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BRINQUEDOS
BRINQUEDOS
CINEMA
Uma jovem cometeu suicídio depois de anos de alegado cyberbullying de antigos colegas de uma empresa de conteúdos audiovisuais online. A plataforma, uma das mais populares da região, ficou debaixo de fogo com inúmeros apelos a boicote. A empresa no centro da tragédia recebeu mais de 10 milhões de patacas do Governo da RAEM desde 2017.
PÁGINAS 4 E 5
Há cada vez menos candidatos aos cursos de formação subsidiada da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais. Os dados mostram que, na primeira metade deste ano, o número de candidatos para o plano de formação subsidiada para o aumento de capacidades técnicas diminuiu 52 por cento
Oposicionamento dos residentes em relação ao mercado de trabalho parece estar a mudar, ou pelo menos, em relação aos programas de formação profissional subsidiados pelo Governo. Segundo dados divulgados pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), em resposta a interpelação escrita do deputado Lei Chan U, o primeiro semestre deste ano registou menos candidatos para os planos de formação subsidiada orientada para a empregabilidade e aumento de capacidades técnicas
em comparação com o segundo semestre de 2022.
Assim, nos primeiros seis meses de 2023, houve 2600 candidatos ao subsídio para a melhoria de capacidades técnicas, uma quebra de 52 por cento, enquanto para o apoio financeiro destinado à empregabilidade
registou 6900 candidaturas, menos 18 por cento. A DSAL aponta ainda que mais de 20.900 pessoas receberam subsídios do Governo ao abrigo destes planos, num montante aproximado de 124 milhões de patacas.
Wong Chi Hong, director da DSAL, considera que a evolução
A DSAL revelou que mais de 20.900 pessoas receberam subsídios do Governo ao abrigo destes planos, num montante aproximado de 124 milhões de patacas
decrescente se deve à recuperação gradual da economia desde a reabertura de fronteiras. O responsável vincou que o organismo que dirige vai “acompanhar de perto a evolução do mercado de trabalho e avaliar a aplicação” do plano de formação subsidiada, mantendo “uma estreita ligação” com os sectores económicos e suas necessidades.
A ideia é continuar a “ajudar os residentes com necessidades de emprego, para que possam melhorar competências e aumentar a competitividade laboral através da formação profissional”.
Será adequado?
O responsável máximo da DSAL assegurou que será feito um inquérito aos beneficiários do apoio para “aperfeiçoar de forma contínua o programa, ajustando o conteúdo dos cursos em função das necessidades do desenvolvimento económico e social e das exigências das indústrias”.
Na sua interpelação, o deputado questionou, precisamente, a evolução em termos de candidaturas para estes programas de formação subsidiada desde a “flexibilização das medidas de prevenção da pandemia”. Lei Chan U quis ainda saber se foi realizado algum questionário sobre “a adequabilidade dos conteúdos dos cursos aos postos de trabalho dos residentes que participaram nas formações”, bem como a adaptação à política “1+4”, criada pelo Governo para diversificar a economia.
“Tendo em conta a melhoria progressiva da situação do emprego, quando vai a Administração rever e a avaliar os programas em causa?”, questionou o deputado. Andreia Sofia Silva
AAssociação dos Sectores de Convenções, Exposições e Turismo de Macau elogiou os recentes apoio financeiros disponibilizados pelas autoridades de Hengqin, para o desenvolvimento da indústria.
Citado pelo jornal Ou Mun, o presidente da associação, He Haiming, considera que o subsídio de 2 milhões de renminbis para a realização de eventos em Macau e Hengqin,
GUILHERME Coutinho Calheiros, secretário do Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Governo brasileiro visitou na quarta-feira o Fórum Macau para afinar estratégias de reforço de cooperação.
Segundo um comunicado do Fórum Macau, Ji Xianzheng, secretário-geral do secretariado permanente do organismo, disse que o Fórum “é um mecanismo de cooperação multilateral que visa complementar a cooperação bilateral entre a China e o Brasil em diversas áreas, pelo que espera uma maior representatividade por parte brasileira neste mecanismo”.
Por sua vez, Guilherme Coutinho Calheiros referiu que as autoridades brasileiras “defendem a importância do Fórum Macau e comprometem-se a apoiar os trabalhos desenvolvidos pelo secretariado permanente”. O responsável disse ainda que a sua visita a Macau visa “conhecer melhor o papel de Macau enquanto plataforma sino-lusófona”, bem como “reforçar a cooperação e o intercâmbio com a RAEM”. Pretende-se que a aposta na cooperação incida sobre as áreas do comércio, investimento, ciência, inovação tecnológica e trocas comerciais.
assim como o apoio de 800 mil renminbis para as empresas que abram representações na Zona de Cooperação Apro-
fundada correspondem às necessidades das operadoras nesta área.
He apontou também que este tipo de apoio incentiva a diversificação da economia de Macau, no âmbito da política 1+4, em que o jogo financia o desenvolvimento de outros quatro sectores, entre eles as convenções e exposições.
No entanto, face à falta de espaços para exposições na Ilha da Montanha, He Haiming
deixou o desejo que o Centro de Convenções de Shizimen, em Hengqin, possa ser melhor aproveitado. O dirigente associativo apontou também que o Centro de Convenções de Shizimen pode beneficiar de um novo impulso, devido à inauguração do túnel que faz a ligação com o Centro de Convenções e Exposições de Zhuhai, uma das infra-estruturas mais populares do outro lado da fronteira.
A presidente 1ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, a deputada Ella Lei, afirmou ontem que a nova lei de protecção do segredo de Estado não vai permitir classificar como confidenciais os “assuntos públicos”. As afirmações foram prestadas depois de uma reunião para analisar o diploma, e citadas pelo jornal Ou Mun. Segundo Ella Lei, o diploma aponta os assuntos que não podem ser classificados e deu o exemplo da matéria que é publicada no Boletim Oficial. Porém, noutros assuntos, a decisão pertence ao Chefe do Executivo, que vai ter poderes não só para classificar, mas também para definir a duração da classificação e a desclassificação dos temas protegidos pelo segredo de Estado. Até ao momento, nem Governo, nem deputados conseguem indicar quando é expectável que a lei entre em vigor.
O Produto Interno Bruto (PIB) de Macau deverá registar uma “subida robusta” este ano, sendo que, no primeiro trimestre, cresceu 38,8 por cento. É o que revelam os dados divulgados ontem pela Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM). Na mais recente revisão sobre o panorama económico do território, a AMCM aponta que a economia “está a ganhar dinamismo devido à forte recuperação da procura externa”, tendência que se deverá manter nos próximos seis meses. Espera-se que essa procura se deva à “recuperação económica das regiões vizinhas”, o que pode levar a uma grande procura pelo turismo. Por sua vez, a AMCM espera que a inflação continue a aumentar este ano, embora o mercado de trabalho venha a registar melhorias graduais. A previsão da AMCM aponta para uma maior procura por mão-de-obra em conjunto com a recuperação gradual da economia.
Os hotéis receberam 1,14 milhões de hóspedes em Junho, confirmando a tendência de crescimento desde que foram levantadas, no início do ano, as medidas antipandémicas, segundo dados oficiais divulgados ontem. Em Junho foram contabilizados 1.142.000 hóspedes nos 43 mil quartos disponíveis dos 131 hotéis, registando um crescimento de 168,3 por cento, em termos anuais, informou a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Desde o levantamento das medidas de covid zero, Macau já tinha ultrapassado um milhão de hóspedes nas unidades hoteleiras em Abril (1.101.000) e Maio (1.104.000). Em Junho de 2019, o último ano antes da pandemia, Macau acolheu 1.119.000 hóspedes, com a taxa de ocupação média hoteleira a fixar-se nos 89,5 por cento, contra os 84,3 por cento de Junho deste ano. No primeiro semestre de 2023, foram registados 6.049.000 hóspedes e a taxa de ocupação média hoteleira fixou-se em 78 por cento, informou ainda a DSEC.
A Alfândega de Gongbei anunciou que no primeiro semestre deste ano foram instaurados 124 processos criminais contra contrabandistas que foram apanhados na prática três vezes, o que faz com que o delito resulte em pena de prisão. Num comunicado, o organismo indicou que 102 casos foram encaminhados para o tribunal, resultando, até ao momento, em 69 sentenças. Entre estas, a pena mais pesada foi de seis meses de prisão, embora suspensa pelo período de um ano. As autoridades alfandegárias do Interior adiantaram que estes casos aconteceram principalmente no Posto Fronteiriço de Gongbei, com 108 ocorrências.
SEGURANÇA PEREIRA COUTINHO PREOCUPADO COM QUALIDADE DE BRINQUEDOS
Uma inspecção em Hong Kong mostrou que vários balões para festas contêm substâncias cancerígenas. A situação alarmou Pereira Coutinho e levou o deputado a pedir ao Governo um sistema de inspecção de brinquedos, para garantir a segurança das crianças
Odeputado Pereira Coutinho está preocupado com os padrões de segurança dos brinquedos para crianças. Foi desta forma que o deputado reagiu a um relatório do Conselho de Consumidores de Hong Kong, que concluiu que entre 19 tipos de balões de látex à venda na região vizinha, apenas seis cumpriam os padrões de segurança vigentes na União Europeia, havendo mesmo produtos contendo produtos cancerígenos.
Numa interpelação escrita, o legislador ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) pergunta ao Governo como garante a segurança dos brinquedos importados para Macau, dada a ausência de uma política coerente.
“Segundo o relatório de inspecção do Conselho do Consumidor de Hong Kong, de 15 de Junho de 2023, em 19 tipos de balões de látex à venda no mercado, foram detectadas substâncias suspeitas de serem cancerígenas”, relatou o deputado. “O Conselho de Consumidores de Hong Kong recomenda que se evite soprar nos balões com a boca, sobretudo crianças, que se lave as mãos antes de comer e depois de brincar com balões, e que não se coma enquanto se brinca, a fim de reduzir o contacto com substâncias nocivas, acrescentou.
No entanto, a falta de medidas está a preocupar os pais, argumenta. “Macau, como porto franco de comércio, nunca implementou medidas ou mecanismos de inspec-
ção da segurança dos brinquedos infantis, situação que deixa muitos pais preocupados com a saúde das crianças”, acusou. “O Governo deve tomar como referência as medidas adoptadas nas regiões vizinhas e criar mecanismos aperfeiçoados para testar a qualidade dos diversos produtos, com vista a
“Macau [...] nunca implementou medidas ou mecanismos de inspecção da segurança dos brinquedos infantis, situação que deixa muitos pais preocupados.” PEREIRA
salvaguardar a saúde e a segurança da população”, defendeu.
Por isso, Coutinho pergunta se o Governo tem planos para criar “um mecanismo de inspecção da qualidade e segurança de diversos produtos”, como brinquedos ou artigos de uso diário pelas crianças, e um mecanismo para inspeccionar as importações.
Por outro lado, e em relação aos balões, o deputado pede medidas urgentes para proteger os residentes. “O Governo deve adoptar medidas urgentes, por exemplo incluir as substâncias cancerígenas na lista de proibição de importação, a fim de evitar a entrada em Macau de balões de látex que apresentem riscos para a saúde, e a consequente ocorrência de problemas de saúde”, considerou. “Como vai fazê-lo?”, perguntou. João Santos Filipe
Jane Lao, antiga gestora da empresa de conteúdos online Manner, suicidou-se depois de alegadamente ter sido vítima de bullying de vários ex-colegas e internautas. Entre o grupo visado consta um ex-namorado. O caso está a levar a vários pedidos de boicote a produtos e conteúdos promovidos pela empresa
UMA youtuber local suicidou-se e o caso despoletou uma onda de choque, com várias acusações de bullying contra a empresa de conteúdos online Manner e seus trabalhadores, e vários apelos de boicote a espalharem-se nas redes sociais.
Na tarde de quarta-feira, por volta das 16h40, Jane, de 29 anos, foi encontrada sem sinais vitais em casa, depois de ter incendiado uma lata com carvão e fechado a porta do quarto. O caso, como acontece nestas situações, foi relatado pela Polícia Judiciária (PJ), sem que a identidade da vítima tivesse sido revelada. Na informação oficial, era referido que a mulher tinha deixado uma carta de suicídio.
Horas depois, a identidade de Jane Lao foi revelada, através das redes sociais e dos órgãos de comunicação social de Hong Kong, onde a empresa Manner desenvolve parte das suas actividades.
As revelações do suicídio pelos órgãos de comunicação de Hong Kong trouxeram também a público as publicações mais recentes da youtuber na rede social Instagram, no dia anterior à morte. De acordo com uma publicação de Jane, na terça-feira tinha havido uma primeira tentativa de suicídio, com comprimidos.
No texto que serviu como nota de suicídio, antes de alegadamente ter sido levada para o hospital, a youtuber reconheceu que lutava contra uma depressão desde 2021, altura em que deixou a empresa Manner, e se tornou alvo de ameaças online.
A jovem recordou ainda um episódio do passado, depois de deixar a Manner, em que seis ex-colegas fizeram emissões online a gozar com ela. Recorrendo a um filtro no vídeo, para criar a
impressão de que estariam todos a chorar, os ex-colegas pediam de forma irónica à ex-gestora para não deixar a empresa.
Nesse dia de Setembro de 2021, apesar de ter sido gozada publicamente pelos colegas, Jane admitiu ter-lhes pedido desculpa.
“Foi o dia em que actuei de forma
A identidade de Jane foi revelada, através das redes sociais e dos órgãos de comunicação social de Hong Kong
mais errada”, escreveu a youtuber, na publicação de terça-feira. De acordo com o relato da jovem, as publicações dos ex-colegas terão ainda motivado várias críticas online de vários internautas, a quem reconheceu ter pedido desculpas, e telefonemas com ameaças alegadamente de pessoas ligadas à gestão da empresa. Além disso, a vítima indicou que os ex-colegas da Manner terão produzido um vídeo e uma música a criticá-la, conteúdos que não terão sido partilhados publicamente.
Na publicação constava ainda uma fotografia de uma caixa de comprimidos e um texto onde a youtuber afirmava ter tomado 40 unidades. “Espero não acordar”, escreveu. “Vou fazer justiça pelos meus próprios meios”, acrescentou.
Caso tenha pensamentos suicidas e necessite de auxílio pode ligar para o Serviço de Auxílio da Cáritas, através do número 28522 5222, em chinês, ou para o número 2852 5777, com apoio em INGLÊS
Horas mais tarde depois da publicação, a youtuber acabaria por comentar que se encontrava bem, embora nessa altura alguns amigos tivessem partilhado publicações afirmando que a jovem teria sido mesmo enviada para o hospital.
Aborto e depressão
Além de problemas profissionais, a relação de Jane Lao com a Manner foi ainda mais complicada, devido ao namoro com um ex-colega de trabalho, o mágico local Nathan Lam.
Quando deixou a empresa, o namoro com Lam também terminou. No entanto, a relação ficou marcada por uma gravidez indesejada e um aborto, que terá sido
uma dos factores que contribuiu para a depressão.
No início, o namorado terá recusado acreditar na história da gravidez, e só encarou o assunto a sério quando foi confrontado com uma ecografia. O episódio terá criado grande pressão a Jane, e segundo uma prima da ex-gestora, a escolha pelo aborto só foi tomada por pressão de Nathan Lam.
Lam, reagiu às acusações no ano passado, quando estas se tornaram públicas, e negou ter forçado a ex-namorada a interromper a gravidez, embora tivesse admitido que nunca queria o filho, como lhe terá dito em várias conversas. “Quando ela me perguntou se eu queria a criança, eu respondi que não queria, mas que ia respeitar a decisão dela”, afirmou o, ex-namorado. “No final ela decidiu não ter a criança, e foi uma decisão dos dois. Mas, eu nunca a forcei a tomar a decisão, embora não estivesse pronto para ser pai”, acrescentou.
Reacções em cadeia
Ontem, foram várias as reacções online com críticas à conduta não só da empresa, mas também dos colegas que fizeram os vídeos a ironizar a saída da ex-gestora.
O caso tornou-se num pesadelo de relações públicas para a Manner, com vários pedidos de boicote
Face aos pedidos de boicote e críticas, a Manner cancelou um evento de celebração do 10.º aniversário, que estava agendado para 12 de Agosto em Hong Kong. A companhia fez também um comunicado a lamentar a morte da ex-funcionária e a negar ser complacente com uma cultura de bullying.
“A empresa foi informada recentemente da morte trágica de uma ex-empregada na tarde de hoje. Estamos profundamente tristes com este acontecimento e expressamos as nossas condolências à família”, foi comunicado. “Desde que a trabalhadora deixou a empresa, há cerca de dois anos, não houve qualquer tipo de coope-
ração com a Manner. No entanto, em relação às dificuldades que ela encontrou durante a vida, e em especial quando foi ameaçada por telefone, a Manner reitera que esse tipo de comportamentos não fazem parte da nossa cultura” foi acrescentado.
A companhia admitiu ainda levar o caso para os tribunais, se
O canal de YouTube da Manner Production tem mais de 733 mil subscritores e em dez anos de actividade online geraram mais de 682 milhões de visualizações. No Facebook, a página da empresa tem quase um milhão de gostos, enquanto no Instagram acumula mais de 537 mil seguidores.
for descoberto que alguém se fez passar pela empresa nas ameaças feitas a Jane Lao. “Caso seja apurado que alguém fez ameaças em nome da Manner, reservamos o direito de agir judicialmente”, foi indicado.
A Manner terá recebido mais de 10 milhões de patacas de apoios do orçamento da RAEM desde 2017
Por sua vez, a youtuber Sinam, uma das envolvidas no vídeo polémico das lágrimas, fez um directo online para recusar ter cometido qualquer tipo de bullying, contra Jane. “Nem sei o que dizer sobre este caso”, afirmou durante um directo, que conseguiu uma audiência de mais de 15 mil pessoas, antes de ter desligado a transmissão Sinam terá ainda dito ser imune às críticas. Também Puinam, outra das youtubers do vídeo polémico e funcionária da empresa, recusou ter praticado bullying.
Além destas reacções, houve ainda outros membros da Manner que fizeram comunicados sobre a morte de Jane Lao.
Pedidos de boicote
Apesar da reacção da empresa, o caso tornou-se num pesadelo de relações públicas, com vários pedidos de boicote por parte de internautas e comentários de con-
denação nas diferentes páginas da companhia e dos trabalhadores desta.
Ontem ao longo do dia, circularam também nas redes sociais várias imagens das marcas mais conhecidas ligadas à Manner, ou que promove os seus promovem os seus produtos através desta, como a Coca-Cola, Sasa, 7 Eleven, ou o Instituto dos Assuntos Municipais e o Turismo de Hong Kong, entre outras. Em resposta, as empresas 24 Storage e 247 Fitness terminaram ou suspenderam as colaborações com a Manner.
As ligações com a Administração de Macau não se ficaram pelo IAM, e também o Fundo de Desenvolvimento da Cultura foi visado, porque em 2017 decidiu subsidiar a empresa, com mais de três milhões de patacas, para que fosse elaborado um programa a promover a Grande Baía. A Manner terá recebido mais de 10 milhões de patacas de apoios do orçamento da RAEM desde 2017.
O boicote foi iniciado através de uma carta assinada “por um grupo anónimo de amigos e familiares de Jane Lao” que apelou ao Governo e às marcas para ponderarem bem o tipo de empresas que apoiam.
Na missiva partilhada online, são deixadas várias críticas à empresa, pela forma como terá tratado a youtuber com ameaças, quando esta decidiu deixar de gerir o canal da Manner. João Santos Filipe (com N.W.)
COMUNICADO
Sinam
“Estamos profundamente tristes com este acontecimento e expressamos as nossas condolências à família.”
MANNERVídeo polémico Sinam e Puinam durante vídeo de reacção à morte de Jane Lao Jane Lao
Chama-se “Beautiful Game” e conta a história de uma família que toda a vida teve um restaurante na pacata vila de Coloane. Até que subitamente não consegue pagar as contas devido ao aumento da renda, enquanto o filho sonha ser futebolista. O filme de António Caetano de Faria teve ontem a sua estreia internacional no Festival de Cinema de Avanca
“UMA história de sacrifício e de amor, um drama familiar entre pais e filhos”. É desta forma que o realizador António Caetano de Faria, ligado à produtora local Locanda Filmes, descreve “Beautiful Game”, o seu filme que estreou ontem em Portugal no Festival de Cinema de Avanca, depois de uma apresentação na Cinemateca Paixão.
O filme revela a história de um casal, proprietário de um restaurante na vila de Coloane, que deseja deixar o negócio ao filho que, no entanto, só pensa em jogar futebol. A par disso, surgem problemas financeiros, dada a dificuldade em pagar as rendas do estabelecimento.
“Beautiful Game” é “uma história de desencontros entre ideais de uma geração mais nova com uma geração mais velha que queria deixar o legado do restaurante para o seu filho”, em que uma família “se vê envolvida num conflito de ideais e com problemas financeiros por resolver”.
No cartaz do filme surge a frase “Procura a luz, encontra o caminho”, em jeito de mensagem que enaltece a procura de um estilo de vida que escapa às expectativas familiares. “As gerações anteriores têm um espírito de sacrifício muito maior que o nosso, pela experiência de vida. Acho que esse espírito está muito incutido nessa geração que não procura fazer coisas novas ou fora da sua realidade. Há então
esse choque geracional. Falamos de personagens que têm quase 50 anos, com um filho de 12 anos, e que têm um restaurante em Coloane. Praticamente nunca saíram dali, ou de Macau, querendo viver a sua vida simples”, adiantou o realizador.
O filme foi financiado parcialmente pelo Instituto Cultural (IC), tendo recebido outros apoios recolhidos pela produtora, entre os quais o apoio institucional de entidades como o Benfica de Macau e a Casa de Portugal em Macau. A pandemia obrigou António Caetano de Faria a alterar o argumento do filme, que deveria passar-se em Macau, China e Portugal. Assim, a história de “Beautiful Game” centra-se apenas no território.
António Caetano de Faria não traz consigo grandes expectativas sobre o acolhimento que o filme vai ter em Avanca. “Primeiro, faço filmes para mim e fico satisfeito naquele determinado tempo. Mas depois, ele ganha uma vida e fala por si próprio. A beleza do cinema reside no facto de haver várias interpretações sobre o mesmo filme, além de que eu não sou um realizador que gosta de festivais. Estes têm a sua necessidade e um circuito próprio, mas não sou o maior fã deles.”
O realizador prefere “fazer filmes, ter contacto com as pessoas, poder construir uma história, uma mensagem, descobrir algo em mim,
a nível de sentimentos e emoções”.
“Não é ir ao festival, mostrar o filme e falar sobre ele”, frisou.
“Beautiful Game” revela ainda o lado da memória e da história de Macau, temática muito presente no trabalho do cineasta. Além disso, muitas das personagens deste filme são interpretadas por não actores. “Gosto de dar oportunidade a pessoas que não têm tanta experiência no cinema. É isso que é agradável, pode provocar a sociedade e levar pessoas a fazer cinema. Para mim, isso é mais importante do que aparecer em dez festivais e nas revistas.”
“Primeiro, faço filmes para mim e fico satisfeito naquele determinado tempo. Mas depois, ele ganha uma vida e fala por si próprio.”
ANTÓNIO CAETANO DE FARIA REALIZADOR
António Caetano de Faria acredita que o cinema em Macau tem pernas para andar, conseguindo-se até alguns apoios de forma independente, embora seja sempre um processo complexo.
“Não dependemos apenas do Governo e dos subsídios para fazer cinema, até porque hoje em dia as coisas são mais fáceis, temos o digital e a vontade das pessoas, bem como alguma formação. É importante fazer e experimentar, não estar apenas à espera. Comecei com uma câmara a contar algumas histórias que me interessavam, embora o dinheiro ajude, sobretudo em ficção. É importante para se profissionalizar uma indústria.”
A saída de muitos profissionais de cinema portugueses de Macau nos últimos tempos não veio afectar a indústria local pois, segundo António Caetano de Faria, as colaborações do ponto de vista técnico são mantidas à distância. Andreia Sofia Silva
UMA exposição que junta, em diálogo, peças da Colecção Francisco Freire e Jin Ying e cerâmicas da designer Rita Filipe foi inaugurada ontem no Museu Nacional do Azulejo, em Lisboa.
A mostra “Reflexos do Oriente. Chá – Cerâmicas do passado e do presente” vai apresentar peças da dinastia Song daquela colecção, em diálogo com objectos cerâmicos da designer Rita Filipe. Na base do projecto está o ensino da preparação e modo correcto de beber chá, segundo um comunicado do museu sobre a nova exposição.
Para preparar e beber chá de forma correcta “é necessário apreciar e manusear os objectos que participam da sua confecção, sendo fundamental conhecer aquela que é considerada globalmente a expressão principal da arte cerâmica, a porcelana da Dinastia Song (960-1279)”, indica o texto.
Estes objectos, “criados num contexto sociocultural que buscava integrar o Belo no quotidiano, conceito até então sem precedentes na cultura chinesa, levou a que estas porcelanas ocupassem, progressivamente, o espaço de materiais mais dispendiosos e associados ao luxo e à opulência, como o ouro, a prata ou o jade”, é descrito.
Nas peças da Colecção Francisco Freire e Jin Ying, agora expostas, “essa fusão de funcionalidade com o Belo, sem adornos supérfluos, simultaneamente clássica e contemporânea, inspirada na Natureza, é, por isso, intemporal”.
As peças estabelecem também um diálogo com objectos da designer Rita Filipe, que procura recuperar formas e técnicas da produção tradicional, relacionando o passado e o presente. A exposição “Reflexos do Oriente. Chá – cerâmicas do passado e do presente” ficará patente desde ontem e poderá ser visitada até 15 de Setembro.
LIU CHE (156-87 a. C.), que seria recordado como o imperador Han Wudi, nos últimos anos da sua vida e do seu reinado parecia tão obcecado pela busca da imortalidade que alguns se queixaram de que negligenciava o governo do império numa fúria inútil para evitar que a luz inexorável da mortalidade se apagasse.
Nisso se comparava ao primeiro imperador Qin Shihuang mas o melancólico entardecer de Han Wudi ficaria marcado por um claro contraste entre importantes reformas, como a expansão militar do território ou introdução dos exames de acesso à administração pública, e um longo lamento pela finitude. Quando andava pelos quarenta anos e ia partir para Shanxi para uma cerimónia de culto religioso, num momento de pujança do seu poder, mostrando que sabia bem o que perdia, sentado no seu navio escreveu:
A brisa outonal vai embalando nuvens brancas, Árvores e ervas amarelecem e há gansos que regressam ao Sul. Que elegantes as orquídeas e que pefume têm os crisântemos! Lembra-me aquela senhora que não consigo esquecer.
O navio imperial vai partir cruzando o rio Fen, No seu curso levantam-se ondas brancas. A flauta de bambu e o bater do tambor acompanham o ritmo da canção dos remadores;
Sentimentos de grande alegria confundem-se com sentimentos de tristeza: Da forte juventude tão breve o tempo e, logo, logo envelhecemos.
Uma sensibilidade que alastrava à sua volta. O grande historiador Sima Qian relatou curiosos episódios em que o imperador, de tal modo atento à beleza das suas consortes, tinha que intervir na competição entre elas para ver qual a mais bela, evitando que se vissem umas às outras.
O historiador Ban Gu (32-92) confirma, falando da famosa Senhora Li que, definhando no leito de morte, não
queria ser vista doente pelo imperador. Histórias de esconder e procurar que seriam recordadas num rolo de caligrafias de dois amigos literatos e pintores da penúltima dinastia.
Huang Daozhou (1593-1646) nesse rolo horizontal (tinta sobre seda, 27,1 x 146, 7 cm, no Metmuseum) provoca com humor, o seu amigo Ni Yuanlu (15931644) através da referência a uma carta que recebeu de alguém que o conheceu através dele, ainda antes de o ver. Na resposta, apensa ao mesmo rolo, o amigo refere então no mesmo tom, essas senhoras que só queriam ser vistas no ponto alto da sua beleza. Huang era um leitor
do Livro das Mutações, que busca responder ao espanto do mudar contínuo, como mostrou numa singular pintura de 1634, Pinheiros e rochas (rolo vertical, tinta sobre seda, 173 x 47 cm, no Metmuseum) em que opõe o significado erudito de constância e porfia dos objectos naturais representados à frase escrita:
«Mesmo transformado numa pedra, não serei inflexível.»
Foi-o, no entanto, e por isso perseguido quando amigos se separaram e se extinguiram formas de beleza iluminadas à luz dos Ming.
A fabricante automóvel alemã Volkswagen vai adquirir uma participação de 4,99 por cento da marca chinesa Xpeng, por 630 milhões de euros, visando o desenvolvimento conjunto de veículos eléctricos, anunciaram ontem as empresas
Aviso sobre pedido de junçãode restos mortais em sepultura perpétua
Eu, Mak Kam Meng (麥錦明), nos termos da alínea 5) do n.º 1 e dos n.ºs 2 e 3 do artigo 26.°- A do Regulamento Administrativo n.º 37/2003, alterado pelo Regulamento Administrativo n.º 22/2019, apresento o pedido relativo à junção das ossadas de Lei Kon Fan
(李幹芬), que era cônjuge de Mak Kan (麥根), inumado na sepultura n.º CN-1-G-0600 do Cemitério Municipal de Coloane, nessa sepultura.
Venho por este meio informar as pessoas indicadas no n.º 1 do artigo 26.º-A do Regulamento Administrativo acima referido de que podem apresentar objecção por escrito no prazo de 30 dias, contados a partir da data da publicação do aviso, ao IAM. A objecção escrita deve ser entregue no escritório dos assuntos de cemitérios da Divisão de Higiene Ambiental do IAM, sito no 3.º andar do Edifício Comercial Nam Tung, na Avenida da Praia Grande n.º 517.
Se o IAM não tiver recebido objecção por escrito dentro do prazo determinado, o pedido de junção pode ser autorizado.
Aos 28 de Julho de 2023
Mak Kam Meng
ECONOMIA VOLKSWAGEN INVESTE 630 MILHÕES DE EUROS NA XPENG
AVolkswagen e a Xpeng querem “forjar uma aliança estratégica de longo prazo e mutuamente benéfica”, disse a fabricante chinesa, num comunicado enviado à bolsa de valores de Hong Kong, onde está cotada.
O documento indicou que as marcas vão desenvolver em conjunto dois modelos eléctricos para o mercado chinês, que devem começar a ser produzidos em 2026. “Isto vai permitir que o Grupo Volkswagen expanda a sua posição na China, explore novos segmentos de clientes e traga novos veículos eléctricos inteligentes e totalmente co -
OS lucros das principais empresas industriais da China contraíram 16,8 por cento, em termos homólogos, no primeiro semestre do ano, para 3,39 mil milhões de yuans (428 milhões de euros), indicam dados oficiais divulgados ontem.
Este índice registou, no entanto, uma queda ainda maior, de 18,8 por cento, se for contabilizada apenas a média relativa aos primeiros cinco meses de 2023, já que o declínio dos lucros foi menos acentuado em Junho.
No mês passado, os lucros das principais empresas industriais da China caíram 8,3 por cento,
nectados para o mercado mais rapidamente”, explicou o chefe da empresa alemã na China, Ralf Brandstätter, através da rede social LinkedIn.
O presidente e director executivo da Xpeng, He Xiaopeng, afirmou que as duas empresas “vão juntar forças altamente complementares”. “Vamos partilhar tecnologias no sector dos veículos inteligentes e capacidades de ‘design’ e engenharia de classe mundial e aprender um com o outro”, disse.
As acções da Xpeng, considerada uma das principais rivais da Tesla na China, dispararam quase 33 por cento na bolsa de valores de Hong Kong, durante
a sessão da manhã de ontem.
O jornal de Hong Kong South China Morning Post indicou ainda que a Audi, uma das marcas do Grupo Volkswagen, também assinou um acordo para formalizar a aliança com a fabricante chinesa SAIC, com vista a aumentar o portefólio eléctrico no segmento topo de gama. Estes acordos “sublinham a urgência” do conglomerado alemão em melhorar os resultados na China, onde tem sido “eclipsado” por empresas emergentes locais, como a NIO, BYD ou Xpeng, no segmento eléctrico, no qual a Volkswagen registou uma queda nas vendas no primeiro semestre, apesar
Lucros das principais empresas caem 16,8% no primeiro semestre
em termos homólogos, de acordo com os dados publicados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) chinês.
“Face à contínua recuperação da economia este ano e ao efeito de vá-
rias políticas, a produção industrial registou uma constante recuperação e os lucros das empresas têm melhorado”, disse um analista do GNE Sun Xiao, em comunicado.
Na elaboração desta estatística, o gabinete apenas teve em conta as empresas industriais com um volume de negócios anual superior a 20 milhões de yuan (2,5 milhões de euros).
A recuperação da economia perdeu força no segundo trimestre do ano, face à queda
do mercado ter crescido 25 por cento, escreveu o SCMP.
No ano passado, foram vendidos na China quase seis milhões de carros eléctricos, mais do que em todos os outros países do mundo juntos. A dimensão do mercado chinês propiciou a ascensão de marcas locais, que ameaçam agora o ‘status quo’ de uma indústria dominada há décadas pelas construtoras alemãs, japonesas e norte-americanas. Estimativas do banco de investimento UBS indicam que, até 2030, três em cada cinco veículos novos vendidos na China vão ser movidos a electricidade, em vez de combustíveis fósseis.
das vendas no sector imobiliário, contracção das exportações e enfraquecimento do consumo interno. A débil procura resultou na estagnação da inflação, enquanto a queda dos preços ao produtor acelerou.
Ajuda a caminho
Esta semana, o Partido Comunista Chinês (PCC) sinalizou mais apoio ao sector imobiliário e comprometeu-se a impulsionar o consumo e resolver o excesso de endividamento dos governos locais. Durante um encontro conduzido pelo secretário-geral do PCC e Presidente do país, Xi Jinping, o Politburo do Partido reconheceu
“dificuldades no actual funcionamento” da economia.
Na semana passada, as autoridades chinesas anunciaram que o produto interno bruto (PIB) registou um crescimento homólogo de 6,3 por cento, no segundo trimestre do ano, aquém das expectativas dos analistas, já que o efeito base de comparação, após um ano de bloqueios rigorosos, fazia prever uma taxa superior. Face ao primeiro trimestre do ano, a economia cresceu apenas 0,8 por cento, sugerindo um abrandamento na recuperação, depois de Pequim ter abolido a política ‘zero covid’, em vigor durante a pandemia.
UMA associação governamental da indústria de jogos afirmou ontem que o número de jogadores de videojogos na China aumentou para um recorde de 668 milhões, à medida que o maior mercado de jogos do mundo volta a crescer. O número de jogadores contabilizados no final de Junho representa cerca de metade da população. A associação do sector, CGIGC, que anunciou os dados numa conferência do sector em Xangai, disse também que as receitas das vendas do mercado nacional de jogos atingiram 144,26 mil milhões de yuans no primeiro semestre deste ano. “No contexto de um mercado mundial de jogos pouco dinâmico, a indústria de jogos da China está a sair gradualmente de uma fase de depressão e a mostrar uma tendência ascendente”, disse Zhang Yijun, director da CGIGC, na conferência, citado pela emissora pública de Hong Kong RTHK.
“Face aos desafios da segunda metade do ano, ainda temos de aumentar a confiança da indústria”, acrescentou.
A população de jogadores da China diminuiu pela primeira vez no ano passado, na sequência da repressão governamental que se abateu durante meses sobre o sector devido a preocupações de Pequim com o vício em jogos. A repressão anulou receitas significativas e o valor de mercado de muitos gigantes nacionais do sector dos jogos, incluindo a Tencent Holdings e a NetEase.
No entanto, as receitas do jogo ainda não regressaram ao nível anterior à campanha do Governo Central. As receitas das vendas caíram de 150,493 mil milhões de yuans no primeiro semestre de 2021 para 144,26 mil milhões neste primeiro semestre.
As autoridades pararam de aprovar novos jogos por quase oito meses entre 2021 e 2022, mas desde então relaxaram os regulamentos. Os reguladores aprovaram o último lote de licenças de jogo na quarta-feira, permitindo que 88 jogos chegassem ao mercado no mês de Julho.
PEQUIM lançou ontem críticas à imprensa estrangeira por estar a “criar um rebuliço” na sequência do caso de Qin Gang, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês que foi afastado do cargo esta semana, depois de um mês desaparecido do olhar do público.
O afastamento de Qin Gang, que não surgia em cerimónias públicas há mais de um mês, foi anunciado na terça-feira. “Opomo-nos à propaganda maliciosa sobre este assunto”, afirmou a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em conferência de imprensa. “A China informou prontamente sobre demissões e nomeações”, acrescentou.
Mao disse ainda que o portal do ministério, onde as referências a Qin desapareceram na noite de terça-feira, está a ser “actualizado”. A representante não esclareceu se, após a “actualização”, as referências ao ex-
-ministro vão voltar a aparecer. “Consulte a página após a actualização”, recomendou, ao ser questionada por um jornalista. Mao voltou a referir o breve despacho publicado na terça-feira pela agência noticiosa
oficial Xinhua sobre o afastamento de Qin Gang e reiterou que não tem mais informações sobre o assunto. A Xinhua citou um comunicado do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional, de apenas uma frase, a informar sobre a substituição de Qin pelo antecessor Wang Yi. O mesmo comunicado não apresentou nenhuma razão para a substituição ou desaparecimento de Qin Gang.
Longe da vista
MAO
Qin Gang não aparece em público desde 25 de Junho, dia em que se reuniu em Pequim com responsáveis do Sri Lanka, da Rússia e do Vietname. Desde então, tem
estado ausente de vários eventos diplomáticos, suscitando variadas especulações sobre o seu paradeiro e sobre a sua situação.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros apagou também do seu portal várias referências ao ex-ministro. Na secção “Actividades dos líderes do Ministério”, agora coberta por notícias sobre o trabalho dos vice-ministros Ma Zhaoxu e Deng Li, as menções a Qin Gang desapareceram. No início deste mês, Mao Ning justificou a ausência de Qin Gang de um encontro de ministros dos Negócios Estrangeiros da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Jacarta, por “motivos de saúde”.
EM antecipação da chegada iminente do tufão Doksuri, as autoridades de várias cidades costeiras chinesas na rota da tempestade encerraram ontem escolas e negócios, enquanto o observatório nacional renovou o seu alerta meteorológico mais severo após fortes chuvas durante a noite no sudoeste do país.
A previsão das autoridades apontava para a chegada do tufão à costa chinesa às
primeiras horas da madrugada passada, informou a rádio estatal, citando as autoridades meteorológicas da província de Fujian.
O observatório nacional classificou o Doksuri como um tufão “forte”, com ventos máximos de 180 quilómetros por hora, à medida que se deslocava para noroeste através do Estreito de Taiwan em direcção à província de Fujian, a partir das 12h de ontem.
Três cidades costeiras da província de Fujian encerraram ontem escolas, empresas e fábricas, informaram os meios de comunicação social estatais, enquanto as autoridades de controlo de inundações de uma delas, Xiamen, alertaram para um “impacto grave”.
No entanto, a Administração Meterológica da China previu que seria mais fraco do que o tufão Meranti
de 2016, o mais forte a atingir a costa oriental da China desde 1949 e que matou pelo menos 11 pessoas.
Quinze províncias e unidades administrativas mu-
nicipais em toda a China foram afectadas por condições meteorológicas “severas”, incluindo trovoadas, chuvas fortes, vendavais e granizo antes da chegada do Doksuri, informou a agência de notícias Xinhua. Pequim lançou operações de emergência para o controlo das inundações no sudoeste do país na noite de quarta-feira, após chuvas torrenciais nas províncias de Sichuan, Guizhou e Yun-
nan, bem como na vizinha metrópole de Chongqing. As fortes inundações na cidade de Luzhou, na província de Sichuan, arrastaram carros para troncos de árvores, de acordo com vídeos que circulam nas redes sociais chinesas. Navios de passageiros e barcos de pesca também ficaram encalhados em partes da província costeira de Zhejiang, imediatamente a norte de Fujian.
O Governo chinês criticou ontem a imprensa estrangeira por “criar um rebuliço” em torno do afastamento de Qin Gang do cargo de ministro
“Opomo-nos à propaganda maliciosa sobre este assunto.
(...) A China informou prontamente sobre demissões e nomeações.”
NING PORTA-VOZ DO MNE
Pelo menos seis pessoas morreram nas Filipinas, na sequência da passagem do tufão Doksuri, que se dirigia ontem para o sudeste chinês já a perder intensidade. Ainda assim, as Filipinas foram assoladas por ventos e chuvadas fortes no norte do arquipélago, obrigando à evacuação de milhares de pessoas
VENTOS violentos e chuvas torrenciais atingiram as pouco povoadas ilhas Babuyan e as províncias do norte do país, provocando inundações e aluimentos de terras. Uma mãe e três filhos morreram, na quarta-feira, num aluimento de terras, que atingiu a casa que habitavam em Buguias, na província montanhosa de Benguet, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) o responsável local pela gestão de catástrofes, Satur Payangdo. Cinco pessoas que também se encontravam na mesma casa foram resgatadas.
Em Ramon, na província de Isabela, uma vendedora de pão morreu na sequência da queda de um coqueiro, referiu à AFP a responsável provincial pela gestão de catástrofes, Constante Foroda.
Também um jovem de 16 anos morreu em casa, quando esta foi arrastada por um aluimento de terras em Baguio, nas montanhas do norte das Filipinas, referiu à AFP um funcionário local.
Classificado como um super tufão, quando atravessou o oceano Pacífico, na terça-feira, o Doksuri perdeu a força ao aproximar-se das Filipinas. As previsões apontam para que a tempestade continue a perder intensidade antes de atingir hoje o sudeste da China.
Mar que galga a terra
O tufão estava “a afastar-se lentamente da ilha de Dalupiri”, na
OS lucros da gigante sul-coreana Samsung Electronics caíram 84,5 por cento no segundo trimestre deste ano, em relação ao período homólogo, devido a uma menor procura mundial de ‘chips’
A Samsung obteve um lucro líquido de 1,72 biliões de won (cerca de 1,2 mil milhões de euros), no segundo trimestre do ano, indicou ontem a empresa.
O rendimento operacional bruto (Ebitda) da empresa, sediada em Suwon, foi de 1,7 biliões de won (1,2 mil milhões de euros), menos 88,2 por cento, enquanto o lucro operacional foi de 670 mil milhões de won (475 milhões de euros), menos 95,2 por cento do que entre Abril e Junho de 2022.
O volume de negócios foi de cerca de 60 biliões de won (42,5 mil milhões de euros), uma queda de 22,3 por cento em relação ao segundo trimestre do ano anterior. Os resultados apresentados pela Samsung estão de acordo com as previsões apresentadas pela empresa a 10 de Julho.
A empresa atribuiu os resultados principalmente a uma queda na procura de ‘chips’ para utilização em dispositivos electrónicos e veículos, o que resultou na primeira perda operacional para a divisão em 14 anos, devido a um aumento no inventário de semicondutores.
ponta norte da principal ilha filipina de Luzon, e a dirigir-se para o mar, notou a agência meteorológica filipina numa actualização na quarta-feira.
Pelo menos 12 mil pessoas foram retiradas de casa na província de Cagayan, incluindo 431 nas ilhas Babuyan, na sequência de alertas de marés de tempestades
Pelo menos 12 mil pessoas foram retiradas de casa na província de Cagayan, incluindo 431 nas ilhas Babuyan, na sequência de alertas de marés de tempestades de 3 metros de altura
de três metros de altura, disse à AFP Ruelie Rapsing, responsável provincial de gestão de catástrofes.
Foram também registadas inundações nos municípios costeiros de Lallo, Pamplona e Claveria.
A costa sudeste de Taiwan foi atingida por fortes ondas, na quarta-feira, e o gabinete central de meteorologia emitiu avisos e alertas de chuva forte.
A Samsung disse esperar que a procura recupere gradualmente na segunda metade do ano, embora tenha avisado que as condições vão continuar a ser difíceis nos próximos meses.
Este aumento da procura deverá ser particularmente marcado por um aumento das encomendas de ‘chips’ de memória para utilização no desenvolvimento de produtos e serviços relacionados com a inteligência artificial (IA).
Olíder da Coreia do Norte apresentou ontem ao ministro da Defesa russo as armas mais avançadas do país, como mísseis balísticos intercontinentais e novos ‘drones’ militares, noticiaram os meios de comunicação social estatais locais.
Em várias imagens publicadas, Kim Jong-un acompanha Serguei Shoigou através de uma vasta
exposição de defesa, na qual se contam os mísseis nucleares de Pyongyang e que o site especializado NK News, baseado em Seul, identificou como novos aparelhos aéreos sem piloto (UAV, na sigla em inglês).
Chegadas na quarta-feira, as delegações russa e chinesa, liderada pelo membro do Politburo Li Hongzhong, são os primeiros visitantes estrangeiros
conhecidos em Pyongyang, desde o encerramento das fronteiras em 2020, devido à pandemia da covid-19, indicou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
A Coreia do Norte celebrou ontem o 70.º aniversário da assinatura do armistício da Guerra da Coreia, a 27 de Julho de 1953, que pôs fim aos combates, iniciados em 1950, comemorado no Norte
como o Dia da Vitória. A Rússia, aliada histórica da Coreia do Norte, é um dos poucos países com os quais Pyongyang mantém relações amistosas.
Kim e Shoigu “discutiram questões de interesse comum no domínio da defesa e segurança nacionais e do ambiente de segurança regional e internacional”, ao mesmo tempo que lembraram a
“histórica amizade” entre os dois países, disse a KCNA, acrescentando que o responsável russo entregou ao líder norte-coreano “uma carta” do Presidente russo, Vladimir Putin.
O líder norte-coreano apoiou a invasão da Ucrânia por Moscovo, nomeadamente através do fornecimento de mísseis e foguetes, de acordo com Washington.
A bolsa de Tóquio abriu ontem mista, com o principal índice, o Nikkei, a ganhar 0,07%, para 32.691,00 pontos. Em sentido contrário, o segundo indicador, o Topix, desceu 0,05 % para 2.282,00 pontos, no início da sessão. O índice Nikkei reflecte a média não ponderada dos 225 principais valores da bolsa de Tóquio, enquanto o indicador Topix agrupa os valores das 1.600 maiores empresas cotadas.
APESAR do esforço financeiro que representa a aquisição de novos carros, a verdade é que a aposta da Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) resultou em pleno, com 44 concorrentes, 16 dos quais da RAEM e os restantes do Interior da China e de Hong Kong, a inscreverem-se nesta primeira prova destinada apenas aos modelos Toyota Gazoo Racing GR86 e Subaru BRZ. Tal foi o número de participantes, que o pelotão teve ser dividido em dois.
As classificações destas duas primeiras corridas, a que se somarão os resultados da próxima jornada dupla, vão seleccionar os concorrentes participantes no 70º Grande Prémio de Macau. Dado o elevado número de concorrentes, e à expectativa que apareçam ainda mais carros no próximo confronto, poderá resultar que existam duas corridas, em vez de uma só, para os Toyota Gazoo Racing GR86 e Subaru BRZ no grande evento do mês de Novembro - uma no primeiro fim de semana e outra no segundo.
No segundo circuito permanente da Província de Cantão assistiram-se a duas corridas altamente disputadas, com toques e alguns excessos. Rui Valente foi uma das vítimas da impetuosidade alheia.
“Estragaram-me o carro todo, fui empurrado para fora da pista quando estava em segundo lugar na segunda corrida”, contou o piloto, naturalmente desapontado, ao HM.
“O fim-de-semana até começou bem. Depois de uma qualificação que não foi assim tão boa, fiz o 13º melhor tempo, a primeira
Sérgio Conceição suspenso um mês a duas semanas do início da época
Otreinador do FC Porto, Sérgio Conceição, foi suspenso por 30 dias, atendendo a incidências na recepção ao Casa Pia, da edição 2022/23 da I Liga, revelou o Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Além do castigo, o técnico foi condenado a pagar uma coima de 10.200 euros por factos verificados nessa partida da 32.ª e antepenúltima jornada da prova, que foi vencida com reviravolta pelos ‘azuis e brancos’(2-1), em 14 de Maio, no Estádio do Dragão, no Porto.
No pretérito fim-de-semana, no Circuito Internacional de Guangdong, teve início um novo capítulo do automobilismo de Macau, com a primeira prova dos novos carros de Turismo da categoria Macau Road Sport Challenge. Presente neste evento esteve Rui Valente, que voltou a estar em destaque, ainda que o resultado final não tenha sido o esperado, muito devido a uma maldade cometida por um adversário
corrida até correu bem, pois a ideia era ficar entre os cinco primeiros e depois lutar por um lugar no pódio na corrida da tarde”, explicou Rui Valente que, como quase todos os pilotos, ainda se está a adaptar à sua nova montada. “Eu estava no terceiro lugar, na penúltima volta, e se tivesse levantado o pé, seria esse de certeza o resultado da corrida. Mas como vi que podia passar o segundo, ultrapassei. Porém, a duas curvas do fim, fui abalroado por um adversário que seguia atrás de mim.”
Este acidente, perfeitamente evitável, acabou por borrar a pintura de um fim de semana que estava a ser bastante bom para Rui Valente. “Fiquei com o carro bas-
tante danificado e muito aborrecido porque ele apenas foi penalizado em dez segundos”, referiu o piloto do Subaru BRZ nº20.
Menor velocidade e maior diversão
Rui Valente terminou o seu Subaru BRZ praticamente nas vésperas da prova. Um pequeno teste antes da prova deu para colocar o carro pronto para a abertura de temporada, embora o piloto saiba que ainda pode evoluir a sua nova máquina japonesa. Sendo um carro muito diferente do seu anterior Mini Cooper S, por estar muito mais próximo de um carro de série, o experiente piloto português gostou da experiência.
“Este é um carro muito mais lento, mas a corrida até que é divertida”, explicou Rui Valente, piloto que se estreou no Grande Prémio de Macau em 1988. “Nas corridas tens que te empenhar e andar ao máximo do princípio ao fim, pois os carros são todos iguais e rodam à mesma velocidade. A diferença está nos décimos de segundo.”
Depois das boas indicações dadas nesta corrida no circuito dos arredores da cidade de Zhaoqing, a próxima e derradeira jornada dupla da Macau Road Sport Challenge antes do Grade Prémio está agendada para o fim de semana de 19 e 20 de Agosto neste mesmo palco; curiosamente Zhaoqing significa “início auspicioso”. Sérgio Fonseca
Vasco Matos, treinador-adjunto do Casa Pia à altura dos factos e agora técnico principal do Santa Clara, recém-despromovido ao escalão secundário, foi igualmente sancionado pelo órgão disciplinar federativo com um mês de suspensão, mais 4.080 euros de multa.
Dos restantes processos instaurados pelo CD da FPF, o quarto árbitro do desafio, Hélder Carvalho, foi punido com uma repreensão por “erro nos relatórios e atraso no seu envio”.
Os outros três elementos da equipa de arbitragem liderada por Manuel Oliveira e os dois delegados designados pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional viram os respectivos processos serem arquivados, face à “inexistência de prova de qualquer ilícito disciplinar”.
Na sequência do golo da reviravolta do FC Porto, que foi marcado por Danny Namaso, já aos 90+3 minutos, Sérgio Conceição efectuou um gesto polémico em direcção ao banco de suplentes do Casa Pia e manteve uma acesa troca de palavras com Vasco Matos, numa altercação que se prolongaria no relvado depois do apito final do árbitro Manuel Oliveira.
A deliberação do CD da FPF foi conhecida a duas semanas da estreia oficial dos ‘azuis e brancos’ em 2023/24, com a Supertaça Cândido de Oliveira frente ao campeão nacional Benfica, em 9 de Agosto, em Aveiro, da qual pode vir a estar ausente o técnico portista.
Fonte do FC Porto disse à agência Lusa que será apresentado recurso junto do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD), com uma providência cautelar, na perspectiva de suspender a aplicação do castigo e assegurar a presença de Sérgio Conceição na decisão do troféu.
LUKAS MOODYSSON | LILYA 4-EVER (2002)
Lilya 4-Ever é uma ficção com base na história de Danguolė Rasalaitė, uma jovem da Lituânia que foi abandonada pela mãe e que acabou por ser enganada por um “namorado” e vendida como escrava sexual para a Suécia. Com um tom verdadeiramente pesado, o filme, que é uma produção dinamarquesa e sueca, revelou a actriz Oksana Akinshina, que mais tarde participou na sequela Bourne. Outro ponto a favor é o facto de ter como banda sonora a música Mein Herz Brennt, dos alemães Rammstein. João Santos Filipe
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1- Natural e imperfeito
(Ir à lua e voltar. Amarar. A Inteligência Artificial, em rota de colisão com a humanidade como ainda a conhecemos. Conhecíamos. “Ground control to Major Tom”: Volta.)
TENHO O Cristo da bisavó Etelvina no congelador. Depois eu explico.
O ser humano, na sua maravilhosa, tanto quanto exasperante, imperfeição. Que será sempre, mais ainda do que preferível, digna de ser reequacionada como primordial e essencial. Essa natureza, que sofre o sério risco de ser preterida pela sua filha mais perversa, a IA. Inteligência artificial. Falando de imperfeição, penso como se leva uma vida a amadurecer uma certa tolerância para com a imperfeição do outro. Mas também, se houver sabedoria, com a nossa. Essa que nos assinala como humanos cheios dos desafios de um cérebro atormentado pelos sentimentos e emoções, que geram contradições, fraquezas e imperfeições que queremos burilar, ou de que nem temos uma percepção nítida.
O suor, que é humano.
O suor, o seu odor e o da adrenalina, do medo, coisas humanas reprimidas e disfarçadas por debaixo de perfume, óleos e antitranspirantes. A imperfeição embaraçosa do humano demasiado humano.
O que nos distingue, pois, é na verdade aquilo que conseguimos tolerar ou passar a tolerar e odiar e continuar a odiar. Detestar, digo. Um sistema de valores que se perfila em rede por detrás de tudo e que reflecte as nossas decisões, senão todas, porque somos imperfeitos, pelo menos a maioria delas. E é o que nos faz diferentes. Uns dos outros. O que aceitamos mesmo sem tolerar ou gostar, o que admiramos e acalentamos, aquilo que é alvo da nossa rejeição, aquilo que permitimos que nos mude e que deixamos mudar em nós. Um sistema de valores que tem uma grande componente emocional a temperar aquela outra, racional, que é ética ou moral. E há o olhar dos outros.
Mas voltando ao início, penso como somos, dos seres naturais, o mais artificial desde que abrimos os olhos para o mundo. Teatrais, especulativos e manipuladores, em diálogo com outros seres, tão cor-
ruptos como nós, que se desvanecem por um sorriso, mais tarde por um elogio, um favor. Que estão sempre em diálogo proveitoso ou não, redefinindo regras à medida que nos tornamos gente, interagimos, demolimos convicções. Reformulamos até, parte daqueles que nos antecederam e deixamo-nos imbuir da moeda afectiva que gera memórias, trocas, dependências e perdas.
Ganharíamos muito na observação de determinadas estruturas sociais entre os animais. A noção transmitida nos genes que gere cada atitude. A obediência cega ao bem comum para o qual uma comunidade trabalha em conjunto, sem rebelião nas coisas mais essenciais. mas somente me surge este pensamento num momento em que corre o vento de uma catástrofe em que mergulharemos todos sem excepção, e que finalmente, aniquilando o que temos batalhado cegamente por adquirir usurpar ou diminuir, no nosso pior ângulo, um po-
der gerado na ânsia por este ou por uma dimensão económica em crescendo. E, no final, para ricos e pobres de qualquer género, nem credos nem fasquias sociais sobreviverão à simples destruição do que nos é comum e que estamos a destruir avidamente, o ecossistema de que dependemos sem outras demonstrações de status que não a da simples viabilidade. Terra. Calcamos firmemente os pés a produzir pegada. Um dia, a nossa memória sem casa, dirá: estivemos aqui. Que é como quem diz que é possível haver sequer memória, quando das pegadas se perder o rasto.
Mas talvez não seja. Temo que nos estejamos a extinguir na nossa cega noção do imediato. E assim, pergunto que sentido faz cada pequena batalha que travamos por cada objectivo afinal insignificante… Ficou por chegar a ideia de Deus, tal como a da Inteligência artificial. Mas, parte de uma tetralogia ou talvez pentalogia, esta crónica, continua…
O suor, o seu odor e o da adrenalina, do medo, coisas humanas reprimidas e disfarçadas por debaixo de perfume, óleos e antitranspirantes. A imperfeição embaraçosa do humano demasiado humano
Ho Iat Seng salientou que Macau “possui uma base sólida e vantagem para o desenvolvimento sustentável do ensino de português e investigação científica e académica”
UM e UL querem cooperar na área da medicina
AUniversidade de Macau (UM) e a Universidade de Lisboa (UL) poderão cooperar na área da medicina. A ideia foi deixada pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, que num encontro com o reitor da UL, Luís Ferreira, realizado na quarta-feira, disse esperar que as duas instituições possam “acelerar projectos no âmbito do acordo de cooperação na área da medicina”, já assinado.
Recorde-se que, numa entrevista concedida ao HM em 2019, Fausto Pinto, director da Faculdade de Medicina da UL, admitiu “interesse [da parte da UM] numa aproximação na área da medicina”.
“Temos contactos com a UM e sei que estão a desenvolver potenciais actividades na área da medicina com as quais teremos todo o gosto em participar”, disse na altura Fausto Pinto, que acrescentou que o projecto estava ainda “numa fase muito inicial”.
Ho Iat Seng reuniu com dirigentes da UL em Abril, durante a visita a Portugal. Neste novo encontro com Luís Ferreira, o Chefe do Executivo salientou que o território “possui uma base sólida e vantagem para o desenvol-
vimento sustentável do ensino de português, investigação científica e académica e formação de quadros qualificados na área do turismo”.
O governante adiantou ainda que, nos últimos anos, “as instituições de ensino superior de Macau e Portugal têm concretizado vários projectos de cooperação, que consolidam a parceria entre as partes nas áreas do ensino superior e tecnologia, criando oportunidades de desenvolvimento de alta qualidade”.
Grandes capacidades
Luís Ferreira salientou que a UL “possui uma das melhores capacidades em investigação científica do mundo na área da medicina, com laboratórios avançados e resultados de investigação científica de nível mundial”.
O reitor espera, assim, que as duas instituições de ensino “possam cooperar de forma prática na área da medicina, contribuindo para Macau em matéria de investigação científica, desenvolvimento académico e formação de quadros qualificados e melhorando a vida da população de Macau”. No encontro estiveram ainda presentes o reitor da UM, Song Yonghua, e o vice-reitor, Rui Martins. Andreia Sofia Silva
Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) previram ontem que seria “baixa a moderada” a possibilidade de içar o sinal 3 de tempestade tropical esta manhã, devido à aproximação do tufão severo “Doksuri”. Prevê-se que hoje a tempestade se aproxime de Macau, no máximo, a cerca de 500 quilómetros a leste. Até ao
fecho da edição de ontem a tempestade continuava a mover-se para noroeste e a dirigir-se para a costa leste da província de Guangdong e para Fujian. As autoridades decidiram manter içado o sinal 1 de tempestade pelo facto de “Doksuri” estar a “uma certa distância” de Macau. O tempo manteve-se muito quente e em algumas
zonas atingiu os 38 graus de temperatura ou valores superiores. Espera-se que o tempo quente desencadeie aguaceiros e trovoadas com rajadas de vento forte. Entre hoje e amanhã, sob influência do “Doksuri”, o vento deverá intensificar-se, havendo possibilidade de trovoadas e aguaceiros ocasionais.
“A esperança seria a maior das forças humanas, se não existisse o desespero.”
Vitor Hugo PALAVRA DO DIA