7 | Forum Estudante | jun’23 /Escolas Ubuntu
De olhos postos na criação de uma Escola Ubuntu Desde novembro do ano passado que o Conselho de Diretores de Escolas Ubuntu tem pensado como poderá desenvolver-se uma Escola Ubuntu, que seja reflexo desta filosofia e de um método que assenta nos eixos da liderança servidora, da construção de pontes e de uma ética do cuidado. Esta proposta foi lançada no âmbito do programa Escolas Ubuntu para acompanhar, avaliar e consolidar o trabalho das Academias de Líderes Ubuntu nas Escolas participantes, assim como contribuir para a construção do modelo de Escola Ubuntu. Desta forma, ao longo dos últimos meses, mais de 100 Diretores têm trabalhado em diferentes grupos, empenhados na missão de criar uma plataforma de colaboração de reflexão, inspiração e ação sobre o Ubuntu e a Educação e na produção de documentos e iniciativas que contribuam para a construção da Escola Ubuntu. Os grupos tiveram oportunidade de se juntar na Escola Secundária Sá da Bandeira, em Santarém, para um Encontro Presencial do Conselho de Diretores de Escolas Ubuntu. O momento permitiu fazer um ponto de situação entre os grupos de trabalho do Conselho de Diretores, mas também discutir por onde passam os próximos passos.
Para Rui Marques, este encontro foi uma oportunidade para o diálogo entre Diretores de diferentes concelhos, mas foi também um convite para “abrir o olhar e olhar com futuro”. Nas palavras do presidente do IPAV, foi uma possibilidade para pensar que “Escola queremos construir, que permite abrir a janela ao esperançar.” Manuel Monteiro, diretor do Agru-
pamento de Escolas à Beira Douro e facilitador de um dos grupos de trabalho (Ubuntu e a Gestão Escolar a visão da liderança servidora), esteve presente e sublinhou como considera o Ubuntu a perspectiva mais correta para “trabalhar em função daquilo que são os superiores interesses dos
alunos, professores, assistentes operacionais e toda a gente que ‘vive’ na Escola.” “Nota-se uma maior envolvência e maior aproximação das pessoas. Deixam de ser só aquele nome, ser só o Psicólogo, ou só o Assistente Operacional. O facto de nos nos conhecermos melhor facilita as relações profissionais.” As palavras pertencem a Ana Rute Sanguinho, diretora do Agrupamento José Régio, em Portalegre, que está a trabalhar no grupo Ubuntu e a Educação para a Cidadania. Um dos objetivos finais para esta diretora passaria por cruzar a componente do currículo Cidadania e Desenvolvimento com o Ubuntu, estendida a todos os alunos, pois a Escola significa “ dar oportunidades a todos e esbater as diferenças”. Os restantes grupos criados estão a trabalhar à volta de temas como o EcoUbuntu, o Ubuntu e a Gestão Escolar - o papel da Ética do Cuidado, Ubuntu e Perfil Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória e Ubuntu e a Gestão Escolar - a construção de pontes.
Nasceu a primeira revista Ubuntu A Academia de Líderes Ubuntu escreveu mais um marco importante na sua história: o lançamento da primeira edição da Ubuntu: Revista de Ciências Sociais. Até as páginas da Revista chega um conjunto de estudos desenvolvidos ao longo de mais de um ano, por um grupo de investigadores do Conselho Científico da Academia de Líderes Ubuntu, em escolas portuguesas e instituições sociais onde foram experimentados a filosofia e o método Ubuntu.
A primeira edição tem como objetivo não só medir, compreender e discutir os efeitos da metodologia Ubuntu ao longo das semanas Ubuntu, mas também perceber o que fica nas pessoas e nas organizações além da semana de formação. “Inspirado, na forma e no conteúdo, pelo que deve ser uma revista científica, esta primeira edição da Ubuntu permite-nos continuar a dar passos cada vez mais seguros para uma ação frutífera, que não se esgota no instante em que acontece uma ALU.”, escreve Rui Marques na nota de abertura da Revista.