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3. O faraó morto ascende ao céu (de “Os textos das pirâmides”) (2425-2300 a.C
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O faraó morto ascende ao céu (de “Os textos das pirâmides”) (2425-2300 a.C.)
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“Os textos das pirâmides” são textos religiosos inscritos nas paredes das pirâmides de certos faraós da quinta e sexta dinastias (c. 2425-2300 a.C.). Eles contêm as mais antigas referências à cosmologia e teologia egípcias, mas tratam principalmente da vitoriosa passagem do faraó morto a seu novo domicílio celestial.
Vossas duas asas estão abertas como um falcão de plumagem grossa, como o falcão visto na noite atravessando o céu.
Ele faz voar a quem voa; este rei Pepi voa para longe de vós, oh mortais. Ele não é da terra, é do céu... Este rei Pepi voa como uma nuvem para o céu, como um pássaro de penachos; este rei Pepi beija o céu como um falcão, este rei Pepi chega ao céu como deus horizonte (Harakhte).
Vós ascendeis ao céu como um falcão, vossas plumagens são (desses) gansos.
Rei Unis vai para o céu, rei Unis vai para o céu! No vento! No vento!
Escadarias são postas no céu para que o rei ascenda.
Rei Unis ascende pela escada que seu pai Rá (deus sol) lhe fez.
Aton fez o que disse que faria para este rei Pepi II, lançando-lhe a corda/escada, unindo-a a este rei Pepi II; assim, este rei está longe da abominação dos homens.
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“Como é bonito ver, como apraz observar”, dizem os deuses quando este deus (o rei) ascende ao céu. Seu medo está em sua cabeça, seu terror a seu lado, seus encantos mágicos diante dele. Geb fez para ele como fez para si. Os deuses e almas de Buto, os deuses e almas de Hierakonpolis, os deuses no céu e os deuses em terra vêm a ele. Dão apoio ao rei Unis com seus braços. Vós ascendestes, oh rei Unis, ao céu.
Ascendei naquele seu nome “Escada”.
Abertas estão as duplas portas do horizonte; destrancados estão seus ferrolhos.
Vossos mensageiros vão, vossos pressurosos mensageiros, vossos arautos têm pressa. Eles anunciam a Rá que vindes, este rei Pepi. Este rei Pepi achou os deuses envoltos em suas vestes, suas brancas sandálias nos pés. Eles atiraram suas sandálias brancas na terra, livraram-se de suas vestes. “Nosso coração não estava alegre até que viestes”, dizem eles. Oh Rá-Aton! Este rei Unis vem a vós, um glorioso imperecível, senhor das coisas do lugar dos quatro pilares (o céu). Vosso filho vem a vós. Este rei Unis vem a vós.
Oh Rá, sou este a quem dissestes... “Meu filho!”, o pai sois vós, oh Rá... Vede o rei Pepi, oh Rá. Este rei Pepi é vosso filho... Este rei Pepi brilha no oriente como Rá, entra no ocidente igual Kheper. Este rei Pepi vive onde Hórus (filho de Rá), o senhor do céu, vive, no comando de Hórus, senhor do céu.
O rei ascende ao céu entre os deuses que lá vivem. Ele está em pé no grande, julga os negócios legais dos homens. Rá achou-vos nas praias do céu neste lago que está em Nut (a deusa céu). “Oh vós que chegais!”, dizem os deuses. Ele (Rá) vos dá seu braço como escada para o céu. “Ele que sabe que seu lugar vem”, dizem os deuses. Oh puro Um, assumi vosso trono na barca de Rá e navegai vosso céu... Navegai com as Estrelas Imperecíveis, embora triste com as Estrelas Indistintas. Recebei o tributo da Barca da Noite, tornai-vos um espírito que mora em Dewat.
Vivei esta vida agradável que o senhor do horizonte vive.
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