23 a história de paula rocha
Magno está chocado com o desleixo ostensivo e a má aparência da jornalista que vira outrora jovem e airosa. O apartamento, no terceiro andar de um prédio decrépito e sem elevador, está atulhado de livros, revistas e jornais velhos. Pombos ciscam no parapeito da janela escancarada. Cacas, em parte já petrificadas, cobrem o soalho. Magno chegara ao conjunto habitacional, perdido na periferia de São José, por uma conta de luz em nome de Lucília Rocha. Estranhara, porque já tinha descoberto que Lucília Rocha falecera havia anos. Podia ser um contrato antigo, talvez as irmãs tivessem compartilhado o apartamento e o contrato de luz permaneceu como estava. Mas constava débito automático numa conta bancária também pertencente a Lucília Rocha. Não pode ser, raciocinara. Banco nenhum mantém conta de falecidos. Seguiu a pista da conta. Já intuía o que tinha acontecido. E viu sua intuição confirmada quando foi atendido na porta por Paula Rocha, embora de início mal a tenha reconhecido. Estava envelhecida, gorda e de