25 | Forum Estudante | jun’23 /Fama
O que é o álbum OYTO?
O OYTO é o meu álbum mais demorado. Era para ter saído em 2020, mas não fazia sentido lançar no meio da pandemia – não ia poder estar com os fãs em concerto, cantar as músicas ao vivo. Fui lançando singles e depois passei uma fase em que pensei “preciso de viver”. Preciso de viver coisas para poder falar sobre isso, parar um bocadinho a rotina de viver a mil. Se nunca paras dois segundos, não consegues viver coisas para poderes contar. A melhor maneira de me conhecerem é através das minhas músicas, porque é aí que eu vou contar as minhas histórias.
Em 2020, tinhas um álbum fechado para entregar. O que é que este álbum de 2023 tem desse?
Só uma música. A nível musical, eu sinto que este álbum é o mais atual, porque só guardei uma música de 2020, a única que ainda tinha a ver com o David de agora. Foi uma música que escrevi em 2020 e que já estava à frente daquilo que eu era naquele momento. Escrevi a música com a Carol ao meu lado, a “Nós Dois”, e o som é mais safado, por acaso [risos].
«Tenho músicas já na gaveta para os futuros álbuns que vão sair brevemente, ainda este ano» E as outras músicas foram feitas nesse tempo de paragem que referiste?
Sim. Fiz um ‘camp’ com 15 compositores, em que juntamos todos numa casa. Era eu, compositores de Portugal, do Brasil, de Inglaterra, de França. E então fiz as músicas que entram neste álbum OYTO e tenho músicas já na gaveta para os futuros álbuns que vão sair brevemente, ainda este ano.
E porque é que não fazias estes flows antes?
Qual é que a diferença do David de antes para o David de agora?
Neste momento, estamos no teu estúdio. É aqui que tens passados os últimos meses?
Musicalmente, bastante diferente.
Profissionalmente cresceste e és mais maduro?
Eu não diria maduro. Eu sinto que a nível de letras está mais fresh do que no passado, está mais jovem. Há tipos de flows que eu não faria antigamente.
Porque não tinha evoluído para aí ainda. E o que eu sinto é sempre essa constante evolução de ouvir coisas novas, juntar-me com outras pessoas em estúdio para compormos juntos e ter essa constante evolução nas letras.
Estamos na agência Brainstorm, que criei em 2020, durante a pandemia. Eu sempre tive a minha agência, desde 2011, a lançar as minhas músicas. Mas não tinha um local de trabalho em que possas ter tudo: dois estúdios de gravação, um quarto para dormir,
ginásio, cozinha, um estúdio de ensaio com os músicos, toda a parte de gestão de carreira, label, rádio, digital, marcas, booking – tudo acontece aqui. E foi durante a pandemia que eu criei a estrutura e juntei isto tudo para facilitar no meu processo criativo. Passo muito tempo aqui: dia e noite.
Quantas colaborações tens neste álbum? 9 em 12 [das músicas] que o álbum tem.
E porque foi quase tudo em colaboração?
Porque, hoje em dia, é um bocado a tendência, quase toda a gente faz colaborações. E eu gosto porque é uma partilha.