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5. Os hinos de Enheduana para Inanna (2300 a.C

5.

Os hinos de Enheduana para Inanna (2300 a.C.)

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En-hedu-ana é um título e significa “A suma sacerdotisa (chamada) Ornamento do Céu” (en = suma sacerdotisa, hedu = ornamento, Ana = do céu/firmamento, ou do deus do céu/firmamento). En-hedu-ana é a primeira autora conhecida de toda a literatura. Era a suma sacerdotisa do deus Nanna em Ur (antigo Iraque). Foi a primeira autora na história a escrever em primeira pessoa. Houve muitos escribas anônimos antes dela, mas foi a primeira a se identificar em seus escritos. En-hedu-ana viveu em cerca de 2300 a.C. e foi venerada como a mais importante figura religiosa de seu tempo. Por meio de seus poderosos encantamentos/canções a Inanna, deusa do amor e da guerra, foi lembrada durante séculos após sua morte. Sua escrita é tão complexa que os estudantes a chamam de “Shakespeare da literatura sumeriana”. Seus hinos funcionam como encantamentos que entrelaçam dimensões políticas, pessoais, rituais, teológicas, históricas e legais.

Eu também gostaria de celebrar os desejos bons da rainha da batalha, a filha primogênita de Sini.

Já que (Ebih) não beijou o chão diante de mim, Nem varreu o pó perante mim com sua barba, Porei minha mão neste país instigante: E o ensinarei a me temer!

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M árcio B orges

Trarei guerra (para Ebih), instigarei o combate, Atirarei setas de meu tremor, Lançarei as pedras de minha funda em longa saudação, Eu o empalarei (Ebih) com minha espada.

Ergui também um templo, Onde inaugurei eventos importantes: Montei um trono inexpugnável! Desembainhei punhal e espada para...[...] Pandeiro e tambor para homossexuais [...] Transmutei homens em mulheres! “A rainha executando grandes ações, que junta para si o eu do céu e da terra, rivaliza com o grande An [...]

Construir uma casa, construir uma alcova de mulher, ter instrumentos, beijar os lábios de uma criança pequena são teus, Inanna, Dar a coroa, o trono, e o cetro de realeza é teu, Inanna.

An e Enlil no universo inteiro determinaram para ti um grande destino, Eles te deram a Soberania sobre o gu’enna, Tu determinas o destino das Senhoras magníficas.

Senhora, és grande, és importante, Inanna, tu és grande, tu és importante, Minha Senhora, tua grandeza é manifesta, Que teu coração por mim “volte a seu lugar”!

No Gipar que determina meu destino, eu entrei por ti. Eu, a en-sacerdotisa, eu, En-hedu-ana, Enquanto levava cesta, entoei uma canção de júbilo. Como se eu não houvesse vivido lá, eles me ofereceram o sacrifício da morte.

Inin-me-sar-ra, ou “a Senhora de todos os eus”.

Meu destino com Suen e Lugal-Ane, informai a An! An resolverá isso por mim. Informai a An imediatamente. An resolverá isso por nós!

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Eu — meu Nanna não cuidou de mim. Na terra rebelde, eles me destruíram completa e totalmente Ele falou isto — significa alguma coisa? Ele não falou isto — significa alguma coisa? Depois, lá se levantou em triunfo, expulsou-me do templo. Fez-me voar como uma andorinha da janela — minha vida foi consumida.

Isto será conhecido, será conhecido: Nanna não proclamou nenhum decreto, “É teu”, foi o que ele disse! Que és tão alta quanto o céu, será conhecido! Que és tão vasta quanto a terra, será conhecido! Que aniquilas territórios rebeldes, será conhecido! Que Nanna não proclamou, que ele disse, “é teu”, minha rainha — tornou-te maior, Tu te tornaste a maior! Minha rainha, amada de An, Eu anunciarei toda tua ira!

Por causa de teu cônjuge cativo, por causa de teu protegido cativo, Tua ira tornou-se grande, teu coração não se tranquilizou.

Minha guia, selvagem vaca divina, expulsai esse “alguém”, capturai esse “alguém!”.

Mulher, guia de todos, vestida em brilho amedrontador, amada por An e Uras, Nugig de An, estás acima de todos os grandes. Tu, que amas a coroa de aga certa, que estás vestida para o en-sacerdócio.

Ele me rasgou a legítima coroa de aga de en, Minha doce boca ficou venenosa. Que com ela dei delícias, agora virou pó.

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A luz era doce para ela, delícia se esparramou sobre ela, cheia de abundante beleza era ela. Como a luz da lua nascente (Nanna), ela também se vestia de encantos.

Meu próprio julgamento ainda não terminou, mas uma estranha sentença me cerca como se fosse a minha sentença. À cama brilhante não estirei minha mão. Nem revelei as palavras de Ningal àquele “alguém” A brilhante en-sacerdotisa de Nanna sou eu! Minha rainha, amada de An, possa teu coração ser acalmado por mim.

És maior até que tua própria mãe, cheia de sabedoria e prudência, rainha de todas as terras, que permite existência para muitos. Começo agora tua canção que determina o destino! Divindade todo-poderosa, a mim adequada, Pois o que magnificamente me disseste é o mais poderoso! De coração insondável, oh mulher de tão altos desígnios de coração brilhante, teu EU agora o listarei para ti.

En-hedu-ana sou eu, e direi agora uma prece a ti. Minhas lágrimas, como doce cerveja, Derramei agora livremente para ti, Inanna senhora do destino, Teu julgamento! Eu o direi a ti.

Amontoei o carvão, preparei os ritos de purificação, Os postos de Esdam-ku estão prontos para ti — não vai teu coração se tranquilizar por mim?

Já que o coração estava cheio, muito cheio, grande rainha, eu o pari para ti. O que foi dito a ti nesta meia-noite, o cantor do culto o repetirá a ti ao meio-dia.

A rainha, a forte, que rege sobre a assembleia de en, aceitou a prece e o sacrifício. O coração de Inanna, senhora do destino, voltou a seu lugar.

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