviária, com um especial foco no público jovem. Para a edição 2021/2022, está prevista a realização de atividades presenciais, nas ruas e em escolas. Por outro lado, aproveitando a experiência digital da edição de 2020, algumas das ações serão realizadas a nível nacional, através de meios e recursos online.

Os estudantes são o principal alvo desta iniciativa anual, que procura trazer informação através de ações de sensibilização, palestras, concursos, conteúdos e muito mais. Por essa razão, a edição atual marca ainda uma mudança no modelo da iniciativa – a Capital Jovem da Segurança Rodoviária passa agora a ser realizada em anos letivos. Desta forma, é possível garantir uma melhor coordenação com os calendários escolares e, assim, facilitar a comunicação com os estudantes.

As razões para a CJSR

A sinistralidade rodoviária continua a ser a principal causa de morte dos jovens até aos 29 anos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. De

Município de Cascais acolhe a edição de 2021/2022 da Capital Jovem da Segurança Rodoviária. Forum Estudante e parceiros assinalam o arranque da iniciativa com semana dedicada à sensibilização para a segurança nas estradas. igual forma, a faixa etária entre os 18 e os 24 anos tem um risco de morte nas estradas 30% superior. Em Portugal, embora o número de vítimas mortais nas estradas esteja em tendência decrescente desde 2008, regista-se um aumento recente. Entre 2016 e 2018, por exemplo, o número de mortos nas estradas aumentou 17%. E os dados da Autoridade Nacional para a Segurança Rodoviária (ANSR) confirmam os jovens como um grupo problemático. De acordo com o Relatório de Sinistralidade de 2017, o grupo etário entre os 20 e os 24 anos é um dos que regista maior número de feridos graves en-

volvendo automóveis ligeiros (sendo apenas superado pelo grupo dos maiores de 65 anos). Um dado que ganha especial relevância se tivermos em conta que esta está longe de ser uma das faixas etárias que regista o maior número de condutores. Outros estudos recentes apontam para um risco de morte 30% superior para os jovens entre os 18 e os 24 anos. No seu site, a Prevenção Rodoviária Portuguesa destaca que estudos revelam que os fatores de risco resultam principalmente da “falta de maturidade, experiência, comprometimento e estilos de vida associados à sua idade”.


38 | Forum Estudante | set+out’21 /Academias Forum

Semana Tanto Mar

O ansiado regresso! 
A mais antiga das Academias Forum Estudante regressou à sua modalidade presencial, entre 31 de agosto e 4 de setembro. Na sua 11ª edição, esta academia promovida pela Forum Estudante com a Câmara Municipal de Peniche e o Politécnico de Leiria levou 20 estudantes do ensino secundário e profissional a conhecer as riquezas do mar, em todas as suas vertentes. Sabe tudo sobre estes cinco dias de aprendizagem e novas amizades. Por Rúben de Matos

Dia #1

O regresso dos regressos Ao longo de uma semana, 20 jovens de todo o país vão participar aquela que é a mais antiga Academia de Verão da Forum Estudante. O que os trouxe até aqui? Em muitos dos casos, os amigos. “Tenho uma amiga que este ano fez uma outra Academia com a Forum, e fiquei tão curiosa com aquilo que ela mostrava nas redes sociais, ao longo dos dias, que decidi inscrever-me”, conta Beatriz Silva, uma das estudantes que integra o

grupo de participantes. Durante os próximos cinco dias, Beatriz será uma das 20 estudantes do ensino secundário e profissional que participa na Semana Tanto Mar. O foco das atividades realizadas será o mar e as suas potencialidades (económicas, recreativas, científicas ou culturais), bem como o conhecimento das profissões e formações superiores ligadas aos oceanos. Como em qualquer Academia Forum, a participação dos estudantes é gratuita, estando asseguradas as despesas de alojamento e alimentação. Chegadas cumpridas e testes à Covid-19 negativos a garantir que esta será uma semana segura, foi

uma iniciativa

tempo das boas-vindas oficiais, com as palavras do Pró-Presidente do Politécnico de Leiria, José Carlos Gomes, do Capitão do Porto de Peniche, Vasco Toledo Cristo e do vereador da Câmara Municipal de Peniche, Mark Ministro. A tarde deste primeiro dia permitiu aos estudantes conhecer de perto as ruas e ruelas de Peniche. Com um desafio à mistura – cumprir um Peddy-Paper no espaço de uma hora e meia, com partida do Museu da Renda de Bilros e com direito a passagem por alguns dos lugares mais marcantes desta cidade piscatória. Sempre habituais são também os finais de dia com direito a um


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construída, e que presta atenção a pormenores como até a eficiência energética do espaço.

Dia #3

O mar chega ao prato… e ao coração

pôr-do-sol incomparável. O deste primeiro dia pode ser vivido na Papôa, uma pequena península que se encontra na extensa linha de costa que vai desembocar no Cabo Carvoeiro. O tempo foi de fotos, mas também de conhecer melhor a história do naufrágio do navio espanhol San Pedro de Alcântara, que está envolta em muitos mitos e factos algo inusitados.

Dia #2

Mar, mar e mais mar O primeiro desafio do segundo consistiu em praticar stand up paddle. Depois do primeiro mergulho matinal, o areal até então pacífico encheu-se de um vaivém permanente de pranchas a chegar. Como professor de serviço, os 20 eleitos puderam contar – nada mais, nada menos – com a orientação de Leo Nika, um campeão da modalidade e fundador da Nika Paddle-Surf Camp. O segundo dia ficou ainda marcado pela mensagem e as lições que ficaram da equipa do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN). “Conheço este mar de trás para a frente. Hoje isto parece uma autêntica piscina, mas já vivi histórias que nos fazem perceber que o perigo existe sempre, mesmo quando menos esperamos”. São palavras de Nuno, da equipa do ISN de Peniche. A ele lhe coube a missão de mostrar aos 20 jovens que integram esta Academia o que acontece numa

missão de socorro. De mota de água pronta, cada um dos participantes pode experienciar o que é estar praticamente em alto-mar, e ter de ser socorrido. A mensagem parece ter ficado. Fivaca a faltar o último ingrediente: o Surf. Desta vez, as pranchas não saíram da escola. Esta modalidade que é tão cara à cidade, ou não fosse, ano após ano, palco de sucessivas etapas de vários campeonatos à escala mundial, marcou presença através de uma visita ao Centro de Alto Rendimento do Surf. Uma construção amiga do ambiente, perfeitamente integrada nas dunas, o ambiente sob o qual está

A manhã do terceiro dia começou com uma visita ao Clube Naval de Peniche. São já várias décadas a apostar na formação jovem, e a disponibilizar aos mais novos, que aqui dão os primeiros passos em modalidades como a Vela. Mas a atuação do Clube procura ir mais além, não ficando indiferente ao papel que também procura desempenhar na realidade local. Demonstra-o, por exemplo, o facto de todo o peixe que é pescado em atividades como a pesca subaquática ser distribuído por instituições de solidariedade social do concelho. Seguiu-se uma visita ao Porto de Peniche, onde os participantes encontraram provas bem claras do dinamismo que o mar consegue trazer à economia da região. Ao visitarem os espaços onde, dia após dia, muitos trabalhadores empenham o seu trabalho, estes jovens, oriundos de todo o país, conseguiram perceber que por estes lados o sucesso que se respira não é um mero acaso do destino. Dos negócios mais inovadores, como é o caso da SEAentia, uma

apoios

United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization

Man and the Biosphere Programme


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start-up que aposta na produção em aquacultura de corvina, a uma unidade de tratamento de pescado sob a alçada de empresas como a Omnifish, que os participantes tiveram oportunidade de visitar. Seguiu-se uma visita à Doca Pesca, que integra 24 lotas e 35 pontos de venda à escala nacional, com muitos milhares de toneladas de pescado comercializadas. Barcos a chegar, barcos a partir, com pescadores cujas rugas não escondem as décadas passadas à mercê do Sol de inverno e verão. Muito burburinho, numa plateia repleta que procura comprar o peixe mais fresco ao melhor preço. Depois disso, tempo para participar num workshop em que os nós foram a figura central. A fechar o dia, o empreendedorismo e a inovação voltaram a ter palco numa sessão em que, mais uma vez, o mar esteve sempre presente. E tubarões. E com uma dose inesperada de histórias que soltaram risadas permanentes numa sessão já pela noite dentro. João Correia, docente na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, parece ter sido a escolha mais do que certeira para terminar o dia da melhor forma, com a moral lá bem em cima.

Dia #4

CETEMARES A manhã do quarto dia trouxe consigo uma visita ao CETEMARES, o centro de investigação do Politécnico de Leiria, focado nos recursos marinhos entendidos como essenciais numa economia que se quer cada vez mais sustentável. Aqui, realizou-se quase um dia inteiro repleto de experiências e, para muitos, a primeira vez à séria num laboratório. Numa das salas, sob o comando atento do investigador Celso Alves, procura-se descobrir se as microalgas em análise podem ter algum potencial terapêutico no tratamento de algumas doenças. Num outro espaço, as algas continuam a estar presentes, mas com um objetivo diferente: tentar, após várias tentativas, conseguir ver um pigmento rosa. A Gastronomia continuou em destaque, ainda antes de jantar, na cozinha da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, aquele que é o quartel-general da Semana Tanto Mar. Pelo tamanho e pelos ingredientes que se se


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conseguem encontrar nas bancadas, que só podem servir para uma coisa: fazer em conjunto uma mousse de chocolate, para terminar o jantar em beleza. A noite ainda guardava mais uma oportunidade de falar novamente de mar. E com as fotografias inacreditáveis de Nuno Vasco Rodrigues, biólogo e fotógrafo subaquático português com mais de 20 anos de profunda ligação às Berlengas, a criarem uma bolha de inspiração. Uma espécie de estágio para o momento alto do dia de amanhã.

Dia #5

Estreias e despedidas, com lágrimas ao barulho Para o último dia, estava reservada uma visita ao arquipélago das Berlengas. O dia chega e nem o cansaço de cinco intensos dias parece ter esmorecido a energia e o espírito do grupo. Ao longo da viagem de 45 minutos até à ilha da Berlenga Grande, a ansiedade cresce, antecipando o dia de aventuras que se avizinha neste arquipélago que é desde 2011 Reserva Mundial da Biosfera da UNESCO. Os estudantes puderam explorar a ilha através dos seus trilhos, com rumo marcado no Forte de São João Baptista, construído sob a ordem de D. João IV no século XVII. Mas também o puderam fazer dentro de água. E dentro quer mesmo dizer dentro, a uma grande profundidade. No batismo de mergulho, concretizou-se uma das atividades que mais tinha vindo a ser falada e ansiada. Com vista para os rochedos que se aclaram pela água cristalina, que flutua entre o azul e o verde, vestemse os fatos de mergulho, e ouve-se a primeira dica fundamental do dia. “Sabem qual é a regra número um do mergulho? Comunicação permanente e estar em sintonia com o vosso instrutor”, avisa um dos mergulhadores. A comunicação a cumprir dentro de água exige o conhecimento de um código rigoroso, que permite ao instrutor saber sempre que algo não está a correr da forma como deveria. Quem já conseguiu mergulhar, mostra-se encantado por ter conseguido ver e tocar algumas das espécies que tornam a vida marinha tão rica. Até quem, a segundos de entrar na água, começa a ver o

pânico apoderar-se de si, decidi mergulhar e, meia hora depois, volta com um sorriso de orelha a orelha por ter conseguido superar o medo e viver uma das aventuras maiores da semana, como aconteceu com Fernanda Moreira, uma das participantes. “Foi a experiência mais brutal da minha vida”, conta a estudante. De regresso a Peniche, depois do jantar, decorreu a entrega das aguardadas “Cagarras de Ouro”, os prémios que homenageiam alguns dos momentos altos da Academia. Na sessão de encerramento da academia, o Presidente do Politécnico de Leiria, Rui Pedrosa, e o vereador da Câmara Municipal de

Peniche, Mark Ministro, deixaram algumas palavras que antecipam a despedida, que chegará na manhã de sábado com um derradeiro passeio pela costa, num percurso geológico em que história, património e costumes se cruzam. Do lado do Politécnico de Leiria, ficam as palavras de Rui Pedrosa: “A vida são momentos. E vocês viveram aqui muitos de felicidade”. Pelas saudades que já se sentem no ar, pelos abraços apertados que se veem, e pelas relações fortes que aqui nasceram. Nada mudará isso. Agora o caminho é rumo ao norte e ao sul, mas certamente com mais uma cidade visitada na algibeira e com novos amigos para a vida.


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Academia Art&Cultura

5 dias de ligações criativas De 26 a 30 de julho, 24 estudantes do ensino secundário e profissional participaram na academia promovida pela Forum Estudante e pelo Politécnico de Leiria, com o objetivo de descobrir as riquezas de cinco municípios: Óbidos, Caldas da Rainha, Alcobaça, Batalha e Leiria. Sabe como foram estes cinco dias recheados de arte. Texto: José Maria Archer Dia #1 A chegada ao Oeste São vinte e quatro jovens do Ensino Secundário e Profissional, vindos de todos os pontos do país, que chegaram à Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha (ESAD.CR), prontos para começar a aventura da Academia Art&Cultura – Ligações Criativas. O seu objetivo era conhecer o património e a cultura de cinco municípios da zona Oeste: Óbidos, Caldas da Rainha, Alcobaça, Batalha e Leiria. Na ESAD.CR, depois de todos testarem negativo à Covid-19, teve lugar uma


breve sessão de abertura desta Academia, onde foi sublinhada a importância de “aproveitarem bem esta semana”, sendo “ávidos de conhecimento”, uma vez que terão a oportunidade de conhecer um território UNESCO, com “uma história e um edificado sem igual no território nacional”. O programa desta Academia começou em Óbidos, onde Nuno Santos, da subdivisão de Cultura e Turismo da Câmara Municipal de Óbidos, pode explicar a história e as particularidades da Vila das Rainhas, assim chamada por ter feito parte do dote de muitas das Rainhas de Portugal. Seguiu-se um entusiasmante peddy paper pelas ruas da vila, dentro das muralhas, que permitiu que os jovens participantes pudessem passar pelos principais pontos de interesse de Óbidos, como o Castelo, a Igreja de Santa Maria ou o Miradouro do Jogo da Bola. Passando da cidade para o campo, o grupo dirigiu-se ao Parque de Merendas do Arelho, para começar um passeio pelo Trilho dos Patos Reais, um dos inúmeros percursos pedestres

que o concelho de Óbidos tem para oferecer aos seus visitantes. Serpenteando mesmo junto à Lagoa de Óbidos, pelo Braço da Barrosa (um dos troços mais selvagens da lagoa), Paulo Capinha (responsável da Rede Municipal de Percursos Pedestres) conduziu o grupo até a um ponto onde se pode observar uma ampla colónia de flamingos (Phoenicopterus roseus).

Dia #2 Uma cidade das Artes O segundo dia da Academia Art&Cultura foi dedicado ao município das Caldas da Rainha, que os participantes puderam constatar ser uma verdadeira “cidade das artes”. Conduzidos pelo Pró-Presidente do Politécnico de Leiria para a área da Cultura, Samuel Rama, o dia começou com a visita ao Centro das Artes, em particular ao Atelier-Museu de António Duarte. A vereadora da Cultura da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Maria da Conceição Pereira, representou o município e pode explicar também qual o contexto

daquele que é o maior e principal centro da Escultura em Portugal – o Centro das Artes. Seguidamente, já no antigo palacete do Visconde de Sacavém, onde atualmente se encontra instalado o Museu de Cerâmica, o guia Henrique Delgado apresentou a importante coleção de cerâmica, proveniente de diversos locais, mas com uma óbvia preponderância pela arte e pela indústria caldense, nomeadamente com a forte presença da obra de Raphael Bordallo Pinheiro. O Museu José Malhoa foi também destino de visita desta Academia, podendo apreciar aquele que é o primeiro edifício concebido de raiz em Portugal para albergar uma coleção de pintura. Este famoso pintor, pioneiro do Naturalismo no nosso país, nasceu nas Caldas da Rainha em 1855 e, em 1933, ano da sua morte, foi criado este museu. Antes do almoço, tempo ainda para um agradável passeio de barco no Lago dos Cisnes do Parque D. Carlos I, sem que nenhum barco “metesse água”. A parte da tarde foi passada na Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha (ESAD.CR), que tem acolhido o grupo nesta passagem pelas Caldas da Rainha. À vez, metade do grupo experimentou algumas técnicas de gravura e de serigrafia, ensinados pela técnica Vera Gonçalves, dando largas à sua criatividade e imaginação. A outra metade do grupo pode visitar as instalações da ESAD.CR. Foi possível visitarem os laboratórios de fotografia, os estúdios e som e imagem, algumas das oficinas, o que permitiu aos 24 jovens ficar a conhecer o trabalho desenvolvido pelos professores e alunos desta escola superior do Politécnico de Leiria.

Dia #3 Em terras de Alcobaça

Alcobaça foi o destino do terceiro dia da Academia Art&Cultura, procurando demonstrar que a cidade é muito mais do que apenas o Mosteiro que a caracteriza. Para acordar bem, por exemplo, o dia arrancou com uma caminhada pela Mata do Vimeiro,


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aquela que era a grande reserva florestal dos monges de Alcobaça. A manhã prosseguiu com um empolgante Photo Challenge pelas ruas de Alcobaça, onde os 24 participantes puderam abrir as asas da sua criatividade, fotografando vários pontos de interesse da cidade, como as ruínas do Castelo de Alcobaça ou o Jardim do Amor. A criatividade foi particularmente pontuada, ou não fosse esta uma Academia de “Ligações Criativas”. A visita ao Real Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça não podia faltar, claro está, uma vez que é o principal e mais emblemático monumento da cidade, reconhecido pela UNESCO como Património da Humanidade desde 1989. Cipriano Simão ajudou a traçar toda a história do Mosteiro, desde a doação de D. Afonso de Henriques a S. Bernardo de Claraval e aos monges da Ordem de Cister até aos vários momentos de restauro no século XX, passando inclusivamente pela extinção das ordens religiosas em 1834. De seguida, o grupo dirigiu-se ao Mosteiro de Coz, convento feminino dependente do de Alcobaça, inicialmente fundado por um conjunto de viúvas piedosas que lavavam os hábitos dos monges na Ribeira de Coz. A atual igreja, edificada no século XVII, atesta várias particularidades da arquitetura cisterciense. Defronte do Mosteiro de Coz, na antiga “Adega das Monjas”, o projeto Coz’Art apresentou o seu trabalho de produção da cestaria tradicional de Coz e deu a vários dos participantes a oportunidade de verem e experimentarem o tear dos cestos em operação. Este projeto, nas palavras do responsável Eurico Leonardo, serve também para “ajudar na sustentabilidade do Centro de bem-estar social de Coz”.

Dia #4 Da Vitória na Batalha A Batalha de Aljubarrota pode ter acontecido há vários séculos, mas a vila que lhe herdou o nome permanece e tem mais vida do que nunca. No quarto dia desta Academia que tem percorrido a zona Oeste, o grupo deslocou-se à Batalha, para ficar a conhecer melhor o que este município tem para oferecer. Assim, a visita começa obrigatoriamente pelo Museu da Comunidade Concelhia da Batalha,


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onde os 24 estudantes foram recebidos pelo Presidente da Câmara Municipal da Batalha, Paulo Baptista Santos, e pelo seu vereador da Cultura, André Loureiro. O Presidente deu as boas-vindas aos participantes e desejou “que aproveitem e que gostem da Batalha”. Incontornável visita é, como será óbvio, o Mosteiro de Nossa Senhora da Vitória, mais conhecido como Mosteiro da Batalha. Construído para cumprir a promessa de D. João I, após a vitória contra os castelhanos na Batalha de Aljubarrota, este mosteiro dominicano, considerado Património da Humanidade pela UNESCO, foi construído ao longo de dois séculos e é exemplo da arquitetura do estilo manuelino. Para o explicar, ninguém melhor do que os próprios arquitetos do mosteiro, como David Huguet, Martim Vasques e João de Castilho, que decidiram marcar presença e conduzir o grupo numa visita aos diversos espaços do Mosteiro. Estas personagens históricas, interpretadas pelos atores do grupo “O Nariz” – Teatro de Grupo, ajudaram a explicar os vários elementos distintivos do espaço, sempre com um toque de humor, e contaram, na primeira pessoa, as diversas fases de construção do Mosteiro. De seguida, rumou-se à aldeia da Pia do Urso, onde Nélia Rodrigues, do Turismo da Batalha, explicou um pouco da história da aldeia, que remonta à época romana, uma vez que se crê que a estrada que ligava Olissipo a Bracara Augusta passava ali perto. Parte integrante do complexo na aldeia da Pia do Urso, que inclui alojamentos, lojas, cafés e até um premiado lagar de azeite, é o EcoParque Sensorial da Pia do Urso, o primeiro parque deste género no país. Depois de passear por cima da terra, foi vez de descer ao subsolo e a visita às Grutas da Moeda proporcionou precisamente isso a estes estudantes. Como explicou o guia Rúben Pereira, esta região integra o maior maciço calcário da Península Ibérica: “para terem uma ideia, é do tamanho de cerca de 80 000 campos de futebol!”.

Dia #5 Mãos na Arte em Leiria Para fechar esta Academia com chave de ouro, os nossos artistas em potência puderam pôr “mãos à obra” neste dia passado em Leiria.

Foram duas oficinas diferentes que permitiram explorar a criatividade e a imaginação de todos. O grupo dividiuse para todos poderem experimentar cada um dos workshops, tendo trocado à hora de almoço. Uma das paragens foi no SERRA – Espaço Cultural, que alberga uma comunidade de criativos e onde se realizam eventos e residências artísticas. Nestes antigos armazéns da empresa Movicortes, a pouca distância de Leiria, trabalham diariamente cerca de 30 artistas. Para além de ter sido criada uma associação, surgiram também algumas empresas, como a Omnichord, que faz produção e edição musical e agenciamento de músicos, bem como projetos educativos e comunitários ligados à área da Música. Depois, o desafio lançado foi o de “fazer uma canção”. Através da captação de som de alguns objetos do dia-a-dia, mobílias circundantes ou partes do corpo, cada grupo foi construindo a sua própria música. Para Sara, participante de 16 anos,

esta foi “uma oportunidade de abrir horizontes”. Para além do seu entusiasmo, refere que a oficina foi proveitosa para todos, uma vez que “foi uma forma de experimentar novas formas de fazer música”. Noutro local e com outra arte, bem no coração de Leiria, o m|i|mo, museu da imagem em movimento foi o palco de outra oficina, com um resultado diferente. A oficina “Anima-te! Oficina de Cinema de Animação”, desenvolvida por Paulo Simões, permitiu que os participantes, em pequenas equipas, desenhassem e desenvolvessem a sua própria animação, com cerca de 1 segundo de duração. “Nunca tinha feito nada deste género, mas estou a gostar muito de fazer coisas que nunca fiz, como, por exemplo, animação”, contou-nos Pedro, de 17 anos. A Arte e a Cultura estiveram em destaque ao longo desta Academia, que assim chega ao fim. Seguir-se-ão as férias para estes estudantes, mas a criatividade vai acompanhá-los sempre.


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“Regressar às aulas vai ser como abandonar as férias” A nova época letiva está aí, meus caros, e eu estou com as baterias recarregadas, depois de umas maravilhosas férias com o meu primo – o mestre Tudotreta. Olhei as estrelas e encontrei sinais claros que dizem que certas e determinadas situações poderão, eventualmente, em determinadas condições, talvez, acontecer. Confuso? Eu explico.

Balança

Capricórnio

No spa astral de Alfa-Centauri, as bebidas são gratuitas, o que rapidamente se tornou um problema, durante as minhas férias de verão. Apercebi-me a certa altura que as minhas previsões para os nativos de Balança estavam a sair ligeiramente enroladas. Deixem-me consultar as minhas notas: “Balança. Amor. Ok. Dinheiro. Ok. Saúde. Ok”. Bem, pelo menos, parecem ser boas notícias.

O Prémio Nobel da Literatura Albert Camus disse, certa vez, que o outono é outra primavera – uma frase que podia ser acompanhada por um yaaaaaaa meeen, a vida é bué da cenas longo e arrastado no final. Contudo, retira dela uma lição: já sabemos que o verão acabou. Mas as estações do ano são assim tão importantes?

Escorpião

(20 de janeiro – 18 de fevereiro)

(23 de setembro – 22 de outubro)

(23 de outubro – 21 de novembro) Os nativos de escorpião, dizem-me as cartas de Tarot, vão apostas num clássico de regresso às aulas. Comprar cadernos, caderninhos, canetas, lapiseiras, sublinhadores, bloquinhos da post-it, marcadores, entre 345 outros artigos escolares. Passadas duas semanas, vão limitar-se a andar com um caderno e uma caneta sem tampa.

Sagitário

(22 de novembro – 21 de dezembro) No mundo dos Sagitários, há dificuldades causadas pelo regresso aos velhos horários, nomeadamente no que toca a conseguir fazer com que o despertador não toque 45 vezes entre as 07h15 e as 07h23.

(22 de dezembro – 19 de janeiro)

Aquário

Saudades das férias, não é? Fecha os olhos. Imagina uma praia. A areia branca está lisa como se nunca ninguém a tivesse pisado, o mar é de um azul nunca antes vist… Espera aí. Se estás de olhos fechados, não consegues ler. Vou ter de criar um podcast.

Peixes

(19 de fevereiro – 20 de março) É importante que mantenhas em mente uma das coisas que pode facilitar a tua vida, neste regresso ao Outono: não vale a pena ires para a esplanada, ignorando a chuva, comer gelados como se não houvesse amanhã, enquanto choras, enrolado em posição fetal.

Carneiro

(21 de março – 19 de abril) Nativos de Carneiro esperam

Virgem

(23 de agosto – 22 de setembro) Notícias importantes para os nativos de Virgem: há amor para ti no caminho. Espetacular, não é? Esperem um pouco… Okay, desculpem, li mal as minhas notas. Afinal, vão encontrar o arroz basmati malandrinho. Estava sem óculos, desculpem :/ com ansiedade a chegada do inverno, tudo para que possam, nessa altura, ansiar com intensidade o verão, uma vez que, depois de lá chegados, poderão esperar ardentemente pelo o inverno, para que o verão seja novamente o seu desejo mais intenso. Tudo normal, portanto.

Touro

(21 de abril a 20 de maio) Há qualquer coisa de entusiasmante no primeiro abrir de um livro. Talvez seja essa a razão pela qual os nativos de Touro vão guardar essa sensação para uma ocasião especial e abrir o manual pela primeira vez em fevereiro de 2022. HorosCópos© não recomenda esta prática.

Gémeos

(21 de maio – 20 de junho) Olá, nativos e nativas de Gémeos. Tudo bem? Conseguem ouvir-me? SE EU ESCREVER ASSIM, OUVEM MELHOR? Chegaram-me relatos do plano astral em como tinham ficado com dificuldades auditivas, devido a uma mistura de água

do mar e audições compulsivas do novo álbum do Kanye West. Bem, o melhor é mesmo desejar-vos as melhoras.

Caranguejo (21 de junho – 22 de julho)

Os regressos podem ser cansativos, quando acontecem obrigatoriamente todos anos. Os nativos de Caranguejo estão fartos de promessas de alterações mágicas, mudanças repentinas, só porque se alteram dois algarismos à frente de “Ano Letivo”. Por isso, grande parte vai utilizar as mesmas canetas do ano passado e reaproveitar cadernos que ficam a meio. O planeta agradece.

Leão

(23 de julho – 22 de agosto) Durante as minhas férias, passei por uma casa astral especializada em spa intergaláctico. Foi aí que percebi que a constelação de Orion traz excelentes novidades para os nativos de Leão: não vão sujar a roupa, no primeiro dia de aulas. Grande vitória.




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