Júlia, nos campos conflagrados do Senhor — B. Kucinski

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21 as reportagens censuradas

Marginalizado por não compactuar com a repressão, Magno passou anos encostado no setor de Arquivo e Pesquisa. Aproveitou para se dedicar à criminalística, sua paixão e o motivo de entrar na polícia. Estudou numerosos crimes de elucidação complexa. Assim familiarizou-se com os meandros do Arquivo Oficial do Estado, para onde seriam levados, terminada a ditadura, os arquivos do Departamento de Ordem Política e Social, o temível DOPS. Para lá se dirige nessa terça de manhã, logo em seguida à visita de Júlia. Sabe que muita coisa foi expurgada antes da transferência e que o que restou é mantido deliberadamente em desordem, para dificultar consultas. Além disso, havia meses o prédio do arquivo estava em obras, fechado ao público, com apenas um funcionário, para atender o judiciário e a polícia. Melhor assim, pensa Magno, pode pegar as pastas sem passar por atendentes xeretas. Ainda se recorda de quando buscou informações sobre Maria do Rosário, busca que nunca abandonou de todo. Descobrira, então, que agentes da repressão haviam criado uma rede


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