Criaturas quase invisíveis

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BICHOS

Maria Caninana Impossível falar de Maria Caninana sem citar seu irmão, a famosa personagem da mitologia brasileira Cobra-Norato. Conta-se que a mãe deles era uma índia que engravidou de um Boto (há quem diga que foi de uma Sucuriju ou Boiuna versões coexistem na cultura popular) e deu à luz nasceram cobras, uma macho e a outra fêmea. Ao que eram cobras, a mãe resolveu aconselhar-se como tribo para saber se deveria matá-los. O pajé disse que poderia fazer isso, senão morreria também. Então, ela resolveu jogá-los no rio Tocantins. Ao contrário de seu irmão, que era bom e salvou muitas vidas, Maria Caninana era má e violenta. Alagava embarcações, matava os náufragos, feria os peixes pequenos e atacava os mariscadores que pescavam tranquilamente na margem dos rios. Um dia ela soube que, no porto da cidade de Óbidos, no Pará, havia uma serpente encantada, que dormia embaixo do altar da igreja de Sant’Ana. A cauda da serpente era tão grande que ficava no fundo do rio. Se mexessem com ela, a serpente acordaria e a igreja cairia. A danada da Maria Caninana foi lá e mordeu o rabo da cobra, que, felizmente, só se mexeu, e não acordou. Apenas o fato de ter tremido bastou para que nascesse uma fenda imensa desde o mercado até a frente da igreja, e está lá até hoje. Farto das maldades da irmã, Cobra-Norato matou-a e então ficou nadando sozinho nos rios e igarapés.

REGIÃO DO PAÍS: Norte ORIGEM: Africana, europeia PERSONAGENS RELACIONADAS: Boto, Cobra-Norato, Minhocão, Sucuru 54


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