Criaturas quase invisíveis

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Seres Fantásticos

IAPUPIARA Pode ser homem ou mulher. Os homens possuem olhos encovados, e as mulheres são bonitas e têm cabelos bem compridos. Inimigos dos pescadores, mariscadores e lavadeiras, esses homens e mulheres-peixes são muito ferozes e repugnantes, e costumam atacar suas vítimas virando suas embarcações afogando-as e matando-as ao abraçá-las e beijá-las com tanta força de maneira que lhes quebram todos os ossos. Algumas eles levam consigo, para comer seus olhos, nariz, ponta dos dedos dos pés e das mãos e os órgãos genitais. Outras, largam nas águas. O padre José de Anchieta escreveu sobre o Ipupiara, em maio de 1560, em sua Descrição das coisas naturais da Capitania de São Vicente: “Há também nos rios outros fantasmas, a que chamam Igpupiára, isto é, que moram n’água, que matam do mesmo modo aos índios”. Ou seja, esse é um dos mitos mais antigos do imaginário nacional. Em tupi-guarani, y-pypiára quer dizer “o que é de dentro da água”, “o que vive no fundo da água” ou “o aquático”. Segundo Pero Magalhães Gandavo, em História da província Santa Cruz (1564), para os povos indígenas de São Vicente, o monstro marinho era Hipupiàra, que significa “demônio-d’água”.

REGIÕES DO PAÍS: Nordeste (BA, CE), Sudeste (SP) ORIGEM: Indígena PERSONAGEM RELACIONADA: lara 22


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