CONTEÚDO CONTEÚDO ESTRATÉGICO E TÉCNICO
ESTRATÉGICO E TÉCNICO
TODA QUARTA-FEIRA PRA VOCÊ
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Série 2
Número 320
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AGRÍCOLA
Outubro 2020
AGRÍCOLA
Outubro 2020
Uma história de trabalho, inovação e resultado
2021
NOVAS TECNOLOGIAS
Modernização da identidade visual do ferticorretivo e de todos os produtos da Caltec CRIAÇÃO DA OJO Plataforma colaborativa de logística
PRÊMIO MASTERCANA Tecnologia e Inovação em insumos agrícolas
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INAUGURAÇÃO DO CENTRO DE PESQUISAS
ANOS
Registro de patentes
Criação da Fertimacro, para comercialização de fertilizantes agrícolas
2016
MONITORAMENTO ON-LINE da composição química em tempo real por Raio-X
65
CERTIFICAÇÃO ISO 9001
ANOS
para os processos produtivos
AMPLIAÇÃO DO PORTFÓLIO Projetos de skid personalizados para o Hidratec
2011
60
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Projeto Hidratec
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CARTA AO LEITOR
Outubro 2020
ÍNDICE
EVENTOS ........................................................................................................ 6 MERCADO Países árabes são principais destinos do açúcar brasileiro ............... 8 Exportações do agro cresceram 4,8% em setembro puxadas pelo açúcar ............................................... 9 Etanol é uma das alternativas para a mobilidade sustentável ............. 10 Etanol atinge 47% do consumo de combustíveis em 2020 .............. 11 Usina Santa Vitória é vendida pela Dow ............................................... 12 Investimento em etanol de milho segue firme .................................. 13 Bolsonaro inaugura primeira planta de biogás da Raízen ............... 14 “Biogás é nosso pré-sal caipira”, diz ministro de Minas e Energia ...... 15 INDUSTRIAL Solução Turn Key para Industrias ..................................................18 e 19 Usina 4.0: Tendências e inovações que garantem bons resultados ..................................................... 20 e 21 Cevasa bate recordes de produtividade e valida resultados de tecnologia RTO .................................................. 22 Transformação digital vem ajudando as usinas a serem mais rentáveis .......................................................... 23 Usina São Domingos realiza primeira emissão de CRA .................... 24 O que garante uma entressafra de sucesso? ...................................... 24 Diana Bioenergia acumula resultados positivos até primeira quinzena de setembro .................................... 25 Grupo Cocal investe na secagem de levedura visando novos mercados .................................................. 25 Usina São João renova certificação em segurança alimentar ......... 26 SJC Bioenergia comemora nove anos ................................................... 26 Jalles Machado assina empréstimo de US$ 27,5 milhões ................ 28 AGRÍCOLA Gestores explicam como reduzir custos do plantio e replantio da cana .......................................... 30 e 31 Meiosi reduziu custos de formação do canavial na safra 2019/2020 .............................................................. 32 Produtividade agrícola chega a 85 TCH. O que falta para alcançar 3 dígitos? ....................................... 34 Como o manejo biológico contribui para altas produtividades dos canaviais? ............................................ 35 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES Eficiência do insumo biológico é resultado da qualidade da matéria-prima e do processo produtivo ............... 38 AGRIMEC desenvolve plantadoras exclusivas para cana-de-açúcar .............................................................. 39 Ubyfol destaca tecnologias de nutrição foliar para o canavial ....... 40 CALTEC: uma história de iniciativa, evolução e empreendedorismo ............................................................. 42 Setor sucroenergético apresenta saldo positivo na geração de empregos em MS ............................................ 43
" Não fui eu que lhe ordenei? Seja forte e corajoso! Não se apavore, nem se desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar”.
CARTA AO LEITOR Andréia Vital - redacao@procana.com.br
Ciclo auspicioso Cada vez mais as notícias relacionadas à safra 2020/2021 tem um viés positivo, com o açúcar contribuindo para a economia nacional e fazendo as exportações brasileiras aumentarem, puxadas, principalmente, pelo bom momento do alimento. Isto pode ser visto nas matérias de mercado, que mostram a evolução da exportação e também os principais destinos do produto brasileiro. Ainda falando de mercado, a edição de outubro traz um leque de boas novas sobre o biogás e o interesse do Governo neste novo subproduto da cana, intitulado o “pré-sal caipira” pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Em outubro, a Raízen inaugurou uma das maiores fábricas de biogás do mundo e a primeira em escala comercial a utilizar a conversão da torta de filtro e da vinhaça, voltada para geração de energia elétrica. A planta tem capacidade instalada de 21 MW e coloca o Brasil no pódio como pioneiro da comercialização do produto sustentável, gerado a partir dos subprodutos da cana, tão em moda hoje em dia. Já a matéria de capa destaca que as empresas seguem em busca de novas tecnologias para implementar em suas
operações, visando otimizar a produção e implementar a Indústria 4.0. A AEI Assistech é uma companhia que oferece uma gama de serviços e soluções neste sentido, para segmentos industriais diversificados desde os mais simples até os mais complexos. Há matérias também ressaltando como a transformações digital vem contribuindo para reforçar o caixa das companhias e o que estas estão fazendo para assegurar o orçamento para novas expansões, como exemplo, com financiamentos com grandes bancos, buscando preservar a sua liquidez financeira. Na área agrícola, a edição detalha o que usinas e produtores estão fazendo para reduzir custos do plantio e replantio da cana. Assim como mostra que a adoção de biológicos é crescente e vem sendo eficiente no controle de pragas e doenças, além de contribuir para garantir altas produtividades dos canaviais. Atende também a demanda por soluções que resultem em menor impacto em termos de resíduos, principal característica dos agentes biológicos. É muito conteúdo interessante! Boa leitura!
Josué 1:9
ISSN 1807-0264
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EVENTOS
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EVENTOS
Outubro 2020
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• Usina do Ano – AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL • Usina do Ano – PRODUÇÃO DE AÇÚCAR • Usina do Ano – PRODUÇÃO DE ETANOL • Usina do Ano – ÁREA AGRÍCOLA – Gestão • Usina do Ano – ÁREA AGRÍCOLA – Tecnologia & Inovação • Usina do Ano – ÁREA AGRÍCOLA – Performance • Usina do Ano – AUTOMOTIVA E LOGÍSTICA AGRÍCOLA – Gestão • Usina do Ano – AUTOMOTIVA E LOGÍSTICA AGRÍCOLA – Tecnologia & Inovação • Usina do Ano – AUTOMOTIVA E LOGÍSTICA AGRÍCOLA – Performance Para mais informações acesse: www.mastercana.com.br.
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MERCADO
Outubro 2020
Países árabes são principais destinos do açúcar brasileiro DIVULGAÇÃO
40% do volume de adoçante que sai do Brasil vai para este mercado ANDRÉIA VITAL
O bloco de países árabes tem sido, nos últimos 5 anos, o principal destino das exportações de açúcar brasileiro. “Cerca de 40% do volume que sai do Brasil vai para este mercado”, afirmou Jacyr Costa, membro do Comitê Executivo do Grupo Tereos e presidente do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Federação das Indústrias do Estado São Paulo (Fiesp), ao participar do Fórum Econômico Brasil & Países Árabes, promovido pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. O evento online aconteceu entre os dias 19 a 22 de outubro, com a participação de várias autoridades brasileiras e dos 22 países que fazem parte da Liga Árabe. Costa participou do painel "Segurança Alimentar: Uma Parceria Estratégica entre Brasil e Mundo Árabe",
realizado no dia 21, e afirmou que o Brasil é o maior exportador de açúcar do mundo, com 50% de market share nesta safra, o que representa um crescimento de 60% em relação à safra 19/20. “A parceria entre o Brasil e os países árabes é de longa data”, disse, comentando que dos 10 maiores destinos das nossas exportações, 5 são de países árabes. São eles: Argélia, EAU, Arábia Saudita, Egito e Iraque.
Costa ainda lembrou que o controle sanitário é rígido para garantir a qualidade do açúcar brasileiro, com exigência de certificações internacionais visando atender às necessidades dos clientes. Ente elas, foi citada no evento, a certificação Halal, que define uma série de procedimentos em acordo com a jurisprudência islâmica e a qual, diversas usinas brasileiras possuem. “O Brasil é um especialista
neste assunto”, afirmou o executivo. A ministra da agricultura, Tereza Cristina, reforçou que o Brasil é o maior exportador de proteína halal do mundo e que os produtos brasileiros atendem a todas as exigências dos países árabes. “Os consumidores do Brasil e do mundo passaram a exigir alimentos ainda mais seguros e maiores garantias sobre todos os processos de produção nesta retomada econômica pós-COVID 19”, disse. Já o ministro das Relações Exteriores, embaixador Ernesto Araújo, esclareceu que a receita comercial entre Brasil e países árabes deve atingir US$ 12 bilhões em 2020, sendo que as exportações brasileiras de produtos do agronegócio já superam a meta de US$ 5 bilhões nos nove primeiros meses de 2020, ultrapassando a receita do ano passado. O presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Rubens Hannun, concluiu, ressaltando que brasileiros e árabes mantém uma relação bilateral que é um exemplo para o mundo. Observou que a Liga Árabe é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil no exterior, sendo o segundo no agronegócio.
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MERCADO
Outubro 2020
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Exportações do agro cresceram 4,8% em setembro puxadas pelo açúcar DIVULGAÇÃO
Queda da produção de açúcar na Índia e na Tailândia permitiu o aumento das exportações brasileiras O ritmo forte de embarques do setor sucroenergético impulsionou as exportações brasileiras do agronegócio em setembro. As vendas externas do setor subiram 89,8%, elevando as vendas setor para US$ 1,14 bilhão. As exportações de açúcar de cana em bruto mais que dobraram, passando de US$ 420,36 milhões (setembro/2019) para US$ 888,38 milhões, alta de 111,3%. De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a queda da produção de açúcar na Índia e na Tailândia nesta safra de 2020 permitiu o aumento das exportações brasileiras. Ainda no setor sucroenergético, as exportações
de etanol também subiram, passando de US$ 112,19 milhões para US$ 124,38 milhões (+10,9%). O total de vendas do setor ao exte-
rior em setembro somou US$ 8,56 bilhões, 4,8% mais que no mesmo mês do ano passado. A participação do agronegócio nas exportações totais
do Brasil era de 40,2%, em setembro de 2019 subiu para 46,3% em setembro deste ano. Com a exportação do adoçante em alta, a produção voltada ao açúcar continua forte, totalizando 31,95 milhões de toneladas até 1º de outubro. Esse volume representa que 46,96% da matéria-prima foi destinada à fabricação do adoçante, ante 35,31% no mesmo período de 2019. “Do aumento total de 10,10 milhões de toneladas na produção de açúcar observada até o momento, cerca de 7,40 milhões derivam da mudança do mix de produção e os outros 2,70 milhões resultam do avanço da moagem e da melhor qualidade da matéria-prima colhida”, explica o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues. “A despeito do aumento da proporção de cana dedicada a produção do adoçante nesta safra frente ao ciclo 2019/2020, este ainda permanece inferior ao valor observado no ciclo agrícola 2017/2018, quando o mix açucareiro atingiu a marca de 48,25%”, completou Rodrigues.
10 MERCADO
Outubro 2020
Etanol é uma das alternativas para a mobilidade sustentável Externalidades do biocombustível são evidenciadas por lideranças A pandemia e as mudanças climáticas aceleraram a demanda por alternativas sustentáveis. Assim o tema vem sendo debatido pelos quatro cantos do mundo, como ocorreu no início de outubro, durante a segunda edição do “AutomotiveRestart”, parte do projeto de mesmo nome, realizado pela Bright Consulting. Na oportunidade, a pauta girou em torno do futuro do setor automobilístico e das alternativas para uma mobilidade sustentável pós pandemia. Ricardo Abreu mediou a discussão baseada na preocupação mundial em seguir um caminho mais sustentável. “Todos estão procurando a sua forma de combater o aquecimento global, que é a próxima pandemia da vez, e talvez de magnitude ainda maior do que esta que estamos enfrentando. Além disso, se tem uma preocupação muito grande com a segurança ener-
DIVULGAÇÃO
gética, a independência tecnológica, a criação de empregos, e o crescimento da economia como um todo”, disse. Evandro Gussi, presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA), apontou que, para que as discussões em torno dos carros elétricos sejam verdadeiramente sustentáveis, é preciso levar em conta as emissões de gases de efeito estufa (GEE) do poço à roda, ou seja, de todo o ciclo de vida. “O debate correto pressupõe se estamos falando de sustentabilidade ou de resolver o problema da indústria automobilística, isso é o número um.
Se é sobre sustentabilidade, o ciclo de vida não vai entrar nessa conta? Se entrar, temos que colocar nessa tabela e ver como um carro movido a etanol, sobretudo em uma solução híbrida, se comporta vis a vis com um carro a bateria”, disse. Fernando Pfeiffer, gerente de produtos da Renault, relembrou que os veículos elétricos já são realidade para a Renault, e também comentou sobre como a pandemia e as mudanças climáticas aceleraram a demanda por alternativas sustentáveis. “O mercado começou a reverberar e dar cada vez mais relevância para essa causa da sustentabilidade, e é algo que devemos nos apropriar, não só pela questão dos avanços tecnológicos, mas também pelo fundo social que carrega”. Para Edson Orikassa, vice-presidente da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), uma das alternativas para a mobilidade sustentável é o etanol. “Na AEA apoiamos as iniciativas do governo para reduzir as emissões, como usar o combustível mais sustentável. Sabemos que o etanol é o combustível mais adequado para o Brasil, pois somos grandes pro-
dutores. A eletrificação é uma coisa que está por vir, porém acho que no Brasil não se pode falar só disso, se temos aqui um combustível sustentável que poderia ser expandido”, conclui. Já na visão de Lauro Elias, diretor de operações tecnológicas da Lactec, o Brasil deve investir na chegada do carro elétrico, mas sem abrir mão de suas forças. “O Brasil tem força tanto do lado da geração de energia, que é baseada em fontes renováveis, quanto pelo lado do setor automotivo com o biocombustível. Esses são motivos de orgulho para o Brasil, e quando se fala de sustentabilidade é pouco aproveitado pelo país, como algo a ser comunicado para o resto do mundo”, avalia. “A mobilidade do século 21 será plural, terá espaço para diferentes rotas tecnológicas”, comentou Gussi. “Temos três passos: o do presente, em que biocombustíveis desempenham um papel extremamente relevante e podem contribuir ainda mais com o país; o segundo passo, das soluções híbridas; e o terceiro, em que a gente coloca essa energia elétrica, produzida a partir de um biocombustível”, finalizou.
MERCADO
Outubro 2020
FOTOS DIVULGAÇÃO
ETANOL ATENDE 47% DO CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS EM 2020 Em MT, GO e SP o renovável indica resultados ainda mais expressivos ANDRÉIA VITAL
O consumo de combustíveis do ciclo Otto somou 30,80 bilhões de litros, de janeiro a agosto de 2020, uma retração de 12,3% em relação ao total registrado em igual período de 2019, segundo Dados publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A participação do etanol no volume total consumido pela frota de veículos leves atingiu 47,0%, o segundo maior índice observado em toda a série histórica nesse período. Nos estados de Mato Grosso, Goiás e São Paulo, o renovável indica resultados ainda mais expressivos, representando cerca de dois terços do consumo de combustíveis, 67,9%, 62,2% e 63,6%, respectivamente. Em Minas Gerais e Paraná, o etanol atende 53,8% e 47,2% da demanda do ciclo Otto respectivamente. Em agosto, o consumo de etanol hidratado apresentou crescimento pelo quarto mês consecutivo no Brasil. O total vendido totalizou 1,56 bilhão de litros, denotando uma sensível recuperação nas vendas de biocombustível, que aumentaram 29,50% sobre o volume comercializado em abril, mês em que houve forte retração devido às medidas de isolamento social. “Apesar das quedas contabilizadas por conta da pandemia, o consumo de combustíveis vem se reestabelecendo e a elevada competitividade do etanol nos principais centros consu-
Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA)
midores frente seu concorrente fóssil tem impulsionado as vendas. Tanto é que em agosto o etanol foi o único combustível que cresceu em relação ao mês de julho”, avalia Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA). “O renovável, além de ser uma opção financeiramente mais viável ao consumidor, traz inúmeros benefícios ambientais para a toda a sociedade em função da menor emissão de poluentes”, complementa. No acumulado de janeiro a agosto de 2020, a maioria das unidades da federação apresentou queda no volume demandado de etanol. A retração média ficou em 15,8%, variando de 9,7% no Mato Grosso a 24,9% no Paraná. Três estados fogem à regra, registrando incremento nas vendas de etanol. São eles Bahia, Mato Grosso do Sul e Tocantins, que apresentaram crescimento de 21,2%, 9,2% e 11,7% no consumo de hidratado, respectivamente.
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MERCADO
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DIVULGAÇÃO
Usina Santa Vitória é vendida pela Dow Os termos financeiros do acordo não foram divulgados ANDRÉIA VITAL
O movimento de consolidação do setor continuou em setembro, dessa vez, impulsionado pela venda da Usina Santa Vitória Açúcar e Álcool (SVAA), localizada em Perdilândia, no Triângulo Mineiro, pela Dow para a Geribá, empresa paulista de gestão de ativos,
especializada em recuperar e estruturar oportunidades alternativas de investimento. A negociação foi confirmada pela companhia americana, sendo que o acordo foi fechado e assinado entre as empresas no dia 26 de setembro de 2020, com efeito imediato. Os termos financeiros do acordo não foram divulgados. “A decisão pelo desinvestimento na Santa Vitória é impulsionada pelo foco da companhia em manter um portfólio focado, mentalidade de proprietário e disciplina de alocação de capital que apoie o crescimento e a valorização de seus negócios-chave”, afirmou a multinacional. Concretizada em 2015, a planta visava a produção de plásticos verdes, a partir da conversão do etanol produzido em etileno, abastecendo assim a fabricação de bioplásticos da Dow no Brasil, porém, a mudança no cenário
econômico mudou os planos. Inicialmente, o empreendimento contava com a parceria da japonesa Mitsui, que possuía 50% de participação, mas o negócio passou a ser tocado somente pela Dow, que comprou por US$ 200 milhões a parte da Mitsui e seguiu com a construção da usina e sua gestão. Com capacidade de moer 2,7 milhões de toneladas de cana e produzir mais de 240 milhões de litros de etanol do tipo hidratado por safra, a Santa Vitória tem um dos parques industriais mais modernos e automatizados do mercado, com cerca de 210 hectares e mais de 40 mil hectares de canaviais. De acordo com a Dow, aproximadamente 1.400 funcionários da SVAA e a gestão de aproximadamente 350 contratados serão transferidos para gestão da Geribá. “As duas companhias estão dedicadas para que haja uma transição tranquila e rápida”, disse a companhia.
MERCADO
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Investimento em etanol de milho segue firme DIVULGAÇÃO
Governo de MS anuncia dois novos empreendimentos ANDRÉIA VITAL
Dourados, em Mato Grosso do Sul, terá uma planta de etanol de milho. O anúncio foi feito pelo governado do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), no dia 2 de outubro, durante visita ao município. A expectativa é de investimento de R$ 1,8 bilhão em duas etapas, visando a produção de etanol e DDG (proteína de milho). “Será um grande empreendimento para a cidade, mais de R$ 1,8 bilhão em investimento, em uma produção que agrega valor ao produto, já que não queremos ser exportadores de commodities de milho e sim de etanol, proteínas e farelo”, disse Azambuja. De acordo com o governador, o temo de acordo com a Inpasa Brasil, indústria produtora de etanol anidro
e hidratado, óleo de milho, DDGS (Grãos Secos de Destilaria com Solúveis) e energia elétrica, para a instalação da planta em Dourados já foi assinado. “Estamos estudando a possibilidade de implantar uma indústria em MS. Até agora, o que foi feito é a assinatura de um termo de compromisso com o Governo do Estado para averigua-
ção de incentivos estaduais, com duração de dois anos”, afirmou a Inpasa Brasil em nota enviada ao JornalCana. A companhia, que tem duas unidades no Paraguai, iniciou as atividades no Brasil, em 2018, com a construção de uma planta em Sinop (MT) e, em agosto deste ano, inaugurou outra unidade em Nova Mutum (MT), com investimentos de R$ 850 milhões e R$
550 milhões, respectivamente. As unidades têm capacidade para produzir R$ 1 bilhão de litros de etanol de milho ao ano; 560 mil toneladas de DDGS; 52 mil toneladas de óleo de milho e 495 mil MW de energia elétrica. Em setembro, o Governo do MS fez o anúncio da instalação de uma fábrica de milho no Polo Industrial e Empresarial de Jaraguari, com investimento de R$ 49 milhões. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), a planta deverá produzir até 200 mil litros de etanol de milho por dia, em meados de 2022. Além do combustível, a unidade deve também fabricar óleo de milho, ração animal e ter produção própria de energia renovável, a partir do biogás e placas fotovoltaicas para energia solar. A carta-consulta com solicitação de incentivo fiscal para instalação do empreendimento foi apresentada pela empresa Destilaria Pioneira Indústria de Etanol de Milho, Fábrica de Ração e Transportes Ltda para a Semagro.
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MERCADO
Outubro 2020
Bolsonaro inaugura primeira planta de biogás da Raízen FOTOS DIVULGAÇÃO
Fábrica tem capacidade para abastecer uma cidade como Araraquara (SP) ANDRÉIA VITAL
A Raízen inaugurou no dia 16 de outubro, a sua primeira planta de biogás em evento presencial, que contou com a participação de lideranças do setor sucroenergético e autoridades, entre elas, o presidente da República, Jair Bolsonaro, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Com construção iniciada em 2018, a unidade é fruto de uma joint venture entre a Raízen e a Geo Energética e tem capacidade instalada de 21 MW. Trata-se de uma das maiores fábricas de biogás do mundo e a primeira em escala comercial a utilizar a conversão da torta de filtro e da vinhaça, subprodutos do processo produtivo de etanol e açúcar, voltada para geração de energia elétrica. A unidade aproveitará sua localização estratégica junto à usina Bonfim, em Guariba (SP), que processa aproximadamente 5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano. Assim, a planta de biogás operará durante todo o ano, produzindo energia durante a safra a partir do processamento da vinhaça, e, na entressafra, a partir do processamento da torta de filtro. “Com esse empreendimento, intensificamos esforços e colaboração para produzir biogás a partir do reaproveitamento de resíduos com objetivo de entregar uma energia limpa, renovável e com um potencial de desenvolvimento contínuo”, explicou o CEO da Geo Energética e presidente do Conselho da Abiogás, Alessandro Gardemann. A produção anual da planta será de 138 mil MWh/ano, o suficiente para abastecer a cidade de Araraquara, no interior paulista. Do total de energia gerada, 96 mil MWh serão vendidos dentro de um contrato negociado em leilão de 2016 no qual a Raízen foi a vencedora. O valor excedente de energia poderá ser negociado no mercado livre ou outros contratos. De acordo com Ricardo Mussa, presidente da Raízen, o projeto amplia o portfólio sustentável da companhia, sendo um passo relevante em direção à matriz energética cada vez mais limpa que o Brasil merece.
“Celebramos um marco importante na história da Raízen, uma empresa que já nasceu com a vocação de ser sustentável. Construímos uma trajetória vibrante, de inúmeras conquistas e realizações ao longo dos últimos 10 anos e nos consolidamos como uma empresa integrada em energia, atuando em toda a cadeia produtiva da cana, comercialização logística e distribuição de combustíveis”, disse. Mussa reforçou que o projeto é um claro exemplo de economia circular e um avanço no conceito de usina para um ecossistema completo, a biorrefinaria. “O Brasil é referência quando se fala em fontes renováveis de energia. O biogás é uma fonte que soma à base de energia limpa de forma complementar às demais fontes renováveis que já existem no Brasil e é uma vitória da Raízen, da sociedade e do país”, disse. O executivo informou ainda que o próximo passo é usar o biometano, um dos processos que a nova unidade pode propiciar, para abastecer a frota de caminhões da empresa, que passa de 4 mil unidades, envolvendo todas as operações de logística e distribuição. “A partir da inauguração podemos confirmar uma série de premis-
sas do projeto inclusive as externalidades, como o biometano e assim, pensar em novas plantas”, completou Raphaella Gomes, diretora de Transição Energética e Investimentos, da Raízen. Pedro Mizutani, conselheiro da Cosan, ressaltou a importância do momento e da fábrica, que teve a sua concepção iniciada há oito anos. “Essa planta de biogás vai promover mais energia limpa para o Brasil. É o início de um novo ciclo de produção de energia renovável”, assegurou. O presidente do Conselho de Administração da Raízen, Rubens Ometto, disse se sentir orgulhoso da Cosan e Raízen estarem na vanguarda das inovações, sendo pioneiras em vários processos. “Sempre tivemos foco em extrair o máximo da cana-de-açúcar“, disse, comentando que só 1/3 da energia contida em uma tonelada de cana vem da sacarose, de onde se tira o açúcar e o etanol; os outros 2/3 vêm da palha e bagaço da cana, que passaram a ser usados pela empresa. Ometto manifesto ainda sua revolta em relação à campanha mundial sobre a questão ambiental e afirmou que o Brasil não pode cair em “armadilhas”. “Nós temos a matriz energética mais limpa do mundo, temos o maior absorvedor de CO2 do
mundo, o maior produtor de oxigênio, que é a Amazônia”, disse. O fundador da Cosan ressaltou ainda que é preciso sair da defensiva e ir para o ataque e que o Brasil precisa ter um programa de marketing e fazer pressão política. “Temos muitas ideias neste sentido e hoje foi o início de uma relação que eu quero cada vez mais próxima, do governo do presidente Bolsonaro, do ministro Bento (Minas e Energia), para que possamos atingir esses objetivos”, concluiu. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, destacou a importância do empreendimento para o Brasil. “O biogás e biometano, além de serem utilizados para geração de energia elétrica, podem também substituir o óleo diesel nos ônibus, caminhões e máquinas agrícolas. Ou mesmo, no caso do biometano, ser injetado na rede de gasodutos, sendo consumido como substituto do gás natural. Temos aí a aprovação, em breve, do novo marco do gás (em tramitação no Congresso) e não tenho dúvida que essa nova indústria também vai se associar a isso, o que vai ser importantíssimo para a reindustrialização do país”, disse. O presidente Jair Bolsonaro elogiou o trabalho da Raízen, por levar o projeto da fábrica de biogás adiante, e disse que quer estimular mais empresários do Brasil a investirem no país. “Só tenho a cumprimentá-los, a cumprimentar o senhor Ometto pela coragem de empreender. E ele sabe, cada vez mais, que hoje em dia conta com um parceiro de peso, que é o chefe do Poder Executivo e seus ministros para os seus empreendimentos”, disse. Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, disse que a cadeia sucroenergética brasileira é um exemplo de sustentabilidade para o mundo e tem contribuído para recuperação de áreas de preservação permanente e recomposição da flora e fauna. “A qualidade do ar nos grandes centros (brasileiros) é muito melhor que em vários outros países graças ao etanol. Agora, a nossa esperança é que os veículos de transporte coletivo, passem a ser alimentados com o biometano produzido a partir da vinhaça. Será mais um exemplo para o mundo”, disse, completando. “O Brasil tem demostrado conciliar a produção agrícola e agropecuária com sustentabilidade, apoiado em um Código Florestal que nenhum outro país tem e em um setor que investe, respeita e trabalha pelo seu país e pelo mundo”, concluiu.
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“O BIOGÁS É NOSSO PRÉ-SAL CAIPIRA”, DIZ MINISTRO DE MINAS E ENERGIA FOTOS DIVULGAÇÃO
Potencial de produção do produto até 2030, é de até 45 milhões de m3/dia ANDRÉIA VITAL
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, destacou as vantagens e os impactos positivos do biogás e do biometano sobre o meio ambiente, especialmente para a qualidade do ar e para a saúde pública ao participar da inauguração da planta de biogás da Raízen, no dia 16 de outubro. “Houve a redução, em 96%, das emissões de gás carbônico com o uso do biometano a partir do biogás”, afirmou. Albuquerque ressaltou o potencial de produção de biogás no Brasil, somente a partir da vinhaça e da torta de filtro, que pode atingir, em 2030, até 45 milhões de m3/dia, o que corresponde a mais de duas vezes o volume médio de gás natural importado da Bolívia em 2019, que chegou no patamar de 19 milhões m3/dia. “Assim, não há exagero em afirmar que o biogás será uma revolução comparável ao advento, no início dos anos 2000, da produção simultânea de calor e eletricidade a partir do bagaço da cana. O biogás é o nosso pré-sal caipira”, anunciou. Segundo ele, avançar na descarbonização da matriz energética mundial é um dos principais desafios do nosso tempo. Citando a Conferência Rio92, ressaltou que, apesar da maior conscientização sobre as questões ambientais, “desde então, não houve redução significativa da participação dos combustíveis fósseis no fornecimento global de energia, atualmente, em cerca de 80%”. O ministro lembrou ainda que o Brasil é reconhecido por possuir uma das mais limpas matrizes energética e elétrica do mundo. “Nosso potencial hídrico, eólico, solar e de bioenergia tem assegurado, historicamente, uma participação relevante e diversificada das fontes renováveis na oferta interna de energia do país”, acrescentou o ministro, lembrando que os derivados da cana-de-açúcar respondem, atualmente, por mais de 17% da matriz energética brasileira, podendo atingir 19%, em 2030. “Isso se traduz em segurança energética e, ao mesmo tempo, mitigação das mudanças climáticas”, destacou.
Ao falar das externalidades do setor sucroenergético, Bento Albuquerque fez uma retrospectiva do segmento, voltando à década de 70 com o Próalcool, passando pela inovação da utilização do bagaço para produção de energia elétrica, até chegar ao biogás nos dias atuais. “Presidente Bolsonaro, o Brasil, o seu governo, dá sucessivos exemplos de como é possível integrar nossas plantas industriais e gerar energia limpa, a baixo custo e com oferta segura durante todo o ano. Tenho a felicidade de testemunhar, o início dessa nova etapa para o setor, que contribui com o país há décadas, na construção de uma matriz energética exemplar e na geração de milhares de empregos para os brasileiros”, disse. O comandante da pasta de Minas e Energia reforçou ainda que
“a utilização do biogás e do biometano nas usinas também possibilitará o aumento da nota de eficiência energético-ambiental dessas unidades produtoras, levando à geração de mais créditos de descarbonização, os CBios”, disse, elogiando em seguida o RenovaBio, “o maior programa de biocombustíveis do mundo”. Os benefícios do biogás também foram destacados por Evandro Gussi, presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (UNICA), ao lembrar que o grande desafio do mundo é a redução das emissões de carbono e o início da comercialização em escala do biogás pela Raízen é um grande exemplo de como o setor sucroenergético pode e vai fazer cada vez mais isso. “É um momento histórico para o setor sucroenergético que redobra a
aposta na sustentabilidade, na geração de energia limpa, renovável, decentralizada e que coloca cada vez mais o Brasil na vanguarda da retomada sustentável da economia”, disse. Opinião compartilhada com o presidente da DATAGRO, Plínio Nastari. Segundo o consultor, o composto orgânico gerado com a biodigestão é extremamente fértil e aumenta a Capacidade de Troca Catiônica (CTC), o que reduz a necessidade de uso de fertilizantes químicos, aumentando assim a competitividade da agricultura como um todo. “A nota de eficiência energética ambiental do RenovaBio melhora enormemente porque se usa menos fertilizante nitrogenado e menos diesel. Então, vai gerar mais CBios e mais resultados. Tem muitas outras implicações”, assegurou.
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Â? Â? ƒ ˜ Â? Â? ‘ ƒ ˜ Â? ˜ ‚ Â? De acordo com Paulo Lucena, diretor tĂŠcnico da , a experiĂŞncia bem sucedida na Usina Santa Cruz evidencia a viabilidade do uso do gĂĄs natural para frotas pesadas, o que deve gerar o interesse de outras usinas por esta fonte de energia, bem como deve atrair empresas de outros setores.
„ Â?ƒ ƒ Â? Â?Â? Â… †Â? „ Â? ƒ A expansĂŁo da ĂĄrea de concessĂŁo da envolve outros pilares alĂŠm do uso de gĂĄs natural em fontes pesadas. Existem tambĂŠm os projetos de usina hĂbrida, que utiliza biomassa da cana-de-açúcar junto ao gĂĄs natural para geração de energia, e o biometano, gĂĄs gerado a partir do processamento de resĂduos de cana-de-açúcar e que pode ser encanado e distribuĂdo. €  Â?Â? € „ Â? ÂŁ
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SOLUÇÃO TURN KEY PARA INDUSTRIAS AEI Assistech oferece serviço em Automação, Elétrica e Instrumentação visando melhorar a produção e trazer retornos econômicos Cada vez mais, as empresas buscam implementar novas tecnologias nas operações, visando otimizar a produção e implementar a Indústria 4.0. Criada há cinco anos, a AEI Assistech oferece uma gama de serviços e soluções neste sentido, para segmentos industriais diversificados desde os mais simples até os mais complexos. A empresa é integradora de sistemas, dedicada ao fornecimento de serviços e produtos relacionados as áreas de Automação, Elétrica e Instrumentação. “Temos como característica a alta capacidade de identificar as necessidades dos clientes e de seus processos industriais”, explica Jovenilson Silva, diretor comercial e de engenharia da empresa que tem sede em Sertãozinho (SP). Segundo ele, a AEI Assistech fornece projetos e especificações de elétrica e instrumentação; serviços de montagem de elétrica e instrumentação; sistemas de automação com fornecimento de painéis de controle e CCM’s de baixa tensão. Também fazem a manutenção em Analisadores de Gases (O2 e O2+CO), equipamentos que analisam, controlam e asseguram a emissão de gases conforme aplicação nos processos industriais. Atualmente, serviço procurado principalmente pelas empresas que necessitam manter as informações de emissão em tempo real e manter históricos para melhorias na eficiência de geradores de vapor e equipamentos auxiliares como por exemplo preciptadores eletrostáticos. Este aparelho é desenvolvido para gerir a qualidade de processos e manter o controle de gases poluentes. Além de evidenciar a busca pela produção sustentável, a crise gerada pela COVID-19 impulsionou a transformação digital, assim, o setor industrial precisará passar por uma grande jornada para se reestabelecer no pós-pandemia. Contar com uma equipe especializada para ajudar neste sentido é o ideal e os projetos elaborados pela AEI Assistech possibilitam aos seus clientes melhorarem o ciclo de vida produtivo e a produzir com mais sustentabilidade. “Temos uma equipe qualificada e know-how técnico, com disponibilidade de atendimento continuo em regime de Hxh, com a quantidade de profissionais necessários para cum-
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prir prazos, este é outro diferencial da empresa. Nossos técnicos em automação são especializados em configuração de PLC’s e supervisórios”, explica Ivan Assis, diretor de Assistência Técnica / Automação da empresa AEI Assistech. O retrofit de equipamentos e sistemas vem sendo adotado pelas empresas visando a modernização de seus parques industriais, com custo inferior ao de novas aquisições e garantindo assim que a evolução tecnológica, tão necessária atualmente, se converta em diversos benefícios
como aumento de produtividade, redução de riscos, entre outros. “É uma alternativa para as empresas que querem modernizar seus equipamentos com os melhores serviços e conseguir mais resultados”, afirma Thiago Rocha, diretor de Montagem de Elétrica e Instrumentação da Empresa AEI Assistech. A empresa fornece um portfólio de serviços neste sentido, com experiência comprovada nos principais controladores, linguagens de programação e protocolos de comunicação existentes no mercado para manter a
integridade e funcionamento dos sistemas. “Fornecemos a programação destes sistemas de controle, desenvolvendo soluções modernas e com o melhor custo benefício, aumentando a produtividade, disponibilidade da planta e qualidade dos produtos. Integramos o sistema de supervisão, controle e gerenciamento dos processos, permitindo que os dados dos processos sejam disponibilizados de forma a auxiliar na tomada de decisões”, afirma Álvaro Piedade, diretor de Automação da Empresa AEI Assistech.
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CLIENTES ATENDIDOS PELO MUNDO AFORA Empresa tem experiência em especificação e configuração de equipamentos A AEI Assistech atende clientes no Brasil e em outros países, com projetos executados na Berneck; Usina Cocal; GranBio; Usina Caeté, GreenPlac, Grupo Atvos; Grupo Coruripe; Ipiranga Agroindustrial; Usina São Luís; Bahia Etanol; Grupo Tereos; SiempelKamp (Alemanha); Grupo Azucareiro Del Tropico e GC (México); Papel Misionero (Argentina), entre outros. Também em empresas fornecedoras de caldeira como a Caldema, CBC, HPB Engenharia e Zanini. “Na usina São Luiz, localizada em Ourinhos (SP), fizemos a montagem de elétrica e instrumentação da osmose, com a instalação de CCM novo; readequação do anel de fibra óptica da usina completa; reforma de elétrica e instrumentação da caldeira 06. Além da startup de automação da nova caldeira de grelha, fornecimento de laudos de aterramento e SPDA”, explicou Jovenilson Silva. De acordo com Leandro Arruda, gestor de Energias da Usina São Luiz, trata-se de uma excelente parceria com a AEI Assistech, com a execução de alguns projetos nos últimos três anos como por exemplo um retrofit da termoelétrica. Foi instalado um novo sistema de tratamento de águas por Osmose Reversa; sistemas de transportadores de biomassa; uma caldeira de alta pressão; casa de força, entre outros equipamentos. “A AEI Assistech nos forneceu serviços de qualidade, praticando um bom planejamento, organização e ótimo cumprimento dos prazos. A empresa traz em seu time profissionais com bastante experiencia e atualização tecnológica, sempre oferendo soluções modernas, seguras e com o melhor custo-benefício. A São Luiz está bastante satisfeita com a escolha de trazer a AEI ASSISTECH como parceira dos nossos negócios”, assegura Arruda. A empresa fez também a montagem da caldeira HPB para a Ipiranga (220 Ton/h, 67 kgf/cm²) com precipitador eletrostático.
Álvaro Piedade
Jovenilson Silva
Thiago Rocha
Ivan Assis
“Para este cliente, fornecemos a montagem de elétrica e instrumentação completa”, contou Thiago Rocha. “O conhecimento e o acompanhamento de pessoas com experiência fazem a diferença nesta empresa. Nossos contratos que foram conduzidos pela AEI Assistech carregaram muita responsabilidade e comprometimento garantido sucesso nos fornecimentos”, afirmou José Henrique Pizzo, gerente de Produtos Pós Venda na HPB. Já para a Caramuru, um dos principais grupos brasileiro no processamento de soja, milho, girassol e canola, a AEI Assistech forneceu serviços de automação para o sistema de descarregamento e carregamento de balsa no Porto
Itaituba (PA), onde a empresa de alimentos faz o escoamento de alguns de seus produtos. Também realizou a automação para a unidade da Cofco, em Rondonópolis (MT). Ali foi instalado o sistema de proteção das esteiras com aproximadamente 500 sensores para o sistema de desalinhamento, com monitoramento de temperatura dos mancais, chaves de emergência e vigia de rotação, além da automação das transportadoras de grãos. Para a Unidade Cruz Alta, da Tereos, foi feita a automação e montagem da caldeira, (240 Ton/h, 67 kgf/cm²) com precipitador eletrostático. A AEI-Assistech forneceu o projeto e fabricação dos painéis de automação, configuração do PLC e
supervisório, montagem de elétrica e instrumentação completa. No caso da Berneck, a AEI Assistech implantou a automação no sistema das esteiras de distribuição de cavaco, com a alimentação de biomassa e monitoramento e controle do sistema de distribuição de energia. “Prestamos serviços para a Usina Ipiranga, Combio, Usina Santa Adélia, Grupo Atvos, Cocal Paraguaçu e implantamos projetos internacionais completo como por exemplo, a instalação de uma turbina de 25 Mw para o grupo La Joya, no México, incluindo montagem de elétrica e instrumentação, desenvolvimento de lógica e supervisório, comissionamento e startup ”, concluiu Jovenilson Silva.
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USINA 4.0: TENDÊNCIAS E INOVAÇÕES QUE GARANTEM BONS RESULTADOS Conheça o que as companhias vêm usando ALESSANDRO REIS E ANDRÉIA VITAL
A pandemia da Covid-19 acelerou uma série de processos nas usinas. Dentre eles a necessidade de aperfeiçoar e inovar a instrumentação e automação das plantas industriais. Isso porque a instrumentação desenvolve e aplica tecnologias de controle em processos. Ao passo que a obtenção dos dados precisos para o controle dos processos com o menor custo possível, depende do tipo de instrumento empregado, da qualificação do operador e do tratamento matemático que as medições sofrem. A automação em usinas de cana deve cumprir em primeira instância a tarefa de solucionar as eventuais falhas que se dão ao longo dos CLPs (sigla para Controladores Lógicos Programáveis). Isso porque as falhas podem se apresentar como o resultado de indesejadas paradas
observadas ao longo do processo de moagem e fabricação de açúcar e etanol. E nesse processo também é urgente uma transformação digital para os moldes conhecidos como Otimização em Tempo Real (RTO), que é fundamental para transformar uma planta convencional em Usina 4.0. Neste sentido, em webinar promovido pelo JornalCana, no dia 30 de setembro, foram apresentadas iniciativas que comprovam a eficiência de uma Usina 4.0, com os participantes destacando as principais tendências e inovações em instrumentação e automação usadas pelas usinas e o futuro das plantas industriais. O webinar, que teve moderação de Josias Messias, presidente da ProCana Brasil, contou com patrocínio da Buckman; da HB Saúde; da Pró-Usinas e da S-PAA Soteica. “Ao longo do tempo aprendemos como se fazer automação, priorizando os processos mais importantes. Ou seja, aqueles que são mais onerosos ou com maiores perdas. Além de investir no essencial, medindo e controlando somente
as áreas mais necessárias”, conta Danilo Fernando Gutierrez, gerente de novos negócios na Pedra Agroindustrial e exemplifica dando detalhes do processo de transformação digital que ocorre nas usinas do grupo. Gutierrez explicou que, as unidades da Companhia têm idades diferentes e tipos de automação em estágios diferentes, por exemplo, a Ipê, que já nasceu toda automatizada, inclusive com COI e a Usina Da Pedra, que é a mais antiga- completa 90 anos em 2021. “A unidade passou por várias fases de automação, desde a pneumática até a eletrônica. E ao longo dos anos não teve alto índice de instrumentação, o que com o passar do tempo encarece e dificulta a possibilidade de automatiza-la por completo”, detalha o gerente de novos negócios. Para um dos passos para automação feita com baixo custo de investimento é avaliar bem a eficácia das ferramentas de RTO existentes. “Com a chegada do conceito de Usina 4.0 buscamos avaliar ferramentas para transformar a usina digitalmente. Mas havia o receio
de ter que instrumentalizar ainda mais a planta industrial para fazer a medição de processo em linha e online para termos os dados que o RTO precisa para poder trabalhar. Mas ao longo do desenvolvimento do trabalho vimos que não era necessário, pois as áreas do processo que precisamos para fazer o controle não tem grandes variações. Com isso percebemos que poderíamos usar os dados disponíveis no laboratório, bastando simplesmente comunicar nosso sistema de qualidade de produção e o RTO”, descreve o gerente de novos negócios. De acordo com Gutierrez, a Pedra Agroindustrial escolheu o S-PAA, da Soteica, como sistema de RTO para fazer a simulação na planta virtual. E os resultados garantiram ganhos significativos usando dados que já eram coletados. “Resumindo, é possível aliar o que se tem de automação – ainda que básica – com um sistema que consiga trabalhar com esses dados do laboratório. Conseguindo, assim, uma automação com baixo investimento, confirma o gerente de novos negócios.
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“A chave do negócio é a produtividade e o custo da produção e queremos melhorar os resultados da empresa, aumentando a eficiência industrial e os rendimentos, reduzindo as despesas fixas e o consumo”, disse Rafael Carnietto Bassetto, gerente industrial da Usina São Manoel, ao mostrar os desafios da automação na empresa e a melhora dos resultados a partir de sua implantação. Para isso, a São Manoel implementou o software S-PAA na área industrial, com a aquisição dos módulos de controle do vapor, tratamento do caldo e evaporação. A ferramenta começou a ser utilizada em agosto deste ano a fim de melhorar a operação da usina, garantindo uma maior estabilidade do processo, e consequentemente, uma maior eficiência industrial. “Apuramos eficiência industrial 0,5% acima do acumulado até o momento, mas existem muitas outras variáveis que afetam o resultado, não conseguimos isolar os ganhos ainda devido ao pouco tempo de implantação”, afirmou. Bassetto explicou que antes do uso do sistema, a usina moía mais do que podia, resultando na oscilação da pressão do vapor, portanto trazendo perdas ao processo. “A eficiência operacional era em torno de 87% e agora 89%, mas representa R$ 12 milhões ao ano, o que faz
uma boa diferença para a empresa. Sem custo adicional, a não ser moer 500 toneladas a menos por dia, o que culminou acrescentar na safra em torno de 7 dias no ano”, disse. “A estabilidade traz ganhos de eficiência, tem que respeitar a capacidade dos equipamentos, fazendo com que a automação passe a ajudar o operador e não brigar com ele”, ressaltou o profissional. Ruan Mantovani, especialista de Utilidades da Usina Pitangueiras, detalhou o que levou a Usina Pitangueiras a buscar inovações ao longo dos anos, o que possibilitou a padronização das operações da companhia e a melhoria das condições operacionais, além de maximizar os aproveitamentos energéticos da planta industrial e a busca de práticas mais rentáveis. A Usina Pitangueiras foi a primeira unidade produtora do Estado de São Paulo a implantar o software de otimização em tempo real S-PAA. A instalação criou indicadores proativos em relação a extração do caldo da cana-de-açúcar na moeda, resultando em um processo mais eficiente. Com o S-PAA, foi possível configurar o sistema em conjunto com o sistema supervisório e ter determinado automaticamente os set-points específicos do processo. “Temos o monitoramento da extração online e com as informa-
ções podemos correlacionar com a oscilação do nível de rotação da moenda, entre outras ações, e com isso começar a entender o comportamento da moenda e saber qual é a melhor operação possível e torná-la padrão”, explicou o especialista, comentando ainda que, ao fazer uma comparação de dados entre o Laço do S-PAA ativado e desativado foi possível identificar uma receita de R$ 790 mil positiva. Localizada em Chapadão do Céu (GO), a Cerradinho Bio é uma das principais usinas de alta eficiência energética. No webinar, Walter Di Mastrogirolamo, gerente industrial da companhia, detalhou as estratégias adotadas que vêm propositando bons resultados. Di Mastrogirolamo contou que enxergaram oportunidades com o uso de melhor tecnologia para garantir mais eficiência no processo produtivo. Diante disso, apresentou resultados após o monitoramento contínuo da água, com a purga automática e redução da água e bagaço o que propiciou a redução da vazão da purga de 12% para 4%. “Com o investimento de R$ 320 mil, o uso da ferramenta possibilitou ganho de 36 m3/h de água; mais de 1.000 KW extra na exportação, o que deve gerar um faturamento de R$ 2 milhões ao ano”, afirmou, contando que o Laço Fechado do S-PAA, já em uso na mo-
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enda, geração de vapor e energia, e na destilaria, passará a ser implantado no caldo e fermentação ainda este ano visando um processo ainda mais eficiente. Douglas Mariani, consultor da Soteica, explicou que o S-PAA permite o acompanhamento em tempo real de todo o processo, reduzindo a variabilidade, fornecendo a visão de processo para operar mais próximo do limite operacional de forma estável e sugere parâmetros para extrair a máxima lucratividade nas condições atuais. “O S-PAA utiliza uma análise estatística dos dados, mas pode aplicar as correções em uma frequência muito maior e adequar as variações e eventos pontuais de mudanças nos parâmetros, que com a frequência anterior seriam tratados como desvio da análise”, assegurou Mariani apresentou os cases de usinas que já usam a ferramenta, que melhora as margens, proporciona o aumento da capacidade e reduz custos, instalada em mais de 40 usinas gerando ganhos superiores a R$ 1/TC.
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Cevasa bate recordes de produtividade e valida resultados de tecnologia RTO FOTOS DIVULGAÇÃO
Usina conquista vários indicadores agroindustriais superando safras passadas ANDRÉIA VITAL
Seguindo à risca o plano de negócios traçado em 2016, a Cevasa, localizada em Patrocínio Paulista (SP), vem conquistando a cada mês, novos recordes e ótimos números operacionais. A companhia deve encerrar a temporada, no dia 15 de novembro, com 2,6 milhões de toneladas processadas, 208.000 toneladas de açúcar VHP, 100 milhões de litros de etanol e 110.000 MWh de energia elétrica exportada. “A partir de um plano de negócios bem estruturado, começamos a sua execução, do estratégico ao tático operacional, preparando, treinando pessoas, arrumando o time. Também iniciamos um processo de investimento, que resultou na renovação de frotas, modernização da indústria e investindo em tecnologias. Assim, garantir que ao longo destes cinco anos, com o plano em curso, a empresa pudesse alcançar o êxito que vem alcançando nesta safra”, afirmou Luiz Paulo Santa´Anna, diretor geral da usina. Santa´Anna destaca também que a safra 20/21 está surpreendendo, apesar de todo cenário de pandemia e de déficit hídrico, motivos de preocupação do setor. Mesmo assim, a temporada atual, vem se superando em vários aspectos, tanto no volume de cana, como nas produções dos produtos e valores. “A safra vem se realizando bem acima das nossas expectativas. Foi um ano açucareiro que nos surpreendeu nos preços, tanto para o açúcar quanto para o etanol. Além disso, iniciamos também a comercialização de CBios”, disse, comentando que já foram negociados 40% dos 125.000 créditos de carbono que irão gerar na B3. O executivo reforçou ainda que a Cevasa criou um plano de contingência para dar proteção aos integrantes durante à pandemia, com várias ações implantadas para que as pessoas pudessem trabalhar em segurança. “Verdadeiramente, a safra 20/21
Antônio César, supervisor de extração; Douglas Mariani da Soteica; Alberto Antônio da Silva, gerente industrial; Bruno Paviani, supervisor de automação; Josias Messias da Pró-Usinas e Vanessa Pavanello, Líder de PCP/PSP da Cevasa
Luiz Paulo Santa´Anna, diretor geral da Cevasa
mostrou ser a safra do crescimento. Essa foi a nossa frase do ano e esperamos que a próxima seja a safra da prosperidade. Que venha a temporada 21 /22 no mesmo embalo da safra 20/21”, deseja o diretor. Sequência de recordes Em setembro, a usina bateu recordes na qualidade da matéria-prima, na produção de açúcar, de eficiência global industrial (EGI) e rendimento total corrigido (RTC), e também na produção de energia, com vários indicadores agroindustriais, superando todas safras passadas já realizadas. Para o gerente industrial da Cevasa, Alberto Antônio da Silva, os resultados alcançados são frutos do trabalho de toda uma equipe, que tem como objetivo buscar a supera-
ção, através do planejamento, muito treinamento e dedicação. Silva também lembra que possui um elemento inovador, pois nesta safra, a Cevasa iniciou a operação do software S-PAA na área de energia e embebição e tornou-se evidente a atuação do sistema, garantindo maior estabilidade no vapor e redução no consumo de processos, permitindo melhorar os índices de eficiência industrial e de exportação de energia, além da economia de bagaço por UNICOP. “No dia 7 de outubro, validamos os indicadores que nos permitem mensurar os excelentes ganhos do S-PAA, mas desde o início os resultados foram perceptíveis a todos os envolvidos e conquistou a confiança da equipe de operação”, explica. Os recordes conquistados, mos-
tram que a empresa está no caminho certo. Com apenas 161 dias de safra, a Cevasa atingiu 2 milhões de toneladas de cana processadas e no mesmo dia comemorou 365 dias sem acidentes com afastamento, “o que mostra que é possível executar um trabalho com alta produtividade e segurança”. Além disso, a empresa consolidou outros recordes comparando com os meses de setembro de anos anteriores, como Melhor Aproveitamento de Tempo Agroindustrial com 98,94%, melhor Extração com 97,52%, maior Produção de Açúcar VHP com 33.612,54 toneladas produzidas, maior TAH com 12,65 toneladas de açúcar por hectare e maior Rendimento de Máquina por Mês com 16.947,57 toneladas com apenas 2,86% de perda na colheita.
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TRANSFORMAÇÃO DIGITAL VEM AJUDANDO AS USINAS A SEREM MAIS RENTÁVEIS FOTOS DIVULGAÇÃO
Gestores mostram as estratégias usadas pelas companhias Dimas Fausto
Alexandre Maganhato, gerente de TI Corporativo da Atvos
Ariel Souza, gerente de TI da Usina São Domingos
Elvis Evangelista, gerente de TI da Usina Nardini
tform para aplicativos móbile”, afirma o gerente de TI Corporativo, ao destacar algumas delas. Além disso, ele inclui que há um Centro de Planejamento Agrícola Centralizado, com CFTV, Rádio, indicadores de moagem e produção de hora em hora. Fora isso, também é feita uma distribuição dos indicadores, que chega diretamente nos celulares dos líderes (Kaizala) e um BW para diversas áreas. “Sendo que os usuários tem liberdade para criar seus relatórios/indicadores usando Power BI”, explica. A transformação digital também vem contribuindo para a Usina São Domingos bater diversos recordes de produção. Na safra 19/20, considerada até então a maior de sua história, foram moídas cerca de 2,4 milhões de toneladas de cana. Na 20/21, novo recorde histórico deve ser alcançado até o final de novembro. Serão esmagadas 2,7 milhões de toneladas, equivalente a um aumento de 17% em relação ao ciclo anterior. Além disso, produziu 4,6 milhões de sacas de açúcar (50kg), 79 milhões de litros de etanol e exportando 23 mil MWH de energia cogerada — com 91% de eficiência industrial. Agora, a São Domingos quer alcançar novos recordes. Para isso continua investindo pesado na transformação digital. Primeiramente na área agrícola, através de computadores de bordo e em transponders. Na indústria, a São Domingos é a 50ª usina a adquirir o software S-PAA, da Soteica. A expectativa com a implantação do sistema de Otimização em Tempo Real (RTO) na área de cogeração e embebição da moenda, é reduzir o consumo de vapor, ampliar a cogeração, além de aumentar sua eficiência industrial, esmagando mais cana-
-de-açúcar e produzindo mais açúcar e etanol sem grandes investimentos na configuração da planta industrial. “Desenvolvemos uma ferramenta de inteligência artificial e telemetria que estará interligada, por exemplo, nos computadores de bordo das máquinas agrícolas, nos dando informação de registro e alertas em tempo real. Possuímos também um sistema que gera uma representação gráfica da maturidade na adoção de novas tecnologias”, detalha Ariel Souza, gerente de TI da companhia. Durante o evento, Dimas Fausto, presidente da Dimastec, destacou como a transformação digital revolucionou a marcação de ponto e apresentou soluções da companhia, como o App DT FACEUM com reconhecimento facial e IA. “É um revolucionário aplicativo que leva mobilidade à marcação do ponto onde quer que o colaborador esteja”, disse. O aplicativo é instalado em aparelhos que utilizam Android e funciona como um relógio de ponto na plataforma digital, que utiliza inteligência artificial e integra-se com qualquer sistema ERP do mercado ou que a empresa já esteja utilizando. A ferramenta possibilita, através de uma demarcação, que o administrador limite áreas onde o ponto pode ser batido, evitando assim que o colaborador esteja em outro local durante o expediente. O DT Faceum utiliza a geolocalização no Google Maps, para exibir os pontos onde ficam as zonas demarcadas. Assim como possibilita dar as entradas e saídas de ponto do colaborador, por dispositivo e times e relatórios AFD (Arquivo Fonte de Dados) para auditoria fiscal do trabalho. “Com a inteligência artificial é possível disponibilizar as marcações de
ALESSANDRO REIS E ANDRÉIA VITAL
O cenário atual acelerou o processo de transformação digital das usinas de cana. Isso, porque em um setor extremamente competitivo, os custos, a produtividade e a eficiência são determinantes para a sobrevivência dos grupos e unidades produtoras. Para fazer frente a esses desafios — amplificados pelas demandas geradas nesse ano pela pandemia da Covid-19 — a consolidação do processo de transformação digital precisa ser avaliada pelos gestores das usinas com urgência. Durante o webinar “A Transformação Digital como Estratégia para a Competitividade e Rentabilidade das Usinas” realizado no dia 14 de outubro, foi ressaltado o que é preciso para implantar uma estratégia adequada de transformação digital que contemple a competitividade e rentabilidade das usinas. Com mediação do diretor da ProCana Brasil, Josias Messias, o webinar contou com patrocínio da Dimastec; HB Saúde; GDT by Pró-Usinas e S-PAA Soteica. Alexandre Maganhato, gerente de TI Corporativo, da Atvos, destacou que a transformação digital já está presente na companhia e deve potencializar ainda mais seus resultados, que já são significativos. Na última safra, a empresa processou 26,9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, equivalente a 1% em comparação com à safra anterior; produziu 2 bilhões de litros de etanol (hidratado e anidro) e fabricou 235 mil toneladas de açúcar VHP. Em relação a cogeração de energia elétrica a partir da biomassa, o grupo gerou 2,8 mil GWh. Quanto à receita líquida, fechou com R$ 4,5 bilhões, um crescimento de 6% em relação à safra de 2018/19. O Ebitda ajustado de R$ 1,5 bilhão foi 2% superior ao registrado no ciclo anterior e a margem bruta alcançou R$ 246 milhões ante os R$ 177 milhões do ciclo antecessor. Pelos resultados mais recentes que a Atvos obteve, concluí se, portanto, que a rentabilidade passa por uma série de melhorias nos processos graças a transformação digital que vem sendo implementada nas unidades. “Possuímos Chatbot/IA; RPA; SAP Cloud Pla-
ponto e ter no mesmo dia, os relatórios com as horas disponíveis e as que estão excedendo de cada trabalhador. É um ganho muito grande de produtividade e de gestão, facilitando a vida do RH”, pontuou. A Usina Nardini é uma das empresas em via de implantar o sistema com o projeto Facetc – Reconhecimento Facial. De acordo com Elvis Evangelista, gerente de TI da companhia, a iniciativa faz parte do processo de modernização que tem um unidade no Estado de São Paulo e uma em construção, no Estado goiano, e uma em construção, no Estado goiano. “Traçamos um comparativo entre o cenário atual e o proposto, demostrando redução de custo e iniciação tecnológica com melhoria do processo de coleta de pontos, tudo projetado em 36 meses”, contou. De acordo com Evangelista, atualmente, 85 relógios de ponto estão em uso na usina, sendo que 50% deles precisa de manutenção e alguns devem virar sucata. Além da necessidade de aquisição de mais 30 equipamentos. “Há queimas constante de fontes, tecnologia ultrapassada e limitação de mobilidade no campo. A mudança visa a renovação de 72% dos tablets que terão mais garantias e redução de custo com manutenção, oferecendo melhor mobilidade, logística e produtividade”, explicou. No que se refere à inovação, a usina também tem implantado o Projeto Gênio 4.0 que faz toda a gestão de inteligência operacional da companhia, que automatizou toda o plantio e a colheita e agora parte para a automatização na balança. Assim como o Projeto de Manejo Sustentáveis de Praga, o Shield, que visa a redução de pragas através do monitoramento no tempo certo, manejo mais sustentável, uso de agentes biológicos e o uso racional de inseticida. “O projeto possibilita uma visão sistêmica, melhor gestão e monitoramento de pragas, assim como, o compartilhamento de informações entre usuários e maior interação da equipe, entre outros benefícios”, afirmou.
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INDUSTRIAL
Outubro 2020
Usina São Domingos realiza primeira emissão de CRA FOTOS DIVULGAÇÃO
Companhia vem conseguindo se reestruturar financeiramente A Usina São Domingos (USD), de Catanduva (SP), realizou sua primeira operação de emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), num montante de R$ 24 milhões. A captação dos recursos faz parte do projeto de profissionalização que a companhia vem intensificando desde 2018, sendo que serão aplicados para incremento dos resultados operacionais. A operação foi estruturada pelo Credit Suisse como coordenador líder, tendo a ISEC como Securitizadora. O desembolso foi feito no dia 15 de outubro, com vencimento em até quatro anos a contar da data de emissão, com amortizações anuais a partir de 2021 e vencimento em 2024. “Os recursos da emissão desta 16ª Emissão do CRA através da ISEC e emitida nos termos da Ins-
São Domingos foi a 50ª usina a adquirir o software S-PAA, da Soteica
trução CVM 476, com oferta restrita e privada, serão destinados, integral e exclusivamente ao reembolso de gastos, despesas e dívidas da companhia com a manutenção das suas atividades produtivas. Serão investimento na renovação de canaviais para cultivo de cana-de-açúcar destinada à produção de açúcar e etanol” esclarece Juliano Ficher, diretor administrativo e financeiro da usina. O executivo menciona que a companhia tem uma visão muito clara de maximização e otimização de seus
recursos, com a utilização dentro dos requisitos legais em sua plenitude, com busca incessante e diligente na redução de custos e disciplina financeira. “Esta captação é um dos pilares desta jornada de reestruturação”, assegura. “Como a cadeia da cana-de-açúcar é longa, é mandatório para a manutenção da liquidez da companhia operações com uma duração maior do que dois anos. O CRA contribuirá consideravelmente neste propósito”, explica o gerente financeiro da usina,
Danilo Cervato. De acordo com Cervato, com a emissão deste CRA, a companhia entra em um mercado diferenciado na captação de recursos, pois terá um acesso ao mercado de capital, que é altamente regulado pela CVM e que somente companhias bem estruturadas em controles e gestão tem acesso. Em franca expansão nos últimos anos, a companhia bateu recordes de produção nas últimas duas safras. A usina passa por constante e relevante processo de transformação digital que desencadeia em maior competitividade e rentabilidade. Para processar uma moagem que deve alcançar 2,7 milhões TC nessa safra, um aumento significativo em relação à passada, a São Domingos está investindo em diversas melhorias na planta industrial. Dentre elas, está o projeto do S-PAA na área do balanço energético, onde o objetivo será reduzir o consumo de vapor de processo, para ordem de 420 Kg/ tcm, incluindo a embebição da moenda. Foi a 50ª usina a adquirir o software S-PAA, da Soteica.
O que garante uma entressafra de sucesso? São vários os benefícios de uma manutenção planejada “Tempo é dinheiro”, já dizia Benjamim Franklin, e nas paradas programadas isso é ainda mais evidente. Em um ambiente cada vez mais competitivo e em constante mudança, uma ótima gestão da manutenção, flexibilidade e conhecimento, são imprescindíveis. A compra planejada, ou seja, aquisição antecipada de peças e serviços de manutenção possibilita agilidade no atendimento e viabiliza a entrega dos equipamentos nos prazos estabelecidos com garantia da qualidade, desde a desmontagem até os testes de comissionamento. Os principais benefícios de uma Manutenção Planejada são: confiabilidade operacional, redução de custos, menor tempo na montagem em campo, melhoria na eficiência das
máquinas, contribuindo substancialmente na melhoria continuada da qualidade e segurança e aumento da disponibilidade nas turbinas, redutores, geradores e motores de médio e grande porte. As boas práticas de fabricação, manutenção e revisão são frequentes na TGM, visando extrair o máximo de aproveitamento e disponibilidade operacional de cada equipamento tanto TGM quanto em equipamentos de outras marcas. Ressaltando o nosso compromisso, a TGM já iniciou o planejamento para os serviços de entressafra 20/21 buscando promover um atendimento diferenciado e entregar total confiabilidade nos trabalhos prestados para elevar os níveis de lucratividade das usinas na safra 2021. Com base em nossa experiência global e de décadas, possibilitamos uma parada programada eficiente, com serviços de prevenção, recuperação, modernização e substituição de peças, aumentando a vida útil dos equipamentos, lucratividade e confiabilidade de sua empresa.
INDUSTRIAL 25
Outubro 2020
DIANA BIOENERGIA ACUMULA RESULTADOS POSITIVOS ATÉ PRIMEIRA QUINZENA DE SETEMBRO Com moagem, produtividade e eficiência maiores, unidade produtora da companhia também ganha escala financeira Na safra 2020/21 a Diana Bioenergia, controladora da usina de cana-de-açúcar em Avanhandava, no interior paulista, está colhendo os frutos da renovação de 70% do canavial feita nos últimos 2 anos e no ano de 2020. Até a primeira quinzena de setembro, o TCH do canavial próprio acumulado está em 78,09 toneladas por hectare, um aumento de 26% em relação a última safra. Por sua vez, o ATR acumulado até a primeira quinzena de setembro está em 142,42, comparando com o último relatório da UNICA, onde a média estava em 141,24 quilos por tonelada no acumulado até a primeira semana de setembro, e demonstra que a Diana está acima da média do setor. Ou seja: com o melhor desempenho operacional comprovado no início da safra 20/21, por conta dos investimentos na renovação do canavial
feita nos últimos dois anos e em 2020, a companhia deverá processar nesse ciclo mais de 1,450 milhão de toneladas de cana, contra uma média de 1,200 milhão das duas últimas safras. Além das melhoras no canavial, a eficiência industrial também deu um salto em relação à safra passada, até a primeira quinzena de setembro estava acumulada em 89,71%, um aumento de 3,31% em relação a última safra. A unidade conseguiu até então um mix açucareiro de 63,23%, conseguindo bater recordes de produção de açúcar, a Diana Bioenergia deve fechar a safra com uma produção de 120 mil toneladas de açúcar. Este ano também continuou a melhora na exportação de energia, que garantirá um faturamento acima de R$ 2 milhões e começou a comercialização dos CBIOS, que deve agregar no faturamento em torno de R$ 800 mil.
MOAGEM
TCH
ATR
RECEITA BRUTA
POR CONTA DOS INVESTIMENTOS EM RENOVAÇÃO DO CANAVIAL NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS, A COMPANHIA DEVERÁ PROCESSAR NESSE CICLO 1,4 MILHÃO DE TONELADAS DE CANA, CONTRA 1,192 MILHÃO DE TONELADAS DA 19/20.
O ATR ACUMULADO ATÉ A PRIMEIRA QUINZENA DE SETEMBRO ESTÁ EM 142,42, COMPARANDO COM O ÚLTIMO RELATÓRIO DA UNICA, ONDE A MÉDIA ESTAVA EM 141,24 QUILOS POR TONELADA NO ACUMULADO ATÉ A PRIMEIRA SEMANA DE SETEMBRO, E DEMONSTRA QUE DIANA ESTÁ ACIMA DA MÉDIA DO SETOR.
ATÉ A PRIMEIRA QUINZENA DE SETEMBRO, O TCH DO CANAVIAL PRÓPRIO ACUMULADO ESTÁ EM 78,09 TONELADAS POR HECTARE, UM AUMENTO DE 26% EM RELAÇÃO A ÚLTIMA SAFRA.
A RECEITA BRUTA DA EMPRESA NA SAFRA 19/20 ERA DE R$ 183.765.000,00. NA SAFRA ATUAL PASSAMOS PARA R$ 265.793.000,00 E NA SAFRA 21/22 O PREVISTO SERÁ R$ 301.931.000,00.
Grupo Cocal investe na secagem de levedura visando novos mercados DIVULGAÇÃO
Companhia fechou parceria com a ICONMAQ Soluções Industriais Seguindo seu DNA de inovação, responsabilidade ambiental, foco em tecnologia de ponta e eficiência, o Grupo Cocal escolheu a ICONMAQ Soluções Industriais para abrir um novo mercado, o da secagem de levedura. É mais um passo importante da empresa em busca de novos mercados e produtos, além de sua consolidação em um segmento lucrativo e explorado ainda por poucas empresas no Brasil. As empresas firmaram parceria para o fornecimento de um Secador tipo Spray Dryer, com capacidade evaporativa de 7.000
L/h. Inicialmente, o equipamento produzirá 40.000 kg/dia de levedura seca, podendo aumentar essa produção após etapa futura para maior concentração do creme de levedura. A Cocal fez a escolha por um equipamento ICONMAQ Soluções Industriais, referência no setor, que além de fazer uso de vapor de caldeira, estará também preparado para queima do biometano de alta pureza a partir dos resíduos da cana-de-açúcar – vinhaça, torta de filtro e palha da cana – na unidade de Narandiba da Cocal, em São Paulo. A nova fábrica terá a capacidade de ofertar até 67 mil metros cúbicos de biometano por dia. “ICONMAQ Soluções Industriais e Grupo Cocal unidos por uma produção limpa, tecnológica e eficiente”, conclui a companhia.
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Outubro 2020
Usina São João renova certificação em segurança alimentar FOTOS DIVULGAÇÃO
Auditoria da CocaCola, um dos principais clientes da usina, reforça qualidade do açúcar fornecido pela USJ ANDRÉIA VITAL
A Usina São João (USJ), de Araras (SP), recebeu em setembro a auditoria da Coca-Cola, um de seus principais clientes, e renovou sua certificação no padrão “The Coca-Cola Company”, que estabelece normas rigorosas para o fornecimento de açúcar para suas bebidas e alimentos. A aprovação tomou por base a FSSC 22000 – Certificação do Sistema de Segurança Alimentar (Food Safety System Certification, na sigla em inglês), que garante que a USJ controla todas as etapas de produção de alimentos.
“Na USJ, todos os processos são padronizados e monitoramos a qualidade e a segurança de nossos alimentos do início ao fim – do fornecimento de cana à entrega do produto final”, explica a gerente comercial e de logística, Luciana Portellinha. Tradicional produtor de açúcar e etanol do interior de São Paulo, a USJ estima moer cerca de 3,3 mi-
lhões de toneladas de cana na safra 2020/2021, destinando 60% de seu mix de produção ao açúcar, em linha com o perfil da empresa e as oportunidades de mercado. Além da FSSC 22000, a USJ detém as certificações SMETA, ISO 9001 e Bonsucro, todas ligadas à excelência e controle de qualidade na produção de alimentos. Com forte pilar liga-
do à sustentabilidade e à segurança alimentar, a USJ produz açúcares com rigorosas especificações para o mercado B2B, direcionando cerca de 60% de sua produção à indústria de alimentos e bebidas, tanto no Brasil quanto no exterior, com participação significativa no mercado de exportação de açúcar ensacado para clientes industriais.
SJC BIOENERGIA COMEMORA NOVE ANOS FOTOS DIVULGAÇÃO
Companhia vem conquistando vários recordes em suas duas unidades ANDRÉIA VITAL
A SJC Bioenergia completou 9 anos no dia 11 de setembro com muitas conquistas para comemorar. Desde sua fundação em 2011, a partir da criação de uma joint venture entre a Cargill e o Grupo São João, a companhia vem acumulando recordes em suas duas unidades localizadas em Goiás: a Usina Rio Dourado, em Cachoeira Dourada e Usina São Francisco, em Quirinópolis. Em uma onda de crescimento constante, a empresa vem consolidando, mês a mês, performances que vem contribuindo para alcançar, por exemplo, mesmo em meio a um ano atípico e com um cenário mundial cheio de incertezas, a melhor tem-
Abel Uchoa, diretor geral
porada de todas as temporadas e caminha para processar 7 milhões de toneladas, em 20/21. Com a chamada safra da transformação, a companhia fez os melhores junho, julho e agosto da história, mostrando que os resultados positi-
vos são frutos da evolução industrial e agrícola que vem sendo construída com consistência na empresa. Os resultados financeiros da companhia também são bons, sendo que seu lucro líquido foi de R$ 209,1 milhões, conforme balanço divulgado
no final de junho, que ficou 161% acima do valor reportado no exercício passado, que foi R$ 79,9 milhões. “São nove anos de sucesso. Esse é o ano da transformação, acreditamos que vamos construir uma empresa muito maior do que é hoje. Há nove anos começamos com 3,5 milhões de toneladas de cana processadas e estamos caminhando para 11 milhões de toneladas de cana equivalente. Construímos uma grande empresa”, afirma Abel Uchoa, diretor geral da companhia. O diretor reforça ainda que os resultados “são frutos de um trabalho focado em segurança e na engenharia da qualidade, proporcionando alto rendimento operacional, consolidando, desta forma, a verticalização dos processos na SJC”. Durante missas de ação de graças realizadas nas duas unidades nos dias 20 e 21 de agosto, a diretoria agradeceu as oportunidades de crescimento e excelentes resultados obtidos, como também, pediram proteção aos colaboradores e familiares para ultrapassar este cenário de pandemia.
INDUSTRIAL
Outubro 2020
VOCÊ SABE A IMPORTÂNCIA DA MANUTENÇÃO NA ZANINI RENK? A Zanini Renk possui redutores que embarcam alta tecnologia em toda sua cadeia de valor - da fase inicial do projeto em nossa engenharia, durante o processo de fabricação, controle de qualidade dos itens, nos testes de performance em bancadas apropriadas, nas instalações, comissionamento e no treinamento operacional em nossos clientes. Fazer a manutenção preventiva, preditiva, sensitiva e corretiva com a Field Service na caixa de engrenagem é muito importante para garantir confiabilidade operacional do conjunto. Como o redutor é um sistema complexo, nosso profundo conhecimento do projeto é essencial para manter o bom funcionamento do equipamento. Além de preservar a garantia do ativo, a manutenção realizada de maneira adequada evita que o equipamento falhe de forma não programada trazendo grandes impactos na produção e financeiro. MANUTENÇÃO PLANEJADA, CONFIABILIDADE OPERACIONAL.
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Outubro 2020
Jalles Machado assina empréstimo de US$ 27,5 milhões FOTOS DIVULGAÇÃO
Acordo foi firmado com a IFC, membro do Grupo Banco Mundial A Jalles Machado, sediada no estado de Goiás, contratou empréstimo de longo prazo de até US$ 27,5 milhões com a IFC, membro do Grupo Banco Mundial. O financiamento apoiará a usina no enfrentamento dos impactos econômicos causados pela pandemia da COVID-19, preservando a liquidez financeira e empregos no setor de agronegócios. O acordo prevê que o investimento da IFC na Jalles Machado inclui um empréstimo de até US$ 20 milhões pelo prazo de sete anos com recursos próprios da IFC, e um empréstimo de até US$ 7,5 milhões pelo prazo de cinco anos, mobilizado junto ao Rabobank. Os recursos serão destinados para assegurar que a companhia continue desempenhando um papel impor-
Otavio Lage de Siqueira Filho, diretor-presidente
tante na resposta à COVID-19 no estado de Goiás, aumentando sua capacidade de produção de produtos sanitizantes e aprimorando suas embalagens, garantindo assim o fornecimento contínuo desses produtos essenciais para o enfrentamento da pandemia. O financiamento da IFC auxiliará a empresa no fortalecimento do seu capital de giro e no reforço da liquidez, além de viabilizar a criação de um novo motivador de negócios durante a redução temporária da demanda por etanol combustível. Cliente da
IFC desde 2017, a Jalles Machado adotou e implementou os Padrões de Desempenho Social e Ambiental da IFC, ajudando a elevar o benchmark de sustentabilidade do setor. “Desde o primeiro empréstimo, em 2017, a IFC tem nos apoiado de forma relevante não só via financiamento a investimentos mas, especialmente, na nossa busca por melhorias dos padrões de sustentabilidade socioambiental da empresa. Este novo empréstimo chancela a nossa boa parceria de longo prazo, que se mostra ainda mais importante em mo-
mentos de incertezas econômicas como o atual”, afirma Otavio Lage de Siqueira Filho, diretor-presidente da Jalles Machado. “A IFC se alia aos seus clientes para auxiliar o Brasil a enfrentar os impactos econômicos negativos causados pela pandemia”, afirmou Carlos Leiria Pinto, gerente Geral da IFC no Brasil. Segundo ele, além de apoiar o aumento da produção da Jalles Machado, o investimento da IFC permitirá à empresa um protagonismo essencial durante a pandemia e estimulará, de modo geral, melhorias nos padrões de sustentabilidade na indústria de açúcar e etanol do país. Nos últimos cinco anos fiscais, a IFC investiu mais de US$ 1 bilhão no setor brasileiro de agronegócios e florestas, em investimentos de longo prazo, incluindo US$ 479 milhões via mobilização de recursos de terceiros. No ano fiscal de 2020, os investimentos de longo prazo da IFC no Brasil, em todos os setores, totalizaram US$ 2,2 bilhões, incluindo US$ 615 milhões em mobilizações de recursos de terceiros.
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Outubro 2020
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30 AGRÍCOLA
Outubro 2020
Gestores explicam como reduzir custos do plantio e replantio da cana FOTOS ARQUIVO
Webinar do JornalCana mostrou as inovações usadas por produtores e usinas ALESSANDRO REIS E ANDRÉIA VITAL
De acordo com a consultoria Canaplan, a queda da produtividade agroindustrial média do setor foi expressiva nos últimos dez anos. Considerando somente a região Centro/ Sul, por exemplo, a perda foi de cerca de 2 toneladas de ATR/ ha. Isso, porque, por uma série de razões, os canaviais não receberam os investimentos necessários e as perdas foram impressionantes. Entre as consequências disso tudo, destaca-se a questão das falhas no plantio de cana. Para debater o assunto, que envolve um gasto alto no custo final da produção., JornalCana realizou o webinar “Inovações no Plantio e Replantio de Cana-de-Açúcar” no dia 16/9 com a participação de gestores de usinas e produtores. Os participantes alertaram que é preciso levar em conta algumas ações para obter resultados positivos. Entre elas, destacaram a importância de um bom planejamento agrícola; escolher as variedades de acordo com a época de plantio; fazer a adubação e o controle de pragas daninhas. Alecio Cantalogo Junior, gestor operacional de produção agrícola da Bevap, mostrou as novidades usadas na usina localizada em João Pinheiro (MG), onde tem 31 mil hectares de cana, sendo 100% irrigados. Desde setembro de 2019, o plantio deixou de ser mecanizado convencional e passou a ser 100% no sistema MPB. “Há dois anos, nossos canaviais têm produtividade acima de 100 toneladas por hectares e isso devido aos investimentos em tecnologia realizados, irrigação, alterações no manejo agronômico; plantio e colheita com RTK, visando a longevidade da soqueira e treinamento constante da equipe”, explicou o gestor. A mudança para o plantio 100% MPB foi tomada devido ao alto índice de falhas nos canaviais proporcionadas pelo plantio mecanizado. Agora este índice é de 1,5%. Além disso, a MPB possibilita a maior rapidez na
ALECIO CANTALOGO JUNIOR
JÚLIO MARCOS CAMPANHÃO
RICARDO DELARCO
KAMYRO BASTOS
RODRIGO CORRÊA
introdução de uma nova variedade e reduz custos com mudas. “No plantio mecanizado usávamos de 15 a 20 toneladas de mudas e no MPB, 9500 mudas por hectares. Mas ainda existe um gargalo na operacionalização do plantio de MPB em grandes áreas comerciais”, relatou. Júlio Marcos Campanhão, da Agrocamp, afirmou que uma das principais causas da produtividade agrícola da cana-de-açúcar estar abaixo do potencial do solo, assim como a redução da produtividade ao longo dos cortes, são as falhas
presentes nestes canaviais, oriundas de todos os processos de plantio de cana, de fatores não controlados, porém, a maior representatividade está relacionada com a gestão agrícola no planejamento. Segundo o consultor, os prejuízos causados pelas falhas em um canavial são altos. Vão desde o aumento do valor do arrendamento, já que paga se por 100 % da área, mas explora se menos; insumos e operações são desperdiçados; há ausência da produção; aumento dos custos no controle de plantas daninhas e aumento
no custo da colheita. “Um canavial com 10% de falhas acarreta um prejuízo anual de R$ 907,00 por hectare. Os dados atualmente disponíveis mostram que por um valor inferior, faz-se o replantio nesta área com resultados que se prolongam para mais quatro anos no mínimo, assim o investimento diluído nestes anos viabiliza esta técnica, tornando sem dúvida a tecnologia com maior custo x benefício dos últimos anos”, explicou. O especialista deu como exemplo também a produção na safra passada no Centro-Sul, que foi de 590,3 milhões de toneladas, com produtividade média de 76,5 t/há, e área colhida de 7,729.000 hectares. “Considerando uma média conservadora de 12% de falhas nestes canaviais, teremos 927 mil hectares improdutivos, deixando de produzir 75 milhões de toneladas, ou seja, 25 usinas de três milhões de toneladas”, disse. Campanhão afirmou ainda que o plantio de Meiosi contribuiu para aumentar a oferta de cana para moagem na região Centro-Sul. “E o replantio será outra importante tecnologia para alimentar esta oferta, porém, com maior potencial”, disse. Kamyro Bastos, superintendente agrícola na BP Bunge Bioenergia, mostrou como as inovações estão sendo usadas na companhia, que tem 11 unidades em 5 estados, 450 mil
AGRÍCOLA
Outubro 2020
hectares sob sua gestão e uma produção de 32 milhões de toneladas de cana. Para administrar tudo isso, emprega um modelo robusto de gestão de qualidade, com uso de tecnologias para otimização de estrutura na qualidade operacional. Bastos afirmou que a estratégia de Meiosi contribuiu tanto para o aumento do TCH dos canaviais quanto para a otimização de custo. “O grupo vem experimentando Meiosi já há três anos de maneira mais intensa. Em 2021, o volume de Meiosi irá representar mais de 50% do sistema de plantio”, contou. Segundo ele, o sistema tem um custo bastante competitivo e vem contribuindo para a redução do custo de formação de canaviais e para o avanço do TCH da cana planta desde 2008. “O custo vem se reduzindo, sendo que reduziu 8% em 2018, e ano passado, 15%. Acreditamos que tem espaço para mais que isso”, comentou. Outro ponto que a empresa vem experimentando é a desdobra de Meiosi com operadores “Faz sentido, porém tem que se fazer uma análise muito criteriosa do time que vai trabalhar com o sistema”, alertou.
O diretor agrícola da Usina Lins, Rodrigo Corrêa, detalhou as ações feitas na usina para conseguir canaviais mais produtivos e reduzir as falhas, que chegavam a 6%. “Pensamos até em abandonar o plantio mecanizado devido ao índice de falhas, mas com a implementação da Meiosi, baixamos esse índice para 3,5% e buscamos melhorar cada vez mais”, disse. Além disso, conseguiram a redução dos custos, em cerca de 30%. “O que paga o investimento é a produtividade e longevidade. Esse tem sido o nosso desafio mesmo em ambiente restrito”, afirmou. Com planejamento de aumentar a sua moagem para 4 milhões de toneladas, ante três milhões processadas na safra passada, a companhia vai fazer o replantio de 11 mil hectares este ano, sendo que 60% será pelo plantio mecanizado convencional e 40% com Meiosi. Neste caso, 75% proveniente de cana e 25%, de MPB. Além do replantio de 1.500 hectares. Corrêa afirmou que o sucesso do plantio depende de um controle rigorosa da qualidade. Na usina buscaram adaptação do plantio às condições edafoclimáticas da região. Além do uso de tecnologias disponíveis
com foco em produtividade, longevidade e custos. Sobre Meiosi ainda, o diretor ressaltou que o que encarece o sistema é a irrigação. “Por ser um ano atípico, com déficit hídrico, temos áreas plantadas este ano com MPB que foram preciso fazer cinco irrigações, pois o solo é arenoso e a capacidade de armazenagem da água é baixa”, explicou. O sistema de Meiosi também foi defendido pelos produtores e fornecedores de cana da Usina Nardini, Renato e Ricardo Delarco. produtores e fornecedores de cana-de-açúcar da Usina Nardini, de Vista Alegre do Alto (SP). “Quem quer ficar no setor de cana, tem que usar o sistema de Meiosi, pois o seu plantio é 25% mais barato que o plantio convencional. Como você vai ficar no mercado competitivo, plantando mais caro?”, perguntam os produtores, que mostraram como conseguem manter canaviais com média de 12 cortes e TCH acima de 100. Os produtores mostraram com detalhes exemplos de lavoura com cana produtiva apesar da estiagem e, em contraste, um canavial afetado
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pela seca. Como também, apresentaram outras soluções para plantio e replantio de cana com alta produtividade. O Webinar JornalCana foi apresentado pelo jornalista e diretor da ProCana Brasil, Josias Messias e contou com patrocínio da DMB — A marca da cana; HB Saúde – Humanização e Tecnologia em Saúde; Pró-Usinas – Empresa do Grupo ProCana focada em tecnologia e inovação de resultados para as usinas e S-PAA Soteica – Software de RTO que maximiza a cogeração e a eficiência industrial, instalado em mais de 40 usinas e gerando ganhos superiores a R$ 1/TC. Veja mais em www. usina40.com.br.
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MEIOSI REDUZIU CUSTOS DE FORMAÇÃO DO CANAVIAL NA SAFRA 2019/2020 DIVULGAÇÃO
Saiba quais foram os gastos da última temporada segundo o Pecege A região Centro-Sul do Brasil sofreu uma elevação da ordem de 1,8% na produtividade agrícola (TCH) na safra 2019/2020 ante a safra 2018/2019 - atingindo a marca de 76,46 t/ha. O aumento do acúmulo de biomassa pode ser atribuído a uma precipitação maior que média, sobretudo no período de formação do canavial (de janeiro a março/19) e a redução do número de corte dos canaviais (0,6 anos, em média), além da idade média dos mesmos (diminuição de 0,16 anos). Estes movimentos foram parcialmente compensados pela geada que atingiu Mato Grosso do Sul e Paraná e pela lenta recuperação das chuvas no segundo semestre, segundo levantamento realizado pelo Pecege, da Esalq/USP, na safra 2019/2020 e divulgado durante Expedição Custos Cana, evento realizado em formato virtual, em outubro. A amostra é feita com usinas localizadas no Centro-Sul brasileiro, que equivalem a 35% da moagem nacional. De acordo com a pesquisa, a qualidade da cana-de-açúcar própria, medida em Kg de ATR/tonelada, sofreu uma elevação significativa (4,26 kg ATR/t), enquanto a cana adquirida de terceiros sofreu ligeira queda no comparativo com a safra anterior, mas houve um aumento marginal da qualidade da matéria-prima processada (+2,10%). A intensificação de uso de maturadores por parte das usinas, além da redução da idade média dos canaviais fica evidente, e pode ter influenciado positivamente a qualidade da matéria-prima. Já o custo total médio de produção de cana-de-açúcar na safra 2019/2020 foi de R$ 111,82/t, o equivalente a R$ 8.548,00/há, para as usinas da amostra Pecege “É notória a atuação da elevação da produtividade como diluidora dos custos fixos agrícolas, dada a grande representatividade dos mesmos na composição do custo total, o aumento do TCH foi fundamental na redução do custo médio da cana-de-açúcar, por meio de economias de escala”, aponta a pesquisa. O coronavírus impactou os custos agrícolas no final da safra, assim
como a forte desvalorização cambial experimentada no período, sendo que da primeira semana de janeiro/2020 a última de março/2020, a PTAX 800 aumentou 26%. Já a etapa de tratos culturais de cana soca apresentou estabilidade em relação à safra anterior e o custo de CTT, por sua vez, sofreu queda no comparativo com a safra 2018/2019. O valor médio do arrendamento, fixado em t/ha, sofreu queda de 6,4% em relação à safra 2018/2019 – saindo de 18,14 t/ha para 17,05 t/ ha na safra 2019/2020. “A elevação do preço do ATR foi mais do que suficiente para resultar numa elevação do custo de aluguel da terra para as usinas do Centro-Sul”, explica João Rosa, do Pecege. Na safra 2019/2020, o custo integral de formação do canavial totalizou R$ 9.634/ha. Desse total, R$ 2.612/ha referiu-se ao preparo de solo; R$ 5.055/ha ao plantio e R$ 1.967/ha à etapa de tratos culturais de cana planta.
No caso do plantio, houve aumento da modalidade meiosi, de, aproximadamente, 7,81 p.p. em relação à safra anterior. De forma geral, o plantio por meiosi representou uma economia de R$ 929,85/ha em comparação ao plantio mecanizado (quando da não contabilização dos custos com muda). “A apuração destes custos implícitos permitiu a determinação do custo total, sob o ponto de vista econômico, totalizando os R$ 111,82 /t no Centro-Sul. Quando da observação apenas dos custos efetivamente desembolsados (isto é, excluindo-se a depreciação de maquinários/benfeitorias e a remuneração do capital fixo), o custo-caixa despendido foi de R$ 103,08/t”, mostra o relatório. O custo de matéria-prima – dado pela ponderação entre o custo de cana própria e o preço pago pela cana de terceiros – foi de R$ 104,36/t, o que representou 75,5% do custo agroindustrial.
O preço médio pago pela cana de fornecedores independentes foi de R$ 90/t, um montante 12,7% menor que o custo-caixa da cana própria e 19,5% menor quando da consideração do CT (que contabiliza os custos implícitos). Justamente por esse hiato, a participação da cana de fornecedores tem apresentado elevações nas últimas safras. Por fim, a soma dos custos agroindustriais e das despesas de vendas, gerais e administrativas resultou em um custo total – incluindo depreciação e remuneração do capital fixo – de R$ 138,16/t no Centro-Sul. Quando da exclusão dos custos implícitos, o custo-caixa é de R$ 125,42/t. Tal constatação evidencia um peso de, aproximadamente, 9,22% dos custos não-caixa na apuração do custo agroindustrial total. O levantamento mostrou ainda que o direcionamento de ART para o etanol foi de 61,47%, com destaque para o etanol hidratado, que representou 46,77% do mix total.
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PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA CHEGA A 85 TCH. O QUE FALTA PARA ALCANÇAR OS 3 DÍGITOS? FOTOS DIVULGAÇÃO
Estratégia para alta produtividade é fundamental diante de entraves como a seca no canavial ALESSANDRO REIS E ANDRÉIA VITAL
No acumulado deste ano, a produtividade agrícola na região Centro-Sul atingiu média de 85 toneladas de cana por hectare. Um aumento de 4,05% em relação as 81,7 toneladas no ciclo anterior, segundo o relatório Cana Zoom. O clima mais seco favoreceu a concentração de açúcares na planta. No acumulado da safra atual, o índice de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana-de-açúcar alcançou 139,3 kg, crescimento de 4,5% em comparativo com os 133,3 kg observados no ciclo anterior. Já o aproveitamento de tempo atingiu 87% em agosto, com queda em relação a julho, devido às chuvas que atingiram os Estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e a região de Assis, em São Paulo. O clima seco foi interrompido nessas regiões, em que o índice de chuvas foi, em média, 1,6 vezes maior que a normal climatológica. Mesmo assim, a precipitação pluviométrica no acumulado deste ano continua abaixo do patamar, com volume de chuvas 40% inferior à média histórica no Centro-Sul. Próximas do fechamento da safra 20/21, as usinas da região de Ribeirão Preto (SP) estão em alerta devido ao clima seco. Fontes ouvidas pelo JornalCana acreditam que embora o ATR da próxima safra seja satisfatório, a produtividade agrícola pode ser baixa. “Devido à seca atual, provavelmente haverá prejuízo na cana da 21/22. Mas são as chuvas do final e começo de ano que darão o rumo da próxima safra”, comentou um diretor de usina da região. Tendo em vista entraves como os fatores climáticos e a atual média acumulada, as usinas precisam encontrar soluções para obter a tão desejada cana de 3 dígitos. E nesse quesito está comprovado que manejo biológico e sustentável faz parte da estratégia que pavimenta o caminho para a alta produtividade agrícola. Isso, porque esse tipo de manejo representa uma
efervescência de produtos, tecnologias e conhecimentos que passou a compor o planejamento agrícola das usinas e produtores de cana. Um dos fatores de incremento na adoção de biológicos é sua crescente eficiência no controle de pragas e doenças, com casos de agentes biológicos que já apresentam a mesma eficácia dos produtos convencionais. Outro fator é que há uma demanda por soluções que resultem em menor impacto em termos de resíduos,
principal característica dos agentes biológicos. Na cana, o controle biológico é eficaz contra pragas como a broca da cana, a cigarrinha, o sphenophorus e nematoides, podendo associar o uso de bioprodutos com químicos. Já o manejo biológico inclui bioestimulantes, biofertilizantes, compostos microbiológicos, como fixadores de nitrogênio, bactérias e extratos de algas, cuja função é restaurar a microbiologia e aumentar a fertilidade do solo.
Ao invés de concorrentes, os insumos biológicos são aliados dos insumos químicos, compondo com destaque o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e as cestas de fertilidade do solo e nutrição das plantas. E otimiza o uso dos equipamentos e recursos normalmente empregados no manejo, ou até mais econômicos, como drones, incentivando o desenvolvimento da agricultura digital e o emprego de mais inteligência nas operações.
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COMO O MANEJO BIOLÓGICO CONTRIBUI PARA ALTAS PRODUTIVIDADES DOS CANAVIAIS? 2ª Maratona CANABIO debateu o tema entre 05 a 09 de outubro As principais estratégias de manejo biológico e sustentável em cana foram debatidas durante a 2ª Maratona CANABIO de Manejo Biológico e Sustentável em Cana-de-Açúcar. Realizado no período de 05 a 09 de outubro, no formato digital, o evento substituiu a maratona presencial marcada para junho deste ano, cancelada devido às medidas de proteção à pandemia. Gaspar Korndörfer, professor da UFU e produtor de cana, mostrou o potencial da região do Triângulo Mineiro, que vem conseguindo produtividade acima das médias brasileiras, fechando com 92 toneladas na safra passada, ante 76 toneladas nas unidades do Centro-Oeste. “Isso está relacionado às estratégias de manejo mais sustentável e que vem sendo adotados fortemente nessa região mineira, como é o caso da rotação de cultura, o uso da correção do solo em profundidade e o manejo de
microrganismos benéficos ao processo produtivo. A associação destes tipos de manejo é que tem proporcionado bons resultados”, afirmou. O especialista explicou que o monocultivo de cana sem rotação de cultura tem apresentado redução de produtividade em relação às áreas de expansão. “Muitos anos de cultivo de uma mesma espécie, em geral, levam ao esgotamento de nutrientes que não são repostos pela adubação convencional. A monocultura muda a diversidade da comunidade microbiana do solo, o que pode resultar em perda de produtividade. A rotação de cultura e o manejo biológico podem reduzir os efeitos do declínio na produtividade e aumentar a longevidade do canavial”, explicou. Ele comentou que, mesmo com todas as limitações impostas ao sistema orgânico, ainda assim a cana orgânica produz de 8 a 10 toneladas a mais do que o canavial plantado com o sistema convencional. Resultados de estudos recentes têm mostrado respostas positivas e significativas na produção de cana com a inoculação de microrganismos no solo e na planta. Assim, a reposição e a melhoria da fertilidade do solo com produ-
tos mais amigáveis aos microrganismos do solo e plantas, como exemplo, adubos organominerais, adubos de baixa salinidade, adubos isentos de cloro, adubos de solubilidade controlada, minerais de rocha, silicatos, etc, em geral, tem apresentado respostas muito positivas no aumento da produtividade da cana. Korndörfer pontuou ainda que, atualmente, o sequenciamento genético (DNA) permite associar as diferentes comunidades microbiológicas com os respectivos manejos e a produtividade da cana. “A matéria orgânica e enzimas extracelulares são em geral mais altas nas áreas de expansão e onde se faz a rotação de culturas, em comparação com os solos de cana sobre cana”, ressaltou. Gerson Marquesi, gerente de Cana-de-Açúcar da Agrivalle, falou sobre manejo biológico, controle de patógenos e regeneração biológica do solo e apresentou dados sobre o uso de produtos da empresa, que tem 17 anos e foi uma das pioneiras em ter um portfólio voltado ao controle biológico. “É preciso ter equilíbrio e evitar o uso indiscriminado de defensivos agrícolas. É preciso pensar que algumas moléculas podem matar muitos microrganismos be-
néficos, tendo sérias consequências no médio prazo, como o desequilíbrio na biologia do sistema, causando prejuízos com o aparecimento de doenças, pragas e nematóides”, explicou, lembrando que os nematóides e doenças de solo que atacam a cana hoje tem potencial de reduzir mais de 30% a produtividade dos canaviais. Marquesi passou dados sobre a estrutura do solo e fertilidade da planta e reforçou que em uma comparação com o manejo químico, o biológico pode incrementar 39,8 TCH aos canaviais ao longo de quatro cortes. Moderado pelo diretor da Procana, Josias Messias, o evento contou com o patrocínio das empresas: Agrivalle; Bayer; HB Saúde; Koppert; Microgeo e Baraúna. Além disso tem o apoio da Agrobiológica, Agtech e Wiser.
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Luciano Zappelini, gerente de produção e desenvolvimento da Koppert
EFICIÊNCIA DO INSUMO BIOLÓGICO É RESULTADO DA QUALIDADE DA MATÉRIA-PRIMA E DO PROCESSO PRODUTIVO É preciso verificar o princípio dos ativos O controle biológico já é tradicional no controle de pragas e doenças da cana-de-açúcar, mas sua adoção completa depende da maior eficácia dos produtos, que só pode ser garantida com um criterioso processo de qualidade da matéria-prima e de manufatura. Na Koppert, os biodefensivos são produzidos a partir de cepas e organismos selecionados e dentro das normas de qualidade, para que quando cheguem ao campo, combatam com eficiência insetos predadores e patógenos. Segundo o gerente comercial cana-de-açúcar da empresa, Vinícius Lopes, o produtor precisa estar atento ao nome comercial do produto que gera resultados. “Muitas vezes, o cliente faz uma cotação de preços baseada no princípio ativo, mas não são todos iguais. Comprar somente baseado no valor mais baixo pode ocasionar uma perda de produtividade pela ineficácia do produto”, orienta. A Koppert investe constantemente em pesquisa e desenvolvimento, para melhoria de seus produtos e lançamentos de novos bioinsumos no mercado, e também na sua capacidade produtiva. “Essa preocupação com a qualidade garante produtos mais eficientes e melhor tempo de prateleira”, explica Lopes. A área de pesquisa e desenvolvimento de microbiológicos da companhia teve uma significativa ampliação nos últimos meses, com expansão do laboratório, que dobrou de tamanho e recebeu
novas instalações como áreas exclusivas para formulações de produtos, tratamento de sementes, área para testes de acondicionamento e shelf life e câmara para o crescimento de plantas. Parte dos projetos de P&D são direcionados aos processos industriais, que melhoram a eficiência fabril, com ganhos como tempo de processo reduzido, aumento de concentração dos esporos dos fungos e estudo das enzimas e metabólitos produzidos. “As melhorias de shelf life, bem como novas formulações, visam, além de facilitar o manuseio no campo, preservar o micro-organismo e garantir sua melhor performance nas lavouras”, explica Luciano Zappelini, gerente de produção e desenvolvimento da Koppert. A Koppert tem o portfólio mais completo de biológicos para a cultura da cana, com o Galloibug (Trichogramma galloi), que atua sobre a broca-da-cana, o Metarril (Metarhizium anisopliae), inseticida que controla a cigarrinha da raiz e o Trichodermil (trichoderma hazianum), fungo com ação fungicida e nematicida. Neste ano, a empresa lançou mais dois produtos, o Boneville (Bacillus amyloliquefaciens), que é uma bactéria que atua como nematicida e auxilia na reestruturação do solo e o Roadster (Ascophyllum nodosum), biofertilizante que estimula o crescimento das plantas e melhora sua resistência frente aos estresses e ao ataque de pragas e doenças.
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Agrimec desenvolve plantadoras exclusivas para cana-de-açúcar FOTOS DIVULGAÇÃO
Novos equipamentos serão lançados na próxima Agrishow Antes da Agrimec surgir como empresa, seu fundador Odilo Pedro Marion já se engajava em transformar um protótipo de lâminas rotativas em um implemento para a capina mecânica da soja. Assim, quando a mesma nasceu em 1974, a ROTACARP - capinadeira rotativa de lâminas helicoidais tornou-se o primeiro produto fabricado. Histórias a parte, no decorrer dos anos, a empresa se consolidou como a maior fabricante de implementos para a lavoura orizícola da América Latina mantendo o foco em produzir produtos tecnicamente inovadores, desenvolvidos em pleno trabalho de campo, porém de simples operação, funcionais e robustos. E foi apostando na multifuncionalidade dos seus projetos, que ampliou sua atuação também
Odilo Pedro Marion
para as terras altas. Os contatos com as usinas e produtores de cana realizados em feiras, onde relatavam seus dilemas de produção, principalmente de preparo e cultivo foram um convite para o início dos trabalhos de P&D (pesquisa e desenvolvimento) da Agrimec, o que ocasionou a entrada no mercado canavieiro com uma linha exclusiva.
Segundo Marion, fundador e CEO da empresa: “A cana faz parte de uma estratégia de diversificação da linha de produtos, que vem se consolidando desde 2009. Apesar de não haver expressivamente lavouras de cana-de-açúcar em nosso estado, o Rio Grande do Sul, isso não foi um impeditivo. Na verdade, foi uma motivação para criarmos máquinas diferenciadas já
que possuíamos um tripé bem interessante para isso: a expertise em criação e desenvolvimento de produtos, uma vasta experiência em plantio direto, ou cultivo mínimo, largamente desenvolvido aqui no sul e pouco aplicado nas lavouras canavieiras e, o fato de trabalharmos desde sempre com sistemas rotativos, que incorporamos na linha canavieira”. Como novos produtos, a empresa tem a plantadora combinada de toletes “BROTAS” (a mais avançada em inovação), a transplantadora de mudas MPB e a replantadora “MOTUCA” na correção de falhas pós plantio e pós colheita. Além dos já comercializados Cultivador quebra-lombo, Cobridor de mudas, Enleirador rotativo e Plainas niveladoras para o preparo do solo. O lançamento oficial destas novidades acontecerá na próxima AGRISHOW, sendo este ano propício para ações de pré-lançamento, apresentações de campo, ensaios técnicos em usinas e vendas programadas.
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Ubyfol destaca tecnologias de nutrição foliar para o canavial Multinacional brasileira desenvolve produtos especiais, com macro e micronutrientes Produtores de cana-de-açúcar de todo o País podem utilizar o MS Cana e o N 32 para melhorar o desenvolvimento das plantas e assim garantir mais produção no fim da safra. A prática da adubação foliar tem se desenvolvendo intensamente nos últimos anos, como rotina, em várias culturas de interesse econômico. Isso não é diferente na cana-de-açúcar, que vem ganhando aumento de área cultivada e que por isso está sendo estabelecida sobre os mais diferentes tipos de solos, muitas vezes com características bastante distintas dos padrões ideais. “A busca pelo fertilizante mais adequado bem como uma adubação balanceada visando à máxima produtividade são pontos cada vez
mais abordados. É neste contexto em que se enquadra a utilização de micronutrientes na cultura da cana-de-açúcar”, explica o coordenador de desenvolvimento técnico de mercado cana-de-açúcar, Michel Piemonte. Esse cuidado se evidencia no período vegetativo, estudos apontam que é preciso elementos fundamentais
para o ciclo de vida da planta nessa fase para a realização de suas funções vitais, como exemplos: crescimento e reprodução. Nesse sentido a Ubyfol, multinacional brasileira com sede em Uberaba/MG, desde 1985, desenvolve produtos especiais, com macro e micronutrientes, para todas as culturas. Assim, disponibiliza aos pro-
dutores opções para que as plantas possam se desenvolver ainda melhor dentro de um programa voltado para a cultura. “O MSCana e N32 são fertilizantes foliares completos para atender as necessidades nutricionais da cultura na fase de maior crescimento, que vai de outubro a janeiro no Centro Sul do País podendo se estender de acordo com as condições climáticas”, destaca o coordenador. O programa Ubyfol para a cana-de-açúcar, visa oferecer de maneira equilibrada os elementos, Nitrogênio (N) Enxofre (S), Manganês (Mn), Zinco (Zn), Boro (B), Cobre (Cu) e Molibdênio (Mo), balanceados de forma a respeitar a marcha de absorção da planta. “Sabemos que de nada adianta fornecer uma grande quantidade de N, se os teores de Mn ou Mo estiverem baixos na planta, prejudicando assim a cadeia do metabolismo do Nitrogênio. Da mesma forma, não podemos fornecer grandes quantidade de N e deixar o S de lado, pois os metabolismos destes dois nutrientes andam juntos, na cadeia de formação do açúcar”, finaliza Piemonte.
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CALTEC: UMA HISTÓRIA DE INICIATIVA, EVOLUÇÃO E EMPREENDEDORISMO Empresa pioneira no fornecimento de produtos com alta concentração de magnésio no Brasil A trajetória, marcada pela busca por soluções, teve início no ano de 1946 com um pequeno forno de cal e a veia empreendedora da família Furquim. A empresa, inicialmente produtora de cal virgem e granilhas, não demorou para crescer. Em 1960, assumiu o mercado de corretivo de solo. O que a tornou reconhecida como uma das principais fornecedoras do produto no Paraná. Na década de 1990, quando já alcançava 50 anos de história, a Caltec se renovou. Iniciou um novo ciclo de crescimento com a introdução da dolomita na siderurgia. Em 1997, investiu ainda mais em tecnologia e lançou a Clarisina®, para a clarificação do caldo de cana. Foi pioneira no fornecimento
Os produtos que você já confia, agora com nova identidade
de produtos com alta concentração de magnésio no Brasil. Determinada a manter qualidade, e prezar pela garantia de entrega ao setor sucroalcooleiro, a Caltec deu mais um passo rumo à expansão, no ano 2000, ampliou e modernizou seu complexo fabril. Como iniciativa e evolução fazem parte da história da Caltec, em 2003 surgiu o Hidratec®. Resultado de pesquisa e investimento, o reator prepara e mantém todas as propriedades da Clarisina®. Projeto que culminou no prêmio CNI de Qualidade e Produtividade, concedido pela Confederação Nacional da Indústria, em 2004. E o reconhecimento não parou por aí. No mesmo ano em que completou 60 anos de história, 2006, a Caltec re-
Nada supera a Natureza em cores, harmonia e beleza... Os beija-flores comprovam isso.
cebeu o prêmio FINEP de Inovação Tecnológica. Em 2011, o compromisso com a qualidade e a padronização dos produtos e processos foi formalizado, com a certificação ISO 9001. Tanto na produção quanto no processo de mineração. A preocupação com o bom atendimento e know-how técnico levaram a Caltec a ampliar seus negócios. Em 2014, nasce a divisão agrícola, focada no atendimento de grandes produtores de todo o país. No mesmo ano, inovou e ampliou o projeto Hidratec® com a criação do Skid. Equipamento personalizado, com a vantagem adicional de ser facilmente instalado na planta da usina. O ano de 2015 também foi brindado com tecnologia, quando a empresa
investiu no monitoramento por raio-X na linha de produção para garantir qualidade na seleção da matéria-prima. Em 2016, aos 70 anos, a inovação continuou, agora no setor agrícola. Melhorias implementadas no produto, tornaram o óxido agrícola da Caltec, único no mercado com garantia de aplicação fácil e segura. Em 2019, recebeu o Prêmio Master Cana, na categoria Tecnologia & Inovação em Insumos Agrícolas. E em 2020, lançou a OJO, uma plataforma colaborativa de logística. Detentora do status de maior empresa do setor no Sul do país, a Caltec prima pela inovação constante e se prepara para um novo ciclo. Em 2021, chega aos 75 anos de história e continua evoluindo. Apresenta novas mudanças: a reformulação da marca e a modernização da identidade visual. O intuito é fortalecer os valores que conduziram a empresa até hoje, que se mostra cada vez mais sólida e com a certeza de que é a melhor naquilo que faz.
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Setor sucroenergético apresenta saldo positivo na geração de empregos em MS FOTOS DIVULGAÇÃO
Até agosto foram criados 866 novos postos de trabalhos formais De janeiro a agosto deste ano, as indústrias produtoras de açúcar e etanol foram responsáveis por 866 novos empregos em Mato Grosso do Sul. O saldo corresponde a 16% do total de vagas formais criadas pelo setor industrial, o maior empregador do Estado, conforme aponta o Radar Industrial da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems) Com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a produção de açúcar foi responsável pela contratação de 629 novos colaboradores, enquanto a fabricação de etanol abriu 237 oportunidades. Naviraí, Rio Brilhante, Fátima do Sul, Angélica, Nova Andradina foram os municípios com maior número
Roberto Hollanda Filho, presidente da Biosul,
de oportunidades consolidadas para atuação no setor sucroenergético. Para o presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho, o saldo positivo de novos empregos em plena pandemia traz otimismo para o setor. “Nossas associadas trabalharam para uma rápida implantação dos seus protocolos de biossegurança, garantindo a preservação da saúde dos seus colaboradores e a continuidade das operações em segurança para todos. Com certeza foi um diferencial não só para a manutenção dos milhares de empregos, mas para a criação de novas oportunidades que já indicam um momento de recuperação para a indústria”, ressalta.
O setor sucroenergético é responsável por mais de 30 mil empregos diretos no Estado (Rais/CAGED/ Biosul) com a oferta entre as melhores médias salariais tanto na indústria como na agricultura. Moagem de cana-de-açúcar atinge 32 milhões de toneladas em MS A safra de cana no Estado somou 32,3 milhões de toneladas até 15 de setembro de 2020, volume é 8% menor comparada ao mesmo período da temporada anterior. A qualidade da matéria-prima, no entanto, aumentou em 5% alcançando 140,79 kg de Açúcares Totais Recuperáveis por Tonela-
da de Cana (ATR/TC), de acordo com a Biosul. No período acumulado da temporada, até 15 de setembro, a produção de etanol somou 1,9 bilhão de litros. O volume é 20% menor com relação ao período no ano anterior. Desse montante, 1,4 bilhão de litros são de hidratado (-25%) e 456 milhões de litros são de anidro (-0,6%). A produção de açúcar atingiu 1,2 milhão de toneladas, quantidade 98% maior com relação ao mesmo período do ano passado quando registrou 627 milhões de toneladas do adoçante. Os dados são refletidos no mix de produção da safra com aumento de 106% na destinação da matéria-prima para o açúcar, que saltou de 14% para 28%, no comparativo com o último ciclo. Ainda assim o percentual para a produção de etanol é de 72%, dentro da média esperada para o Estado. Atualmente, todas as 18 unidades sucroenergéticas em operação no Estado produzem etanol, dessas dez são produtoras de açúcar.
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