Júlia, nos campos conflagrados do Senhor — B. Kucinski

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uma ficção para jovens leitores

B. Kucinski classifica Júlia como uma novela. Para o mercado editorial, essa palavra é usada para identificar narrativas ficcionais curtas, com tamanho entre o conto e o romance. Para os especialistas em literatura, há definições menos objetivas. Uma das maneiras de definir esse gênero é afirmar que a novela apresentaria uma maior economia de recursos narrativos que o romance e um maior desenvolvimento do enredo e das personagens do que o conto. Há, assim, uma pluralidade dramática, com alguns enredos diferentes (o de Júlia e o de Durval, por exemplo) estabelecendo conexões entre si. Também é uma característica da novela o desenvolvimento sequencial, com deslocamentos no tempo e no espaço das personagens, formando um fio narrativo em que novas personagens vão surgindo para dar sentido às tramas principais. Essas características fizeram da novela um gênero facilmente adaptável para a televisão e para o rádio: por isso falamos em telenovela, e não em tele-romance. Massaud Moisés, em A criação literária, por exemplo, define livros longos como Gabriela, cravo e canela, de Jorge Amado, e O


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