Revista Itália 360º- Energia Limpa no Brasil | Ano 3 | Nº 6 | Dez de 2022

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Ano 3 | n. 6 | dezembro/2022 Rico em recursos naturais e sob os holofotes do mundo, país surge como potência de destaque quando o assunto é sustentabilidade FILANTROPIA | ECONOMIA | ENTREVISTA | TURISMO | CRÔNICA 10 14 28 38
limpa
Brasil 32
Revista da Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais | italiabrasil.com.br
Energia
no

Localizada, em Betim (MG), próximo ao Porto Seco e com fácil acesso, a Guarde Mais é especializada em locação de espaços sob medida e integra uma rede com 74 unidades espalhadas pelo Brasil. Com capacidade de armazenamento de 2.500m³ para qualquer tipo de demanda, a empresa oferece soluções em armazenagem para estoques, guarda-volumes, guarda-móveis, guarda-equipamentos, logística para e-commerce, fulfillment, dark store (mini centro de distribuição) e endereço fiscal.

A unidade, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), dispõe de equipamentos para manuseio, seguro individual contra roubo e eventuais danos materiais para todos os boxes e monitoramento 24 horas. Com contratos acima de 30 dias, sem burocracia, a locação não exige fiadores e é isenta de taxas de condomínio e Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

MINAS NA VANGUARDA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

2022 foi um ano de retomada. Assistimos a uma, ainda tímida, reação dos mercados, voltamos a receber público nos grandes eventos esportivos e a colocar em pauta antigas discussões sobre temas de relevância global. O clima é a bola da vez e a 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, COP 27, que aconteceu em novembro, no Egito, atraiu os holofotes do mundo, com a participação de mais de 190 países, que discutiram o panorama das mudanças climáticas e os caminhos para implementação de alternativas sustentáveis.

Quem se antecipou em apresentar ações concretas para criar um ambiente equilibrado e sustentável, começa a ganhar relevância no cenário geopolítico e econômico mundial, tema da matéria de capa da sexta edição da nossa revista. O futuro é verde e Minas Gerais sai na dianteira entre os estados brasileiros no que tange à produção e ao consumo de energia solar. Além disso, Minas concentra os investimentos das maiores empresas de produção de energias sustentáveis e está na vanguarda da diversificação de sua matriz energética.

Na linha dos investimentos do estado, essa edição da revista Itália 360° traz entrevista com João Paulo Braga, presidente da Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (Invest Minas), abordando o papel do governo como facilitador das relações comerciais, os avanços conquistados e os obstáculos a serem transpostos. E um dos maiores desafios para a competitividade nacional é, justamente, a dependência da importação de componentes essenciais de setores estratégicos. Pensando nisso, foi instituído pelo Governo Federal, durante a emergência de Covid-19, o projeto MIBI (Made in Brazil Integrado), que visa construir uma cadeia nacional capaz de baratear custos, facilitar a produção e promover maior independência da indústria brasileira sobre os componentes importados.

Das relações econômicas e ambientais passamos para as relações humanas. Esta edição traz os projetos das Obras Educativas de Padre Giussani, fundadas pela missionária italiana Rosetta Brambilla, que trabalha para assegurar os direitos básicos da população carente e o resgate da infância das crianças da periferia.

No turismo, Bologna é o destino ideal para os amantes da culinária. A cidade que já era atrativa por suas belezas históricas e arquitetônicas, foi eleita como o melhor lugar do mundo para se comer e é passagem obrigatória para aqueles que gostam de unir tradição e história à culinária italiana.

Desejo a todos uma excelente leitura!

EDITORIAL
Valentino Rizzioli Presidente da Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais
3 ITÁLIA 360º | N.6 | DEZEMBRO DE 2022
Foto: João Quesado

Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais Presidente: Valentino Rizzioli. | Vice-presidente executivo: Raffaele Peano. Secretária-geral: Ana Corrêa.

Revista Itália 360º

Comitê editorial: Ana Corrêa, Debora Ferreira, Eduarda Barcelos e Martha Resmini. Produção e gestão editorial: Gíria Design e Comunicação (contato@giria.com.br). Coordenação, projeto gráfico e design: Carolina Lentz. Redação: Carolina Lentz e Ana Clara Moreira. | Fotos: Bancos de imagens e outros. Itália 360º é uma publicação periódica oficial da Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais - Rua Piauí, 2019, 5º andar, bairro Funcionários, Belo Horizonte, MG. Contatos: +55 (31) 3287-2211 - www.italiabrasil.com.br - info@italiabrasil.com.br.

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4 ITÁLIA 360º | N.6 | DEZEMBRO DE 2022 NESTA EDIÇÃO 05 CÂMARA ITALIANA 08 NOTAS 360º 10 FILANTROPIA Obras Educativas
Giussani 12 GASTRONOMIA Receita
14 ECONOMIA 1 Workshop
15 ECONOMIA 2 Nova
16 CAPA Energia renovável 28 ENTREVISTA João Paulo Braga 32 TURISMO Bologna 38 CRÔNICA Fernando Fabbrini
Padre
do chef Luca Lenzi
sobre mobilidade urbana
plataforma do Governo de Minas

True Italian Taste promove cine degustação

Nos dias 21 e 22 de setembro, a Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais realizou, em parceria com a CASACOR e o grupo Supernosso, o evento de encerramento da quarta edição do projeto True Italian Taste, que foi marcada por degustação de vinhos, seguida da exibição de um filme italiano, no Palácio das Mangabeiras.

Na ocasião, o público, formado por jornalistas, sommeliers, influenciadores, associados e autoridades, teve a oportunidade de degustar uma criteriosa seleção de vinhos italianos da carta de vinhos do grupo Supernosso, apresentados pelo sommelier Gustavo Giacchero e harmonizados com um rico menu de antepastos, massas e sobremesa. Após a degustação, ocorreu a exibição do longa italiano “Ricordi” que, em português, foi traduzido para “Entre Tempos”, do diretor Valerio Mieli.

Os vinhos selecionados para a primeira noite foram: Vermentino Campo Alle Comete 2018; Greco Di Tufo Feudi Di San Gregorio 2019; Trigaio Feudi Di San Gregorio 2019; Rubrato Aglianico Feudi Di San Gregorio 2018. Já na segunda noite, foram degustados: Z agalia Minini Negroamaro; Primitivo Di Manduria Uno, assim como o Vermentino e o Rubrato degustados na noite anterior.

O True Italian Taste é promovido e financiado pelo Ministério das Relações Exteriores e Cooperação Internacional da Itália e implementado pela Associação de Câmaras de Comércio Italianas no Exterior (Assocamerestero), em colaboração com as câmaras de comércio italianas no exterior, para valorizar e salvaguardar os autênticos produtos agroalimentares italianos. O True Italian Taste faz parte do programa "The Extraordinary Italian Taste".

Em 18 de novembro de 2022, aconteceu a confraternização de fim de ano da Eurocâmara Minas, na Casa Fartura, em Belo Horizonte. O evento foi o primeiro desde o início da pandemia de Covid-19 e marcou a retomada dos trabalhos da associação.

Na ocasião, estiveram presentes o presidente da Eurocâmara e da Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais, Valentino Rizzioli; a secretária-geral da Câmara Italiana, Ana Corrêa; o cônsul de Portugal, Rui Almeida; conselheiros e associados da Câmara Portuguesa de Minas Gerias; o presidente da Câmara de Comércio França-Brasil em Minas Gerais, Hildeu Dellaretti e conselheiros e associados da Câmara Francesa.

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realiza confraternização de final de ano, evento que marcou a retomada das atividades da instituição
Eurocâmara

Convenção das Câmaras de Comércio Italianas no exterior aconteceu em Perugia

Entre os dias 8 e 10 de outubro, aconteceu em Perugia, capital da região de Umbria, a 31° primeira Convenção Mundial das Câmaras de Comércio Italianas no Exterior, realizado pela Assocamerestero. A edição deste ano foi a primeira presencial desde o início da pandemia de Covid-19, em 2020.

O evento contou com pautas importantes para o desenvolvimento dos trabalhos desenvolvidos pelas câmaras italianas no

mundo, além da eleição de Mario Pozza como novo presidente da Assocamerestero.

Representando a Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais estavam presentes o presidente, Valentino Rizzioli, a secretária-geral, Ana Corrêa e os representantes da região do Piemonte e do Veneto, Franco Stola e Marco Valentini, respectivamente.

Em 24 de outubro, aconteceu mais uma edição do evento “Diálogos de Negócios”, promovido pela Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais. O evento, realizado em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), discutiu sobre a maturidade política brasileira, seus vieses socioculturais, impactos históricos e as perspectivas futuras.

Durante o evento, o Ministro do Tribunal de Contas da União, Antônio Anastasia, realizou uma palestra, explicando como os contextos históricos e culturais e os modelos políticos podem influenciar a construção da maturidade política de um país. Além disso, o ministro destacou como as particularidades brasileiras foram construtoras da atual maturidade e os desafios que ainda precisam ser superados.

Após a palestra, o público, composto por autoridades e empresários, teve a oportunidade de realizar perguntas ao ministro. O debate se concentrou em questões de suma im-

portância para compreender as conjunturas que envolvem as múltiplas esferas da sociedade brasileira, suas complexidades e as expectativas para o cenário futuro do Brasil, à luz dos avanços já alcançados.

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Diálogos de Negócios debateu a maturidade política brasileira

Unioncamere promove reunião para apresentar novo ministério das empresas e Made in Italy

Em 28 de novembro de 2022, a Unioncamere, instituição representante das Câmaras de Comércio no Exterior e na Itália, promoveu uma assembleia com os secretários-gerais das câmaras de comércio italianas, em Padova, para apresentar o novo Ministério das Empresas e do Made in Italy, cuja criação visa aumentar o protagonismo das câmaras e aperfeiçoar e estimular a política de promoção das empresas do setor no mundo.

O novo ministério foi apresentado no dia 24 de novembro, quando a nova premiê italiana, Giorgia Meloni, apresentou a formulação do seu governo. Agora, tanto a Uniocamere quanto a Assocamerestero (associação das câmaras de comércio do exterior) estarão subordinadas a esse ministério.

O objetivo da reunião foi debater os desafios e oportunidades do comércio de produtos italianos e as iniciativas para estimular o trabalho das câmaras, constituintes do sistema Itália, em seu apoio às empresas associadas, além de apresentar as

expectativas e as diretrizes do novo governo para o futuro do comércio exterior e das relações comerciais.

Em comemoração aos seus 25 anos de atuação, a Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais lançará o livro “Imigrantes e empreendedores: a influência da imigração italiana em Minas Gerais”. O lançamento está previsto para o início de 2023 e visa registrar como a presença da cultura empreendedora italiana, especialmente no período pós-Segunda Guerra Mundial, teve papel determinante no desenvolvimento da economia e demais setores do estado.

O texto, que foi elaborado pelo escritor e historiador, Anísio Ciscotto Filho, narra, a partir de entrevistas, a história de personagens e ítalo-descendentes, evidenciando o papel destes na inovação e transformação de seus setores de atuação.

A publicação costura o perfil e também as histórias dos entrevistados, e conta com nomes como Rubens Menin, Rosetta Brambilla, Patrizia Collina e Antônio Anastasia, dentre outros, construindo uma narrativa que retrata as várias bases de formação de uma sociedade: esporte, culinária, educação, comunicação, política, empresariado, filantropia, dentre ou-

tras, tornando-se também importante referência histórica para as futuras gerações.

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Câmara lançará livro sobre a imigração italiana e o empreendedorismo em Minas Gerais

Mario Pozza é o novo presidente da Assocamerestero

Gian Domenico Auricchio conclui seu segundo mandato à frente da Assocamerestero, dando lugar ao vice-presidente da Unioncamere e presidente da Câmara de Comércio de Treviso-Belluno.

Pozza foi eleito pelo novo Conselho Geral da Assocamerestero em sua reunião de liquidação, realizada no domingo, 9 de outubro de 2022, em Perugia, como parte da 31ª Convenção Mundial das Câmaras de Comércio Italianas no Exterior, juntamente com Ronni Benatoff, Presidente do CCIE de Tel Aviv nomeado vice-presidente.

O novo Conselho Geral da Assocamerestero, juntamente com o Presidente e o Vice-Presidente, conduzirá a Associação durante os próximos três anos.

Após a eleição, Mario Pozza enviou uma carta a todas as câmaras italianas, reafirmando a intenção de prosseguir com o trabalho e os projetos que já vinham sendo realizados pela gestão de Auricchio. Abaixo, a tradução da carta:

Prezados senhores,

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer pela participação no XXXI Congresso Mundial Das Câmaras de Comércio Italianas no Exterior, realizada em Perugia nos dias passados, que teve, pra mim, o início de um novo percurso como Presidente do Assocamerestero.

Estou sinceramente grato ao Presidente Auricchio e aos Conselheiros que precederam este novo conselho pelo excelente trabalho realizado, também em circunstâncias extraordinárias e muito complicadas como as que ocorreram durante a pandemia.

Minha intenção é continuar no caminho traçado por eles, desenvolvendo ainda mais o papel das Câmaras de Comércio Italianas no Exterior entre os temas trabalhados para a promoção da Itália no mercado internacional e construindo juntos projetos e iniciativas que ajudam especialmente as pequenas empresas a operar em mercados globais.

Meu principal objetivo, tenho certeza que é partilhado por todos vocês, permanece o fortalecimento da Rede, único no panorama nacional e internacional, feito por nossas Câmaras no exterior, desde as italianas que suas agencias mais operacionais, que desejo envolver-me mais intensamente em nosso trabalho em comum.

Junto com o Vice-Presidente Ronni Benatoff, com o Secretário Geral Domenico Mauriello e ao novo Conselho, já estamos trabalhando para identificar algumas linhas prioritárias de ações sobre as quais podemos atuar nos próximos meses.

Dito isso, ficarei contente em receber os vossos contributos e reflexões, para que nossa visão possa ser enriquecida por outros pontos de observações, que se baseiam nas experiências desenvolvidas por vocês nos diferentes contextos em que operam.

Agradeço desde já por esta pequena mas preciosa contribuição, e tenho certeza de que, através da colaboração entre todos nós, poderão surgir as melhores ideias.

Cordialmente,

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COP 27:

Itália se compromete a reduzir as emissões de CO2

Entre os dias 6 e 18 de novembro, aconteceu em Sheikh, no Egito, a 27º edição da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP 27), promovida pela Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (UNFCCC). O objetivo do encontro foi debater sobre as questões climáticas, em especial ao que se refere à estabilização da concentração de gases do efeito estufa na atmosfera, bem como os impactos econômicos e sociais gerados por esse fenômeno, além da proposição de medidas para conter o aquecimento global.

O ministro italiano do meio ambiente, Gilberto Pichetto Fratin, que esteve presente na COP 27, reiterou o compromisso para a redução dos gases que provocam o efeito estufa e o investimentos em energias sustentáveis. Segundo o ministro, a meta do país é "atingir 70 GW de novas energias renováveis, necessárias para cumprir a meta europeia de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 55%, em seis anos em vez de 10".

A Itália, assim como os demais países do bloco europeu, vem sofrendo com os efeitos da crise energética advindos da alta dos preços e escassez do gás natural, exportado principalmente da Rússia, que está em guerra com a Ucrânia. A guerra escancarou o problema da matriz de energia europeia, travando uma corrida

por energias sustentáveis que diminuam a dependência externa e de fonte não renováveis.

No dia 3 de novembro, a nova premiê italiana, Georgia Meloni, reuniu-se com líderes das instituições europeias, em Bruxelas, na sua primeira missão internacional. O encontro teve como objetivo discutir a atual crise energética que assola a Europa e a crise imigratória.

Meloni em recente entrevista disse, sobre o futuro da relação entre Itália e o bloco da União Europeia, que busca trabalhar com a ideia de uma "Europa confederada", com o princípio da subsidiariedade. "Bruxelas não atua no que Roma pode fazer de melhor e Roma não trabalha sozinha, onde não é competitiva. Nós tivemos uma Europa invasiva nas pequenas coisas e ausente em grandes assuntos", afirmou a premiê.

Meloni, que assumiu o cargo de premier italiana em 21 de outubro, foi eleita pelo partido Fratelli d'Italia (FdI) e é a primeira mulher a ocupar o cargo.

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Fonte: Jornal do Brasil
Premiê italiana fala sobre o futuro do país com a união europeia

Solidariedade e atuação social são elo entre Minas e Itália nas Obras Educativas Padre Giussani

Fundada na cidade de Belo Horizonte, em 1978, entidade conta com seis instituições filantrópicas que atendem cerca de 1.200 crianças e adolescentes

Nascida em 1943 na cidade de Bernareggio, em Milão, Rosa Brambilla de Brianza, conhecida também como Rosetta, foi apresentada à atividade filantrópica ainda na infância, quando conheceu religiosos do Pontifício Instituto Missionário, que atuava em regiões distantes como o Japão e a América Latina. Algum tempo depois, passa a integrar um grupo chamado Juventude Estudantesca, liderado pelo padre católico Dom Giussani.

básicos da população carente. Entre os direitos que defendia nessa empreitada, destacam-se habitação, cidadania, regulamentação de terras e urbanização de favelas.

Nossas obras atuam especialmente no fortalecimento do protagonismo da família na tarefa de educar seus filhos, colaborando para a reconstrução do tecido que constitui o corpo da nossa sociedade.

Em fevereiro de 1967, ela embarca para o Brasil, onde começa a atuar como missionária, a serviço das famílias mais pobres das comunidades em São Paulo, Amazônia e Macapá. Depois de cinco anos de atuação nessas localidades, muda-se para Belo Horizonte, trabalhando inicialmente na criação e direção da Pastoral das Favelas, à frente na luta pelos direitos

“A gente ia nas favelas, seja para criar comunidade católica, seja para junto com os presidentes das associações batalhar, para usucapião, para indenização quando as famílias eram retiradas. Para os moradores era normal, os homens tinham razão, eles diziam, que o terreno é deles, a casa é deles, e ficavam assistindo. E batalhamos para a indenização que era ou por cômodo, um valor X, ou por metro quadrado. E justamente eles pensavam que se eles tivessem um terreno, eles mesmos podiam construir sua casinha em vez de invadir”, conta Rosetta.

Ao mesmo tempo, fundou as Obras Educativas Padre Giussani e passou a dedicar-se ao resgate da infância das crianças da periferia, tendo como ponto fundamental a forte inclusão da família. Este é, ainda hoje, um dos princípios que guiam as atividades da instituição, como lembra a própria Rosetta: “nossas obras atuam especialmente no fortalecimento do protagonismo da família na tarefa de educar seus filhos, colaborando para a reconstrução do tecido que constitui o corpo da nossa sociedade”.

As Obras Educativas Padre Giussani são voltadas ao atendimento de crianças com até seis anos, em quatro unidades de educação infantil e uma de acolhimento institucional, além do acompanhamento à adolescentes e jovens que já foram atendidos, sempre tendo em vista o combate ao enfraquecimento da função da família.

Rosetta explica que o período mais grave da pandemia foi desafiador, mas que, apesar das limitações, o propósito permaneceu inabalado: “permanecemos acompanhando nosso público, fortalecendo em nós e neles a esperança e a certeza de não estarmos sozinhos no enfrentamento de nossos medos e

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dificuldades consequentes do surgimento do coronavírus. Desde o começo, tivemos a clareza de que não abriríamos mão de ser o que sempre fomos para as pessoas: uma companhia na direção de um sentido para tudo, afirmando mais do que nunca que o horizonte das nossas vidas é maior que qualquer circunstância”.

Com o retorno das atividades presenciais, foram observados alguns impactos do período longe do ambiente da creche, como atrasos de linguagem, seletividade alimentar, desajustes no sono, entre outros aspectos. Por este motivo, passaram a ser ampliados momentos como a permanência das crianças nos espaços abertos, onde podem brincar e correr sem os limites físicos que encontravam em casa. Nas famílias, houve um recrudescimento dos problemas de saúde mental, espe-

cialmente depressão e transtorno de ansiedade e de violência doméstica.

Diante desse cenário, a presença das Obras em Minas aumenta as possibilidades de relacionamento cultural dos atendidos com a Itália, favorecendo, inclusive, oportunidades de funcionários e educandos aprofundarem o conhecimento sobre a cultura de outro país. Há, inclusive, exemplos de ex-educandos que atualmente vivem na Itália e dificilmente teriam essa oportunidade se não tivessem tido uma trajetória nas Obras.

O estado também tem características que contribuem para a manutenção desse trabalho, como descreve Rosetta: “Minas sempre esteve à frente das discussões e implementações de programas voltados para Educação Infantil, especialmente em Belo Horizonte. Nos últimos 10 anos houve a concretização de diretrizes e orientações voltadas para o trabalho em Educação Infantil e um grande suporte de materialidade para a execução do trabalho pedagógico. Além disso, através de um grande investimento da Prefeitura de Belo Horizonte, pudemos reformar todas as nossas creches, tornando o espaço mais bonito, mais adequado e mais acolhedor para as crianças e suas famílias”.

Embasadas no princípio do carisma e do método, as Obras buscam sempre educar por meio da introdução da pessoa na realidade total, olhando sempre para a origem do homem e dos objetos, para a natureza humana. Esse arcabouço é a causa principal de diversos modos de reconhecimento por autoridades, tais como Prêmio “Stella della Solidarietá Italiana”, concedido pelo presidente italiano Carlo Azeglio Ciampi em 2003; assim como título de Cidadania Honoraria concedido à Rosa Brambilla pela Câmara Municipal de Belo Horizonte, em 2015. ||

FILANTROPIA
Rosetta Brambilla, fundadora das Obras Educativas Padre Giussani Conselho Diretivo das Obras Educativas Padre Giussani

RECEITA DO CHEF

GELATO DE DOCE DE LEITE

Ingredientes:

• Água: 400 gramas

• Doce de leite: 300 gramas

• Creme de leite: 200 gramas

• Leite em pó: 50 gramas

• Xarope de glucose: 50 gramas

Modo de preparo:

Combinação dos ingredientes

Comece a aquecer a água com o creme de leite em uma panela e, quando a mistura atingir os 40°C, adicione os outros ingredientes sólidos (leite em pó e xarope de glucose). Ajudando com um batedor, misture até atingir 85°C. Retire do fogo e passe para o misturador, deixando o composto o mais homogêneo possível. Acrescente o doce de leite. Passe novamente no misturador e deixe esfriar no freezer por cerca de 30 minutos.

Mistura e congelamento

Caso você tenha uma máquina de sorvete, despeje o conteúdo resfriado no cilindro e comece a bater. Em cerca de 30 minutos, o gelato estará pronto. Se não for essa a situação, despeje o conteúdo em um recipiente côncavo, de preferência de aço inoxidável, mexa-o e coloque no freezer por mais 30 minutos. Neste ponto, a cada 30 minutos, você terá de misturar com uma colher, de fora para dentro, simulando o açoitamento que ocorre nas máquinas, no número máximo de 5 vezes por operação. Repita o processo até que você tenha atingido uma consistência cremosa; dependendo da temperatura do congelador, pode demorar cerca de 2 horas.

Conservação

O melhor gelato é aquele feito e consumido imediatamente. No entanto, graças ao processo de pasteurização, é possível mantê-lo no freezer por alguns dias. Você vai notar que o resultado está sujeito à temperatura negativa do seu freezer, ou seja, seu gelato pode ficar muito duro. Você pode deixá-lo descongelar na geladeira a uma temperatura positiva por alguns minutos antes de servir. ||

GASTRONOMIA

Conheça um pouco mais sobre Luca Lenzi, sócio-fundador da Mi Garba! (@migarbagelateria) 1990-1995. Diploma com medalha de prata do "Istituto professionale Alberghiero di Montecatini Terme". 1993. Curso profissional sobre gastronomia francesa no "Lycée Bayet" da cidade francesa de Tours. 1994-2004. Abertura como sócio-proprietário do "Ristorante Fontemorana", nas proximidades de Florença. Esse restaurante teve o merecimento de ter desafiado a conservadora cozinha toscana, apresentando receitas inovadoras à base dos mais variados frutos de mar e peixes que o rico litoral oferece. 2004-2014. Sócio-proprietário do "Ristorante del Golf Club Le Pavoniere", de Prato. Restaurante localizado dentro de uma dos mais renomados clubes de golfe da Itália. Atividade principal: planejamento e execução da parte gastronômica dos campeonatos de golfe. Nessa temporada, tiveram a honra de hospedar importantes competições internacionais, como a final da Porsche Green Cup, o European Tournament Alps Tour, a Mercedes Golf Trophy e o Rolex Golf Tournament.

2014 - Até hoje. Inauguração da Mi Garba! em Belo Horizonte. A gelateria Mi Garba! foi pioneira em trazer para os belo-horizontinos o verdadeiro gelato italiano. A marca está próxima de inaugurar, no Shopping Diamond Mall, sua oitava unidade na cidade.

2019 - Lançamento do livro “Gelato Irresistível – Os segredos e as delícias da tradicional arte italiana”.

GASTRONOMIA
Fotos:
@renatamelo

Câmara marca presença em evento na Fiemg para debater propostas do setor automotivo

Oportunidades e desafios do projeto Made in Brasil Integrado (Mibi) foram debatidos em um fórum da Câmara da Indústria Automotiva e Mobilidade da FIEMG, em 21 de outubro de 2022. O encontro, realizado na sede da Federação, em Belo Horizonte, reuniu especialistas, pesquisadores e representante do poder público.

As possibilidades tecnológicas que permeiam a mobilidade urbana são tema central de atuação e discussão em um grupo de trabalho (GT) da Câmara, conforme explicou o presidente do colegiado, Valentino Rizzioli, lembrando ainda que algumas questões trabalhadas pelo Mibi foram incorporadas pelo GT. "A indústria automotiva deve estar atenta e unir esforços para encontrar caminho em consonância com as tendências da mobilidade no Brasil e no mundo", disse.

O Mibi – Rede Colaborativa para Aumento da Produtividade e da Competitividade do Setor Automotivo Brasileiro – foi criado em 2020, durante a pandemia da Covid-19, com intuito de acelerar a produção de respiradores mecânicos no Brasil. O grupo atuou em várias frentes, mapeando demandas da cadeia produtiva, para evitar o desabastecimento do mercado brasileiro.

POLÍTICA PÚBLICA E PARCERIA

No âmbito federal, a coordenadora-geral de Implementação e Fiscalização de Regimes Automotivos do Ministério da Economia, Margaret Gandini, citou algumas ações que têm sido implementadas pela pasta para a formulação de políticas públicas. Uma delas diz respeito à descarbonização da mobilidade e logística pelo programa Rota 2030, “que tem como pilares a chamada economia verde, mercado de carbono, renovação da frota e outros”, disse.

A gestora lembrou ainda de algumas medidas adotadas pelo governo junto ao setor automotivo nos últimos anos na direção de oferecer ao mercado bens mais sustentáveis, como a etiquetagem de consumo em veículos e fomento à pesquisa e à inovação.

Já o diretor-presidente da SAE Brasil, que integra o conselho executivo da Mibi, Erwin Franiek, falou sobre as oportunidades e sinergias do programa com a Câmara, especificamente na elaboração de propostas conjuntas em prol da competitividade do setor. Entre outras ações, Franiek acredita que o Mibi

e colegiado podem encontrar caminhos para que a indústria brasileira produza determinados componentes eletrônicos que atualmente são importados.

Instituído pelo governo federal por meio da Portaria nº 9.035, de 17 de setembro de 2021, o Mibi é composto por seis grupos de trabalho. São eles: GT 1: componentes metálicos, GT2: componentes eletroeletrônicos, GT3: conjuntos mecânicos, GT4: componentes plásticos, GT5: transmissões automáticas e GT6: semicondutores.

O fórum contou ainda com a participação do pesquisador chefe do Instituto SENAI de Inovação em Processamento a Laser em Joinville, Santa Catarina, Luís Gonzaga Trabasso, que falou a respeito do Projeto Magbras. A iniciativa contempla a produção de imãs permanentes para atender a demanda industrial brasileira com tecnologia nacional.

O pesquisador Marcos Antônio Berton, chefe do Instituto SENAI de Inovação em Eletroquímica em Curitiba, no Paraná, palestrou sobre o trabalho de um laboratório da entidade de produção de baterias de íons lítio. O encontro contou também com a exposição da gerente de Negócios e Parcerias da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), instituição ligada à UFMG, Janayna Bhering, que discorreu sobre os projetos desenvolvidos pela Fundação relacionadas à mobilidade urbana. Os debates foram mediados pelo diretor-executivo da Evebras e integrante da Câmara da Indústria Automotiva e Mobilidade, Leonardo Veloso. ||

(fonte: Imprensa / Fiemg

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Foto: Sebastião Jacinto Jeunior / Fiemg

Governo de Minas lança nova plataforma para negócios internacionais

Minas Business Connection já está disponível para cadastro de empresas e geração de negócios

O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), lançou, em 29 de novembro, a plataforma Minas Business Connection que, dentre outros, tem o objetivo de ser uma vitrine de negócios entre Minas e o mundo todo.

O evento de lançamento realizado no 1º andar do prédio Tiradentes, na Cidade Administrativa, contou com a presença do secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, Marcello Faria, Diretor de Promoção de Exportações, Ana Paula Araújo Prates Diniz, Superintendente de Atração de Investimentos e Estímulo à Exportação, além de diversas autoridades do governo, entidades e do meio empresarial.

O representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no Brasil, Morgan Dayle, reforçou, por meio de vídeo, a expectativa e o potencial de expansão agregados ao estado pela plataforma e como o Business Connection propiciará ao público empresarial mineiro ainda mais possibilidades de expansão e exportação.

Fernando Passalio deu as boas-vindas a todos que vão integrar a plataforma e ressaltou que o Minas Business Connection vai potencializar os negócios em Minas Gerais, além de desburocratizar o processo de interligação entre empresas. “No que tange às iniciativas que buscam ampliar a atração de investimentos massivos é uma plataforma inovadora no país, a custo zero para Minas, além de eficaz em evidenciar o quanto o estado está pronto para receber empresas de quaisquer seg-

mentos e partes do mundo, ampliado à geração de emprego e renda aos mineiros.”

COMO FUNCIONA O MINAS BUSINESS CONNECTION

No âmbito da Sede, a Superintendência de Atração de Investimentos e Estímulo à Exportação (Sinvex), por meio da Diretoria de Promoção de Exportações (Dipex), estão à frente nas ações deste importante pilar do desenvolvimento econômico estadual, e entre suas atividades estão o desenvolvimento de ferramentas de inteligência e promoção comercial, identificação de parceiros e mercados estratégicos para os produtos mineiros, assim como, qualificação das nossas empresas para exportação e importação.

O projeto, estruturado pela Dipex, é fruto de uma parceria estabelecida com o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, por meio do Connect Americas, e se estabelece como a primeira plataforma estadual de facilitação de negócios internacionais no Brasil.

Voltada especificamente para o público empresarial de Minas Gerais, um de seus principais objetivos é conectar todo o "sistema" e atores do comércio exterior no estado, sejam empresas exportadoras, empresas prestadoras de serviços de comércio exterior e entidades que apoiam o comércio internacional, de modo a facilitar e promover o ambiente de negócios internacionais do estado.

A plataforma também propiciará às empresas mineiras que desejam estabelecer contatos comerciais internacionais, se conectar com mais de 240 mil empresas internacionais em 180 países, participando de comunidades empresariais internacionais, tendo acesso a ofertas de compra de importadores estrangeiros, assim como, conteúdos e calendário de eventos internacionais. E tudo isso com cadastramento e permanência gratuitos na plataforma para as empresas mineiras. ||

(fonte: Governo de Minas Gerais)

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NA VANGUARDA DA SUSTENTABILIDADE, EMPRESAS BRASILEIRAS E ITALIANAS GANHAM ESPAÇO NO MERCADO INTERNACIONAL DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Crescimento do setor e compromisso com o combate ao aquecimento global foram destacados por comitiva brasileira na 27ª Conferência do Clima da ONU

Com o objetivo de zerar as emissões de gases causadores do efeito estufa, assim como de preservar o meio ambiente, o Brasil e o mundo estão atentos às possibilidades de geração energia sustentável. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, quase metade da eletricidade gerada no país é originada de fontes renováveis. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), cerca de 10% da matriz energética brasileira é composta por geradores de origem eólica, enquanto 5% são de origem solar.

A energia limpa gerada por aqui também se destaca globalmente: um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) aponta que a matriz energética brasileira, em 2019, era composta por 45% de fontes renováveis, número que supera aqueles observados nos demais países do BRICS – bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

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Esses indicadores são justificados por uma agenda ambiental com forte apelo internacional, o que tem levado o poder público a lançar uma série de ações e programas de incentivo para que a trajetória de crescimento do consumo de energia sustentável se mantenha, ou, em um cenário ideal, ascenda em ritmo ainda mais acelerado.

Tratando-se da esfera federal, algumas dessas medidas são a eliminação de impostos para importação dos equipamentos utilizados no processo de geração energia solar, assim como a implantação da política nacional de biocombustíveis – que tem o objetivo de descarbonizar a matriz do transporte e da indústria em todo o país.

Em Minas, estado que abrange a maior malha de consumidores de energia solar do Brasil, também há um forte movimento para reconhecer empreendimentos que utilizam as energias limpas. Um exemplo dessa mobilização foi a entrega, em novembro deste ano, do Certificado de Energia Renovável CEMIG SIM – empresa do Grupo CEMIG que atua no mercado de energia solar por assinatura – para mais de 30 empresas que atuam no estado. O título atesta os atributos ambientais de empresas e instituições, por meio da rastreabilidade da origem de energia 100% limpa e renovável, constituindo valor aos empreendimentos, já que o acompanhamento permite zerar as emissões CO2 atreladas ao consumo de energia.

ENERGIA RENOVÁVEL E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

A Asja Ambiente Italia é um grupo internacional que opera no setor de renováveis, de eficiência energética e na redução dos gases de efeito estufa, responsáveis pelas mudanças climáticas. Fundada em 1995, a empresa é líder na Itália em produção de energia elétrica a partir de biogás de aterro sanitário, e atua nos setores eólico, fotovoltaico e de biomassa.

De acordo com o diretor-geral da Asja Brasil, Rickard Schafer, “a energia verde produzida pela Asja no Brasil agora é parcialmente vendida no mercado livre e parcialmente consumida sob o regime de geração distribuída. No nosso portifólio de tecnologias temos também usinas eólica, fotovoltaica e de biometano e um biogás purificado, com teor de gás carbônico reduzido e remoção de gás sulfídrico e teor de água. O produto final tem mais de 90% de metano, sendo equivalente ao gás natural em sua composição”.

A Asja atua no setor de eficiência energética, através da fabricação e venda dos microcogeradores de alto rendimento TOTEM, equipamentos que produzem calor e energia elétrica

simultaneamente com um único combustível, o metano. Além da forte presença em território italiano, a companhia conta hoje, no Brasil, com a operação de seis usinas de produção de eletricidade a partir de biogás de aterro sanitários localizadas em Minas Gerais, Pernambuco e Paraíba, com um total de cerca de 50 megawatts instalados e produção anual da ordem de 250 gigawatts.

Rickard ainda explica que “a estratégia de desenvolvimento no Brasil prevê continuar a expandir nesse segmento de transformação de resíduos em energia em todo o território brasileiro, e hoje temos com um foco especial em Minas Gerais, onde vamos, por meio da expansão de usinas existentes ou do desenvolvimento de novos projetos, investir em aproveitamento energético do biogás. Queremos continuar repetindo o que já foi implementado com sucesso na Itália. Também estão sendo avaliados investimentos no setor de produção de biometano a partir de resíduos orgânicos, em áreas estratégicas com condições de mercado favoráveis ao desenvolvimento de plantas e redes de transporte e distribuição”.

A Asja iniciou as atividades no Brasil em 2005 já com a ideia de expandir os negócios, sempre respeitando os termos do Protocolo de Quioto – tratado internacional pioneiro na elaboração de rígidos objetivos de combate ao aquecimento global – e visando a execução de projetos vinculados ao CDM, Clean Development Mechanisms (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo).

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/ Asja
Rickard Schafer, diretor-geral da Asja Brasil
Foto: Divulgação

Neste cenário, Minas despontou como um ambiente de oportunidades para a Asja, como detalha Rickard: “identificamos cedo que Minas Gerais tem um potencial grande. Nossa primeira usina no Brasil foi desenvolvida através um acordo firmado com a prefeitura de Belo Horizonte para instalar uma central de aproveitamento energético do biogás. Essa foi uma iniciativa pioneira e o maior projeto mitigador de efeito estufa de Belo Horizonte”.

Desde dezembro de 2007, o aterro não recebe mais resíduos sólidos urbanos da capital mineira, que são destinados ao aterro de Macaúbas, em Sabará, na Região Metropolitana. Lá, a companhia desenvolveu outro projeto, que coleta biogás suficiente para abastecer 20 mil casas com consumo inferior a 100 quilowatts por mês, por meio da distribuição da CEMIG. Em decorrência desta operação, deixaram de ser lançados na atmosfera cerca de quatro milhões de toneladas de resíduos equivalentes ao CO₂, no período de 15 anos.

anos e ainda estamos ativamente envolvidos em várias áreas, incluindo infraestrutura e sustentabilidade. Ao longo dos anos a Asja tem participado de seminários e eventos de divulgação das nossas atividades e como importante veículo de ligação com outras empresas do setor e entidades públicas”.

ENEL GREEN POWER E O IMPACTO DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS NO COMBATE AO AQUECIMENTO GLOBAL

A estratégia de desenvolvimento no Brasil prevê continuar a expandir nesse segmento de transformação de resíduos em energia em todo o território brasileiro, e hoje temos com um foco especial em Minas Gerais.

Rickard Schafer, Diretor-geral da Asja Brasil.

Sobre a relação da empresa com a Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais para o mercado de energia renovável, Rickard pontua que “a Asja é membro da Câmara há vários

A Enel Green Power foi fundada em dezembro de 2008 e, como parte do Grupo Enel, gerencia e desenvolve atividades de produção de energia a partir de fontes renováveis em todo o mundo. A empresa tem, como alguns dos principais objetivos, a produção de energia verde para reduzir as emissões de CO2, contribuir para o acesso à energia em áreas desfavorecidas e tornar mais sustentáveis os negócios das empresas que nos escolhem como parceiros.

De acordo com Bruno Riga, responsável pela Enel Green Power no Brasil, são “mais de 50 instalações de geração limpa no Brasil, de fontes solar, eólica e hídrica, totalizando mais de 4,9 gigawatts de capacidade instalada. A empresa é atualmente a maior operadora solar e eólica em termos de capacidade instalada do país. Construiu e opera, no Brasil, o maior parque eólico e o maior complexo solar da América do Sul, os parques Lagoa do Ventos e São Gonçalo”.

Mesmo com o amplo campo de atuação já conquistado, “a empresa segue investindo na geração a partir de fontes renováveis para contribuir com a diversificação da matriz energética brasileira e com o desenvolvimento econômico e social das regiões em que atua”, explica Riga.

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Foto: Divulgação / Asja
Planta de bio-gás da Asja, em Sabará, Minas Gerais

Apontado atualmente como um dos segmentos com maior potencial de crescimento no país, o mercado de energias renováveis é uma aposta da companhia que vem de longa data. Entre 2016 e 2021, a Enel Green Power investiu mais de R$ 15 bilhões em geração eólica e solar no Brasil, dos quais R$ 4,5 bilhões foram aplicados apenas no ano passado.

Riga destaca que “a empresa entende que o Brasil tem todas as condições de promover a diversificação de sua matriz energética apenas com fontes de geração verde. Somente em 2021, a companhia colocou em operação quatro novos empreendimentos renováveis no país, totalizando 1 gigawatts de nova capacidade instalada”.

A Enel acredita no forte potencial de produção de energia limpa do Brasil e nos investimentos na geração eólica e solar como forma de ajudar o país a descarbonizar ainda mais sua matriz energética. “As fontes solar e eólica são fundamentais nesse processo, porque se tornaram as tecnologias mais capazes de ampliar a disponibilidade de nova energia limpa a um custo economicamente competitivo e num curto de espaço de tempo de construção dos empreendimentos. As fontes renováveis já são mais baratas do que a aposta em formas de geração poluentes, como as termelétricas. Além disso, a recente crise hídrica enfrentada pelo Brasil no último ano evidenciou ainda mais a relevância da diversificação da matriz para reduzir a dependência dos reservatórios de hidrelétricas”, detalha Bruno Riga.

A sustentabilidade está no centro das decisões da empresa em sua jornada de liderança da transição energética global. Para a Enel, sustentabilidade social, econômica e ambiental estão intimamente ligadas. Como líder no setor de energia, a empresa optou por uma estratégia de negócios focada na transição energética para um sistema mais sustentável, essencial para o futuro do planeta.

Riga explica que “fazemos isso acelerando, por exemplo, a produção de energia renovável em todo o mundo [e] estamos comprometidos com a geração de valor compartilhado com todos os nossos públicos, aliando nossos objetivos industriais ao desenvolvimento socioeconômico das áreas onde atuamos, gerando oportunidades para todos. Não me refiro apenas aos impactos positivos diretos gerados com a construção de nossos empreendimentos de geração limpa, como o emprego e a renda, mas de enxergar a sustentabilidade como ferramenta de transformação social e de priorizar, em todos os aspectos de atuação da empresa, a adoção de padrões mais sustentáveis de produção”.

Sobre as estratégias adotadas pela Enel para manter o alinhamento entre economia, rentabilidade e sustentabilidade, ele acrescenta que “antes da construção, a empresa realiza análises do contexto local e promove o diálogo com os diferentes públicos para a compreensão das necessidades e expectativas das comunidades locais, além do alinhamento e definição de parcerias com autoridades públicas. A partir de

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Parque solar São Gonçalo, o maior da América Latina

então, define, em conjunto, as prioridades e as formas de desenvolver projetos de sustentabilidade que contribuam para o desenvolvimento local em diversas frentes, como educação ambiental, cidadania, saúde, diversidade, cultura e formação profissional, entre outras”.

Um exemplo desses processos é o fato de que, em 2021, a Enel Green Power realizou mais de 200 projetos de sustentabilidade em todas as suas usinas no Brasil, com mais de 105 mil beneficiados. São oficinas de qualificação e capacitação profissional e estímulo ao empreendedorismo, apoio e patrocínios locais e iniciativas de resgate e valorização da cultura local, entre outras ações.

Além disso, apenas no ano passado, a empresa gerou 2.400 empregos diretos em suas usinas em construção e R$ 15,5 milhões em renda nas comunidades locais, sobretudo com a geração dos empregos e iniciativas de empreendedorismo social que oferecem alternativas de renda para as famílias.

Riga ainda pontua que “a sustentabilidade se aplica também na rotina de obras nas instalações da empresa, incluindo os canteiros de obras durante a construção dos empreendimentos de geração eólica e solar. A empresa possui um modelo de ‘canteiros sustentáveis de obras’, os sustainable construction site, que reúnem diretrizes e ferramentas para garantir a adoção de ações socioambientais, como reaproveitamento de água, coleta seletiva, compostagem, reutilização de madeira e outros resíduos da construção civil, reaproveitamento de uniformes, viveiros de mudas, veículos de uso coletivo para redução de emissões e campanhas educativas direcionadas para a mão de obra envolvida nas construções”.

Como uma companhia multinacional com origem na Itália, a aproximação com a Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais representa um fator estratégico para o desenvolvimento de negócios da empresa na região.

Riga, Responsável pela Enel Green Power no Brasil.

Sobre a importância da parceria entre a Enel Green Power e a Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais para o mercado de energia renovável, Riga afirma que “o estado de Minas se tornou uma das grandes potências na atração de investimentos em geração de energia limpa no Brasil nos últi-

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Bruno Parque eólico Lagoa dos Ventos, o maior da América Latina Fotos: Divulgação / Enel

mos anos. Como uma companhia multinacional com origem na Itália, a aproximação com a Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais representa um fator estratégico para o desenvolvimento de negócios da empresa na região. A empresa possui uma relação de parceria muito produtiva e transparente com a Câmara e vai seguir trabalhando para estreitar cada vez mais este relacionamento. A Enel valoriza a atuação articuladora da Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais no sentido de promover o potencial econômico do estado. Como parte do seu compromisso de liderar a transição energética no Brasil e seguir impulsionando a descarbonização da matriz e a eletrificação do consumo de energia, a Enel buscará sempre extrair o máximo das relações de parceria com entidades representativas, como a Câmara, construindo relações sólidas, profícuas e duradouras, em benefício de toda a sociedade”.

COMPROMISSOS BRASILEIROS NA COP 27

Realizada entre os dias 7 e 18 de novembro em Sharm El-Sheihk, no Egito, a 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU) contou com a participação de representantes dos 198 países comprometidos, desde 1995, com o combate aos fenômenos climáticos causadores do efeito estufa e do aquecimento global.

O evento, que acontece anualmente, tem o objetivo de revisar as ações adotadas por cada país-membro para reduzir as emissões de carbono, avaliando os progressos de cada um deles. O encontro também serve para ajustar os protocolos necessários para alcançar a meta de neutralizar a concentração de gases poluentes na atmosfera terrestre, evitando consequências graves para o planeta, como a falta de alimentos e a extinção de espécies da fauna e da flora.

Os fatores econômicos também são uma grande preocupação da ONU. De acordo com estimativas da seguradora alemã Munich Re, eventos climáticos extremos associados ao aquecimento global – como as intensas ondas de calor na Europa e as inundações na Austrália – foram responsáveis por prejuízos de US$ 65 bilhões apenas no primeiro semestre de 2022. Já a empresa britânica Economist Intelligente Unit, que produz relatórios econômicos para diversos países, demonstrou que o prejuízo financeiro gerado pela crise climática pode chegar aos US$ 7,9 trilhões até 2050.

Para solucionar essas questões, o combate à crise energética é uma das chaves mais importantes, e, neste cenário, o Brasil surge com personagem principal, já que concentra grande parte das fontes renováveis de energia, como sol, vento e a produção de vegetais como milho, soja e cana-de-açúcar, utilizados na geração de biocombustíveis.

Durante a conferência, um dos compromissos do Governo Federal se deu por meio do lançamento da Agenda Brasil + Sustentável. O documento apresenta mais de 800 medidas adotadas nos últimos quatro anos, alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, como o Plano Safra 2022/2023 – que concede linhas de crédito a produtores rurais, com foco em pequenos agricultores e cooperativas – e o novo Marco Legal do Saneamento – que tem entre os objetivos a garantia ao acesso à água potável e tratamento de esgoto para 99% da população brasileira até 2033.

O país também foi destaque pelo avanço na geração de energia eólica, que passou de uma capacidade de 14 gigawatts em 2018 para 22 gigawatts em 2022. Na produção de energia solar, o crescimento foi ainda maior: a geração energética obtida a partir do sol passou de 2,3 gigawatts em 2018 para 22 gigawatts em 2022.

Além dos resultados já alcançados, o Brasil segue sob os holofotes mundiais no árduo caminho que ainda há pela frente até alcançar os objetivos propostos pela ONU. Neste cenário, uma das perspectivas mais significativas é a exploração das áreas marítimas, onde o vento tem potencial de gerar até 700 gigawatts de energia.

Esse é um processo que já está em curso e que ganhou ainda mais força em outubro, por meio da publicação de duas portarias, pelo Ministério de Minas e Energia, que definem, respectivamente, regramentos e diretrizes complementares para cessão de uso de áreas fora da costa (offshore), com vistas à geração de energia elétrica, e as diretrizes para criação de Portal Único de Gestão do Uso das Áreas Offshore. ||

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Bruno Riga: "valorizamos a atuação articuladora da Câmara no sentido de promover o potencial econômico do Estado."
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Foto: Divulgação
Enel

ALL'AVANGUARDIA DELLA SOSTENIBILITÀ,

AZIENDE BRASILIANE E ITALIANE CONQUISTANO SPAZIO NEL MERCATO INTERNAZIONALE DELLE ENERGIE RINNOVABILI

La crescita del settore e l'impegno nella lotta al riscaldamento globale sono stati sottolineati dalla delegazione brasiliana alla 27ª Conferenza delle Nazioni Unite sui cambiamenti climatici.

Con l'obiettivo di preservare l’ambiente e di azzerare le emissioni dei gas che provocano l’effetto serra, il Brasile e il mondo si mostrano attenti alle possibilità di generazione di energia sostenibile. Stando ai dati riportati dal Ministero delle Miniere e dell'Energia, quasi la metà dell’elettricità generata nel Paese proviene da fonti rinnovabili. Secondo il Gestore del Sistema Elettrico Nazionale (ONS), circa il 10% della matrice energetica brasiliana è costituita da generatori eolici, mentre il 5% è di origine solare.

L'energia pulita generata nel Paese spicca anche a livello globale: un'indagine dell’Istituto di Ricerca Economica Applicata (IPEA) sottolinea che la matrice energetica brasiliana, nel 2019, era composta per il 45% da fonti rinnovabili, un numero che supera quelli osservati in altri paesi dei BRICS, blocco economico formato da Brasile, Russia, India, Cina e Sud Africa.

Questi indicatori sono giustificati da un'agenda ambientale dal forte richiamo internazionale, che ha portato il governo a lanciare una serie di azioni e programmi di incentivazione affinché la traiettoria di crescita del consumo energetico sostenibile si mantenga stabile o, in uno scenario ideale, cresca a un ritmo accelerato.

Alcune di queste misure, che rientrano nella sfera del Governo Federale, sono l'eliminazione delle tasse per l'importazione di apparecchiature utilizzate nel processo di generazione di energia solare, nonché l'attuazione della politica nazionale sui biocarburanti, che mira a decarbonizzare la matrice dei trasporti e dell'industria in tutto il Paese.

In Minas, uno stato che comprende la più grande rete di consumatori di energia solare del Brasile, c'è anche un forte movimento che vuole dare un riconoscimento alle imprese che

utilizzano energie pulite. Un esempio di questa mobilitazione è stata la consegna, nel novembre di quest'anno, del Certificato di Energia Rinnovabile da parte di CEMIG SIM – società del Gruppo CEMIG che opera nel mercato dell'energia solare in abbonamento – a più di 30 aziende operanti nello stato. Il titolo certifica gli attributi ambientali di aziende e istituzioni, attraverso la tracciabilità della fonte di energia pulita e rinnovabile al 100%, aggregando valore alle imprese, in quanto il follow-up consente di azzerare le emissioni di CO2 legate ai consumi energetici.

ENERGIE RINNOVABILI ED EFFICIENZA ENERGETICA

Asja Ambiente Italia è un gruppo internazionale che opera nel settore delle rinnovabili, dell'efficienza energetica e della riduzione dei gas serra, responsabili del cambiamento climatico. Fondata nel 1995, l'azienda è leader in Italia nella produzione di energia elettrica da biogas di discarica e opera nei settori eolico, fotovoltaico e delle biomasse.

Secondo il direttore generale di Asja Brasil, Rickard Schafer, “l'energia verde prodotta da Asja in Brasile è ora in parte venduta nel mercato libero e in parte consumata in regime di generazione distribuita. Nel nostro portafoglio di tecnologie abbiamo anche impianti eolici, fotovoltaici, di biometano e un biogas depurato, a ridotto contenuto di anidride carbonica e rimozione di idrogeno solforato e contenuto di acqua. Il prodotto finale ha più del 90% di metano, essendo equivalente al gas naturale nella sua composizione”.

Asja opera nel settore dell'efficienza energetica, attraverso la produzione e vendita di microcogeneratori TOTEM ad

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alto rendimento, apparecchiature che producono contemporaneamente calore ed energia elettrica con un unico combustibile, il metano. Oltre alla sua forte presenza in Italia, l'azienda gestisce oggi sei centrali elettriche in Brasile, che producono energia elettrica da biogas di discarica, situate a Minas Gerais, Pernambuco e Paraíba, con una capacità totale di circa 50 megawatt installati e una produzione annua di circa 250 gigawatt.

nieristico nell'elaborazione di obiettivi rigorosi per combattere il riscaldamento globale, e puntando all'esecuzione di progetti legati al CDM, Clean Development Mechanisms (Meccanismi di Sviluppo Pulito).

In questo scenario, Minas è emerso come un ambiente di opportunità per Asja, come spiega Rickard: “Abbiamo visto, fin dall’inizio, che Minas Gerias ha un grande potenziale. Il nostro primo impianto in Brasile è stato sviluppato attraverso un accordo siglato con la città di Belo Horizonte per l'installazione di una centrale a biogas. Questa è stata un'iniziativa pionieristica e il più grande progetto di mitigazione dell'effetto serra a Belo Horizonte”.

la strategia di sviluppo in Brasile prevede di continuare l’espansione su tutto il territorio brasiliano in questo segmento di trasformazione dei rifiuti in energia; oggi ci concentriamo in particolare sul Minas Gerais.

Rickard Schafer, Direttore Generale di Asja Brasil

Rickard spiega inoltre che “la strategia di sviluppo in Brasile prevede di continuare l’espansione su tutto il territorio brasiliano in questo segmento di trasformazione dei rifiuti in energia; oggi ci concentriamo in particolare sul Minas Gerais dove stiamo sviluppando nuovi progetti per l’utilizzo energetico del biogas, attraverso l'ampliamento di impianti esistenti o lo sviluppo di nuovi progetti. Vogliamo continuare a ripetere quanto già realizzato con successo in Italia, stiamo valutando investimenti anche nel settore della produzione di biometano da rifiuti organici, in aree strategiche con condizioni di mercato favorevoli per lo sviluppo di impianti e reti di trasporto e distribuzione”.

Asja ha iniziato le sue attività in Brasile nel 2005 con l'idea di espandere il proprio business, sempre nel rispetto dei termini del Protocollo di Kyoto, un trattato internazionale pio-

Da dicembre 2007 la discarica non riceve più rifiuti solidi urbani dalla capitale del Minas Gerais, che vengono invece inviati alla discarica di Macaúbas, a Sabará, nella Regione Metropolitana. Lì l'azienda ha sviluppato un altro progetto che raccoglie biogas sufficiente a rifornire 20.000 abitazioni, con un consumo inferiore a 100 kilowatt al mese, attraverso la distribuzione di CEMIG. Grazie a questa operazione, nell'arco di 15 anni, si è evitato di immettere nell'atmosfera circa quattro milioni di tonnellate di rifiuti equivalenti al CO2.

Sul rapporto dell'azienda con la Camera di Commercio Italiana di Minas Gerais per il mercato delle energie rinnovabili, Rickard sottolinea che “Asja è membro della Camera da diversi anni e siamo ancora attivamente coinvolti in diversi ambiti, tra cui infrastrutture e sostenibilità. Negli anni Asja ha partecipato a seminari ed eventi per far conoscere le nostre attività e come importante veicolo di collegamento con altre aziende del settore ed enti pubblici”.

ENEL GREEN POWER E L'IMPATTO DELLE ENERGIE RINNOVABILI NELLA LOTTA AL RISCALDAMENTO GLOBALE

Enel Green Power è stata fondata nel dicembre 2008 e, come parte del Gruppo Enel, gestisce e sviluppa attività di produzione di energia da fonti rinnovabili in tutto il mondo. L'azienda ha, tra i suoi obiettivi principali, la produzione di energia verde per ridurre le emissioni di CO2, contribuire ad ampliare l'accesso all'energia nelle aree depresse e rendere più sostenibili le attività delle aziende che “ci scelgono come partner”.

Secondo Bruno Riga, responsabile di Enel Green Power in Brasile, ci sono “più di 50 impianti di generazione pulita in Brasile, da fonti solari, eoliche e idriche, per un totale di oltre 4,9 gigawatt di capacità installata. La società è attualmente il più grande operatore solare ed eolico in termini di capacità

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installata nel Paese. Ha realizzato e gestisce in Brasile, il più grande parco eolico e il più grande complesso solare del Sud America; i parchi Lagoa do Ventos e São Gonçalo”.

Pur con l'ampia area di attuazione già conquistata, “l'azienda continua a investire nella generazione da fonti rinnovabili per contribuire alla diversificazione della matrice energetica brasiliana e allo sviluppo economico e sociale delle regioni in cui opera”, spiega Riga.

Indicato attualmente come uno dei segmenti con il maggior potenziale di crescita nel Paese, il mercato delle energie rinnovabili è un impegno di lunga data dell'azienda. Tra il 2016 e il 2021, Enel Green Power ha investito oltre 15 miliardi di reais nella generazione eolica e solare in Brasile, di cui 4,5 miliardi di reais solo lo scorso anno.

Riga sottolinea che “l'azienda comprende che il Brasile ha tutte le condizioni per promuovere la diversificazione della sua matrice energetica solo con fonti di generazione green. Solamente nel 2021 la società ha messo in esercizio quattro nuovi progetti rinnovabili nel Paese, per un totale di 1 gigawatt di nuova capacità installata”.

Enel crede nel forte potenziale del Brasile per la produzione di energia pulita e negli investimenti per la generazione eolica e solare come un modo per aiutare il Paese a decarbonizzare ulteriormente la sua matrice energetica. “Le fonti solare ed eolica sono fondamentali in questo processo, perché sono diventate le tecnologie maggiormente capaci di ampliare la disponibilità di nuova energia pulita a un costo economicamente competitivo e in tempi brevi per la realizzazione di progetti. Le fonti rinnovabili sono già più economiche rispetto alle forme di generazione inquinanti, come le centrali termoelettriche. Inoltre, la recente crisi idrica affrontata dal Brasile nell'ultimo anno, ha ulteriormente evidenziato l'importanza di diversificare la matrice per ridurre la dipendenza dai bacini idroelettrici”, precisa Bruno Riga.

La sostenibilità è al centro delle decisioni dell'azienda che, con la sua leadership, guida il cammino della transizione energetica globale. Per Enel sostenibilità sociale, economica e ambientale sono strettamente collegate. In qualità di leader nel settore energetico, l'azienda ha scelto una strategia aziendale incentrata sulla transizione energetica, verso un sistema più sostenibile essenziale per il futuro del pianeta.

Riga spiega “lo facciamo accelerando, ad esempio, la produzione di energia rinnovabile in tutto il mondo, mentre ci impegniamo a generare valore condiviso con tutti i nostri stakeholder, coniugando i nostri obiettivi industriali con lo svi-

luppo socioeconomico dei territori in cui operiamo, generando opportunità per tutti.

In quanto azienda multinazionale con origini in Italia, la vicinanza con la Camera di Commercio Italiana di Minas Gerais rappresenta un fattore strategico per lo sviluppo del business dell'azienda nella regione.

Bruno Riga, Responsabile di Enel Green Power in Brasile.

Non mi riferisco solo agli impatti positivi diretti derivanti dalla realizzazione dei nostri progetti di generazione pulita, come l'occupazione e il reddito, ma a anche alla sostenibilità vista come uno strumento di trasformazione sociale e privilegiando, in tutti gli aspetti dell'operatività dell'azienda, l'adozione di più modelli di produzione sostenibili”.

Riguardo alle strategie adottate da Enel per mantenere l'allineamento tra economia, redditività e sostenibilità, Riga aggiunge che “prima della costruzione, l'azienda effettua analisi del contesto locale e promuove il dialogo con i diversi pubblici per comprendere i bisogni e le aspettative delle comunità locali, oltre ad allineare e definire partnership con le autorità pubbliche. Da quel momento in poi definisce, in congiunto, le priorità e le modalità per sviluppare progetti di sostenibilità che contribuiscano allo sviluppo locale su più fronti, come l'educazione ambientale, i diritti dei cittadini, la salute, la diversità, la cultura e la formazione professionale, tra gli altri”.

Un esempio di questi processi è il fatto che, nel 2021, Enel Green Power ha realizzato più di 200 progetti di sostenibilità in tutti i suoi stabilimenti in Brasile, raggiungendo oltre 105mila

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beneficiari. Si tratta, tra le altre azioni, di laboratori di qualificazione e formazione professionale e incoraggiamento all'imprenditorialità, sostegno e sponsorizzazioni locali e iniziative per salvare e valorizzare la cultura locale.

Inoltre, solo lo scorso anno, l'azienda ha creato 2.400 posti di lavoro diretti presso gli impianti in costruzione e generando redditi, nelle comunità locali, per 15,5 milioni di reais soprattutto con la creazione di posti di lavoro e iniziative di imprenditoria sociale che offrono alle famiglie fonti alternative di reddito.

Riga sottolinea inoltre che “la sostenibilità vale anche per il lavoro di routine nelle strutture dell'azienda, compresi i cantieri durante la costruzione di progetti di generazione eolica e solare. L'azienda ha un modello di 'cantieri sostenibili', sustainable construction site, che raccoglie linee guida e strumenti per garantire l'adozione di azioni socio-ambientali, come il riutilizzo dell'acqua, la raccolta differenziata, il compostaggio, il riutilizzo del legno e di altri scarti dell’edilizia, il riuso delle divise, i vivai di piantine, i mezzi di trasporto collettivo per abbattere le emissioni, e campagne educative rivolte alla mano d’opera legata all’edilizia”.

Sull'importanza della partnership tra Enel Green Power e Camera di Commercio Italiana nel Minas Gerais, per il mercato delle energie rinnovabili, Riga afferma che “lo stato del Minas è diventato, negli ultimi anni in Brasile, uno dei territori con maggior capacità di attrarre investimenti rivolti alla generazione di energia pulita. In quanto azienda multinazionale con origini in Italia, la vicinanza con la Camera di Commercio Italiana di Minas Gerais rappresenta un fattore strategico per lo sviluppo del business dell'azienda nella regione. L'azienda ha una partnership molto produttiva e trasparente con la Camera e continuerà a lavorare per rafforzare ancora di più questa relazione. Enel valorizza il ruolo chiave della Camera di Commercio Italiana del Minas Gerais nella promozione del potenziale economico dello Stato. Nell'ambito del proprio impegno a condurre la transizione energetica in Brasile e continuare a guidare la decarbonizzazione della matrice e l'elettrificazione dei consumi energetici, Enel cercherà sempre di trarre il massimo dai rapporti di partnership con soggetti rappresentativi, come la Camera, costruendo solide relazioni, feconde e durature, a beneficio di tutta la società”.

GLI IMPEGNI DEL BRASILE ALLA COP 27

Svoltasi dal 7 al 18 novembre a Sharm El-Sheihk, in Egitto, la 27ª Conferenza dell’Onu sui Cambiamenti Climatici ha visto

la partecipazione dei rappresentanti di 198 Paesi impegnati, dal 1995, a contrastare i fenomeni del cambiamento climatico che provocano l'effetto serra e il riscaldamento globale.

L'evento, che si svolge con cadenza annuale, ha l'obiettivo di fare il punto sulle azioni adottate da ciascun Paese membro per ridurre le emissioni di carbonio, valutandone i progressi. L'incontro serve anche ad adeguare i protocolli necessari per raggiungere l'obiettivo di neutralizzare la concentrazione di gas inquinanti nell'atmosfera terrestre, evitando gravi conseguenze per il pianeta, come la mancanza di cibo e l'estinzione di specie di fauna e flora.

Per risolvere questi problemi la lotta alla crisi energetica è una delle chiavi più importanti e, in questo scenario, il Brasile emerge come protagonista poiché concentra gran parte delle fonti energetiche rinnovabili.

I fattori economici sono anche una delle principali preoccupazioni per le Nazioni Unite. Secondo le stime della compagnia di assicurazioni tedesca Munich Re, solo nella prima metà del 2022 gli eventi meteorologici estremi associati al riscaldamento globale, come le intense ondate di caldo in Europa e le inondazioni in Australia, sono stati responsabili di perdite per 65 miliardi di dollari. L’impresa britannica Economist Intelligente Unit, che produce rapporti economici per diversi paesi, ha dimostrato che il danno finanziario generato dalla crisi climatica potrebbe raggiungere i 7,9 trilioni di dollari entro il 2050.

Per risolvere questi problemi la lotta alla crisi energetica è una delle chiavi più importanti e, in questo scenario, il Bra-

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sile emerge come protagonista poiché concentra gran parte delle fonti energetiche rinnovabili, come il sole, il vento e la produzione di vegetali come mais, soia e canna da zucchero, utilizzati nei processi di fabbricazione dei biocarburanti.

Durante la conferenza, uno degli impegni del Governo Federale è stato il lancio dell'Agenda Brasil + Sustentável. Il documento presenta oltre 800 misure adottate negli ultimi quattro anni, in linea con gli Obiettivi di Sviluppo Sostenibile delle Nazioni Unite, come il Piano Safra 2022/2023 – che concede linee di credito ai produttori rurali, concentrandosi su piccoli agricoltori e cooperative – e il “Marco Legal do Saneamento”, nuovo quadro normativo delle aziende che operano nel campo delle infrastrutture igienico-sanitarie, che ha tra i suoi obiettivi la garanzia dell’accesso, entro il 2023, all’acqua potabile e al trattamento delle acque reflue per il 99% della popolazione brasiliana.

Il Paese si è messo in evidenza per il progresso nella generazione di energia eolica, che è passata da una capacità di 14

gigawatt del 2018 a 22 gigawatt del 2022. Nella produzione di energia solare, la crescita è stata ancora maggiore: la generazione di energia ottenuta dal sole è passata da 2,3 gigawatt nel 2018 a 22 gigawatt nel 2022.

Oltre ai risultati già raggiunti, il Brasile prosegue, sotto gli occhi del mondo, il faticoso cammino che ancora lo attende per raggiungere gli obiettivi proposti dall'Onu. In questo scenario, una delle prospettive più significative è lo sfruttamento delle aree marittime, dove il vento ha il potenziale per generare fino a 700 gigawatt di energia.

Si tratta di un processo già in atto e che ha preso ancora più slancio nel mese di ottobre, attraverso la pubblicazione di due ordinanze del Ministero delle Miniere e dell'Energia, che definiscono, rispettivamente, linee guida e regole complementari per l'affidamento in uso delle aree al di fuori della costa (offshore), nell’ottica della generazione di energia elettrica, e le linee guida per la realizzazione di un Portale Unico per la Gestione dell'Uso delle Aree Offshore. ||

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CAPA

sofisticar nossa política de atração de investimentos"

O economista e presidente da Invest Minas, João Paulo Braga, é detentor de uma carreira de “desenvolvedor econômico” que passa de uma década. Entre os principais desafios à vista no segundo mandato do governador Romeu Zema, ele aponta a sofisticação na busca por investimentos para o estado.

Itália 360º: Quem é João Paulo Braga?

J. P. Braga: Sou um mineiro orgulhoso, nascido em Belo Horizonte e que cresceu no interior, em Moeda. Valorizo minhas raízes mineiras, mas, ao mesmo tempo, sou uma pessoa com mente aberta para o mundo, para conviver com outras culturas. O que mais me excita como ser humano é conhecer, dialogar, aprender com pessoas e culturas diferentes da nossa. É o que mantém a mente viva, oxigena as ideias e nos faz evoluir.

Itália 360º: Como foi sua trajetória acadêmica e de carreira até chegar à área de atração de investimentos?

J. P. Braga: De alguma forma, eu tenho trabalhado como um “desenvolvedor econômico” (como costumam dizer os norte-americanos) por mais de 10 anos. Sou economista e também graduado em administração pública. No mestrado, acabei navegando mais pelo mundo dos negócios. Minha carreira se divide em parte trabalhando em governo e parte na iniciativa

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Foto: Divulgação
"Precisamos

privada, na indústria de consultoria. Minha primeira experiência trabalhando diretamente com atração de investimentos foi no Governo do Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, no escritório de negócios internacionais. Me apaixonei pelo tema e aqui estou. Minhas ações no dia a dia, junto com nosso supertime da Invest Minas, têm um forte poder para impactar a vida das pessoas. Visitar empresas que ajudamos a trazer, conversar com trabalhadores que conseguiram um emprego e que com isso estão melhorando a vida das suas famílias, traz um profundo sentimento de realização.

Itália 360º: Como iniciou sua jornada no Governo de Minas?

J. P. Braga: Eu entrei no governo como funcionário de carreira em 2009. Me licenciei entre 2014-2018 e retornei em 2019, no início do mandato do Governador Zema.

Itália 360º: Quais estratégias pretende adotar durante a nova gestão do governador Romeu Zema para o fortalecimento das cadeias produtivas e para o desenvolvimento de políticas que fortaleçam o ambiente de negócios no estado?

J. P. Braga: Nossa estratégia estará estruturada em torno de "grandes alavancas". O que estamos chamando de alavancas são oportunidades de mercado com maior potencial para aceleração de investimentos, geração de empregos, progresso tecnológico e desenvolvimento econômico, social e ambiental em Minas Gerais. Vamos buscar combinar a visão do mercado com a realidade das múltiplas regiões de Minas. Por exemplo: em função da mobilidade elétrica, há uma crescente demanda global por lítio. O Jequitinhonha possui grandes reservas de lítio. Como usar essa oportunidade para gerar o máximo de progresso para a região? Essas definições estarão parte no Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado e parte no Planejamento Estratégico da Invest Minas, ambos em fases adiantadas de atualização.

Itália 360º: Quais os principais desafios que você percebe nesse segundo mandato? Como superá-los?

J. P. Braga: Precisamos sofisticar nossa política de atração de investimentos. Nos últimos 4 anos, tivemos extraordinárias conquistas, viabilizando grandes projetos de energia, no agronegócio, na cadeia logística e em manufaturas. Quebramos recordes históricos e geramos mais de 600 mil empregos com carteira assinada. Mas sucesso no passado não é garantia de

sucesso futuro. Precisamos nos reinventar para manter a alta performance. Atrair somente manufatura não será suficiente para continuar mudando a economia de Minas de patamar.

Quebramos recordes históricos e geramos mais de 600 mil empregos com carteira assinada. Mas sucesso no passado não é garantia de sucesso futuro. Precisamos nos reinventar para manter a alta performance.

Então, também vamos intensificar ações para viabilizar projetos intensivos em tecnologia e inovação, atrair centros de P&D, atrair venture capital para turbinar nosso ecossistema empreendedor, coordenar ações para que Minas possa servir de headquarter para grandes empresas. Temos que avançar os investimentos em infraestrutura, que em boa medida já se iniciaram e são críticos para nossa competitividade. A recuperação das rodovias que passam por Minas, estaduais, federais ou concessionadas; a continuidade dos investimentos em infraestrutura energética; a maturação dos novos projetos em ferrovias. Vamos aprofundar a agenda de desburocratização e a melhoria do ambiente regulatório.

Tivemos grandes avanços com o programa Minas Livre para Crescer e precisamos agora ser mais ousados e cortar mais fundo em legislações que tornam a jornada dos empreendedores mais complicada. Nas questões de ICMS, por exemplo, embora o sonho seja uma ampla reforma a nível nacional, acredito que há espaço para simplificações na norma estadual enquanto o sonho não se realiza. Nossa Secretaria de Fazenda está atenta a isso. E precisamos formar e reter os talentos que vão nos conduzir para o futuro. O Brasil é um exportador de talentos para o mundo. Minas é exportador de talentos para o Brasil. Não podemos perder nossos melhores cérebros. Precisamos criar um ambiente atrativo para que essas pessoas fiquem por aqui.

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| JOÃO PAULO BRAGA
ENTREVISTA

Itália 360º: O que há de planos em relação ao fomento das empresas italianas em Minas?

J. P. Braga: O plano é continuar fazendo de Minas o melhor estado para quem investe, trabalha e empreende. Infraestrutura boa, ambiente regulatório simples, governo pró-negócio, mão de obra de qualidade e custos competitivos são coisas que atraem empresas italianas, brasileiras, americanas, chinesas, de qualquer lugar. Mas é claro que precisamos fazer a mensagem chegar no destino certo. E nesse ponto, afinidade e network são fundamentais. A Itália é a campeã em números de projetos internacionais que passam pela Invest Minas. Isso demonstra a força das conexões e dessa rede de negócios. Vamos reforçar e construir a partir disso.

Itália 360º: Quais medidas devem ser colocadas em prática com o objetivo de promover uma relação cada vez mais aberta, transparente e colaborativa entre Brasil e Itália?

J. P. Braga: Conectar pessoas. Criar convivência e interação entre as comunidades de negócios. É esse tipo de interação que dá visibilidade às oportunidades e que fomenta a confiança para os negócios acontecerem.

Itália 360º: Qual sua expectativa para o ambiente de negócios mineiro no mundo pós-pandemia?

J. P. Braga: O direcionador de investimentos das empresas na última década, exponencialmente acelerado com a pandemia, foi a digitalização. Nos próximos 10 anos, o dire-

cionador, sem dúvida, será a pauta ESG. O critério de alocação do capital global estará cada vez mais em compliance com a agenda climática, as relações sociais e as regras de governança. Não é questão de ideologia, é questão de racionalidade econômica. Quem não se adaptar a essa lógica, está fora do jogo. A visão de Minas é liderar a transição climática no Brasil e ser um exemplo para o mundo, atraindo negócios e gerando empregos, desenvolvendo uma economia que seja boa para as pessoas e para o planeta.

Itália 360º: Qual a importância de se manter em constante diálogo com a Câmara Italiana?

J. P. Braga: Eu vejo a Câmara Italiana como um roteador da nossa mensagem. É através da Câmara que as oportunidades que Minas tem oferecer chegam aos ouvidos das empresas italianas que podem se aproveitar delas. Além disso, a Câmara é um espaço seguro para criar confiança e fazer negócios. Isso é resultado dos muitos anos de trabalho sério, feito por gente da maior qualidade, como é o caso do presidente Valentino Rizzioli.

Temos visão de futuro e sabemos como chegar lá. Leve nossa mensagem para sua rede. Trabalharemos juntos por uma economia que funcione para as pessoas e para o planeta.

Itália 360º: Qual seria sua mensagem final para os associados da Câmara?

J. P. Braga: Acreditem em Minas Gerais. Temos uma terra diversa, com múltiplas oportunidades, boa de se viver. Temos um governo de gente séria, com um governador trabalhador e pragmático, que lidera pelo exemplo, focado no desenvolvimento econômico e social. Temos visão de futuro e sabemos como chegar lá. Leve nossa mensagem para sua rede. Trabalharemos juntos por uma economia que funcione para as pessoas e para o planeta. ||

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GASTRONOMIA E TRADIÇÃO ACADÊMICA SÃO MARCAS DA CIDADE ITALIANA DE BOLOGNA

TURISMO
Alma Mater Studiorum, a mais antiga Universidade do Ocidente, assim como o título de comida mais gostosa do mundo, são pertencentes à capital da Emiglia-Romagna
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TURISMO 33 ITÁLIA 360º | N.6 | DEZEMBRO DE 2022

Capital da Emiglia-Romagna, Bologna é carregada de história: marcada pelas construções medievais, datadas desde de 510 a.C., a província está localizada entre os rios Reno e Savena, o que a torna um ponto estratégico para o escoamento da produção agrícola da região. Em termos de população, com cerca de 394 mil habitantes, é a sétima maior cidade da Itália.

Conhecida como La Rossa – A Vermelha – é repleta de edificações em tons de terracota, em grande parte ornamentadas com pórticos que garantem a proteção de locais e turistas que circulam pelas ruas e calçadas nos dias de sol ou de chuva. Ainda sobre a arquitetura, destacam-se as torres Garisenda e Asinelli, construídas no final do século XII como demonstração do poderio econômico das famílias de nobres que nomeiam os monumentos.

Uma das principais atrações da cidade é a Piazza Maggiore, ponto de encontro dos bolonheses e de visitantes de todas as partes do mundo. Além da efervescência de atividades con-

centradas no local, chama a atenção a estátua de Netuno, o deus dos mares, obra do ano de 1654.

Além dos elementos urbanísticos, Bologna é uma das principais referências culturais da Europa, seja por abrigar a mais antiga Universidade do Ocidente, seja pela rica programação de eventos, que inclui um dos mais reconhecidos festivais de jazz do continente, tradicionalmente realizado no mês de novembro.

Para quem visita a Itália, o aeroporto de Bologna, o Guglielmo Marconi, fica a seis quilômetros de distância do centro da cidade, e para transitar entre os dois pontos há diversas estradas, muito bem pavimentadas, que também permitem o acesso a outras importantes localidades como Milão, Florença e Roma.

ALMA MATER STUDIORUM - A MAIS ANTIGA UNIVERSIDADE DO OCIDENTE

Fundada no ano de 1088, a mais antiga Universidade do Ocidente está em Bologna. Atualmente constituída de 11 escolas

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Biblioteca da Alma Mater Studiorum: acervo imponente e arquitetura exuberante

e 33 departamentos, a Alma Mater Studiorum surgiu, naquele ano, como uma organização de estudantes livre e laica. Por meio da arrecadação de doações, os próprios acadêmicos é que mantinham os professores da instituição.

Um dos berços do Direito Romano, afastada de quaisquer interesses políticos e religiosos dominantes à época, a entidade se dedicava, em seus primórdios, ao ensino de Lógica, Astronomia, Medicina, Filosofia, Matemática, Retórica, Gramática e, posteriormente, Teologia, Grego e Hebraico.

É neste cenário que se convenciona a importância da independência das leis que defendem a autonomia do ensino e proteção do Estado em relação à Universidade, princípio que até hoje permeia os ambientes acadêmicos de todo o mundo. É também na Universidade de Bologna que se iniciam as mais importantes discussões sobre o Direito tal qual é conhecido atualmente.

Entre os ilustres acadêmicos que passaram pela instituição estão o teólogo e escritor Dante Alighieri; o astrônomo e mate-

mático Nicolau Copérnico; assim como o semiólogo e escritor italiano Umberto Eco. Ainda, no século XVI, Gaspare Tagliacozzi leva os primeiros estudos de cirurgia plástica, como parte da chamada “idade de ouro” da medicina em Bologna.

Mais recentemente, o alcance da Alma Mater foi expandido, com diversos campus pela Itália, além de um na Argentina. Ainda assim, permanece com a forte presença no centro e nas regiões periféricas de Bologna, desenvolvendo um constante e crescente interesse em novas tecnologias e respeito pelo meio-ambiente, o que é considerado de suma importância para manter-se no mercado e na linha de frente da educação.

Em 2020 a Universidade subiu três posições no ranking mundial da Times Higher Education, tornando-se a universidade europeia mais preparada para o futuro e fazendo história ao ocupar o 6º lugar entre as melhores do mundo. Atualmente, dos quase 100 mil estudantes, cinco mil são estrangeiros, o que demonstra a vocação da Universidade de Bologna com o resto do planeta.

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Os corredores da Alma Mater Studiorum emanam história

COMIDA MAIS GOSTOSA DO MUNDO

Além dos diversos atrativos arquitetônicos e culturais, a cidade de Bologna tem como um dos principais destaques a gastronomia. Não à toa, o famoso molho a bolonhesa é uma homenagem à província italiana. Por lá, a comida é levada tão a sério, que um dos apelidos carinhosos da capital da Emiglia-Romagna é “A Gorda”, já que sempre é possível se experimentar pratos como tortellini in brodo, o tagliatelle com ragu e uma boa mortadela.

Um dos pontos imperdíveis para quem quer se deliciar por lá é o FICO Eataly World – Fabricca Italiana Contadina ou Fábrica de Agricultura Italiana –, o maior parque gastronômico do mundo. A proposta do local é unir em um só espaço todas as etapas da cadeia de alimentação, desde a área dos animais, hortas e plantações, passando pelas fábricas, mercados, até chegar aos restaurantes. Além disso, o parque conta com espaços educacionais, salas de convenções e até uma sala de cinema.

Outro “prato cheio” é o Mercato di Mezzo, um mercado interno de alimentos, que funciona na cidade desde a Idade Média. Hoje o local é dividido em três andares, onde há quiosques de frutas e vegetais, restaurantes e mercearias de produtos artesanais que passaram de geração para geração.

Em 2022, a província ganhou o título de detentora da melhor comida do mundo, de acordo com a avaliação popular do Condé Nast Traveller. Segundo a publicação, a “capital gastronômica da Itália” é a responsável por dar ao mundo iguarias como o parmesão, o presunto Parma e o vinagre balsâmico. Entretanto, os motivos para a honraria estão ligados à forma como chefs e cozinheiros nativos dominam as habilidades de usar os mais nobres e frescos ingredientes, seja em pratos sofisticados ou na comida de rua. ||

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O FICO Eataly World é o maior parque gastronômico do mundo

O consagrado selo de excelência Ospitalità Italiana chegou também ao universo dos gelatos e pizzas!

O projeto, que inicialmente era destinado apenas a restaurantes, expandiu sua atuação. A partir de agora, as gelaterias e pizzerias autenticamente italianas pelo mundo podem ter acesso à certificação, garantindo a seus consumidores que seus produtos seguem rigorosos critérios de qualidade, tanto no serviço quanto na produção.

Para saber mais, entre em contato com a Câmara ou acesse o conteúdo do QRCode abaixo.

BELA, CARMELA E FIORELA

Alertaram meu bisavô que iriam invadir as casas dos italianos e quebrar tudo. Ele, um homem culto, pacífico e elegante, balançando as mãos postas à altura do peito, perguntou ao vizinho: — Ma perchè?

O tal sujeito, que se dizia comunista trotskista, aproveitou-se:

— Ah! Estamos numa guerra, numa luta de classes. O senhor é italiano; italiano é fascista. Logo, o senhor é inimigo do povo.

Meu bisavô soltou um palavrão e foi se instruir sobre o que ouvira. Da nacionalidade não tinha dúvidas; chegara a Santos no vapor “Espagne” com outras famílias oriundas da Toscana fugindo da fome. Mas, “fascista”, só tinha ouvido falar. Remexeu jornais antigos, folheou livros e trocou ideias com o vigário da paróquia de Santa Efigênia. Daí, concluiu: não era fascista; achava Mussolini um falastrão. Detestava política e políticos; amava os vinhos, a ópera, a música, Dante Alighieri e as morenas brasileiras.

Aí seu coração apertou. Carmela era uma das três cabras que habitavam seus domínios e o abasteciam de leite para o queijo de sabor forte – um dos poucos luxos que mantinha.

e decidiu-se: ali ninguém entraria nem tocaria nos seus animais. Segundo cochichavam, a invasão e o saque das casas das famílias italianas e alemãs seria no Sete de Setembro, data simbólica. Nesse dia, meu bisavô levantou-se cedo, ordenhou suas cabras e, ao invés de soltá-las como de costume, fechou-as no curral. Em seguida, tomou banho, aparou a barba grisalha, perfumou-se. Daí, vestiu seu terno branco de linho e caprichou no laço da gravata de seda. Foi à cozinha e arrastou uma das cadeiras pesadas até o portão de ferro da rua Pouso Alto. Assentou-se com a bengala ao colo, escoltado por Benedito, única companhia que se permitiu, já que a situação era pra machos.

— Daqui não passam, Benedetto –disse ao bode. E plantou-se na calçada, impassível, até à noite.

Correu os olhos pela propriedade e fez um rápido inventário. A casa era modesta, porém digna e sempre bem arrumada. No fundo havia o quintal, sem cercas, confundindo-se com a paisagem bucólica da Serra. Foi de lá que ouviu o berro familiar da Carmela: —Bééééé!

Aí seu coração apertou. Carmela era uma das três cabras que habitavam seus domínios e o abasteciam de leite para o queijo de sabor forte – um dos poucos luxos que mantinha. As outras eram Bela e Fiorela, três nomes italianos inspirados no som “é” prolongado, imitando o berro dos bichos. Bastava que meu bisavô gritasse “Béééla, Carméééla, Fioréééla!” para que as cabras viessem correndo, balançando os sinos dos pescoços.

Por perto também andava Benedito, um robusto bode nacional e senhor exclusivo do harém, desfrutando da miscigenação das raças sem preconceitos. Meu bisavô acariciou o pelo macio da cabrita

Fernando Fabbrini

O nacionalismo exacerbado e beligerante felizmente ficou restrito ao desfile militar e, afinal, ninguém perturbou meu bisavô e suas cabras. De resto, não demorou até que a guerra acabasse na Europa; todos comemoraram com foguetes, cerveja e abraços patrióticos.

Alguns anos depois corri de pés descalços pelas mesmas trilhas de Bela, Carmela e Fiorela, apanhando goiabas e nadando nos córregos da Serra. Meus companheiros tinham sobrenomes esquisitos: Wilke, Scotti, Mattar, Shimba, Jeolás, Grisi, Brant, Polizzi. Era uma nova geração de brasileiros que subia o morro para jogar futebol com os meninos das favelas do Pendura Saia e do Pau Comeu. De coração aberto, sem medo, tínhamos nossa própria ideologia e não nos importavam território, raça, cor ou religião. Ninguém era nada. Éramos só amigos. ||

Esta crônica faz parte do livro “Só de Bichos” de Laura Medioli e Fernando Fabbrini, que chega à 3ª. Edição, com renda para entidades que trabalham no cuidado, castração e adoção de animais de rua.

De origem toscana (Pitigliano, Grosseto) é roteirista, escritor, cronista. Foi um dos fundadores da Associazione Lucchesi-Toscani nel Mondo e ex-conselheiro do COMITES-MG. Tem quatro livros publicados: “Almanaque das Coisas”, “Canalva”, “Só de Bicho” (com Laura Medioli) e “O Café do Sargento”. Participante do projeto “Cabines de Leitura” da FNAC, Lisboa, Portugal. Cronista semanal do jornal “O TEMPO”.

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Fernando Fabbrini

A Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais deseja a todos os parceiros, amigos e colaboradores um excelente Natal e um 2023 repleto de prosperidade, bons negócios e realizações.

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