Criaturas quase invisíveis

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Humanos

ALAMOA Na ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco, nas noites de sextafeira, na Pedra do Pico, um lugar tão alto que fica a mais de mil pés de altura, há uma pedra em que se abre uma fenda. E dela aparece uma luz. Um facho tão forte e multicolorido que atrai as mariposas e também os viajantes. Estes, curiosos que são, assim que percebem aquela passagem na pedra, logo vão olhar de onde vem aquela luz ofuscante. E lá encontram Alamoa. Uma mulher branca, loira, nua e linda que vem recebê-los nessa caverna com ares de palácio. Mas... o pobre viajante não tarda a ver quem é a Alamoa de verdade: uma bela mulher que se transforma num tenebroso esqueleto! No lugar de seus olhos, dois buracos fundos e escuros, e a pele branca dá lugar a um feixe de ossos. Então, num minuto, a fenda da pedra se fecha e o andarilho fica ali, preso. Para sempre! As pessoas que costumavam contar essa história eram os detentos de Fernando de Noronha, que viam das janelas do antigo presídio a bela e alva mulher sair de sua gruta e flutuar, dançando sobre as areias da praia, emitindo luzes que seduziam os viajantes. Mas há quem diga que a Alamoa é apenas uma mulher alemã muito bonita (seria uma “alemoa”). Diz-se que ela apareceu a um pescador em Fernando de Noronha amarrada em seu anzol. Quando ele a fisgou e viu que era uma mulher, saiu correndo de medo, enquanto ela lhe amaldiçoava, pois andava atrás de um homem corajoso que mergulhasse naquelas águas em busca de um tesouro que ela guardava...

REGIÃO DO PAÍS: Nordeste (PE) ORIGEM: Europeia 36


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